Uma nova Xuxa nas telas: 'Agora é a minha voz, o que eu penso'

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Xuxa permanece no imaginário dos brasileiros. Há uma, duas gerações, tornou-se um fenômeno midiático. Era a rainha dos baixinhos, mas eles cresceram. O mundo mudou, a Xuxa mudou. A Xuxa que está de volta tentando reconquistar seu posto de rainha das bilheterias é outra mulher. Ninguém sabe isso melhor do que ela, que chegou aos cinemas na quinta-feira, 12, com Uma Fada Veio Me Visitar.

Essa presença resistente como ícone popular ficou evidente naquele que talvez tenha sido o momento mais divertido da coletiva de lançamento do filme. O garoto que faz o namoradinho da jovem que a "fada" Xuxa protege contou que aprendeu muito com o profissionalismo dela. E acrescentou: "Minha mãe, quando soube que eu ia trabalhar com a Xuxa, não queria acreditar. É superfã dela".

O cinema já contou muitas histórias de fadas. "Mas de uma fada de 60 anos não", destaca Xuxa. A própria Tontom Périssé - filha de Heloisa Périssé -, que faz o papel da garota, não acredita quando a fada-madrinha aparece. E faz uma série de exigências para que ela prove seu poder. A reação é imediata: "Sou fada, não mágica".

Ninguém duvida que Xuxa seja uma mulher corajosa. Voltar é um risco e tanto para quem já foi a número um. Especialmente após a ausência de 14 anos, e num momento em que filmes brasileiros não ativam as bilheterias - mesmo os com maior potencial de público, como Tire Cinco Cartas e Pérola. Ela não esconde a expectativa, mas reconhece as dificuldades.

"Gosto muito da história do livro de Thalita Rebouças, que aborda temas importantes da adolescência. Fiquei com o enredo na cabeça, o momento chegou." A própria Thalita não se reconhece na versão anterior - É Fada, com Kéfera, de 2016. Agora, trabalhando em parceria com Vivianne Jundi - que fez Os Detetives do Prédio Azul 2, dirigiu seis temporadas de DPA na TV e codirigiu o terceiro filme da franquia -, identifica sua voz nos diálogos e na trama. "Xuxa diz que não é atriz, mas ela é, sim", garante Thalita.

BÊNÇÃO

Dani Calabresa, que faz uma participação, conta que foi uma bênção não ter contracenado com Xuxa no set. "Ia chorar, sou fã dessa mulher." A diretora compartilha a experiência de trabalhar com a rainha. "Xuxa é essa figura com quem o Brasil se identifica. Não é uma fada qualquer. É a Xuxa. A personagem, Tatu, tem muitas falas que remetem diretamente a ela", conta.

No filme, Xuxa tem um discurso final - a mensagem - em que fala contra bullying e preconceito, a favor da diferença de raça, gênero. O discurso é abrangente. Racismo, meio ambiente, Amazônia, desigualdade social. É a fada ou a própria Xuxa que revela essa consciência social e política?

A nova Xuxa é uma mulher empoderada. Ela imaginou que chegaria a essa idade com essa cabeça mais aberta? Sempre foi criticada por suas paquitas loiras - nenhuma negra - e pelo que os detratores chamavam de sexualização da infância. Faz sua autocrítica: "Durante muito tempo, as pessoas falavam por mim. Acabou. Agora é a minha voz, o que eu penso".

Esse empoderamento não veio de uma hora para outra. O repórter brinca: Xuxa acordou um dia e disse a si mesma que ia mudar? "Nãããoo, as coisas não acontecem assim. Foi um processo." Houve o livro autobiográfico Memórias, a coluna da Vogue, em que relatou episódios de abuso sexual na infância, o documentário do GloboPlay.

COM MARLENE

No quarto episódio de Xuxa, O Documentário, ela reencontrou Marlene Mattos, amiga e diretora por 19 anos. Romperam e nunca mais haviam se falado. No doc, Xuxa acusa: "Você não gostava de crianças". Afirma que Marlene abusou dela psicologicamente ao promover um inesperado encontro com seu pai - com quem ela estava rompida. Acabou! Xuxa retomou tudo - seu lugar de fala, o controle da própria vida.

Muito do que ela hoje defende está na contramão do que o Brasil viveu nos últimos anos. No passado, ela deu voz à gotinha, nas campanhas de vacinação. "O Brasil era referência mundial de saúde pública. A vacinação infantil atingia 97%."

Xuxa parece serena, uma mulher plena. Bela sempre foi. Ela conversa com o repórter reservadamente - uma das entrevistas individuais que deu, no hotel da Barra da Tijuca, no Rio. Brinca com a cachorrinha, no colo. A defesa dos animais é outra causa.

