João Carreiro: diretor de hospital diz que morte foi 'fatalidade'; cirurgia durou 12 horas

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O cantor sertanejo João Carreiro morreu nesta quarta-feira, 3, aos 41 anos, após complicações devido a uma cirurgia para adicionar uma válvula no coração no Hospital do Coração, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Mais tarde, o diretor do hospital, Jandir Gomes, disse que a morte foi uma "fatalidade".

"Infelizmente, o João entrou para a estatística de cerca de 3% de pacientes que morrem em cirurgias cardíacas", apontou o diretor em uma coletiva de imprensa noticiada pelo G1. Jandir, porém, não foi o responsável por realizar a cirurgia do artista. Segundo ele, o procedimento durou 12 horas até o coração do sertanejo sofrer uma falência.

O diretor explicou que a morte se deu por diversas causas. João tinha uma condição chamada prolapso da válvula mitral (PVM) - um "afrouxamento" na válvula do coração -, além de ter enfrentado um quadro de febre reumática.

"No caso do João, pode ter sido um problema desde a infância, que foi evoluindo ao longo da vida. [...] O coração dele já não era normal, o órgão já tinha uma dilatação fora do comum", comentou Jandir sobre o prolapso.

João ficou conhecido nos anos 2000 na formação de dupla com o ex-companheiro, Capataz, que informou e lamentou a morte no Instagram. "Ninguém, além de nós, saberá o que vivemos", escreveu o colega.

Um dia antes do procedimento, Carreiro havia publicado vídeo nas redes sociais brincando sobre a roupa hospitalar e informando que faria a cirurgia no coração e passaria alguns dias fora das redes sociais. "Pode ficar tranquilo, que já deu tudo certo", disse.

Durante a quarta-feira, a mulher do cantor, Francine Caroline, também deu atualizações do estado de saúde e chegou a informar que o coração já estaria funcionando sozinho após adicionarem a válvula no órgão do artista. Segundo a mulher, a equipe médica finalizaria o procedimento dentro de duas horas. No entanto, horas depois, Francine pediu por orações pela vida do sertanejo.

Natural de Cuiabá, no Mato Grosso, João deixou a dupla João Carreiro & Capataz em 2014 e resolveu seguir carreira solo após sucessos como Bruto, Rústico e Sistemático e Xique Bacanizado. Sozinho, Carreiro lançou duas músicas recentemente, dentre elas Meu Avô e Bagulho é Louco Mano.

O último show do sertanejo foi na virada do ano para 2024 no município de Pedra Preta, no seu estado de origem.

Outros artistas como Ana Castela e a dupla Jads e Jadson também publicaram as suas condolências pela morte do músico. Nos stories do Instagram, Ana publicou registros junto ao cantor e agradeceu pela visita que Carreiro fez a sua cidade natal, Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul, no dia 30 de dezembro, "Deus sabe de tudo, e ele te queria com ele", disse.

Velório ocorre hoje em Campo Grande

O velório do sertanejo João Carreiro ocorreu na manhã da quinta-feira, 4, na Câmara Municipal de Campo Grande (Mato Grosso do Sul). Depois, o corpo foi levado para Cuiabá (Mato Grosso), onde foi sepultado, nesta sexta-feira, 5.

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A Colorado do Brás abriu os desfiles do grupo especial de São Paulo do carnaval paulistano na noite desta sexta-feira, 28, no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da cidade. A agremiação que completa 50 anos levou para a passarela o enredo Afoxé Filhos de Gandhy, no ritmo da fé, que faz uma homenagem ao tradicional bloco carnavalesco Filhos de Gandhi, que nasceu em Salvador na década de 1940.

Na sequência, já invadindo a madrugada de sábado, 1° de março, desfilarão Barroca Zona Sul (0h05), Dragões da Real (1h10), Mancha Verde (2h15), Acadêmicos do Tatuapé (3h20), Rosas de Ouro (4h20) e, para fechar o primeiro dia de apresentação, Camisa Verde e Branco (5h30).

