Marie Kondo, guru da organização, diz que sua casa está mais bagunçada

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Em janeiro, muitas vezes examinamos como estamos vivendo. E agora, muitos de nós estão revisitando os princípios de organização da rainha do estilo de vida japonesa Marie Kondo. Mas a sempre organizada Kondo, ao que parece, está um pouco cansada desde que deu à luz seu terceiro filho em 2021. Como a maioria de nós, ela está tendo problemas para dar conta de tudo Mas ela ainda está provocando alegria. É que, hoje em dia, isso não depende de ter a casa arrumada. Seus novos rituais se voltam para dentro, para coisas mais ponderadas do que uma gaveta cheia de camisetas perfeitamente dobradas ou um armário de temperos digno do Instagram. Em seu último livro, Marie Kondo’s Kurashi at Home: How to Organize Your Space and Achieve Your Ideal Life (O estilo de vida de Marie Kondo em casa: como organizar seu espaço e alcançar sua vida ideal, em tradução livre)", Kondo expande o conceito japonês de kurashi, ou "modo de vida". Ela elabora maneiras simples de trazer calma e felicidade para as coisas cotidianas. Sim, isso pode significar limpar sua bolsa todas as noites, mas também pode significar tocar música clássica durante o café da manhã. Ou fazer a receita do ensopado de asa de frango com vinagre preto da sua mãe (a receita está no livro.) O livro é como um choque de realidade. Kondo, 38, se juntou a nós tentando dar conta da pilha de louça na cozinha enquanto aguarda o encanador ao mesmo tempo em que tenta não queimar o jantar. A multitarefa parece um tanto humilhada por sua família crescente e seu sucesso nos negócios, talvez percebendo que é possível encontrar paz em um matcha, mesmo que você o beba em sua caneca rachada favorita em vez de uma xícara de porcelana. "Arrumar significa lidar com todas as ‘coisas’ da sua vida", escreve Kondo no livro. "Então, o que você realmente quer colocar em ordem?" Kondo diz que sua vida passou por uma grande mudança depois que ela teve seu terceiro filho, e a arrumação externa ficou em segundo plano. "Minha casa está bagunçada, mas a maneira como estou gastando meu tempo é a maneira certa para mim neste momento, nesta fase da minha vida", disse ela por meio de um intérprete em um recente webinar da mídia e cerimônia de chá virtual. Ela incentiva todos a criarem seu próprio ritmo, suas próprias rotinas, com base no que os faz felizes, e oferece mais de 125 exemplos fotográficos serenos para inspirar. (A maioria não é, no entanto, de sua própria casa.) Criar uma rotina de alegria Sua tarefa para os leitores: crie uma rotina de alegria factível e cumpra-a por 10 dias, depois veja se as mudanças diárias de hábitos estão fazendo você se sentir melhor. Kondo diz que, para muitos, o espaço perfeitamente organizado não é realista. "Até agora, eu era uma arrumadeira profissional, então fiz o possível para manter minha casa sempre arrumada", disse ela no evento. "Eu meio que desisti disso no bom sentido para mim. Agora percebo que o que é importante para mim é aproveitar o tempo com meus filhos em casa." Embora suas duas séries da Netflix a mostrem ajudando pessoas sobrecarregadas de emoção com suas coisas, Kondo agora se concentra em uma abordagem mais focada, ajudando as pessoas a identificar pequenas atividades para trazer paz e alegria em um nível mais profundo. Entre as alegrias pessoais de Kondo: comprar pijamas 100% seda ou algodão orgânico, porque eles se sentem bem e a ajudam a dormir; examinar sua gaveta de folhas de chá e beber chá três vezes ao dia para trazer uma sensação de calma; e abrir sua caixa de costura de infância, que traz boas lembranças. Anteriormente, a diva organizada parecia ser um pouco difícil em compartilhar detalhes de seus pensamentos internos ou como ela encontrava tempo para relaxar. Mas agora Kondo escreve em seu livro que, embora ame seu trabalho, "às vezes eu prendo tanto minha agenda que me sinto exausta ou sou dominada pela ansiedade". Como profissional de limpeza, ela diz, se pressiona para manter a casa sempre em ordem. Ela e o marido, Takumi Kawahara, presidente da KonMari Media, empresa que ela fundou, planejam cuidadosamente seus dias para passar tempo com os filhos enquanto realizam outras tarefas. (Kawahara, aliás, vai para a cama no mesmo horário que as crianças e acorda às 4 da manhã.) Ela passa o dia abrindo as janelas para tomar o ar fresco da manhã, acendendo incenso e limpando as solas dos sapatos. E, sim, ela agradece a seus sapatos por apoiá-la quando ela os limpa após um dia de serviço. Outra atividade que desperta alegria, diz ela, é o scrapbooking. Ela enche seu álbum de recortes com fotos que recortou de livros ou revistas. O álbum de recortes é organizado por cor. (Claro que é.) Quando ela quer relaxar, ela olha para as páginas de itens verdes. Há também uma seção com bolos e doces. Kondo diz que, quando uma determinada foto não lhe traz mais alegria, ela a arranca. Ela sugere criar seu próprio álbum de recortes e consultá-lo antes de dormir para relaxar. Kondo diz que as pessoas perguntam a ela sobre seu próprio estilo de vida e rituais pessoais desde que seu livro A Mágica da Arrumação foi publicado nos Estados Unidos em 2014. "Arrumar nossas casas, arrumar nosso ambiente também é uma maneira de arrumar mentes", diz ela. Ao organizar nossos corações e mentes, fica claro o que realmente queremos, diz Kondo, acrescentando que essas são as coisas com as quais ela está lutando agora. Kondo diz que percebe que, à medida que seus filhos crescem, seu modo de vida mudará novamente. "Vou continuar olhando para dentro para ter certeza de que estou liderando meu próprio kurashi", diz ela.  

