Warner anuncia 'Gremlins 3' com produção de Spielberg e diretor de 'Harry Potter'

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Longe das telonas desde 1990, a franquia Gremlins retornará aos cinemas em 2027. Presidente da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, anunciou um terceiro filme da franquia em uma apresentação para os acionistas.

De acordo com a Variety, o CEO confirmou que Gremlins 3 terá o retorno de Steven Spielberg como produtor-executivo, posto que ocupou nos dois primeiros longas, enquanto Chris Columbus, diretor de Harry Potter e a Pedra Filosofal e roteirista de Gremlins, assume a direção, antes ocupada por Joe Dante.

O longa teve sua estreia marcada para 19 de novembro de 2027 nos Estados Unidos, apenas uma semana antes de Frozen 3, da franquia fenômeno da Disney, chegar aos cinemas. Já Vingadores: Guerras Secretas, filme da Marvel, que é selo da Casa do Mickey, estreia em 17 de dezembro do mesmo ano, dificultando o caminho de Gremlins 3 nas bilheterias.

Gremlins

Em Gremlins, um garoto ganha um novo bichinho de estimação, um fofo mogwai chamado Gizmo, mas é alertado a não alimentá-lo após a meia-noite, não molhá-lo e não expô-lo a luzes fortes. Após inadvertidamente quebrar as regras, ele libera uma horda de mogwais. Os bichinhos, então, se tornam feias e caóticas criaturas, os gremlins, que destroem a cidade. O filme foi um sucesso, arrecadando US$ 159,7 milhões nas bilheterias mundiais.

Ao lado de Indiana Jones e o Templo da Perdição, também lançado em 1984, Gremlins foi responsável de uma nova categoria na classificação indicativa nos cinemas dos Estados Unidos. Lançados entre maio e junho daquele ano, os filmes causaram comoção por terem recebido censura livre (chamada PG nos EUA) apesar de suas cenas sangrentas e assustadoras para uma criança média estadunidense.

Assim, Spielberg usou sua influência na indústria para pressionar a Associação de Filmes dos EUA (MPAA, em inglês) a criar uma nova censura: a PG-13, equivalente às classificações de 12 e 14 anos no Brasil. A medida foi celebrada por cineastas, que passavam a ter mais leniência no que poderia ser incluídos em seus filmes para o grande público, inclusive sangue e alguns palavrões.

Gremlins 2: A Nova Geração estreou em 1990, mas não repetiu o sucesso de seu antecessor, arrecadando menos de um terço do valor do primeiro filme. Mais zombeteiro e com referências metalinguísticas, o longa não conquistou a crítica nem o público da época, mas acabou se tornando um clássico noventista cult muito adorado pelos fãs.

A franquia continuou em outras mídias, ganhando gibis, videogames e animações, mas nenhum título que tenha conquistado o público como o filme original.

Gremlins e Gremlins 2: A Nova Geração estão disponíveis para streaming na HBO Max.

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Entidades que defendem o direito ao aborto criticaram nesta quinta-feira, 6, o projeto de decreto legislativo (PDL) que pode dificultar o aborto legal em crianças que sofreram violência sexual. O PDL foi aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira, 5, e também foi alvo de críticas do Ministério das Mulheres e de artistas.

O PDL suspende a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) de 2024, que trata do atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual e a garantia de seus direitos. O texto segue agora para o Senado.

As ONGs Anis Bioética, Plan Brasil e Católicas Pelo Direito de Decidir se pronunciaram sobre a aprovação do projeto pela Câmara, apontando que a Casa Legislativa "sacrificou a infância de meninas estupradas".

A resolução do Conanda determina que a criança deve ter garantido o seu direito de acesso a informação sobre a possibilidade de aborto caso a gestação seja resultado de episódio de violência sexual, e permite também que o aborto seja feito sem a necessidade de lavrar boletim de ocorrência ou supervisão judicial relatando o caso.

Além disso, outro trecho da resolução estabelece como conduta discriminatória se um profissional recusar a prática do aborto apenas com a justificativa de não acreditar na palavra da vítima de que ocorreu a violência sexual.

"Esse direito já existe há mais de 80 anos, mas são tantas barreiras que a realidade é trágica: a média de meninas que dão à luz todos os anos é de 20 mil, enquanto apenas uma média de 200 acessa o aborto legal", diz publicação da ONG Anis Bioética.

"Forçar uma criança ou adolescente estuprada a seguir grávida e parir não só é tortura como coloca a vida delas em risco - pois têm 5 vezes mais chances de morrer durante a gestação, o parto ou o puerpério", continua o texto. A organização ainda pede que cidadãos pressionem para que o projeto não seja aprovado no Senado.

No Brasil, a idade de consentimento é de 14 anos - ou seja, considera-se que uma gravidez em meninas abaixo dessa idade sempre é fruto de um estupro.

Artistas como a atriz Camila Pitanga e a cantora Anitta também se pronunciaram contra o PDL em suas redes sociais. Anitta compartilhou uma fala da jornalista Adriana Araújo contra o projeto, enquanto Camila repostou uma imagem viral que diz "Criança não é mãe. Estuprador não é pai".

Também atriz, Luana Piovani definiu a aprovação do PDL como "um absurdo" em vídeo postado nas redes sociais. "Precisamos fazer uma campanha, precisamos fazer entender que criança não é mãe, criança não é esposa e não é mulher. A gente precisa criar essa conscientização", afirmou.

