Morte de fã em show de Taylor Swift: Veja repercussão internacional

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A morte de uma fã no show de Taylor Swift no Rio de Janeiro nessa sexta-feira, 17, se tornou o tema da editoria "Entretenimento" mais buscado do Google em tempo real, nos Estados Unidos, na manhã deste sábado, 18. Ana Clara Benevides, de 23 anos, não resistiu após passar mal antes da primeira apresentação da cantora americana no Brasil. Veículos de imprensa internacionais, como a BBC, The Guardian, The Independent, Hollywood Reporter, Vulture, reportaram o caso.

O britânico The Guardian destacou "condições insalubres" por causa das altas temperaturas e relatos de falta de água no Estádio Olímpico Nilton Santos, o Engenhão, no Rio. A sensação térmica na cidade na sexta bateu recorde e chegou a quase 60ºC, segundo a prefeitura. A temperatura foi de 41,4ºC na sexta-feira, 17.

Os veículos estrangeiros também mencionam as pausas que Taylor Swift fez na apresentação para pedir água para os fãs - ela foi filmada jogando garrafas para o público. No USA Today, a matéria sobre o pedido de Taylor Swift para a produção entregar água aos fãs se tornou uma das mais relevantes do site.

A morte de Ana Clara Benevides ganhou a manchete no site da revista Hollywood Reporter. "Taylor Swift diz estar 'devastada' com a morte de uma fã antes do show no Brasil", destaca o título. No texto, a matéria também comenta os relato sdos fãs nas redes sociais sobre falta de água e altas temperaturas.

A BBC destacou a carta aberta que Taylor Swift fez nas redes sociais após descobrir a notícia da morte da fã e disse ter pouca informação sobre a causa do óbito. No entanto, mencionou, assim como outros veículos, o vídeo da cantora jogando uma garrafa de água para o público. Veja abaixo.

Entenda o caso

Com um público de cerca de 60 mil pessoas, o primeiro show da turnê The Eras Tour da cantora Taylor Swift no Brasil ficou marcado por uma tragédia na noite dessa sexta-feira, 17. Ana Clara Benevides, de 23 anos, era fã da artista e morreu antes do início do show no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio.

"Não acredito que estou escrevendo essas palavras, mas é com o coração em pedaços que eu digo que perdemos uma fã mais cedo antes do meu show", escreveu Taylor ao saber da notícia após o show. A cantora disse estar devastada e não ter muitas informações sobre o caso. Destacou também que a garota "incrivelmente linda e muito jovem".

A Tickets for Fun, responsável pela organização do show no Brasil, lamentou a morte e disse ter dado suporte à jovem. Segundo a nota da empresa, ela foi "prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médico" do estádio. Em seguida, a jovem foi levada ao Hospital Salgado Filho, onde morreu depois de quase uma hora de atendimento.

A empresa foi alvo de críticas por problemas de organização e pela proibição de que os fãs levassem sua própria água ao estádio, mas ainda não se manifestou sobre essas queixas.

Segundo Estela Benevides, prima de Ana Clara, a jovem era natural de Sonora, em Mato Grosso do Sul, e saiu "para realizar um sonho da vida" no Rio. Estava muito "animada e feliz". Era a primeira vez da estudante de Psicologia andando de avião.

Ana foi socorrida antes do início do show ao desmaiar na grade em frente ao palco, dentro do Engenhão. Chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu. "Não sabemos ainda a exata causa da morte. Só que estava muito calor e ela estava há horas na fila", disse a prima.

De acordo com Estela, os pais da jovem saíram de Pedro Gomes (MS) com destino ao Rio na madrugada deste sábado, 18, para levá-la de volta à cidade. "Não da forma como queríamos", disse ao Estadão. "Nossa família está em choque. É inacreditável. (...) Ela deixou uma grande marca na vida das pessoas".

Amigos de Ana, como o enfermeiro Thiago Fernandes, de 22 anos, deixaram sua despedida nas redes sociais. "É Ana, você foi notada pela sua ídola, infelizmente de uma forma triste. Mas você vai ser lembrada PRA SEMPRE".

A Associação Acadêmica de Psicologia Atlética Valhalla da Universidade Federal de Rondonópolis, da qual Ana Clara fazia parte como diretora, também manifestou pesar pela morte da colega. "Partiu deixando um enorme vazio em nossos corações", escreveu.

Taylor Swift afirmou em sua nota não estar apta a falar no momento porque se sente mal. "Eu quero dizer agora que eu sinto fundo essa perda em meu coração pela família e amigos dela", disse e continuou: "Essa é a última coisa que eu desejava que acontecesse quando decidimos trazer essa turnê ao Brasil".

Fã morre após desmaiar na grade antes do primeiro show da 'The Eras Tour' da Taylor Swift começar no Rio.

Fã morre após desmaiar na grade antes do primeiro show da 'The Eras Tour' da Taylor Swift começar no Rio. Foto: Reprodução/@taylowswift

O show da sexta-feira foi o primeiro de três shows da artista no Engenhão. O próximo será neste sábado, 18. Segundo a empresa Climatempo, a temperatura ainda vai aumentar. A máxima prevista para este sábado no Rio é de 42ºC.

