Johnny Marr se irrita com música dos Smiths tocada em comício de Donald Trump

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O ex-guitarrista dos The Smiths, Jonny Marr, não gostou nada de ver uma música de sua banda tocando em comícios de Donald Trump. Ele teve acesso a um vídeo no X, antigo Twitter, que mostrava Please, Please, Please Let Me Get What I Want sendo tocada em um evento do ex-Presidente na Dakota do Sul, em agosto de 2023. O músico exigiu que a música não fosse mais tocada pela campanha de Trump.

"Nunca, em um milhão de anos, teria pensado que isso poderia acontecer. Considere essa m*** encerrada agora mesmo", escreveu na terça, 23, em seu perfil na rede social.

Um outro usuário da rede afirmou que a faixa foi executada em um comício mais recente, no dia 22 de janeiro, no estado de Indiana.

Please, Please Let Me Get What I Want, lado B do single William, It Was Really Nothing, de 1984, é uma súplica sobre conseguir o que se quer. Nos comícios, a canção vem sendo tocada enquanto o público espera o político subir ao palco, com destaque para o trecho "good time for a change" ("um bom momento para mudança", em tradução literal).

Morrissey, vocalista da banda que compôs a canção junto com Marr, não se pronunciou sobre o caso. O músico viria ao Brasil no ano passado, mas adiou as apresentações após ser diagnosticado com dengue no México. Os shows foram remarcados para fevereiro, em São Paulo e Brasília.

Marr não é o único músico que repudiou o fato de sua obra ser usada em apoio a Trump. Artistas como Bruce Springsteen, Aerosmith, Adele, Elton John, Guns n' Roses, Rihanna e Rolling Stones também já se irritaram com o uso de suas músicas pela campanha do Republicano.

No Brasil, um movimento semelhante aconteceu: o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, pediu extrajudicialmente para que o TikTok derrube vídeos a favor de Bolsonaro que usem as músicas da banda. A faixa Que País É Esse vem sendo incluída em vídeos pró-Bolsonaro na rede social.

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Federal (PF) deflagraram nesta terça-feira, 25, a Operação Hydra, que tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de fintechs.

Conforme o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), duas empresas forneciam serviços financeiros alternativos aos bancos tradicionais, envolvendo-se em transações ilícitas. Os nomes delas não foram revelados.

Um dos alvos da operação é o policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

A ação também cumpre dez mandados de busca e apreensão em endereços nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo, as duas últimas no ABC paulista.

A Justiça também bloqueou valores em oito contas bancárias e suspendeu temporariamente as atividades econômicas de instituições de pagamento envolvidas, conforme informado pela Polícia Federal.

Investigação surgiu a partir de delação

A investigação foi iniciada a partir das declarações prestadas pelo delator Antônio Vinicius Gritzbach, que foi executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos em novembro de 2024.

"O colaborador jogou luz na atuação de fintechs para o branqueamento de bens e valores oriundos de atividades criminosas. Trata-se de uma das frentes das investigações realizadas pela Polícia Federal, cujo objetivo é desarticular esquema de lavagem de dinheiro por meio das instituições de pagamento", disse o MP-SP.

O Exército Brasileiro expulsou seis militares investigados de bater e torturar um soldado nas dependências de um quartel em Pirassununga, cidade do interior de São Paulo. O caso aconteceu em 16 de janeiro, no 13.º Regimento de Cavalaria Mecanizado, unidade militar para a qual todos os envolvidos, até então, serviam. Desde o dia 24 de janeiro, a vítima está afastada das funções para tratamento psicológico e psiquiátrico.

Em nota, o Exército disse que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto, concluído e já remetido para a Justiça Militar da União (JMU). E afirmou que os investigados vão responder como civis ao processo judicial. "Os militares envolvidos no fato já foram expulsos das fileiras do Exército Brasileiro", informou a Força, via Comando Militar do Sudeste. "O Exército Brasileiro repudia, veementemente, a prática de maus tratos ou qualquer ato que viole os direitos fundamentais do cidadão", completou.