As escolas prometem colocar na avenida enredos que valorizam a história dos negros no carnaval, com referências à cultura e às religiões de matriz africana, como a Barroca Zona Sul, com Os nove oruns de Iansã. A Dragões da Real, segunda colocada do carnaval de 2024, sob a regência do carnavalesco Jorge Freitas, vai se inspirar na música Aquarela para fazer o seu cortejo, costurado pelo enredo A vida é um sonho pintado em aquarela!

Com Bahia, da Fé ao Profano, a bicampeã Mancha Verde fará um desfile que buscará valorizar as festas carnavalescas da Bahia, preenchidas de fé e dança; enquanto Rosas de Ouro apostará no tema do jogos de sorte e a sua importância para moldar uma sociedade que sempre busca pelas vitórias. O enredo da escola heptacampeã será Rosas de Ouro em uma Grande Jogada.

Acadêmicos do Tatuapé levará para o Sambódromo um enredo voltado para falar sobre a Justiça e as desigualdades, enquanto Camisa Verde Branco, já na parte da manhã, vai animar os foliões com O tempo não para! Cazuza - o poeta vive!, uma homenagem ao cantor e compositor brasileiro, que morreu em 1990, aos 32 anos, vítima de AIDS.

Antes do início do desfile das escolas do grupo especial, foi realizada a apresentação das velhas-guardas de São Paulo, um cortejo realizado desde 2022, em homenagem aos integrantes com anos de história nas agremiações.

O desfile deste ano foi o primeiro após a morte do sambista Carlos Alberto Caetano, o Seo Carlão do Peruche, o último baluarte do carnaval e um dos fundadores da Unidos da Peruche, em 1956. Ele morreu no último dia 17, aos 94 anos. Na alegoria que abriu o desfile, uma fita preta com as pontas se cruzando, em sinal de luto, foi anexada ao brasão da Velha Guarda.

Os integrantes das tradicionais escolas paulistanas cruzaram o Sambódromo ao som do samba Tristeza, composição de Haroldo Lobo e Nilton de Souza, mas marcada na voz de Beth Carvalho. E foram guiados pelos estandartes erguidos para marcar a divisão entre cada agremiação.

Filhos de Gandhi abrem o desfile das escolas do grupo especial

A Colorado do Brás iniciou o seu desfile com uma comissão de frente trazendo os estivadores, fundadores do bloco Filhos de Gandhi, tradicional afoxé da Bahia realizado desde 1940, escolhido como enredo pela escola. Deusas indianas e também representações de Gilberto Gil, Clara Nunes e Caetano Veloso, artistas com ligações ao afoxé e às religiões de matriz-africana, também apareceram neste início de cortejo.

À frente de todos, uma representação de Padê de Exú, entidade para qual os membros do afoxé recorrem para permitir permissão antes de iniciar as festividades. Atrás, a figura de Mahatma Gandhi, pacifista que morreu em 1948 - um ano antes da fundação do afoxé.

O carro abre-alas trouxe quatro grandes elefantes guiados por um deus indiano e, atrás, uma imponente escultura de Gandhi com as mãos em gesto de agradecimento. Na sequência, a ala Comendo Coentro relembra as origens do afoxé, cujo primeiro nome, antes de ser batizado de Filhos de Gandhi, foi justamente "Comendo Coentro".

A alegoria seguinte trouxe uma grande escultura de Iemanjá, a protetora dos pescadores. Com luzes azuladas, e os integrantes fazendo coreografias com os guarda-chuvas, ao ritmo do samba-enredo, o carro alegórico soltava bolhas de sabão que se espalharam pelo Sambódromo.

Outra ala que a Colorado trouxe para a avenida foi o Camafeu Oxossi, em homenagem a Ápio Patrocínio, que assume a presidência do afoxé após uma crise financeira na década de 1960, e se torna o responsável por dar as diretrizes espirituais do bloco.