Na vida, e não apenas na arte, essa mulher sempre teve uma abertura para o fantástico. Imagens - e sons - passam pela cabeça do repórter, que a entrevistou outras vezes e visitou seus sets. "Doce, doce, doce, a vida é um doce, vida é mel", "Lua de cristal, que me faz sonhar", "Tudo o que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar". Filmes como Super Xuxa Contra o Baixo Astral, Lua de Cristal, Xuxa e os Duendes. Ela acredita em fadas?

"Uma vez, eu estava em casa, à noite. Sasha dormia. Vi aquela luzinha se movendo no quarto. Não era um vaga-lume. Acordei a Sasha, para que ela também visse. Não sei se era uma fada, não vi, mas senti uma presença", conta Xuxa. Para ela, nada parece impossível. Uma Fada Veio me Visitar chegou aos cinemas no Dia das Crianças. Serão 400 salas de todo o Brasil. Xuxa, Thalita Rebouças e a diretora Vivianne Jundi já falam em novas parcerias. Fada 2?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Religiosa abençoada pelo papa Francisco, bisneta de um dos líderes da Revolução Farroupilha e torcedora apaixonada do Internacional - essa era a freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, considerada a pessoa mais velha do mundo. Ela morreu nesta quarta-feira, 30, em Porto Alegre, aos 116 anos.

Inah nasceu em São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, em 1908. De acordo com o Guinness World Records, acredita-se que ela seja a última pessoa que nasceu naquele ano.

Quando menina, ela era tão magra que muitos não acreditavam que sobreviveria à infância. Mas Inah se tornou a pessoa mais velha do mundo em 4 de janeiro deste ano, após a morte da japonesa Tomiko Itooka.

Com a morte de Inah, o título de pessoa mais velha do mundo passa a ser da inglesa Ethel Caterham, nascida em 21 de agosto de 1909, atualmente com 115 anos.

Quando perguntada sobre o segredo de sua longevidade, ela atribuiu a Deus, dizendo que ele a ajudou a viver tantos anos. "Ele é o segredo da vida. Ele é o segredo de tudo."

Do começo como freira ao magistrado no Uruguai e no Rio

A freira começou sua jornada religiosa aos 16 anos, estudando na escola interna Santa Teresa de Jesus em Santana do Livramento (RS). Foi batizada na mesma cidade, em 21 de abril de 1926, aos 17 anos.

Mais tarde, mudou-se para Montevidéu, onde foi confirmada na Igreja Católica em 1º de outubro de 1929, aos 21 anos.

Em 1930, voltou ao Brasil para ensinar Português e Matemática em uma escola na Tijuca, no Rio de Janeiro. Aos 24 anos, renovou seus votos pela primeira vez na capital fluminense, seguida por uma segunda renovação um ano depois. Aos 26, fez seus votos perpétuos e tornou-se freira.

No início dos anos 1940, voltou para Santana do Livramento, onde estudou e foi batizada, para continuar sua vocação como professora.

Ela fazia parte das Irmãs Teresianas do Brasil. A congregação publicou uma homenagem à religiosa (abaixo).

Torcedora do Inter, freira comemorava aniversários com as cores do clube

Uma de suas paixões era o futebol. Apoiadora devota do Internacional, ela explicou que escolheu esse clube porque ele representa o povo. O time foi fundado um ano depois de Inah nascer, em 1909.

Após a morte da religiosa, o Colorado divulgou uma homenagem à sua torcedora mais antiga. "A torcedora colorada, que nos deixou nesta quarta-feira, era a mulher mais velha viva no mundo, e destinou seus 116 anos de vida à bondade, à fé e ao amor pelo Clube do Povo", comunicou.

Torcedores do clube resgataram um vídeo que mostra a religiosa comemorando seus aniversários com festas temáticas vermelho e branco. Em uma das imagens, ela mostra um bolo no formato do estádio Beira Rio.

Irmã foi abençoada pelo papa Francisco

Em 2018, ao celebrar seu 110º aniversário, Inah recebeu uma bênção apostólica do papa Francisco, além de um certificado, posteriormente exibido no canto de lembranças da comunidade em que reside.

Foi somente nessa idade que ela passou a usar um andador devido a dificuldades de mobilidade. Em 2021, aos 112 anos, recebeu sua 1ª dose da vacina contra a covid-19, tornando-se uma das pessoas mais velhas a receber o imunizante contra o vírus.

Em outubro de 2022, contraiu covid enquanto estava hospitalizada, mas conseguiu se recuperar da doença em novembro, tornando-se uma das sobreviventes mais velhas conhecidas da doença.