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O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor de livros como Feliz Ano Velho e Ainda Estou Aqui, que deu origem ao filme homônimo que concorre ao Oscar este ano, foi alvo de agressões neste domingo, 23, durante o bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, um dos mais tradicionais do pré-carnaval paulistano.

Um rapaz arremessou uma lata de bebida e uma mochila na direção do escritor, que não se feriu. As agressões aconteceram no início do cortejo, que desce a Rua da Consolação, no centro da capital, partindo do cruzamento com a Avenida Paulista. Paiva é porta-estandarte do Baixo Augusta desde o ano de fundação do bloco, há 16 anos.

De acordo com a assessoria do Baixo Augusta, o autor das agressões não disse os motivos que o levaram a arremessar os objetos contra o escritor. O homem, que não foi identificado, foi retirado do cortejo, segundo os organizadores.

"O Acadêmicos do Baixo Augusta lamenta o ocorrido no início do bloco. Durante as homenagens ao Marcelo Rubens Paiva, fundador e porta estandarte do bloco há 16 anos, um folião jogou objetos na direção do Marcelo. Foi um susto, uma violência nunca vista. O triste ocorrido não apagou o brilho da homenagem", disse o bloco, em comunicado.

Vídeos que circulam nas redes mostram o momento em que a mochila é arremessada. O agressor, do lado de fora do cordão de isolamento, joga o objeto com força, que resvala na cabeça de Marcelo.

O escritor, que é cadeirante, se locomovia pela parte de dentro da área isolada e usava uma máscara da atriz Fernanda Torres, que interpretou Eunice Paiva (mãe de Marcelo) em Ainda Estou Aqui. Ele desvia da mochila, que parece não atingi-lo. Em outros registros, o suposto agressor ainda faz gestos obscenos contra o escritor e contra fotógrafos que registraram a cena.

Depois das agressões, ele permaneceu na festa por mais algumas horas, posou ao lado da atriz Alessandra Negrini, rainha do bloco, cantou ao lado de Wilson Simoninha, e retornou para a sua residência. A reportagem tentou contato com Marcelo Rubens Paiva, mas não havia obitido retorno até a publicação deste texto.

Para o canal GloboNews, da TV Globo, Paiva lamentou o episódio "O cara jogou mochila na cara, não entendi o que aconteceu. Já é meu 16º desfile e nunca fui atacado. Coisa estranha e não entendi o porquê. Jogar uma mochila na cara de um cadeirante, porta-bandeira que quer se divertir, que faz isso há 16 anos, não entendi esse grau de violência", disse o escritor.