O terceiro carro alegórico trouxe representações do Padê Exú e de outros rituais que são evocados para trazer proteção ao bloco, que foi seguido pela ala Filhos de Gandhi, com as roupas típicas do afoxé, com camisetas brancas, detalhadas em azul e turbante.

A última alegoria, que fechou o cortejo da Colorado do Brás, ergueu o Pelourinho, bairro do centro histórico de Salvador com uma grande pomba branca de asas abertas, simbolizando a paz - um dos princípios do afoxé, que encontrou no pacifismo indiano uma direção para o bloco. O carro, com crianças e representações de artistas brasileiras, desfilou pela avenida borrifando cheiro de alfazema para a plateia.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, criticou a decisão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de cancelar os acordos de cooperação técnica que a corporação mantinha com os Ministérios Públicos estaduais.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 28, o chefe do MP de São Paulo afirma que a medida causa "perplexidade" e "vai na contramão da lógica mundial" de buscar cooperação e integração entre as instituições de combate ao crime organizado.

"O enfraquecimento de qualquer parceria entre instituições de Estado voltadas ao combate à criminalidade, no presente momento histórico, acarreta risco de pronta redução da segurança da sociedade paulista", diz a manifestação.

Em São Paulo, a parceria entre o Ministério Público e a PRF desencadeou investigações importantes, como a Operação Fim da Linha, que revelou a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) em contratos públicos de transporte, e a Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade) sobre o controle exercido pela facção na Cracolândia.

A Polícia Rodoviária Federal afirma que suspendeu os convênios temporariamente para se adequar a novas regras editadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo a corporação, a equipe técnica da pasta tinha "dúvidas" sobre a "segurança jurídica" das parcerias e operações.

A PRF afirma que, nos próximos 30 dias, vai trabalhar em parceria com o Ministério da Justiça e com a Polícia Federal para "sanar eventuais fragilidades e revalidar estas parcerias estratégicas".

Leia a íntegra da nota do procurador-geral de Justiça de São Paulo:

"Esta Procuradoria-Geral de Justiça externa total apoio à nota da Presidência do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas-GNCOC publicada nesta sexta-feira (28/2), comungando da grave preocupação com a decisão de a Polícia Rodoviária Federal romper parcerias institucionais com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECOs) dos Ministérios Públicos Estaduais.

A medida, divulgada na quinta-feira pela Direção-Geral da Polícia Rodoviária Federal, expressa no OFÍCIO-CIRCULAR Nº 3/2025/DG, vai na contramão da lógica mundial de se buscar cooperação e integração interinstitucionais de atores do Estado, os quais têm como missão comum a segurança pública.

Tanto mais perplexidade causa essa notícia em um momento de fortalecimento das estruturas e, até mesmo, de parcerias realizadas por grupos criminosos organizados. Sabe-se bem que algumas facções nacionais são as mais proeminentes em todo o continente americano, dominando as rotas de tráfico nacionais e do Cone Sul.

Da integração entre a Polícia Rodoviária Federal e o GAECO/MPSP resultaram grandes trabalhos, especialmente no enfrentamento à criminalidade mais organizada, e, tantas vezes, na proteção ambiental.

O enfraquecimento de qualquer parceria entre instituições de Estado voltadas ao combate à criminalidade, no presente momento histórico, acarreta risco de pronta redução da segurança da sociedade paulista."

O Estado de São Paulo registrou alta de estupros e furtos no começo deste ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 28, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Em contrapartida, homicídios, roubos e latrocínios (roubos seguidos de morte) apresentaram quedas.

Em nota, a secretaria afirma que "as forças de segurança paulistas têm trabalhado em ações de prevenção e combate a todas as modalidades criminais, principalmente àquelas contra a vida, uma das prioridades da gestão".

