Vittor Fernando e Gabriel Fuentes são alvejados a tiros em tentativa de homicídio

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O influenciador Vittor Fernando e o ator Gabriel Fuentes foram perseguidos e alvejados a tiros na última sexta-feira, 24, enquanto voltavam de carro do Rio de Janeiro para São Paulo. A informação foi divulgada pela assessoria do casal em publicação conjunta no Instagram, e confirmada pelo Estadão.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os dois foram vítimas de uma tentativa de homicídio na madrugada da última sexta. De acordo com o boletim de ocorrência, eles pararam para lanchar em um posto de combustível em Itatiaia, no Rio de Janeiro, quando um homem não identificado se aproximou e efetuou diversos disparos contra o veículo em que estavam.

Momentos depois, quando tentavam fugir, o agressor reapareceu em uma rua próxima e voltou a atirar. Um dos dois levou um tiro de raspão e o outro teve um ferimento na perna. Em comunicado, a equipe diz que os dois sofreram uma tentativa de assalto.

Ainda de acordo com a SSP, Vittor e Gabriel conseguiram escapar pela Via Dutra, mesmo com o carro danificado, e pediram socorro em um posto. Eles foram encaminhados a um pronto-socorro municipal e atendidos. O caso foi registrado como tentativa de homicídio na Delegacia de Queluz, que requisitou perícia.

De acordo com a assessoria, os dois passam bem. "Vittor e Gabriel foram alvejados, receberam atendimento médico imediato e encontram-se fora de perigo, em recuperação e sob acompanhamento médico", diz a nota. "Agradecemos pelas mensagens de carinho e pedimos compreensão e respeito neste momento delicado. Assim que possível, os próprios se pronunciarão."

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A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira, 29, que a União reforçará a presença da Polícia Federal (PF), do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal no Rio de Janeiro, após operação policial contra a organização criminosa Comando Vermelho deixar mais de 100 mortos.

"A Polícia Federal, a Receita Federal, o Coaf estão à disposição disso. Vamos reforçar esse time no Rio de Janeiro", declarou Gleisi em entrevista à Globonews, citando a ação dos órgãos em operações como a Operação Carbono Oculto.

"Só tem uma forma de realmente combater organizações criminosas com eficácia, que é o caminho do dinheiro. Quando você realmente estrangula financeiramente, deixa essas organizações sem recurso, realmente cai por terra a organização territorial que eles tem", afirmou.

A ministra ainda defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição da Segurança, em razão de a medida promover uma integração entre as polícias. "Aí há um planejamento conjunto. A Polícia Federal vai estar integrada às seguranças dos Estados para planejar e usar toda a inteligência que o governo dispõe", apontou.

Gleisi reclamou que a PEC está "tramitando lentamente" e que não houve apoio, por parte dos governadores, à proposta.

Questionada sobre uma suposta demora na ida de autoridades do governo federal ao Rio de Janeiro, Gleisi destacou que a opção foi conversar antes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O que podemos fazer de melhor é planejamento e inteligência e pra isso não fomos consultados", disse.

"Ele se mostrou surpreso por uma operação desse tamanho, sem ter sido informada ao governo federal, solicitado ajuda. Passamos a ele as informações, e ele determinou a ida do ministro da Justiça, do diretor-geral da Polícia Federal ao Rio de Janeiro, para colocar a estrutura do governo federal e das forças de segurança à disposição", disse.

Na entrevista, Gleisi chegou a rebater a declaração do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre o sucesso da megaoperação que deixou 132 mortos ontem na capital fluminense. "Para saber se a operação foi bem sucedida, tem que ver o que ela desmantelou, quais as cabeças capturadas e se houve descapitalização da organização criminosa", afirmou.

A ministra ponderou que os criminosos que morreram vão ser "facilmente repostos" pelas facções, destacando que o que é preciso saber é se chegou ao "coração" da organização criminosa.

Gleisi também comentou sobre a ligação que teve ontem com Castro. "Ele me ligou ontem falando que suas críticas não eram pela operação contra o Comando Vermelho, porque nessa operação não pedimos que vocês participassem. Ele deixou isso claro", destacou.

Ainda de acordo com Gleisi, posteriormente o governo federal soube que a Polícia Federal no Rio de Janeiro foi informada sobre a operação, mas "não achou razoável e não quis participar". "Que eu saiba, a PF no RJ não recomendou que operação contra CV não fosse feita", completou a ministra, após um questionamento.

GLO no Rio

Gleisi Hoffmann afirmou que o governo federal não teria dificuldade em decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

"Não fizemos grande debate sobre GLO. Obviamente, se o estado solicitar, vamos avaliar, e aí, tem que fazer", declarou. "Não há contrariedade em fazer, mas tem que ter objetivo próprio".

A ministra salientou, em diferentes momentos da entrevista, que não houve qualquer pedido institucional ao governo federal. "Não fomos avisados, não houve pedido de Garantia da Lei e da Ordem, de nenhuma ajuda por parte do governo do Estado ao governo federal", apontou.

Manifestantes obstruíram o trânsito na tarde desta quarta-feira, 29, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro, na zona sul da capital fluminense. O ato reuniu motociclistas e moradores dos complexos de favelas do Alemão e da Penha, afetados pela Operação Contenção, que resultou na morte de mais de 100 pessoas na última terça-feira.

"Fora, Cláudio Castro!", entoavam os manifestantes, referindo-se ao governador do estado.

Mais cedo, Castro afirmou que a operação, a mais letal da história do Estado, "foi um sucesso".

O governador se reúne no fim da tarde desta quarta, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nas dependências do Palácio Guanabara. Estão previstas também no encontro as participações do secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Souza.

Os ministros Flávio Dino e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticaram nesta quarta-feira, 29, a operação que matou pelo menos 119 pessoas no Rio de Janeiro.

Dino chamou a operação de "circunstância terrível, trágica". O ministro também afirmou que o STF não pode "legitimar o vale-tudo com corpos estendidos e jogados no meio da mata". "Isso não é Estado de Direito"", criticou.

As declarações foram feitas no julgamento que discute a responsabilidade do governo do Paraná por danos causados a manifestantes em uma ação da polícia no Estado, em 2015.

O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, classificou a operação no Rio como "lamentável episódio".

"A toda hora vivemos situações de graves ações policiais que causam danos às pessoas ou mesmo a morte de várias pessoas, como acabamos de ver nesse lamentável episódio do Rio de Janeiro", disse o decano.

Considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, a Operação Contenção, nos complexos da Penha e do Alemão, mirou a facção Comando Vermelho.