Ainda na quarta-feira, em nota publicada no site, o Ministério das Mulheres expressou "preocupação" com a tramitação do projeto. A pasta apontou que "o PDL, ao anular essa orientação, cria um vácuo que dificulta o acesso dessas vítimas ao atendimento e representa um retrocesso em sua proteção".

Segundo o ministério, a resolução do Conanda é necessária devido ao cenário alarmante de gestações infantis e apenas detalha como aplicar a lei para salvar vidas. "Suspender esta medida é fechar os olhos para a violência e falhar com as meninas brasileiras", finaliza o texto.

Apesar de afirmar apoiar a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), o presidente da Finlândia, o conservador Alexander Stubb, afirmou que o país não deve colaborar financeiramente - ao menos por ora - com o fundo. "Achamos que o TFFF é uma ótima ideia, mas, se você perguntar se o governo vai investir dinheiro nisso agora, temo que a resposta seja infelizmente não", disse Stubb, ao Estadão. Ele é responsável pela política externa da Finlândia, (quem comanda o governo como um todo é o primeiro-ministro).

Questionado se essa posição poderia mudar no futuro próximo, o presidente afirmou que sim, mas que essa decisão não cabe a ele. "Precisamos do governo (para definir isso), dos ministros das Finanças e do de Comércio e Desenvolvimento para isso." Stubb, um político de centro-direita, reconheceu que Lula ficou decepcionado com a decisão da Finlândia.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é a grande aposta do Brasil para a COP-30. Proposto pelo Brasil em 2023, na COP de Dubai, o fundo seria um mecanismo para gerar recursos para pagar quem protege as florestas essenciais para conter o aquecimento global. Por ora, o Brasil anunciou um aporte de US$ 1 bilhão à iniciativa. Já Portugal doará US$ 1 milhão.

Stubb se encontrou por uma hora e 15 minutos com o presidente Lula na quarta-feira, 5, quando o brasileiro teve uma rodada de reuniões bilaterais com diferentes autoridades. Ele reconheceu que Lula ficou decepcionado com a decisão da Finlândia. "É claro que ele gostaria que os países apoiassem o TFFF."

Sobre as dificuldades da União Europeia para se chegar a um acordo para reforçar suas metas de reduzir as emissões, o presidente destacou que interesses nacionais têm sido um problema extra para as ambições climáticas do bloco. "Fico globalmente triste que a agenda climática esteja ficando em segundo plano, porque estamos focando muito em conflitos como a guerra de agressão da Rússia à Ucrânia, ou Palestina e Israel. Esquecemos a visão mais ampla de que a mudança climática eventualmente será uma causa de conflitos."

A União Europeia se comprometeu a reduzir suas emissões em 90% até 2040 na comparação com 1990, mas com várias concessões. O acordo para isso foi atingido somente na quarta-feira, com um atraso de dois meses. Historicamente, o bloco lidera as regulações e ambições climáticas, mas, nos últimos anos, a ambição europeia perdeu força.

Stubb lembrou que a meta finlandesa é zerar as emissões líquidas de carbono até 2035. Hoje, 95% da eletricidade no país já tem uma fonte limpa. "Acho que estamos indo na direção certa."

Colega de Trump - com quem costuma jogar golfe - o finlandês disse nunca ter conversado com o americano sobre mudanças climáticas.

Defensor de um maior peso para o Sul Global nas discussões multilaterais, o finlandês disse ainda que conversou com Lula sobre a possibilidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU. Stubb sugere que se dobre o número de membros permanentes, acrescentando um representante da América Latina, dois da África e dois da Ásia.

"Uma reforma é sempre difícil, mas realmente acho que a América Latina - e presumiria que, neste caso específico, o Brasil - merece um assento no Conselho de Segurança permanente da ONU. E, para ser honesto, quando faço essa exposição na Assembleia Geral da ONU, eu ouço cerca de 188 países aplaudindo e cinco não."

O conservador também defende que se elimine o poder de veto do conselho, que, segundo ele, basicamente impede o funcionamento do órgão. O finlandês afirmou também ser favorável à suspensão do direito a voto de um país caso ele viole a Carta da ONU - "como a Rússia está fazendo agora".

Também na reunião bilateral com Lula, Stubb tratou da guerra entre Rússia e Ucrânia. "Estamos trabalhando juntos (ao Brasil) para tentar encontrar uma paz duradoura e justa para a Ucrânia, porque todos entendemos que essa é uma guerra imperial russa e que a Rússia está violando flagrantemente a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU)."

A Finlândia é um dos países com fronteira com a Rússia e em 2023, em meio à invasão da Ucrânia, entrou para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, afirmou que o risco de aportar no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) é altamente gerenciável. Em resposta a questionamento durante coletiva de imprensa nesta tarde, Eriksen afirmou que o maior risco neste momento é não participar de iniciativa como essa para manter a floresta em pé.

O subsecretário de Assuntos Econômicos e Fiscais do Ministério da Fazenda, João Resende, concordou com Eriksen. Ele argumenta que, ao não haver investimentos em mecanismos como o TFFF, todo o risco financeiro de desastres naturais recai sobre os cofres públicos. Assim, o fundo é uma forma de mitigar os riscos climáticos usando recursos mistos (privados e públicos).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que alguns países vão fazer aportes no TFFF após cumprirem calendário interno, ou seja, após tramitação nos respectivos países. A ideia continua com o processo de captação ao longo da presidência brasileira da Conferência, que segue até o ano que vem. O fundraising é liderado pelo Brasil.