Conforme a pasta, 18,6 mil suspeitos foram presos ou apreendidos em janeiro, 11,2% a mais do que no mesmo mês do ano passado. A secretaria destaca ainda que o índice de veículos recuperados, como carros, motos e caminhões, cresceu 3,8%, com 3,9 mil registros.

Conforme os dados divulgados pela gestão estadual nesta sexta, os furtos cresceram 3,27% no Estado de São Paulo em janeiro deste ano. Foram 48.026 registros no último mês - o equivalente a cerca de 131 ocorrências por dia -, ante outros 46.507 em janeiro de 2024.

A alta rompe com o que vinha sendo observado. No ano passado, como mostrou o Estadão, os furtos também apresentaram queda de 3,5% nos casos. Foram registrados 555,8 mil casos de janeiro a dezembro, ante 576,2 mil em todo o ano de 2023, queda.

Já os estupros tiveram novo aumento em janeiro deste ano, seguindo a mesma tendência observada no ano passado, quando esse tipo de crime saltou 0,45%. No mês passado, foram 1.286 casos no Estado, alta de 7,53% ante o mesmo mês do ano passado.

Apesar de aumento expressivo em 2024, com uma série de casos de repercussão, os latrocínios caíram 11,76%, com 15 ocorrências em janeiro deste ano, ante 17 no mesmo período do ano passado.

Janeiro deste ano ficou marcado pelos latrocínios do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, morto durante assalto no bairro Chácara Santo Antônio, na zona sul da capital, e de Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, assassinado após ser baleado em assalto em Pinheiros, zona oeste.

Na contagem, ainda não entram casos como o do ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, que foi morto a tiros na manhã do último dia 13 nas proximidades do Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Ele estava em sua bicicleta quando foi abordado por dois assaltantes.

Os dados divulgados nesta sexta indicam que, após atingir o mínimo histórico no ano passado, os roubos tiveram redução de 9,36% no começo deste ano: foram de 17.622, em janeiro do ano passado, para 15.972, no mês passado.

No mesmo recorte, a quantidade de vítimas de homicídio caiu 3,07%: de 228 para 221. A manutenção do número de casos (215) fez essa modalidade de crime se manter no menor patamar para o mês de janeiro da série histórica, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Em nota publicada no site, a pasta afirmou que "o aperfeiçoamento das políticas públicas e dos sistemas integrados de comando e controle favoreceram chegar ao atual patamar". "Além disso, houve ações para a melhoria de procedimentos, ações e equipamentos das forças de segurança", acrescentou.

A secretaria destacou que, entre outras ações, investe no aumento da presença de efetivo nos pontos mapeados como mais vulneráveis da capital e do Estado e nas tecnologias da atividade policial.

"A Secretaria utiliza o SP Vida, ferramenta que permite monitoramento minucioso dos indicadores para desenvolvimento de estratégias e políticas públicas de prevenção e enfrentamento, com trabalho integrado entre as poli´cias Civil, Militar e Técnico-Científica", afirmou. A pasta afirma que a manutenção do número de homicídios é resultado direto disso.

"Quanto aos estupros, a SSP tem ampliado a proteção às vítimas, com 141 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) no Estado, sendo 11 com atendimento 24h. Também foram instaladas 152 Salas DDM, que funcionam com plantões 24h, além da DDM Online, que oferece atendimento via videoconferência", acrescentou.

A secretaria afirma que o trabalho integrado entre as forças policiais, aliado ao uso de sistemas de inteligência e reforço no policiamento ostensivo, permitiu um aumento na produtividade policial em janeiro.

Em contrapartida, os roubos caíram de 10.355 casos, em janeiro do ano passado, para 9.180, no último mês, o que representa uma queda de 11,35%.

Os latrocínios, por sua vez, tiveram redução de 42,86% na capital. Foram 7 ocorrências em janeiro do ano passado. No último mês, foram 4 casos.