Universo Paralello: a rave brasileira criada por pai de Alok que foi atacada em Israel

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A Universo Paralello, festa de música eletrônica criada no Brasil, acabou virando, em uma de suas edições internacionais, alvo da invasão do Hamas a Israel no sábado, 7. Foi o maior ataque ao país nas últimas décadas.

 

Juarez Petrillo, pai de Alok e criador do evento, e fãs brasileiros presentes relataram o desespero com os mísseis explodindo durante a festa e a fuga dramática enquanto os militantes do Hamas entravam pela fronteira com a Faixa de Gaza, próxima ao local escolhido para a rave.

 

Mas o que é a Universo Paralello?

 

Universo Paralello é o nome de um festival de música eletrônica nascido no ano 2000. Um dos fundadores é Juarez Petrillo, também conhecido como DJ Swarup. As primeiras edições foram realizadas em Goiás. O evento cresceu e se tornou uma das marcas mais conhecidas da música eletrônica brasileira, em especial do subgênero chamado de psytrance.

 

Na virada do ano de 2003 para 2004, a Universo Paralello saiu do Centro-Oeste e passou a ser realizada na Bahia, onde acontece até hoje, na praia de Pratigi. Em geral, o evento acontece a cada dois anos. Durante a pandemia, ele foi interrompido, mas agora aumentou a frequência, com edições no fim de 2022 e outra marcada para 2023.

 

A Universo Paralello é uma rave - festa de música eletrônica, geralmente em locais a céu aberto e afastados, que acontecem ao longo de um ou mais dias. Com sua popularização, ela passou a assinar também eventos fora do Brasil. No ano passado, por exemplo, foram anunciadas no perfil oficial do evento "teaser parties" da Universo Paralello no México, Portugal e Espanha.

 

Edição de Israel da turnê mundial da Universo Paralelo

 

O perfil oficial da Universo Paralello também fez, em agosto de 2023, um post para divulgar o evento chamado "Israel Edition - Universo Paralello - World Tour" (em português Edição de Israel - Universo Paralello - Turnê Mundial). O evento estava marcado para a madrugada de sexta-feira, 6, para sábado, 7. Na véspera, foi divulgada a programação de Djs.

 

Diversos fãs brasileiros foram à festa. Uma delas, a gaúcha Gabriela Barbosa, de 33 anos, contou ao Estadão que foi justamente o fato de a Universo Paralello ser um evento brasileiro que a fez querer comparecer à rave.

 

"Eu estou aqui em Israel desde o final de agosto para conhecer a família do meu namorado e conhecer o país. Meu namorado é israelense. A edição pocket da Universo Paralello aqui em Israel tinha sido a única festa que gente tinha planejado de ir com certeza com nossos amigos, inclusive porque a gente ama muito ir à Universo Paralello lá no Brasil, e uma festa aqui ia ser muito especial (...) A festa foi organizada em um campo aberto, mas que eles cercaram, muito perto da Faixa de Gaza, dentro do Estado de Israel. Eram cerca de 3 mil pessoas na estimativa das autoridades daqui", ela disse.

 

"Todo mundo estava dançando, muito feliz da vida. Aí, de manhã, meu namorado olhou para o céu e falou: 'São mísseis vindo de Gaza'. Eu fiquei chocada porque eu nunca tinha visto isso desde que eu estava aqui. E nesse momento as pessoas começaram a gritar e se desesperar. Porque veio um, depois vieram vários. Eles explodem no ar por causa do sistema antibomba (...) As pessoas começaram a se desesperar, querer sair da festa correndo. Eles desligaram a música e anunciaram no microfone para a gente deitar no chão e cobrir a cabeça por cerca de 10, 15 minutos", relatou Gabriela.

 

 

Ela afirmou que os fãs ficaram sob fogo cruzado na fuga e que ela teve sorte de ter saído rápido e não ter ido na direção de Tel Aviv. Segundo Gabriela, quem foi na direção da cidade atacada correu mais riscos - e, ainda mais, quem decidiu ficar no local da rave, que chegou a ser invadido pelos militantes do Hamas.

 

Alok diz que o pai apenas vendeu a marca e não era organizador

Alok disse na noite deste sábado, 7, que seu pai estava "seguro em um bunker aguardando direcionamento para retornar ao Brasil". Mais cedo, Juarez publicou em suas redes sociais vídeos do evento, quando bombardeios do conflito com o Hamas começaram. Ele relatou: "Guerra, mano, fala sério (...) Estou em choque até agora. E as bombas não param de explodir".

 

Segundo Alok, Juarez apenas licenciou os direitos da marca Universo Paralello a produtores israelenses, e não foi organizador da festa no local.

 

"O meu pai foi contratado a se apresentar em um evento que licenciou os direitos de uso do nome do festival, como já aconteceu em diversos outros países. O produtor israelense licenciou o uso da marca e produziu o evento por conta própria, sendo o meu pai uma das atrações."

