Livro valoriza o trabalho de Lina Bo Bardi como designer

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Incentivada pelo pai Enrico Bo - engenheiro, construtor e pintor - a desenhar desde criança, Lina Bo Bardi (1914-1992) sempre manifestou uma certa visão do todo no fazer artístico. Anos mais tarde, já estudante, a ideia de que ao arquiteto caberia não apenas edificar, mas desenhar "da colher à cidade", foi reforçada por sua formação acadêmica. Assim, ainda que, a seu tempo, a profissão não existisse formalmente, atuar como designer sempre lhe pareceu um desdobramento natural de seu ofício. E, portanto, uma atividade a ser exercida com igual critério e paixão. Agora, um livro vem preencher uma importante lacuna na produção bibliográfica dedicada à sua obra. Com foco primordialmente no mobiliário produzido por ela ao longo de mais de uma década, Lina Bo Bardi Designer, O Mobiliário dos Tempos Pioneiros 1947-1958 apresenta, por meio de farta documentação escrita e fotográfica, boa parte ainda não publicada, toda a riqueza e todo o pioneirismo conceitual do design por ela produzido e hoje reconhecido internacionalmente. Em especial como, em uma época de intensa internacionalização, a arquiteta volta seus olhos para nossa cultura popular, usando materiais vernaculares e totalmente inusitados na concepção de muitos dos seus móveis - tais como sola de couro selvagem, cordas náuticas, conduítes elétricos, cunhas de carro de boi, compensado de pinho. E procura mostrar ainda como essa leitura e atitude reverberaram entre muitos designers brasileiros, como Sérgio Rodrigues e os contemporâneos Fernando e Humberto Campana. Lançado na Casa de Vidro do Morumbi - projetada como residência para o casal Pietro e Lina Bardi e atualmente sede do Instituto Bardi/Casa de Vidro, que também apoia a iniciativa -, o livro leva a assinatura do curador e galerista Sergio Campos, da Artemobilia. Com 356 páginas, é fruto de uma longa pesquisa, que teve seu início em 2013, durante os preparativos para a exposição homônima que, em 2014, integrou as comemorações do centenário de nascimento da arquiteta - com a curadoria do autor. TRAJETÓRIA Lina Bo Bardi nasceu em Roma, em 1914. Aos 25 anos, graduou-se arquiteta, apresentando como projeto um edifício com estrutura de concreto armado e vidro aparente, o que já denotava uma clara inovação ante o estilo arquitetônico então vigente. Em 1940, se muda para Milão, onde permanece durante a Segunda Guerra e funda, com o arquiteto Carlo Paganio, o estúdio Bo e Pagani. Com o fim do conflito, Lina retorna a Roma, onde conhece Pietro Maria Bardi, com quem se casa em 1946 e se transfere para o Brasil. Recém-casados, os dois são convidados pelo jornalista e empresário Assis Chateaubriand para fundar o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se instalam em São Paulo. Por aqui, já em 1947, inauguram as primeiras instalações do museu na Rua 7 de Abril, no centro da cidade. Em 1951, quando se naturaliza brasileira, Lina conclui a sua Casa de Vidro e, em 1958, visita Salvador. A princípio como conferencista. Depois, para dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). De volta a São Paulo, em 1966, retoma o projeto do Masp, finalmente inaugurado na Avenida Paulista, em 1968. Nos anos seguintes, ela se dedica à cenografia e conhece figuras centrais do teatro, como José Celso Martinez Corrêa e Flávio Império. Em 1977, retorna à cena arquitetônica, com o centro de lazer do Sesc Pompeia, inaugurado em 1982. Consolida nessa fase a parceria com seus colaboradores Marcelo Ferraz, André Vainer e Marcelo Suzuki, começa a elaborar os primeiros desenhos para o projeto do Teatro Oficina, inaugurado em 1994. Em 1992, conclui seu último projeto: a renovação do Palácio das Indústrias, que vai sediar a Prefeitura paulistana. PIONEIRISMO Outro aspecto evidenciado pela obra de Campos é o quanto o design de Lina se liga, desde seus primórdios, à cidade de São Paulo. Seu primeiro projeto, por exemplo, a cadeira Masp 7 de Abril, de 1947, radicalmente moderna para sua época - dobrável e com assento e encosto feitos com couro de sola e costurados com barbante, à moda da vestimenta sertaneja. Diferente de tudo o que já havia sido visto até então, e encomendada por arquitetos como Vilanova Artigas e Rino Levi para suas residências modernistas, a produção do Estúdio de Arte Palma, criado em 1948, pelo casal Bardi, também é apresentada em detalhes. Um capítulo inteiro é dedicado à residência da família de Mário Taques Bittencourt, projetada pelo arquiteto Vilanova Artigas e que, por sua indicação, foi decorada com peças autorais do estúdio. Projeto único, reuniu à sua época o que havia de mais vanguardista na arquitetura e no design. E, passados 70 anos, recebeu seu mobiliário original, para compor um inédito ensaio fotográfico, conduzido pelo próprio autor, para o livro. Desde já aguardado, o segundo volume, a ser lançado em 2023, começa com o mobiliário que Lina criou para a sua Casa de Vidro, com destaque para a famosa Bowl Chair, também chamada por ela de "Tigela". Lina buscou, por toda a vida, um caminho que a levasse à "experiência da simplificação", como ela gostava de dizer. No mobiliário, talvez o melhor exemplo disso seja o "banco do Sesc", adianta Campos. "Mas isso é assunto para a próxima edição", adverte. Lina Bo Bardi Designer, O Mobiliário dos Tempos Pioneiros 1947-1958

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A ex-participante de reality shows Aritana Maroni foi presa em flagrante por tráfico de drogas na madrugada desta segunda-feira, 3, durante o carnaval em Salvador, na Bahia. A detenção ocorreu enquanto ela e duas amigas participavam de um bloco no Circuito Barra-Ondina. O Estadão tentou contato com a equipe da influenciadora, mas não teve retorno até a publicação da matéria.