Os investigados foram identificados como sendo os soldados Bonifácio, Felipe, Jonas, Gião, Souza Fontes e o cabo Douglas. As defesas dos suspeitos não foram localizadas. A reportagem questionou o Exército sobre quais crimes os investigados respondem, mas não teve resposta. Pablo Canhadas, advogado que representa o militar agredido, diz que ainda não conseguiu acesso aos autos, mas alega que a expulsão das Forças Armadas "não é o suficiente" para os acusados.

O episódio aconteceu durante uma distribuição das tarefas entre os soldados. Um dos suspeitos ordenou que a vítima, junto com outros quatro colegas, fizesse a limpeza do espaço onde acontece o descarte de materiais recicláveis. Já no local, três dos soldados mais experientes teriam dado outro direcionamento para a vítima, sugerindo que ela fosse cumprir a tarefa em uma câmara fria.

No local, o soldado que viria a ser agredido encontrou os outros dois militares com uma vassoura na mão. De acordo com o advogado de defesa da vítima, Pablo Canhadas, os investigados teriam o ameaçado com o objeto, dizendo que ele deveria abaixar as calças: "Ou vai por bem ou vai por mal", teriam dito os agressores. A vítima entendeu que se tratava, então, de um "batismo" - um rito de iniciação aos soldados recém recrutados.

Ao negar a participação, diz o defensor Canhadas, os cinco soldados e o cabo seguraram a vítima e começaram a agredi-la, tentando tirar o uniforme dele à força. De acordo com a defesa, o soldado foi deitado de bruços e os agressores insistiram em machucá-lo com a vassoura, o acertando na região dos glúteos, nas coxas e cotovelos. De acordo com o advogado, o instrumento chegou a se quebrar durante as agressões.

A vítima conseguiu escapar e correr para outra área do quartel, onde teria que realizar outras tarefas. De acordo com o relato da defesa, o soldado voltou a se encontrar com os mesmos seis militares, que continuaram as agressões com novos objetos, desta vez usando ripas de palete e colher de madeira de cozinha industrial. As agressões persistiram por mais 15 minutos, de acordo com o advogado.

A vítima escapou novamente da tortura, mas, temendo ser novamente violentado, resolveu não denunciar o caso para nenhum superior. O temor teria sido reforçado com ameaças de que ele poderia sofrer novamente com agressões se resolvesse falar sobre o que tinha acontecido.

'Não fizemos nada com você'

A reportagem teve acesso à troca de mensagens que um dos agressores teve com a vítima. O investigado pergunta se o soldado está bem. Ele responde: "Bem como se me arrebentaram hoje uma tortura, não sei nem o que vou fazer da minha vida seus fdp (sic)." O agressor não pede desculpas, e se nega a admitir ter agredido o colega: "Não fizemos nada com vc. Vc aceitou a brincadeira (sic)."

Na troca de mensagens, a vítima mostra fotos do corpo com hematomas, como nas nádegas e no cotovelo. Mesmo assim, o suposto agressor não admite a violência praticada: "Quero nem papo com vc (sic)".

Surto psicótico e afastamento

De acordo com a defesa da vítima, o soldado que foi agredido teve um surto psicótico horas depois de ser torturado. Ele ainda tentou pedir ajuda dos oficiais superiores, mas não havia ninguém do Exército no quartel. A Polícia Militar foi acionada com a informação de que o soldado estaria em surto e portando uma faca.

Conforme o registro da PM, os agentes encontraram o rapaz desorientado em uma via e dizendo que tiraria a própria vida. Ele foi levado ao Pronto Socorro de Pirassununga e liberado após receber medicação e fazer exames médicos. Ele ficou internado por 12 horas na unidade. Um tio da vítima o acompanhou, e o comando do Exército também foi informado sobre o ocorrido.