A reportagem buscou contato com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, e ainda aguardava um retorno até a publicação deste texto, o que acabou não ocorrendo. O espaço segue aberto

Em São Paulo, foram instalados 160 postos de atendimento e 30 torres de observação, principalmente nos 14 megablocos, que têm previsão de atrair cerca de 500 mil pessoas por dia. O Comando de Aviação da PM também será usado para sobrevoar a capital paulista com dois helicópteros Águia, com o objetivo de dar apoio às equipes em solo e atuar em alguma ocorrência de salvamento.

O Baixo Augusta é um dos 601 blocos de rua previstos para desfilar este ano, segundo a Prefeitura de São Paulo, que trata o carnaval paulistano como o maior do Brasil. O público estimado, conforme a gestão municipal, é de 16 milhões de pessoas. A previsão é de que as festas possam dar retorno econômico à capital de R$ 3,4 bilhões.

Mais de cinco mil búfalos selvagens estão devastando uma grande reserva biológica no oeste de Rondônia. Os animais estão transformando em deserto uma área equivalente a 60 mil campos de futebol no interior da Reserva Biológica (Rebio) Guaporé, unidade de conservação federal.

O desastre ambiental levou o Ministério Público Federal (MPF) a pedir, em ação judicial contra o governo de Rondônia e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a erradicação dos búfalos. Ao Estado, o MPF pede uma indenização de R$ 20 milhões.

O governo de Rondônia informou que trabalha na elaboração de um projeto que inclui o levantamento dos impactos ambientais causados pelos búfalos e um plano de mitigação, mas destaca que, pelo fato de serem animais selvagens, o controle se torna mais difícil.

Já o ICMBio informou que os búfalos ocupam uma área isolada de 96 mil hectares dentro da Rebio Guaporé, em Rondônia. "Sem estrada, nem sequer simples ramais, não há como retirar os animais, vivos ou mortos, por terra. Além disso, esses animais não têm acompanhamento sanitário, o que inviabiliza o abate para consumo", diz.

O instituto diz ainda que foram feitas várias reuniões com órgãos de interesse e sua equipe tem produzido pesquisas para avaliar as opções de um projeto de erradicação, a partir de informações precisas sobre o número de animais, sua origem, os impactos causados e métodos de controle.

Animais originários da Ásia

Com 600 mil hectares, a Guaporé é a maior reserva e com mais diversidade de paisagens de todo o Estado, com 14 tipos de vegetação. Animais originários da Ásia, os búfalos foram introduzidos na região em 1953 pela antiga Fazenda Pau d'Óleo como parte de um projeto estadual de incentivo à pecuária.

A área hoje pertence ao governo estadual. A fazenda foi abandonada e o lote inicial, de 36 animais, ficou solto e se reproduziu livremente, "em um habitat com farto alimento e nenhum predador", como relata o MPF. Se não houver controle, a estimativa é de que sejam 50 mil búfalos ocupando a metade de Rebio em 2030.

O MPF pede que o controle seja feito com métodos que causem o menor sofrimento possível aos animais e sem danos colaterais ao ambiente. Para o procurador da República Gabriel Amorim, que assina a ação, há risco para a pecuária do Estado, que tem o sexto maior rebanho bovino do Brasil.

"A existência descontrolada desses animais, inclusive, pode manchar a credibilidade da cadeia da pecuária de Rondônia, prejudicando gravemente a economia local", diz Amorim, na ação.

Informa ainda que presença dos animais e o hábito dos bubalinos de chafurdar a lama estão desviando cursos d'água, provocando erosões, pisoteando o solo e causando desertificação.

Segundo o MPF, os ambientes alagados que caracterizam a reserva foram reduzidos em 48% desde 2008, quando o problema foi constatado ainda em seu início. Os búfalos disputam alimentos com o cervo do pantanal, espécie ameaçada de extinção. O MPF relata que os animais destruíram sítios arqueológicos que haviam na região.

A ação pede que a Justiça Federal determine ao ICMBio que apresente, em até dez meses, um plano de controle dos búfalos "utilizando métodos que causem o menor sofrimento".

O plano deverá ser executado pelo Estado de Rondônia com seus próprios recursos humanos e equipamentos, sob supervisão do órgão federal. O Estado deverá ainda elaborar e executar um plano de recuperação da área degradada.