Em São Paulo, os shows estão agendados para os dias 24, 25 e 26 de novembro.

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A Andreani Logística anunciou nesta terça-feira, 29, a suspensão dos serviços prestados à Fundação Butantan, incluindo o armazenamento de insumos utilizados na produção de vacinas. O centro de pesquisa, por sua vez, afirma que o contrato com a empresa foi encerrado dentro do prazo previsto e nega qualquer interrupção inesperada.

A versão da Andreani, no entanto, é diferente. Segundo a empresa, o contrato original teve vigência de abril de 2023 a abril de 2024, com solicitação da fundação para que a operação fosse mantida por mais seis meses, enquanto uma nova licitação era elaborada. A previsão era de que a prorrogação se encerrasse em 30 de setembro. Em agosto, porém, o Butantan já havia selecionado a empresa Simas Logística como vencedora da concorrência.

Em 30 de setembro, a fundação teria enviado à Andreani uma prorrogação unilateral do contrato até abril de 2025 - decisão que a empresa afirma que não aceitou nem assinou. "Estamos prestando serviço sem contrato. Não existe negócio unilateral, e o Butantan agiu de forma arbitrária. Isso está sendo discutido em juízo", afirma a Andreani.

A disputa pela gestão logística, armazenamento e distribuição de vacinas já foi levada ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), após a Andreani, segunda colocada no certame, contestar a legalidade da contratação da Simas. Um dos principais pontos de questionamento é a transparência do processo. Segundo a Andreani, o edital exigia a apresentação de uma licença que comprovasse a atuação da empresa em São Paulo - o que facilitaria a logística -, mas o documento da Simas não foi disponibilizado, mesmo após solicitação formal.

Outro ponto de crítica da Andreani é o que considera "falta de preparo da nova operadora". De acordo com a empresa, nas últimas 48 horas, equipamentos do Butantan que estavam sob sua guarda foram transferidos para uma fazenda da fundação e não para instalações da Simas, em um movimento que comprovaria a ausência de estrutura adequada.

A Andreani afirma que a única movimentação solicitada até o momento foi essa. A denúncia foi levada ao Ministério Público.

Embora o início oficial das atividades da Simas estivesse previsto para 17 de abril, a Andreani afirma que continuou recebendo cargas. "De 1º até 28 de abril, recebemos 340 paletes de insumos, sendo 40 apenas na segunda-feira, 28", afirma. A empresa também alega que nenhum desses materiais foi retirado até agora - versão contestada pelo Butantan, que informa já ter transferido 900 paletes para a nova operadora.

Segundo a Andreani, os serviços vêm sendo mantidos sem contrato e com valores determinados de forma unilateral pelo Butantan. A empresa afirma que, a partir desta quarta-feira, 30, deixará de receber novos insumos e de transportar cargas já armazenadas - função que também está sob sua responsabilidade - caso não seja apresentado um cronograma detalhado de transferência, amparado legalmente, com respeito aos valores comerciais anteriormente pactuados e acesso completo à documentação do processo licitatório.

A empresa afirma ainda que o imbróglio coloca em risco a integridade dos insumos. Ela assegura que as cargas sob seus cuidados seguirão armazenadas e refrigeradas, mas se recusa a receber novos insumos para armazenamento ou a realizar o transporte dos que já estão armazenados.

O que diz o Butantan?

A Fundação Butantan afirma que a Simas Logística, vencedora da licitação, dispõe de um galpão já qualificado e começou a receber insumos desde 3 de abril - informação que, assegura, foi previamente comunicada à Andreani.

Inicialmente, a fundação afirma que foram encaminhados materiais não refrigerados e, a partir de 30 de abril, a nova operadora também passará a receber insumos refrigerados. "Mais de 900 paletes já foram transferidos para as instalações da Simas, e a previsão é de que toda a migração seja concluída até o fim de maio", diz o Butantan.

O centro de pesquisa também destaca que o contrato com a Andreani foi firmado por inexigibilidade de licitação - modalidade diferente de uma contratação emergencial - e foi prorrogado unilateralmente com base na Lei 14.133/2021. "A empresa segue prestando serviços até o encerramento do contrato, em 30 de abril. Após essa data, caberá à Andreani permitir a retirada do restante dos materiais, já que a Simas está plenamente capacitada para armazenar e operar com os insumos", afirma.

A fundação assegura que não há risco de interrupção na produção de vacinas, especialmente considerando que a entrega das doses contra gripe ao Ministério da Saúde já foi concluída e que essa produção, a de maior volume do Butantan, só será retomada no segundo semestre, como ocorre regularmente.