Após receber alta, o soldado foi à delegacia e prestou queixa contra os agressores e realizou exames de corpo de delito. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-SP) confirmou que um soldado do Exército, de 19 anos, registrou um boletim de ocorrência de agressão no 1.° Distrito Policial de Pirassununga.

"A denúncia foi encaminhada ao Exército Brasileiro, que prossegue com as apurações. Mais detalhes devem ser solicitados ao órgão responsável", informou a pasta.

De acordo com o advogado, a vítima passou por exames e recebeu um afastamento de 45 dias para tratamento psicológico e psiquiátrico. "Ele encontra realizando os tratamentos e utiliza de medicação para controlar os ataques de pânico e ansiedade", diz o advogado Pablo Canhadas.

E, com medo de sofrer represálias, ele chegou a mudar de endereço também. "Meu cliente mudou de residência por conta do pânico de pensar que um deles (agressores) pudesse ir até sua casa. E, como não há nenhuma ameaça efetiva, não temos fundamento para uma medida protetiva", disse.

'Expulsão não é o suficiente'

Na avaliação de Canhadas, a expulsão do Exército "não é o suficiente" aos seis militares investigados de agressão. "Ele foi vítima de vários golpes utilizando objetos contundentes (cabo de vassoura, remo culinário, pedaços de paletes) na região das nádegas, posterior das coxas e cotovelo", disse o advogado. "Medidas de prevenção devem ser adotadas".

Ainda conforme o defensor, a defesa trabalha para que o soldado retorne ao Exército de forma segura. "A primeira abordagem nossa é garantir os direitos fundamentais da vítima. Tendo em vista o dano psicológico que ela sofreu, pretendemos garantir primeiramente um tratamento digno, que garanta, se possível, o retorno às atividades normais da vítima, e a possibilidade dele seguir sua carreira militar que sempre sonhou em seguir".

Fantasiados de Chapolin Colorado e de padre, dois agentes da Polícia Civil de São Paulo prenderam um homem suspeito de furtar celulares durante um bloco de pré-carnaval na região da Consolação, no centro da capital. A identidade do suspeito não foi revelada.

O homem detido pelos agentes disfarçados tem 34 anos e estava com seis celulares. Conforme a polícia, os agentes infiltrados desconfiaram do homem ao observá-lo filmando alguns foliões, além de carregar uma bolsa cheia de celulares e duas carteiras.

O suspeito foi abordado, detido e levado ao 78.° Distrito Policial, no Jardins, onde permaneceu preso por furto. Dois desses aparelhos foram devolvidos às vítimas.

Conforme o balanço da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP), a estratégia de se infiltrar em blocos fantasiados resultou na prisão de sete pessoas e na recuperação de 30 celulares somente no último final de semana.

Em outra ocorrência, um homem, de 37 anos, foi detido com sete celulares furtados em Pinheiros, na zona oeste da capital. Os policiais infiltrados desconfiaram da atitude do suspeito e o seguiram.

Em determinado momento, ele tentou furtar o aparelho de uma mulher. Ao perceber a ação criminosa, os agentes o abordaram. Duas vítimas tiveram os aparelhos recuperados e os demais celulares foram apreendidos. O caso foi registrado como furto no 14.° Distrito Policial de Pinheiros.

De acordo com dados divulgados pela SSP-SP, via Polícia Civil, 880 boletins de ocorrências de furto e roubo de celular foram registrados no último final de semana no Estado de São Paulo. O total representa uma redução de 60% na comparação com o ano passado, de acordo com a pasta.

Na capital paulista, o total de casos para este tipo de crime foi 590 - sendo 211 para roubos - no fim de semana que antecede o carnaval. A redução na comparação com 2024 também é de 60% (1.508 crimes).

Em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, duas mulheres foram presas pela Polícia Militar com 16 celulares furtados. O caso aconteceu no domingo, 22. Pelo menos três vítimas tiveram os aparelhos recuperados no local.