Klara Castanho revela medo após estupro: 'Entrei no modo sobrevivência e virei um zumbi'

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Klara Castanho, 23 anos, falou sobre o estupro que sofreu e o impacto em sua vida e carreira. Em entrevista à Glamour, a atriz que cresceu diante dos olhos do público nos corredores dos estúdios Globo, abriu o coração sobre o trauma e a onda de apoio que recebeu pela primeira vez. E, entre as revelações, desabafou sobre ter sido forçada a se expor, "achei que poderia levar a dor para o caixão".

Com mais trechos da entrevista divulgados, Klara falou sobre como o abuso a fez pensar que a sua vida de atriz poderia ter chegado ao fim. "Não queria que fosse o fim da minha carreira", disse, destacando a importância de falar sobre o assunto. "Sabia que essa entrevista precisaria ser dada em algum momento. Me sinto forte para falar, só desta vez. Não vou deixar que a minha vida se resuma a esse episódio", disse.

Após ter sua experiência de violência sexual exposta em 2022, Castanho descreveu o período subsequente como um pesadelo. "Todo o período desde o acontecido foi um pesadelo que ganhava novos desdobramentos. Eu simplesmente não queria viver aquilo", revelou. A atriz compartilhou como lutou para processar o acontecido, enfrentando insônia e uma profunda sensação de vulnerabilidade. "Eu não dormia, meus pais não dormiam. A gente chorava junto dois dias e dormia um. Acho que entrei no modo de sobrevivência e virei um zumbi. Foi um período de grande tortura para mim", contou.

A decisão de seguir em frente veio da necessidade de proteger sua família e continuar na sua profissão. "Não queria que esse fosse o fim da minha carreira... Queria ter momentos bons de novo", explicou Klara.

Ao mesmo tempo, a atriz também destacou o apoio que recebeu por meio das redes sociais, descrevendo-o como um movimento de sororidade. "Meu direct do Instagram e meu e-mail se tornaram um ponto de troca e conversa. Recebi mensagens lindas. Recebi um amor de pessoas que não sei nem mensurar."

Exposição e solidariedade

Em 2022, a atriz Klara Castanho enfrentou uma das fases mais turbulentas de sua vida após ter sua experiência traumática de estupro e a subsequente adoção de seu bebê expostos na internet. A revelação veio através de uma carta aberta publicada pela própria atriz em seu Instagram, na qual ela detalhava ter sido vítima de estupro, uma gravidez não percebida até quase o final da gestação, e a decisão dolorosa, mas considerada necessária, de entregar a criança para adoção.

Klara explicou que, apesar de ter tomado todas as precauções médicas possíveis após o abuso, incluindo a pílula do dia seguinte, ela não apresentou sinais físicos ou hormonais da gravidez até que começou a passar mal nos últimos meses. "Foi um choque. Meu mundo caiu", descreveu sobre o momento da descoberta. A atriz ressaltou a falta de empatia do profissional que a atendeu e a dor profunda que sentiu ao tomar a decisão de adoção, enfatizando que foi uma escolha feita pensando no bem-estar da criança.

A exposição do caso gerou uma onda de repúdio contra Antonia Fontenelle e Leo Dias, figuras públicas que, de acordo com relatos, contribuíram para a exposição da história de Klara. Ambos fecharam os comentários de suas redes sociais após a repercussão negativa. A editora-chefe do portal Metrópoles, onde a história foi inicialmente divulgada por Dias, retirou a matéria do ar, admitindo que a exposição foi uma violação inaceitável da privacidade de Klara, vítima de violência.

Em outra categoria

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) identificou uma rede de laranjas e operadores que teriam sido usados pelas fintechs 2Go Instituição de Pagamento LTDA e a Invbank Solução de Pagamentos para lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema é alvo da Operação Hydra, deflagrada nesta terça-feira, 25, em parceria com a Polícia Federal (PF).

Segundo a investigação, as fintechs direcionavam depósitos para contas de "laranjas" controladas pelas próprias empresas e, depois, transferiam o dinheiro para a compra de imóveis e outros bens ou para contas no exterior, dificultando a fiscalização por órgãos de controle, como o Banco Central e a Receita Federal.

"As referidas fintechs servem para dissimular e integrar recursos ilícitos na economia formal. Demonstrou-se que o capital que movimentam tem vínculo direto com pessoas físicas sem capacidade financeira lícita e com pessoas jurídicas de fachada, que sequer possuem local comercial e são registradas em nome de laranjas ou testas-de-ferro", diz um trecho da representação do Ministério Público que deu origem à operação.

O Estadão busca contato com as defesas.

Ao se debruçar sobre as movimentações financeiras das fintechs, as autoridades identificaram vultosas transações em nome de pessoas sem capacidade financeira. Uma delas é o servente de pedreiro Josenilson Urbano, que consta como dono de uma empresa, a Crédito Urbano, que enviou milhões à Invbank.

As movimentações da 2Go também revelaram ligações com pessoas e empresas suspeitas. Em 2024, a fintech recebeu R$ 5 milhões da MRB Intermediação e Negocios Digitais LTDA. O endereço registrado da empresa, em Sinop, Mato Grosso, não tem atividades comerciais.