A instituição também defende a regularidade do processo licitatório. Afirma que todo o procedimento foi conduzido com transparência e dentro da legislação, sendo reiteradamente validado por decisões judiciais favoráveis, e acrescenta que a Simas teria apresentado uma proposta com preço 45% inferior ao da segunda colocada, gerando uma economia estimada em R$ 72 milhões. "O que ocorreu, portanto e simplesmente, foi que a Andreani perdeu uma licitação", afirma o Butantan.

Segundo a fundação, a Andreani apresentou diversos recursos, todos sem sucesso. Além do recurso administrativo indeferido no âmbito do próprio Butantan, a empresa teve três pedidos de liminar negados pela Justiça - dois já em segunda instância - e teve indeferido também, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), o pedido de suspensão do certame. O processo ainda está em fase de instrução para julgamento do mérito, mas relatório técnico da fiscalização do TCE concluiu pela regularidade da licitação e improcedência da representação feita pela empresa.

Um metalúrgico de 22 anos morreu baleado durante discussão no trânsito em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada do domingo, 27. O autor do tiro fugiu e não havia sido identificado até a publicação desta reportagem, segundo a polícia.

Patrick da Silva Brito morava em Diadema e na noite de sábado, 26, foi à festa de aniversário de um amigo em São Bernardo do Campo. Ao fim do evento, na madrugada de domingo, pegou carona com um amigo que também mora em Diadema. Durante o trajeto, enquanto passavam por uma rua próxima do Corredor ABD, se depararam com um carro parado na via, impedindo a passagem. Fora do veículo, um casal discutia.

O amigo de Patrick, que dirigia um Citroen C4 Cactus branco, buzinou pedindo passagem. O homem responsável pelo outro veículo sacou um revólver e disparou dois tiros na direção do motorista, segundo foi registrado na Polícia Civil.

Quando o amigo de Patrick percebeu a reação do rapaz, manobrou e tentou fugir, mas um dos tiros atingiu a nuca de Patrick. O amigo saiu com o veículo rumo a um hospital e, no caminho, encontrou guardas-civis municipais e pediu ajuda. Patrick chegou vivo ao hospital, mas não resistiu.

O caso está sendo investigado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil em São Bernardo do Campo, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado. Até a noite de terça-feira, 29, o autor dos tiros não havia sido identificado.

Ainda hoje, muitos órgãos para transplante são transportados em embalagens que usam o gelo para manter refrigeração, sem controle preciso da temperatura. Pensando nisso e em outras demandas baseadas na realidade brasileira, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma embalagem inteligente que promete mudar esse cenário.

O produto é equipado com um sistema de monitoramento em tempo real, via internet, que permite rastrear o órgão e detectar qualquer queda ou alteração de temperatura durante o transporte. A embalagem, além disso, possui uma autonomia de até 6 horas e conexão de backup para garantir a continuidade do processo em situações adversas.

"Ela tem várias funcionalidades para dar um suporte em tempo real e garantir que esses órgãos e tecidos sejam transportados na temperatura adequada, diferentemente do gelo, em que não temos controle algum", detalha Bartira de Aguiar Roza, coordenadora do projeto e professora da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp. "O objetivo é reduzir perdas e otimizar o trabalho."

De acordo com a professora, existe uma perda estimada de 5% dos órgãos que são transportados a uma longa distância. As caixas, ela explica, precisam passar por diferentes ambientes, como aeroportos e táxis, onde muitas vezes a temperatura do ar-condicionado não é suficiente para manter a refrigeração adequada.

"Além disso, existem os requisitos de segurança, de rastreabilidade. Existem produtos que são transportados com alta tecnologia, mas, quando falamos de órgãos humanos, estamos transportando com iglu de gelo. Precisamos responder várias demandas, não só a demanda de perdas, mas também assegurar a rastreabilidade", diz.

A inovação é mais cara do que as embalagens padrão. A estimativa é de que chegue ao mercado por um valor entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. "Mas, comparando com caixas desenvolvidas em outros países, é mais barata", assegura a pesquisadora. "Caixas (estrangeiras) que ainda usam gelox, mas são rastreadas são vendidas por R$ 80 mil no Brasil. Desenvolvemos o produto para ter uma caixa nossa, da qual possamos nos orgulhar e que, sobretudo, seja mais barata."

Recentemente, foi concluída a etapa de validação pré-clínica da nova embalagem por meio de um estudo de caso-controle. Nessa fase, foi feita uma comparação entre o modelo atualmente utilizado no Brasil e a proposta desenvolvida pelos pesquisadores. Segundo Bartira, os resultados demonstraram que a nova embalagem é segura para o transporte de órgãos e tecidos destinados a transplantes.

O produto ainda deve passar por outros testes com órgãos humanos e a expectativa é que esteja disponível no mercado no início de 2026. A embalagem começou a ser desenvolvida em 2017, sem nenhum tipo de apoio financeiro, e em 2020 recebeu um aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A tecnologia foi desenvolvida pela Unifesp, por meio da Escola Paulista de Enfermagem e da Escola Paulista de Medicina, em parceria com a São Rafael Câmaras Frigoríficas, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e o Centro de Tecnologia em Embalagem para Alimentos do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL).