Taylor Swift adia show deste sábado no Rio após morte de fã

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Taylor Swift adiou o show que faria no Rio de Janeiro neste sábado, 18, por causa das "temperaturas extremas no Rio". Seria o segundo show de sua turnê no Brasil. O anúncio foi feito pela cantora no Instagram às 17h30 deste sábado, cerca de duas horas antes do horário marcado para o início da apresentação. Parte do público já tinha entrado no local.

Com um público de cerca de 60 mil pessoas, o primeiro show da turnê "The Eras Tour" no Brasil ficou marcado por uma tragédia na noite de ontem, 17. Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu no início do show no Estádio Nilton Santos, o Engenhão.

"Estou escrevendo isso do meu camarim no estádio. Tomamos a decisão de postergar o show de hoje devido às extremas temperaturas no Rio. A segurança e o bem-estar dos meus fãs, colegas de trabalho e equipe precisa e sempre estará em primeiro lugar", Taylor escreveu no Instagram neste sábado.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse na rede social X (antigo Twitter) que haverá uma nova data na segunda-feira, 20. A informação sobre a nova data ainda não foi confirmada pela artista nem pela organização.

"Eu acabei de receber um informe dos responsáveis pelo show da Taylor Swift. Tem dois fatores aí que levam para que o show seja adiado de hoje para segunda-feira. Primeiro a artista parece que não está bem devido aos ocorridos de ontem. De fato a temperatura do Rio de Janeiro está muito alta, muitos atendimentos médicos. Quero pedir para quem não chegou ao Engenhão ainda para obviamente dar meia volta, não sair de casa. Quem está no Engenhão segue com toda tranquilidade, a organização vai ver como esse ingresso vale para segunda-feira. Se não puder valer a gente vai dar um jeito de recompensar as pessoas. Com muita calma, tranquilidade, estamos acionando os órgãos aqui", disse Paes.

A cantora também tem um terceiro show marcado no Rio, para o domingo, 19. Em São Paulo, os shows estão agendados para os dias 24, 25 e 26 de novembro.

Morte de fã na sexta-feira

"Não acredito que estou escrevendo essas palavras, mas é com o coração em pedaços que eu digo que perdemos uma fã mais cedo antes do meu show", escreveu Taylor na madrugada de sexta-feira ao saber da notícia após o show. A cantora disse estar devastada e não ter muitas informações sobre o caso. Destacou também que a garota "incrivelmente linda e muito jovem".

A Tickets for Fun, responsável pela organização do show no Brasil, lamentou a morte e disse ter suporte à jovem. Segundo a nota da empresa, ela foi "prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médico" do estádio. Em seguida, a jovem foi levada ao Hospital Salgado Filho, onde morreu depois de quase uma hora de atendimento.

A empresa foi alvo de críticas por problemas de organização e pela proibição de que os fãs levassem sua própria água ao estádio, mas ainda não se manifestou sobre essas queixas.

Por meio das redes sociais, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), lamentou a morte da jovem e disse que providências serão tomadas para os próximos shows da artista no Rio.

O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) afirma que, conforme determinado em legislação, como os responsáveis pelo show da cantora Taylor Swift cumpriram todas as exigências do CBMERJ relacionadas às condições de segurança contra incêndio e pânico, as ocorrências médicas ficaram a cargo da produção do evento. Por sua vez, a empresa organizadora, não divulgou números sobre atendimentos.

Segundo Estela Benevides, prima de Ana Clara, a jovem era natural de Sonora, em Mato Grosso do Sul, e saiu "para realizar um sonho da vida" no Rio. Estava muito "animada e feliz". Era a primeira vez da estudante de Psicologia andando de avião.

Ana foi socorrida antes do início do show ao desmaiar na grade em frente ao palco, dentro do Engenhão. Chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu. "Não sabemos ainda a exata causa da morte. Só que estava muito calor e ela estava há horas na fila", disse a prima.

De acordo com Estela, os pais da jovem saíram de Pedro Gomes (MS) com destino ao Rio nesta madrugada de sábado, 18, para levá-la de volta à cidade. "Não da forma como queríamos", disse ao Estadão. "Nossa família está em choque. É inacreditável. (...) Ela deixou uma grande marca na vida das pessoas".

Amigos de Ana, como o enfermeiro Thiago Fernandes, de 22 anos, deixaram sua despedida nas redes sociais. "É Ana, você foi notada pela sua ídola, infelizmente de uma forma triste. Mas você vai ser lembrada PRA SEMPRE".

A Associação Acadêmica de Psicologia Atlética Valhalla da Universidade Federal de Rondonópolis, da qual Ana Clara fazia parte como diretora, também manifestou pesar pela morte da colega. "Partiu deixando um enorme vazio em nossos corações", escreveu.

Taylor Swift afirmou em sua nota não estar apta a falar no momento porque se sente mal. "Eu quero dizer agora que eu sinto fundo essa perda em meu coração pela família e amigos dela", disse e continuou: "Essa é a última coisa que eu desejava que acontecesse quando decidimos trazer essa turnê ao Brasil".

Durante o show, em meio à euforia e gritos de "Taylor, eu te amo", a cantora precisou parar a apresentação para pedir à sua produção que entregasse água para os fãs na plateia. Nas redes sociais, fãs relataram calor extremo, e proibição pela organização do evento de entrada de garrafas de água. Havia apenas a venda da bebida no local.

Em vídeos, a produção da cantora aparece entregando copos de água aos fãs que estavam na grade perto do palco após a solicitação da artista.

Justiça

A repercussão nas redes sociais atingiu os cinco primeiros lugares dos trending topics do X, antigo Twitter, durante a madrugada. Fãs da cantora pedem 'Justiça Por Ana' e que a empresa organizadora do evento, a Tickets For Fun, distribua água durante os próximos shows.

O show desta sexta-feira foi o primeiro de três shows da artista no Engenhão. O próximo será neste sábado, 18. Segundo a empresa Climatempo, a temperatura ainda vai aumentar. A máxima prevista para este sábado no Rio é de 42ºC, dois graus a mais do que nessa sexta, que teve máxima de 40º e sensação térmica de quase 60º.

Em São Paulo, os shows estão agendados para os dias 24, 25 e 26 de novembro.

A T4F, organizadora do evento, publicou comunicado informando que promoverá "fornecimento de água gratuita nas filas e em todos os acessos e entradas ao estádio e no seu interior".

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O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Porta dos Fundos lançaram uma campanha no Dia Internacional da Mulher para conscientizar o público sobre os direitos das mulheres e as leis que garantem sua proteção. A iniciativa não envolveu o pagamento de cachês nem qualquer outro tipo de contrapartida financeira, de acordo com a Corte, e tem o objetivo de tornar as informações mais acessíveis e didáticas.

A campanha incluiu a produção de dois vídeos. O primeiro foi publicado no sábado, 8, e o segundo, nesta segunda-feira, 10.

O primeiro vídeo aborda a tese da "legítima defesa da honra", que por anos foi usada para justificar feminicídios e agressões contra mulheres. A produção, com roteiro de Kika Hamaoui e Gustavo Vilela e participação do Gregório Duvivier, ironiza a tese que já foi derrubada pelo STF.

Toffoli destacou que a manutenção da tese da "legítima defesa da honra" naturalizava a violência e estimulava o feminicídio. Para o STF, cabe ao Estado coibir práticas abusivas e discriminatórias que validam a violência.

O segundo vídeo, escrito por Barbara Duvivier e Gabriela Niskier, questiona a falsa narrativa de que o passado da vítima pode interferir em casos de assédio ou crime sexual. A esquete do Porta destaca como esse tipo de julgamento desestimula denúncias e ajuda a perpetuar a impunidade.

Confira o vídeo aqui

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou em texto publicado no site da Corte que a parceria "contribui de forma significativa para a disseminação de informações que são de interesse público".

"As decisões citadas nos vídeos do Porta dos Fundos já estão mudando a vida de muitas mulheres. O Supremo Tribunal Federal julgou inaceitável o argumento da legítima defesa da honra e considerou que fere os direitos fundamentais da mulher considerar o passado dela durante um processo por assédio, por exemplo. E é importante comunicar esses entendimentos assim, de maneira ilustrativa e popular. Estamos certos de que esse conteúdo vai levar muita gente a refletir sobre a importância de proteger as mulheres da violência física, processual e outras formas de abuso".

As considerações sobre o comportamento da mulher vítima de crimes contra a dignidade sexual, como o estupro e o assédio sexual, eram argumentos utilizados por acusados, advogados, policiais, testemunhas, membros do Ministério Público e juízes durante a tramitação de ações judiciais.

Em maio de 2024, o STF considerou que perguntas sobre o histórico de vida "vitimizam duplamente as mulheres, especialmente as que sofreram agressões sexuais". E entendeu que, se a prática desses questionamentos não for impedida durante a investigação, o juiz responsável pode ser responsabilizado administrativa e penalmente.

O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), André Corrêa do Lago, informou nesta segunda-feira, 10, que o tema da agricultura entrará na agenda de ações, que está em fase de elaboração. Por outro lado, esse tópico não será tratado nos textos de negociação entre os países. "Não há questões específicas com relação à agricultura que possam trazer algum tipo de evolução significativa", declarou, em coletiva nesta segunda-feira, em Brasília.

Sobre o financiamento para a conversão e restauração de florestas, Corrêa do Lago disse que há encaminhamentos em diferentes frentes, incluindo a estruturação do chamado "mercado de carbono de restauração". Está sendo feita discussão com economistas e demais especialistas sobre o tema.

A perspectiva é também reforçar iniciativas já lançadas, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), proposta apresentada pelo Brasil em 2023 para remunerar países em desenvolvimento que conservam suas florestas tropicais. Na época, foi estimada uma captação potencial de US$ 250 bilhões, com benefício a cerca de 80 países.

A carta do presidente do presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, foi bem recebida por agentes do setor privado e do terceiro setor. Para os especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ênfase na restauração florestal e no multilateralismo foram pontos positivos da primeira comunicação oficial da conferência da ONU. A COP reunirá representantes de mais de 190 países em Belém (Pará) em novembro.

"A valorização das florestas na luta contra a mudança climática foi um chamado contundente à ação contra o desmatamento e à exploração das oportunidades econômicas ligadas ao uso sustentável desses ecossistemas", afirmou Carolle Alarcon, cofacilitadora da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

A COP30 será a primeira num país com uma grande floresta tropical desde 2014. Naquele ano, a COP14 foi sediada em Lima, no Peru. Além disso, a COP30 será a primeira realizada após duas edições sediadas em países pequenos e de economia baseada em petróleo e gás, os Emirados Árabes Unidos (2023) e o Azerbaijão (2024), como lembrou o fundador e sócio-diretor da ECCON Soluções Ambientais, Yuri Rugai Marinho. "Somos um país muito extenso, com grande remanescente de florestas e economia com base forte em agronegócio, energia renovável e biocombustíveis. Falamos na condição de um importante hub climático para o mundo", disse Marinho.

A carta do presidente da COP30 também foi considerada uma mensagem forte em defesa do multilateralismo, na avaliação de Alexandre Prado, líder de mudanças climáticas do WWF-Brasil. "Apenas saídas individuais não bastam para enfrentar o desafio global das mudanças climáticas. Só a partir do diálogo e da cooperação é que podemos adotar saídas e soluções coletivas para um problema que afeta diretamente a vida das pessoas em todos os lugares do mundo", disse Prado.

Para Prado, a carta confirma a missão de a COP30 ser a conferência da implementação e diz que o texto é um "chamado à ação". "Essa será a COP da implementação, destacando a essencial participação de lideranças indígenas, mostrando que ciência, tecnologia e conhecimentos tradicionais devem caminhar juntos para o enfrentamento das crises climática e de biodiversidade", afirma.

Se o espaço a lideranças indígenas será relevante ou não, somente o tempo dirá, mas a carta do presidente da conferência da ONU abre espaço para isso. No primeiro comunicado oficial da organização da COP30, o presidente lembrou que a origem tupi da palavra mutirão é motyrõ.

"O documento de 11 páginas traz a visão da presidência brasileira sobre o processo da COP30 e faz um chamado a todos os países pelo trabalho conjunto ("mutirão", cuja origem tupi motyrõ é lembrada pelo embaixador) contra a mudança climática", diz comunicado do Observatório do Clima.

"A promessa de protagonismo para os povos indígenas e as comunidades locais reforça a importância de reconhecer seu papel vital na preservação da natureza e a vulnerabilidade desproporcional que enfrentam diante da crise climática. Mudança do clima", disse Alarcon.

"A proposta de formação de um Círculo de Presidências, um grupo que acumularia o conhecimento adquirido em todas as cúpulas desde a assinatura do Acordo de Paris, é um reconhecimento dos avanços alcançados", acrescentou Alarcon.

Sobre a questão dos combustíveis fósseis, o Observatório do Clima faz uma crítica à carta do presidente da COP30. "A única solução real para a crise do clima - a eliminação gradual, justa e equitativa dos combustíveis fósseis - ainda não consta na lista de prioridades da conferência de Belém", diz o comunicado do Observatório que reúne 133 organizações não governamentais, think tanks, associações e fundações, como a FGV.

O superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, ressaltou que Corrêa do Lago definiu a conferência em Belém como o "momento da virada". "A COP30 representa uma oportunidade para o Brasil destacar seu compromisso com a sustentabilidade, atraindo investimentos e promovendo a descarbonização e a inovação. E as empresas brasileiras podem se beneficiar ao alinhar suas estratégias de negócios às tendências globais de sustentabilidade, fortalecendo a competitividade no mercado internacional."