Alvo de censura, livro 'O Avesso da Pele' será leitura obrigatória do vestibular da UFRGS

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O livro O Avesso da Pele, que ganhou projeção após ser recolhido de escolas no Rio Grande do Sul, Goiás e no Paraná, está entre as leituras obrigatórias do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A lista foi divulgada nesta quinta-feira, 28.

O romance de Jeferson Tenório, publicado em 2020, aborda a questão do racismo estrutural ao narrar a história de Pedro que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos.

Além da obra, que venceu o Prêmio Jabuti de 2021, os livros Niketche: Uma História de Poligamia, de Paulina Chiziane, e Mas em Que Mundo Tu Vive, de José Falero, entraram na lista, além de uma coletânea de músicas do compositor Lupicínio Rodrigues. Veja a lista completa:

Niketche: Uma História De Poligamia, de Paulina Chiziane

O Avesso Da Pele, de Jeferson Tenório

Mas Em Que Mundo Tu Vive, de José Falero

Seleta de Canções de Lupicínio Rodrigues: A) Cadeira Vazia (Com Alcides Gonçalves); B) Castigo (Com Alcides Gonçalves); C) Cevando o Amargo (Com Piratini); D) Dona Divergência (Com Felisberto Martins); E) Ela Disse-me Assim (Vai Embora); F) Esses Moços (Pobres Moços); G) Foi Assim; H) Loucura; I) Maria Rosa (Com Alcides Gonçalves); J) Migalhas (Com Felisberto Martins); K) Namorados; L) Nervos De Aço; M) Nunca; N) Se Acaso Você Chegasse (Com Felisberto Martins); O) Vingança; P) (Xote Da) Felicidade

A Terra Dos Mil Povos, de Kaká Werá

Água Funda, de Ruth Guimarães

Cem Anos De Solidão, de Gabriel García Márquez

Um Útero É Do Tamanho De Um Punho, de Angélica Freitas

Lisístrata, de Aristófanes

Várias Histórias, de Machado De Assis

A Falência, de Júlia Lopes De Almeida

Coral E Outros Poemas, de Sophia De Mello Breyner Andresen

Nas redes sociais, Tenório comemorou a escolha e se disse "comovido".

"O livro chegando onde ele tem que chegar: nas mãos dos estudantes", escreveu.

Censura a 'O Avesso da Pele'

No início de março, a diretora de uma escola estadual em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, publicou um vídeo criticando O Avesso da Pele e questionou a decisão do governo federal de incluir a obra no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para alunos do Ensino Médio, condenando o que ela considerou "vocabulários de tão baixo nível".

Nos dias seguintes, o livro também foi recolhido de escolas do Paraná e do Goiás. Ao Estadão, Tenório esclareceu que a narrativa não se centra em temas de sexualidade de forma gratuita e que buscou abordar, com profundidade, justamente as questões de racismo estrutural, de violência policial assim como as deficiências do sistema de ensino.

Com a repercussão do caso, o romance chegou a ficar entre os livros mais vendidos da Amazon no Brasil. Segundo a empresa, as vendas de cópias da obra aumentaram em 400% entre o dia 1º de março e 7 de março.

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Após a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério da Justiça terem informado que impediram um possível ataque a bomba durante o show de Lady Gaga na praia de Copacabana, no sábado, 3, a equipe da cantora se manifestou, afirmando que só tomaram conhecimento do potencial problema de segurança por meio da mídia, já neste domingo, 4.

Em declaração à agência AP, um porta-voz de Lady Gaga informou que tanto a cantora quanto a sua equipe "tomaram conhecimento dessa suposta ameaça através de informações da imprensa nesta manhã."

"Antes e durante o espetáculo, não houve preocupações de segurança conhecidas, nenhuma comunicação por parte da polícia ou das autoridades a Lady Gaga sobre possíveis riscos", continuou.

O porta-voz ainda destacou que a equipe de Lady Gaga "trabalhou com as forças de ordem durante o planejamento e execução do show e todas as partes confiavam nas medidas de segurança implementadas".

Operação Fake Monster

A operação que investigou o possível ataque a bomba foi batizada de Fake Monster, já que os fãs da cantora são apelidados de little monsters, ou monstrinhos. De acordo com a Polícia, os envolvidos no plano de ataque recrutavam participantes, inclusive adolescentes, virtualmente.