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Duas praias brasileiras figuram na lista das 50 melhores do mundo, segundo a World's 50 Best Beaches, premiação mundial anual cujo ranking de 2025 foi divulgado nesta quinta-feira, 29. O Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos fluminense, e a Baía do Sancho, em Fernando de Noronha.

A melhor praia do mundo, segundo o ranking, é Cala Goloritzé, na Itália, seguida por Entalula, em Palawan, nas Filipinas, e Bang Bao, na Tailândia. Votaram mais de 1.000 profissionais de turismo de diversas nacionalidades, habituados a viajar pelo mundo e especialmente pelas praias.

No texto sobre o Pontal do Atalaia, a publicação afirma que a praia tem areia branca e fina e águas claras e calmas e é "particularmente conhecida por suas vistas espetaculares": "Do alto das falésias ao redor, os visitantes podem desfrutar de panoramas de tirar o fôlego do litoral e das ilhas próximas, tornando-se um destino verdadeiramente único".

A World's 50 Best Beaches também relembra que Arraial do Cabo é chamada de "Caribe brasileiro" e que, embora toda a região abrigue muitas praias deslumbrantes, Pontal do Atalaia "se destaca por sua tranquilidade, em grande parte devido ao seu acesso mais desafiador". A praia só pode ser acessada de barco ou por uma caminhada íngreme, o que ajuda a mantê-la menos lotada, mesmo em dias movimentados.

"Procure dias em que o vento sopra de trás da praia em direção à água, bem como dias com pouco ou nenhum vento", recomenda a publicação, que destaca o mar agitado em dias de ventania, já que a praia fica de frente para mar aberto.

A Baía do Sancho, por sua vez, foi classificada como a 25ª melhor praia do mundo. "Os penhascos ao redor proporcionam um cenário deslumbrante para as águas cristalinas de tom esmeralda e as areias douradas", registra a World's 50 Best Beaches. Segundo a publicação, o isolamento da praia e a ausência de empreendimentos comerciais realçam sua atmosfera tranquila, tornando-a um refúgio perfeito para quem busca paz e beleza natural.

Outro benefício é estar dentro de uma área de proteção ambiental. "Seu status de proteção dentro de um parque marinho nacional ajuda a manter sua condição intocada e garante aos visitantes uma experiência incrível sem aglomerações", diz o texto, que ressalta ainda a dificuldade de acesso: "Acessível apenas por barco ou por uma escada íngreme através de estreitas fendas rochosas, esta praia isolada oferece uma experiência incomparável".

As orientações quanto ao vento e às ondas são as mesmas de Pontal do Atalaia.

Um motorista de ônibus foi feito de refém nesta quarta-feira, 30, na Avenida José Pinheiro Borges, na região de Itaquera, zona leste da capital. A ação acabou por volta das 20h, com o motorista resgatado e o sequestrador, preso.

A Polícia Militar foi acionada após um homem, com uma faca, abordar um ônibus do transporte público e manter o motorista refém desde por volta das 17h40. Os únicos ocupantes do ônibus eram o sequestrador e o refém. O ônibus faz a linha 407L-10 (Barro Branco - Guilhermina Esperança).

O ônibus é da empresa Express Transportes Urbanos. Segundo funcionários da firma, o sequestrador é um ex-funcionário da empresa. O refém é funcionário da empresa há mais de 20 anos, segundo as mesmas fontes, e estava encerrando o expediente quando foi rendido.

O Corpo de Bombeiros e o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foram acionados e acompanham a ocorrência. A via, sentido centro, foi totalmente bloqueada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Agentes do GATE especializados em negociação participaram da ação para convencer o homem a se entregar. Atiradores chegaram a ser posicionados para disparar contra o homem, caso fosse necessário, o que não ocorreu.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu 675 pessoas nas últimas 24 horas, em operação realizada por todo Estado para capturar foragidos da Justiça. Batizada de Rastreio, a operação contou com mais de 2.500 policiais civis e 1.055 viaturas, informou o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

A maioria dos criminosos, segundo o chefe da pasta, foi detida por tráfico de entorpecentes (28%). Roubo (18%), homicídios (14%), furto (9%) e estupro (5%) foram outros crimes mais recorrentes cometidos pelos procurados.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, parte dos foragidos detidos integra facções criminosas. "Isso vai ser usado para a continuidade de outras investigações."

As buscas foram feitas com base em 1.080 mandados em aberto. Com a prisão de 675 foragidos, o trabalho de captura dos demais segue para localizar os demais, informou Guilherme Derrite.

"Ainda há um porcentual que a gente não conseguiu localizar nesse momento", disse. "Vamos deflagrar outras fases desta operação Rastreio", disse o secretário.

Ainda segundo o chefe da pasta, 47% dos presos na Operação Rastreio são reincidentes, ou seja, já tinham sido presos por outros crimes. "Certamente, essas pessoas cometeriam outros crimes e fariam novas vítimas", disse o secretário.