A MRB recebeu, por sua vez, R$ 31,8 milhões da 4TPag, de Matie Obam, uma jovem de 23 anos dona de oito empresas, muitas delas sediadas no Tocantins, que movimentaram mais de R$ 500 milhões. Matie é investigada por lavagem de dinheiro, financiamento e custeio de tráfico de drogas.

Entre os destinatários do dinheiro da MRB estão a Upcambio Serviços Digitais LTDA, criada em 2019 por Bruno da Silva, preso em uma operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal contra fraudes em criptomoedas.

A 2Go ainda recebeu R$ 7,7 milhões da AR Intermediações, uma empresa de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, que também não tem atividades comerciais no endereço registrado. A AR Intermediações, por sua vez, recebeu R$ 21,3 milhões da Adega Garagem, empresa registrada em nome de Mauricio Walter de Cordeiro. Segundo o MP, ele é apenas um "laranja" do esquema. Cordeiro recebeu em 2020 o auxílio emergencial pago pelo governo federal na pandemia de covid-19, ou seja, não teria capacidade financeiras para movimentações desse patamar.

"Trata-se de modus operandi típico de operadores financeiros incumbidos de lavar dinheiro ilícito: o responsável pela operação recebe o dinheiro, distribui-o entre diversas pessoas e, em contrapartida, tais pessoas direcionam os montantes recebidos para outras, a mando do operador, ou devolvem uma parte para a origem", afirma o MP.

As transações da 2Go envolveram ainda réus em processos criminais, inclusive por roubo.

Defesas

O Estadão busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestações.

Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostra que 49,7% dos brasileiros são contrários à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, enquanto 20,8% são favoráveis, e 16,5%, indiferentes. Segundo a pesquisa, 13% não souberam ou não responderam.

O levantamento indicou ainda que, entre os contrários à exploração, 43% creem que a região é de grande importância ambiental e deve ser preservada a todo custo. Para outros 25,6%, há riscos altos de desastres ambientais, como vazamentos de óleo; 13,5% dizem que o Brasil pode explorar petróleo em áreas menos sensíveis ambientalmente; 11,1% afirmam que a exploração não vai baixar o preço dos combustíveis; e 2,3% opinam que o número de empregos gerados pode ser insuficiente para justificar os impactos.

Entre os favoráveis à exploração, 37,2% dizem que a operação pode gerar empregos e movimentar as economias local e nacional. Outros 20,4% dizem que o petróleo é um recurso energético estratégico para o desenvolvimento do País; 18% creem que o Brasil tem tecnologia para explorar com segurança e responsabilidade ambiental; 17,5% veem que a exploração pode contribuir para reduzir o preço dos combustíveis; e 5,5% dizem que outros países já exploram petróleo em áreas próximas.

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 25, que mais de 60 milhões de unidades da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue serão ofertadas anualmente a partir de 2026.

O anúncio ocorreu em meio a rumores sobre a saída de Nísia Trindade da pasta. No evento, a ministra fez um discurso emocionado sobre vacinas e foi ovacionada pelo público. Ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente na cerimônia, não mencionaram mudanças no ministério.

A produção da vacina será viabilizada por uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, com investimento previsto de R$ 1,26 bilhão.

O Butantan submeteu o pedido de registro da vacina à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2024 e aguarda o parecer do órgão. Se aprovada, a Butantan-DV será a primeira do mundo em dose única e poderá ser aplicada em pessoas de 2 a 59 anos.

Nos ensaios clínicos, o imunizante demonstrou 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática e uma proteção de 89% contra dengue grave ou com sinais de alarme.

Com a produção do imunizante, o objetivo do governo é ampliar a proteção contra a doença. O Brasil foi o primeiro País do mundo a oferecer um imunizante contra a dengue na rede pública, a vacina Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda. Mas, devido ao número limitado de doses, só crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de 521 municípios selecionados foram inicialmente incluídos no programa de vacinação.

Imunizações contra o VSR

O ministério também informou que pretende produzir no Brasil a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) por meio do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Para isso, uma parceria entre o Butantan e a Pfizer permitirá a fabricação de até 8 milhões de doses anuais. A ação começou em 2023 e segue até 2027.

Segundo o ministério, estima-se que o projeto vai evitar cerca de 28 mil internações anuais relacionadas a complicações do VSR. O primeiro fornecimento da vacina para o SUS está previsto para o segundo semestre de 2025. A estratégia adotada pela pasta inclui a negociação de preços com os produtores, incorporação de anticorpos contra o vírus para bebês prematuros e oferta da vacina para gestantes.

Insulina

O governo anunciou ainda a fabricação nacional da insulina Glargina como parte do PDP do ministério. O projeto envolve a produção nacional do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pela Fiocruz e a ampliação da fabricação do produto final pela Biomm, empresa que recebeu o registro para a produção de insulina Glargina.

A parceria pode possibilitar a produção de 70 milhões de unidades anuais até o final do projeto. O produto está previsto para chegar ao SUS no segundo semestre de 2025.