O objetivo era promover ataques coordenados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov. Os criminosos tratavam o plano como um "desafio coletivo" e buscavam ganhar notoriedade nas redes sociais, segundo a PCERJ. O grupo disseminava discurso de ódio contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.

A Polícia Civil de São Paulo chegou a cumprir quatro mandados de busca e apreensão no âmbito da operação, incluindo a localização de um adolescente de 16 anos na cidade de São Vicente, no litoral paulista, que reconheceu ser autos de algumas das mensagens de ódio publicadas na internet.

O adolescente foi localizado no bairro Vila Jockey Clube. Os policiais apreenderam com ele um computador, um celular, um HD externo, um cartão de memória e um videogame. Ele foi liberado na presença do pai dele.

O show de Lady Gaga em Copacabana

A apresentação da cantora no Rio de Janeiro foi considerada a maior de sua carreira, diante de uma plateia de 2,1 milhões de pessoas (estimativa da prefeitura, polícia e organização), e teve repercussão internacional.

No palco, cantou a maior parte de seus sucessos e trocou de roupa inúmeras vezes, como numa performance teatral dinâmica. Também fez diversos pedidos de desculpas e declarações de amor ao público brasileiro. (Com informações da agência AP)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o julgamento que discute a adoção do modelo de escolas cívico-militares em São Paulo. Ele pediu vista na última sexta-feira, 2. A Corte julgava se mantinha, ou não, uma decisão do ministro Gilmar Mendes que liberou a implementação do programa.

A decisão de Gilmar atendeu a um pedido do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele cassou uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que havia suspendido a lei que instituiu o modelo de escola cívico-militar no Estado. O programa é uma das prioridades de Tarcísio na sua gestão.

Ao avaliar o caso, Gilmar considerou que o TJ-SP invadiu a competência do STF ao suspender o modelo porque a lei que instituiu as escolas cívico-militares também é alvo de ações no Supremo. Por isso, o ministro entendeu que a ação em tramitação na Justiça estadual deveria aguardar julgamento pelo Supremo.

O TJ-SP havia acolhido uma ação da Apeoesp, maior sindicato de professores da rede estadual. A entidade alega que questões relativas a essa modalidade de ensino são de competência federal. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), porém, defende a prerrogativa de o Estado criar o programa.

De acordo com o governo de São Paulo, 300 escolas mostraram interesse pela adoção do modelo cívico-militar em consulta pública. A adesão das escolas ao programa é voluntária. A previsão inicial de implementação era para 2026, mas em fevereiro a Secretaria Estadual da Educação anunciou 100 escolas que devem adotar o modelo a partir do segundo semestre deste ano.

A polícia japonesa prendeu neste sábado, 3, um homem suspeito de ser responsável pelo incêndio que matou a pesquisadora brasileira Amanda Borges da Silva, de 30 anos. O corpo dela foi encontrado com marcas de queimaduras, dentro de um apartamento próximo ao Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio, na quinta-feira, 1.

De acordo com informações da NHK, mídia estatal do Japão, o suspeito se chama Abaseriya Patabadige Pathum Udayanga. Ele tem 31 anos, é do Sri Lanka e está desempregado. Ainda segundo a NHK, ele morava no apartamento de dois andares no bairro de Hon-Sarizuka.

Udayanga é suspeito de incêndio criminoso, pois saiu do apartamento sem apagar o fogo. De acordo com a NHK, o incêndio teria começado no quarto e se espalhou para as paredes e o teto do apartamento.

Ele foi interrogado pela polícia e admitiu as acusações. Udayanga afirmou que estava em tanto pânico que não conseguiu apagar as chamas.

A polícia japonesa ainda investiga as circunstâncias do ocorrido e qual o relacionamento de Udayanga com Amanda.

Nascida em Caldazinha, em Goiás, Amanda Borges da Silva era formada em Letras e tinha acabado de concluir o mestrado na área de Linguística.

Ela estava a passeio pela Ásia e foi ao Japão em abril para a acompanhar o Grande Prêmio de Suzuka, de Fórmula 1, realizado no dia 6. Também teria visitado parentes do namorado, na Coréia do Sul.

Um amigo da brasileira contou ao Estadão que ela parou de responder mensagens cerca de duas horas antes do voo dela de volta ao País.