Millie Bobby Brown fala sobre maternidade e privacidade da filha: 'Ela tem direito de decidir'

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Millie Bobby Brown está vivendo uma nova fase com a maternidade e, segundo ela, o momento é "cheio de alegria e calma". À Vogue britânica, a atriz de 21 anos falou sobre a chegada da filha, adotada neste ano, e destacou que sua prioridade agora é proteger a privacidade da bebê.

Casada desde maio de 2024 com Jake Bongiovi, de 23 anos, ela afirmou que a pequena tem transformado sua rotina e sua forma de enxergar a vida. Contudo, não pretende compartilhar detalhes sobre a personalidade da menina ou expô-la ainda tão cedo.

Segundo Millie, a ideia é respeitar a história que a filha ainda construirá. "É importante que ela tenha o direito de decidir como e quando quer ser vista. Não cabe a mim colocá-la no centro das atenções antes que ela tenha idade para entender isso", afirmou. O casal, inclusive, decidiu não divulgar o nome da criança.

A atriz reforçou que, apesar da curiosidade pública, manter esse limite é parte fundamental do papel dela e de Jake como pais. Para Millie, o mundo sempre a viu desde muito jovem, especialmente após o sucesso em Stranger Things, e esse olhar constante é algo que ela deseja evitar para sua filha enquanto puder.

Em casa, a rotina tem sido marcada por afeto e parceria. Millie contou que os cuidados são divididos de forma igual entre ela e o marido, a quem chamou de "pai incrível". "As pequenas coisas ficaram mais preciosas", resumiu.

O desejo do casal é formar uma família grande, algo que, segundo a artista, já era parte de seus planos. Tanto ela quanto Jake cresceram em lares com quatro irmãos e afirmam se enxergar vivendo uma dinâmica parecida no futuro. Ela destacou ainda que não vê diferença afetiva entre filhos biológicos e adotivos.

A adoção da bebê foi divulgada em agosto, quando eles publicaram um comunicado celebrando a novidade. Na época, disseram estar "profundamente felizes" com a chegada da menina e pediram privacidade durante essa nova fase.

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Entidades que defendem o direito ao aborto criticaram nesta quinta-feira, 6, o projeto de decreto legislativo (PDL) que pode dificultar o aborto legal em crianças que sofreram violência sexual. O PDL foi aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira, 5, e também foi alvo de críticas do Ministério das Mulheres e de artistas.

O PDL suspende a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) de 2024, que trata do atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual e a garantia de seus direitos. O texto segue agora para o Senado.

As ONGs Anis Bioética, Plan Brasil e Católicas Pelo Direito de Decidir se pronunciaram sobre a aprovação do projeto pela Câmara, apontando que a Casa Legislativa "sacrificou a infância de meninas estupradas".

A resolução do Conanda determina que a criança deve ter garantido o seu direito de acesso a informação sobre a possibilidade de aborto caso a gestação seja resultado de episódio de violência sexual, e permite também que o aborto seja feito sem a necessidade de lavrar boletim de ocorrência ou supervisão judicial relatando o caso.

Além disso, outro trecho da resolução estabelece como conduta discriminatória se um profissional recusar a prática do aborto apenas com a justificativa de não acreditar na palavra da vítima de que ocorreu a violência sexual.

"Esse direito já existe há mais de 80 anos, mas são tantas barreiras que a realidade é trágica: a média de meninas que dão à luz todos os anos é de 20 mil, enquanto apenas uma média de 200 acessa o aborto legal", diz publicação da ONG Anis Bioética.

"Forçar uma criança ou adolescente estuprada a seguir grávida e parir não só é tortura como coloca a vida delas em risco - pois têm 5 vezes mais chances de morrer durante a gestação, o parto ou o puerpério", continua o texto. A organização ainda pede que cidadãos pressionem para que o projeto não seja aprovado no Senado.

No Brasil, a idade de consentimento é de 14 anos - ou seja, considera-se que uma gravidez em meninas abaixo dessa idade sempre é fruto de um estupro.

Artistas como a atriz Camila Pitanga e a cantora Anitta também se pronunciaram contra o PDL em suas redes sociais. Anitta compartilhou uma fala da jornalista Adriana Araújo contra o projeto, enquanto Camila repostou uma imagem viral que diz "Criança não é mãe. Estuprador não é pai".

Também atriz, Luana Piovani definiu a aprovação do PDL como "um absurdo" em vídeo postado nas redes sociais. "Precisamos fazer uma campanha, precisamos fazer entender que criança não é mãe, criança não é esposa e não é mulher. A gente precisa criar essa conscientização", afirmou.

Ainda na quarta-feira, em nota publicada no site, o Ministério das Mulheres expressou "preocupação" com a tramitação do projeto. A pasta apontou que "o PDL, ao anular essa orientação, cria um vácuo que dificulta o acesso dessas vítimas ao atendimento e representa um retrocesso em sua proteção".

Segundo o ministério, a resolução do Conanda é necessária devido ao cenário alarmante de gestações infantis e apenas detalha como aplicar a lei para salvar vidas. "Suspender esta medida é fechar os olhos para a violência e falhar com as meninas brasileiras", finaliza o texto.