Segundo informações da Polícia Civil da Bahia, a abordagem foi realizada por agentes da Polícia Militar, que encontraram drogas e R$ 115 em espécie com a ex-MasterChef. As três mulheres foram encaminhadas à delegacia, onde foram autuadas e permaneceram presas.

Aritana Maroni, de 46 anos, é filha do empresário Oscar Maroni e ganhou notoriedade ao participar de diversos reality shows. Em 2015, esteve na segunda edição do MasterChef Brasil, exibido pela Band, onde alcançou a oitava colocação. Em 2017, integrou o elenco de A Fazenda: Nova Chance, da TV Record, sendo eliminada na décima posição. Nos anos seguintes, participou de programas como Power Couple Brasil (2018), Troca de Esposas (2019) e Cozinhe se Puder (2022), onde ficou em terceiro lugar.

O trecho norte do Rodoanel de São Paulo está com cerca de um terço das obras concluídas. A construção, iniciada em 2013, sofreu várias interrupções e foi totalmente paralisada em 2018, sendo retomada em abril do ano passado.

Com 43,8 km de extensão, o trecho é o último a ser construído e vai completar a interligação de todo o grande anel viário que circunda a capital paulista. A conclusão está prevista para o segundo semestre de 2026.

O investimento, de R$ 3,4 bilhões, inclui 107 obras, sendo 44 pontes e 63 viadutos, além de sete túneis duplos. O Rodoanel Norte passa pela capital paulista, Arujá e Guarulhos. O principal objetivo é desviar grande parte do trânsito das marginais Tietê e Pinheiros.

O governo paulista também alega que foi necessária uma revisão no traçado original, que afetava áreas de preservação ambiental. Com a conclusão, serão interligados o trecho sul e o leste, fechando o anel viário de 177 quilômetros cuja construção começou há 27 anos - em 1998.

O novo trecho terá pedágios sem cabine, no sistema free-flow - os veículos não precisarão parar ou reduzir a velocidade.

Em entrevista à Rádio Eldorado, o engenheiro civil Ivan Carlos Maglio, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), disse que o Rodoanel "continua sendo muito importante", mas alertou que a obra iniciada há 27 anos pode já não ser suficiente. "Toda obra tem um tempo de saturação e ela pode estar mais próxima", afirmou. Para o especialista, o ideal seria dar mais ênfase ao transporte ferroviário de cargas com a construção do Ferroanel Norte.

A Beija-Flor de Nilópolis, terceira escola de samba com mais títulos do carnaval carioca, emocionou o público e foi um dos grandes destaques dos desfiles desta segunda-feira, 3, na Sapucaí.

A agremiação de Nilópolis prestou homenagem a Laíla, ex-diretor que exerceu diversas funções na escola ao longo de mais de 30 anos de trabalho. Ele esteve em 12 dos 14 títulos conquistados. Não participou do primeiro, em 1976, e do quinto, em 1983. Laíla saiu da Beija-Flor rompido com dirigentes, após a última vitória, em 2018, e morreu em 2021, vítima de Covid-19.

A escolha do samba-enredo tem grandes chances de dar a Beija-Flor seu primeiro título após a saída do ex-diretor. O desfile foi emocionante e relembrou momentos fundamentais da carreira de Laíla. O mais importante foi o Cristo mendigo, carro alegórico que desfilou coberto em 1989 por conta de uma decisão judicial. À época, ele foi exibido envolto em um plástico preto com os dizeres: "Mesmo proibido, olhai por nós".

Na versão de 2025, a escultura coberta foi do próprio Laíla, e a frase mudou para "De Orum, olhai por nós". Na mitologia iorubá, Orum é o céu ou o mundo espiritual.

O desfile da Beija-Flor também foi marcado pela despedida de Neguinho da Beija-Flor. Ele é a voz oficial da escola de Nilópolis desde 1976, quando a agremiação conquistou seu primeiro título. Depois de exatos 50 anos, deixará o microfone.

A emoção tomou conta do desfile antes mesmo da agremiação se apresentar, com a promessa ou profecia do intérprete: "Esta vai ser a penúltima vez que vou cantar pela escola. Vamos voltar no desfile das campeãs", disse ele antes do desfile, já no microfone da passarela do samba.

Nesta terça-feira, 4, desfilam Mocidade Independente, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela. As escolas encerram o último dia. Dentre o grupo, a que desponta como capaz de disputar o título é a Grande Rio. A Portela também promete um desfile emocionante, uma vez que irá homenagear o cantor e compositor Milton Nascimento.

A apuração acontece na tarde de quarta-feira, 5, na Cidade do Samba.