Pesquisa Genial/Quaest que ouviu 2.004 pessoas em todo o Brasil de 27 a 31 de março mostrou que o brasileiro considera a violência e a segurança pública como problemas de âmbito nacional (e não regional), e que o combate cabe aos governos federal e estaduais de forma compartilhada. A avaliação dos governos estaduais no combate à violência é melhor do que a sobre a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

Para 70% dos entrevistados, a violência e a segurança pública são problemas nacionais; outros 26% as consideram problemas regionais, e 4% não souberam ou não quiseram responder. Para 85% dos entrevistados, essas questões são de responsabilidade dos dois âmbitos de governo, federal e estaduais. Outros 9% consideram que é problema apenas dos governos estaduais, e 6% não souberam ou não quiseram responder.

A atuação do governo federal na segurança pública é classificada como negativa por 38%, positiva por 25% e regular por 32%. Outros 5% não souberam ou não quiseram responder.

Já os governos estaduais têm atuação negativa nessa seara para 28% dos entrevistados, para outros 36% a atuação é positiva, e para 29% é regular; 7% não souberam ou não quiseram responder.

Para tentar melhorar o combate à criminalidade, o governo federal enviou ao Congresso Nacional em 23 de abril a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 18/25, que reformula a segurança pública, propondo mais integração e coordenação entre os governos estaduais e federal e os órgãos do setor. A PEC vai começar a tramitar.

Outras quatro perguntas foram feitas na pesquisa sobre segurança pública. Para 47% das pessoas, nos últimos 12 meses a violência aumentou na cidade onde moram. Para 36% ficou igual e para 15% diminuiu; 2% não souberam ou não quiseram responder.

Vinte por cento dos entrevistados conhecem algumas pessoas que foram assaltadas ou furtadas nos últimos 12 meses. Outras 13% conhecem muitas pessoas, e 9% conhecem uma só pessoa nessa situação; 58% não conhecem ninguém que foi assaltado ou furtado.

Oitenta e seis por cento dos entrevistados concordam que "a polícia prende bandido, mas a Justiça solta porque a legislação é fraca"; 11% discordam, 1% não concorda nem discorda e 2% não souberam ou não quiseram responder.

Por fim, para 54% dos entrevistados, a guarda municipal estar armada ajuda a reduzir a criminalidade. Outros 43% acreditam que não ajuda, e 3% não souberam ou não quiseram responder.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Duas praias brasileiras figuram na lista das 50 melhores do mundo, segundo a World's 50 Best Beaches, premiação mundial anual cujo ranking de 2025 foi divulgado nesta quinta-feira, 29. O Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos fluminense, e a Baía do Sancho, em Fernando de Noronha.

A melhor praia do mundo, segundo o ranking, é Cala Goloritzé, na Itália, seguida por Entalula, em Palawan, nas Filipinas, e Bang Bao, na Tailândia. Votaram mais de 1.000 profissionais de turismo de diversas nacionalidades, habituados a viajar pelo mundo e especialmente pelas praias.

No texto sobre o Pontal do Atalaia, a publicação afirma que a praia tem areia branca e fina e águas claras e calmas e é "particularmente conhecida por suas vistas espetaculares": "Do alto das falésias ao redor, os visitantes podem desfrutar de panoramas de tirar o fôlego do litoral e das ilhas próximas, tornando-se um destino verdadeiramente único".

A World's 50 Best Beaches também relembra que Arraial do Cabo é chamada de "Caribe brasileiro" e que, embora toda a região abrigue muitas praias deslumbrantes, Pontal do Atalaia "se destaca por sua tranquilidade, em grande parte devido ao seu acesso mais desafiador". A praia só pode ser acessada de barco ou por uma caminhada íngreme, o que ajuda a mantê-la menos lotada, mesmo em dias movimentados.

"Procure dias em que o vento sopra de trás da praia em direção à água, bem como dias com pouco ou nenhum vento", recomenda a publicação, que destaca o mar agitado em dias de ventania, já que a praia fica de frente para mar aberto.

A Baía do Sancho, por sua vez, foi classificada como a 25ª melhor praia do mundo. "Os penhascos ao redor proporcionam um cenário deslumbrante para as águas cristalinas de tom esmeralda e as areias douradas", registra a World's 50 Best Beaches. Segundo a publicação, o isolamento da praia e a ausência de empreendimentos comerciais realçam sua atmosfera tranquila, tornando-a um refúgio perfeito para quem busca paz e beleza natural.

Outro benefício é estar dentro de uma área de proteção ambiental. "Seu status de proteção dentro de um parque marinho nacional ajuda a manter sua condição intocada e garante aos visitantes uma experiência incrível sem aglomerações", diz o texto, que ressalta ainda a dificuldade de acesso: "Acessível apenas por barco ou por uma escada íngreme através de estreitas fendas rochosas, esta praia isolada oferece uma experiência incomparável".

As orientações quanto ao vento e às ondas são as mesmas de Pontal do Atalaia.