Apesar de afirmar apoiar a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), o presidente da Finlândia, o conservador Alexander Stubb, afirmou que o país não deve colaborar financeiramente - ao menos por ora - com o fundo. "Achamos que o TFFF é uma ótima ideia, mas, se você perguntar se o governo vai investir dinheiro nisso agora, temo que a resposta seja infelizmente não", disse Stubb, ao Estadão. Ele é responsável pela política externa da Finlândia, (quem comanda o governo como um todo é o primeiro-ministro).

Questionado se essa posição poderia mudar no futuro próximo, o presidente afirmou que sim, mas que essa decisão não cabe a ele. "Precisamos do governo (para definir isso), dos ministros das Finanças e do de Comércio e Desenvolvimento para isso." Stubb, um político de centro-direita, reconheceu que Lula ficou decepcionado com a decisão da Finlândia.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é a grande aposta do Brasil para a COP-30. Proposto pelo Brasil em 2023, na COP de Dubai, o fundo seria um mecanismo para gerar recursos para pagar quem protege as florestas essenciais para conter o aquecimento global. Por ora, o Brasil anunciou um aporte de US$ 1 bilhão à iniciativa. Já Portugal doará US$ 1 milhão.

Stubb se encontrou por uma hora e 15 minutos com o presidente Lula na quarta-feira, 5, quando o brasileiro teve uma rodada de reuniões bilaterais com diferentes autoridades. Ele reconheceu que Lula ficou decepcionado com a decisão da Finlândia. "É claro que ele gostaria que os países apoiassem o TFFF."

Sobre as dificuldades da União Europeia para se chegar a um acordo para reforçar suas metas de reduzir as emissões, o presidente destacou que interesses nacionais têm sido um problema extra para as ambições climáticas do bloco. "Fico globalmente triste que a agenda climática esteja ficando em segundo plano, porque estamos focando muito em conflitos como a guerra de agressão da Rússia à Ucrânia, ou Palestina e Israel. Esquecemos a visão mais ampla de que a mudança climática eventualmente será uma causa de conflitos."

A União Europeia se comprometeu a reduzir suas emissões em 90% até 2040 na comparação com 1990, mas com várias concessões. O acordo para isso foi atingido somente na quarta-feira, com um atraso de dois meses. Historicamente, o bloco lidera as regulações e ambições climáticas, mas, nos últimos anos, a ambição europeia perdeu força.

Stubb lembrou que a meta finlandesa é zerar as emissões líquidas de carbono até 2035. Hoje, 95% da eletricidade no país já tem uma fonte limpa. "Acho que estamos indo na direção certa."

Colega de Trump - com quem costuma jogar golfe - o finlandês disse nunca ter conversado com o americano sobre mudanças climáticas.

Defensor de um maior peso para o Sul Global nas discussões multilaterais, o finlandês disse ainda que conversou com Lula sobre a possibilidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU. Stubb sugere que se dobre o número de membros permanentes, acrescentando um representante da América Latina, dois da África e dois da Ásia.

"Uma reforma é sempre difícil, mas realmente acho que a América Latina - e presumiria que, neste caso específico, o Brasil - merece um assento no Conselho de Segurança permanente da ONU. E, para ser honesto, quando faço essa exposição na Assembleia Geral da ONU, eu ouço cerca de 188 países aplaudindo e cinco não."

O conservador também defende que se elimine o poder de veto do conselho, que, segundo ele, basicamente impede o funcionamento do órgão. O finlandês afirmou também ser favorável à suspensão do direito a voto de um país caso ele viole a Carta da ONU - "como a Rússia está fazendo agora".

Também na reunião bilateral com Lula, Stubb tratou da guerra entre Rússia e Ucrânia. "Estamos trabalhando juntos (ao Brasil) para tentar encontrar uma paz duradoura e justa para a Ucrânia, porque todos entendemos que essa é uma guerra imperial russa e que a Rússia está violando flagrantemente a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU)."

A Finlândia é um dos países com fronteira com a Rússia e em 2023, em meio à invasão da Ucrânia, entrou para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, afirmou que o risco de aportar no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é altamente gerenciável. Em resposta a questionamento durante coletiva de imprensa nesta tarde, Eriksen afirmou que o maior risco neste momento é não participar de iniciativa como essa para manter a floresta em pé.

O subsecretário de Assuntos Econômicos e Fiscais do Ministério da Fazenda, João Resende, concordou com Eriksen. Ele argumenta que, ao não haver investimentos em mecanismos como o TFFF, todo o risco financeiro de desastres naturais recai sobre os cofres públicos. Assim, o fundo é uma forma de mitigar os riscos climáticos usando recursos mistos (privados e públicos).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que alguns países vão fazer aportes no TFFF após cumprirem calendário interno, ou seja, após tramitação nos respectivos países. A ideia continua com o processo de captação ao longo da presidência brasileira da Conferência, que segue até o ano que vem. O fundraising é liderado pelo Brasil.