A ação tramita na 5.ª Vara da Seção Judiciária de Rondônia, que trata das questões ambientais no Estado. Além da Rebio Guaporé e da Reserva de Fauna Pau d'Óleo (antiga fazenda), já foi registrada a presença de búfalos na Reserva Extrativista Pedras Negras. A região, na fronteira com a Bolívia, tem vegetação típica de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado, com áreas alagadiças como as do Pantanal.

Plano com incinerador

Segundo o governo de Rondônia, uma lei estadual que permite a erradicação de búfalos não pode ser aplicada na Rebio Guaporé, por se tratar de unidade de conservação federal.

Em 2015, o governo do Estado chegou a discutir com o ICMBio um plano para o controle dos búfalos, com a construção de uma estrutura com currais e cochos que seriam usados para atrair os animais.

Foram previstos um incinerador para carcaças, veículos e barcos para o transporte do pessoal, além de alojamentos. Na época, o custo da estrutura estava orçado em R$ 1,6 milhão, mais R$ 600 mil por ano de operação. O projeto não avançou.

O ICMBio diz em nota que "estuda tecnicamente a melhor alternativa para a retirada dos búfalos, considerando as dificuldades logísticas para a destinação desses animais selvagens, diante da geografia do local". Sobre a ação do MPF, o instituto informou que os prazos judiciais estão sendo observados.

Fauna invasora

O Brasil convive com 272 espécies de animais exóticos que invadiram seus diversos ecossistemas, segundo base de dados do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental.

São consideradas exóticas as espécies que não pertencem originalmente àquele local e invasoras porque se reproduzem e se espalham de forma descontrolada, ameaçando a biodiversidade da área. Elas chegam ao País trazidas acidentalmente, por meio de navios e plataformas de petróleo, ou propositalmente para servir como alimentação, para pesca ou caça esportiva ou como animal doméstico.

Um dos exemplos mais típicos é o javali, um porco europeu trazido para criação que se espalhou pelos mais diversos ecossistemas brasileiros, predando a fauna silvestre e as lavouras. A caça de animais silvestres é proibida no Brasil, mas o controle de espécies invasoras é autorizado sob condições especiais pelos órgãos ambientais.

Em dezembro, o governo de São Paulo abriu licitação para o abate de javalis que infestam cinco unidades de conservação no Estado, inclusive o Parque Estadual de Ilhabela, no litoral norte.

O papa Francisco apresenta uma "insuficiência renal leve", de acordo com um novo boletim do Vaticano divulgado na tarde deste domingo, 23. Segundo o informe, o pontífice não teve nenhuma outra crise respiratória (como a que o acometeu na manhã de ontem), mas ele segue recebendo oxigênio por cateter nasal de alto fluxo e seu estado de saúde permanece "crítico".

De acordo com o novo boletim médico, o papa recebeu duas unidades de concentrado de hemácias com objetivo de aumentar a concentração de hemoglobina e, desta forma, elevar a oferta de oxigênio nos tecidos. A concentração do número de plaquetas no sangue, uma condição chamada de plaquetopenia, segue baixa, embora estável. No entanto, um novo exame de sangue realizado no domingo revelou uma "inicial, leve, insuficiência renal", que, segundo o boletim estaria sob controle.

"O Santo Padre continua vigilante e bem orientado. A complexidade do quadro clínico e a espera necessária para que as terapias farmacológicas deem algum retorno fazem com que o prognóstico permaneça reservado", diz ainda o boletim médico. "Nesta manhã, no apartamento do 10º andar, ele participou da Santa Missa na companhia de quem cuida dele nesses dias de hospitalização.

Mensagem escrita pelo pontífice

Pelo segundo domingo consecutivo o papa não pôde conduzir a tradicional benção dominical, conhecida como a oração do Angelus, mas uma mensagem escrita por ele foi lida ao público. "Por minha parte, continuo minha hospitalização com confiança (...) seguindo os tratamentos necessários; e o descanso também faz parte da terapia!", escreveu.

Francisco ainda agradeceu aos médicos e à equipe de saúde do Hospital Gemelli, em Roma, onde está internado desde 14 de fevereiro, pela "atenção" e "dedicação".

"Nestes dias, tenho recebido muitas mensagens de carinho e fiquei especialmente impressionado com as cartas e desenhos das crianças", acrescentou. "Obrigado por essa proximidade e pelas orações de conforto que recebi de todo o mundo!", escreveu, ainda, na mensagem.