Ney Matogrosso foi o 'cupido' de Rita Lee e Roberto de Carvalho: 'Eu já sabia quem ela queria'

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Ney Matogrosso foi o nome homenageado no Altas Horas do último sábado, 25. No programa, ele tocou Bandido Corazón com Roberto de Carvalho, e relembrou a história especial em torno dessa música: foi por causa dessa canção que Ney aproximou Roberto e Rita Lee.

Bandido Corazón foi composta por Rita para Ney. Segundo ele, ao ver o novo arranjo, a cantora quis conhecer o guitarrista - Roberto de Carvalho. "Eu estava fazendo um show no lugar chamado Beco, lá em São Paulo, e o Roberto ainda tocava comigo", lembrou ele. "Já estava assim, no momento de transição, eu já tinha gravado o 'Bandido', mas ainda estava com a banda anterior".

"A Rita foi assistir [o show], me convidou para jantar na casa dela, e disse que eu podia levar alguém. Eu já sabia quem ela queria que eu levasse. Eu sabia mesmo. E levei", contou.

"Foi instantaneamente, os dois se juntaram, já sentaram no piano, e eles ficaram lá, os dois, tocando piano, já começaram a compor. Aí eu disse assim: 'Bom, acho que eu estou sobrando aqui, né?'. Fui embora, deixei eles lá, e pronto, e ali a história tomou o rumo que todo mundo conhece. E eu fico muito orgulhoso de ter feito isso".

A versão de Rita e Roberto

Em uma entrevista ao Fantástico após o velório de Rita, Roberto detalhou a noite em que Ney "juntou" os dois a pedido dela. "Ela dizia: 'Eu queria tanto que chegasse esse momento para a gente se encontrar, fazer música'. A partir dali os convidados foram se retirando e quando a gente viu estávamos só nós dois", contou. "Continuamos a noite no andar de cima. A paixão se revelou na sua forma mais esplêndida, espetacular, amorosa e depois disso nós não nos separamos nunca mais".

Em sua autobiografia, Rita descrevia suas impressões sobre o músico, com quem ficaria casada por mais de quarenta anos. "O gato, além de lindo, cheiroso e excelente guitarrista, também se mostrava exímio pianista. Amor à primeira tecla...", escreveu a cantora.

Roberto e Rita Lee ficaram juntos de 1976 até a morte dela, em 2023

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), evitou confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), um dia após a Corte decidir que não é crime o porte pessoal de maconha. Ao contrário do que fizera o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que criticou o resultado do julgamento no STF, Lira preferiu dizer que a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional que trata do tema não será acelerada na Câmara. Mas avisou que há maioria no Congresso a favor do texto da PEC.

Na direção oposta ao que decidiu o Supremo, a PEC prevê que o uso de drogas é crime, ainda que o usuário tenha tratamento diferenciado na definição de penas pela Justiça. O STF reconheceu na terça-feira, 25, que o porte de maconha para consumo próprio não é crime. Os ministros ainda debatem critérios objetivos para diferenciar usuários e traficantes, inclusive quantidade de droga. O julgamento deve ser concluído nesta quarta-feira, 26.

Uma das discussões será a definição de uma quantidade fixa da substância para diferenciar o consumo próprio da prática de tráfico. Há tendência de que os ministros concordem em definir 40 gramas como a quantidade máxima no caso de um usuário.

"A PEC votada no Senado Federal está tendo a tramitação normal, independe do que ocorre em outro poder", disse Lira, acrescentando: "Ela nem será apressada. Nem retardada. Terá um trâmite normal no aspecto legislativo para que o parlamento possa se debruçar sobre esse assunto que veio originalmente do Senado".

Apesar de evitar polemizar com o STF, Lira disse que há maioria no Congresso que segue na defesa do texto da PEC. "Não existe consenso na política para nada. O que existe, eu penso, é uma maioria que hoje se coloca razoavelmente favorável ao texto da PEC, mas isso a gente só vai ver quando e se a PEC estiver pronta para ir a plenário", disse o presidente da Câmara.

Ele evitou emitir juízo sobre a decisão do Supremo de descriminar o consumo da maconha. "Não tenho opinião (sobre julgamento do STF). Você não opina a respeito de decisões judiciais. Ou você recorre ou legisla. Opinar não faz parte da minha obrigação e função".

O Papa Francisco alertou contra a legalização das drogas e chamou traficantes de "assassinos" em discurso durante sua audiência semanal na praça de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira, 26. A fala do pontífice se deu no contexto do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987 e celebrado nesta quarta-feira.

"A redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior", disse.

O religioso comentou sobre a necessidade de prevenção, ensinando aos jovens os "valores que constroem a vida pessoal" e dando suporte as pessoas que já estão em vício.

"Não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos", disse o Papa, que deu continuidade a fala sobre traficantes pouco depois, chamando-os de "traficantes da morte".

"Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte! - quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa sociedade", disse.

Francisco também destacou o impacto da produção e do tráfico das substâncias no meio ambiente. "Isto tem se tornado cada vez mais evidente na bacia amazônica".

O Papa não falou especificamente sobre nenhuma droga e nem fez diferenciação entre as drogas consideradas "pesadas", como cocaína, ou drogas consideradas "leves" como a maconha, legalizada em diversos países par uso recreativo.

Nesta terça-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu descriminalizar o porte da maconha para uso pessoal no Brasil. Mesmo com a maioria para extinguir a penalidade já formada, a Corte ainda vai decidir alguns critérios que terão impacto em decisões judiciais futuras.

Nesta quarta, discussão segue para definição de uma quantidade fixa da substância para diferenciar o consumo próprio da prática de tráfico e o resultado oficial.

Com o resultado, fumar maconha continua proibido, porém sua penalidade se dará no âmbito administrativo, ou seja, não pode render penas criminais.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou uma ação movida pelo governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), para tentar derrubar trechos dos acordos firmados pela mineradora Braskem com órgãos públicos para reparar danos ambientais causados em Maceió.

O processo foi rejeitado por questões processuais. Cármen Lúcia considerou que a modalidade de ação usada pelo governador para contestar os acordos era inadequada.

"O que se busca, na presente arguição, é a revisão judicial daquela decisão homologatória judicial sem observância das normas processuais específicas", escreveu a ministra.

Em sua decisão, Cármen Lúcia fez a ressalva de que, "pela relevância do tema", novos pedidos de reparação de danos podem ser apresentados, considerando que os acordos foram firmados em um momento em que não havia dimensão exata dos danos causados pela Braskem.

"Cumpre ressaltar que a superveniência de situações fáticas não contempladas nos acordos, autoriza a reabertura de discussões e novos pedidos de reparação de danos, conforme se preveem em cláusulas dos acordos firmados que contemplam a realização de diagnóstico ambiental periódico destinado a atualizar os danos causados e apontar novas medidas a serem adotada", acrescentou.

O governador de Alagoas alega que os acordos perdoaram indevidamente sanções que deveriam ter sido impostas à empresa e abriram caminho para a Braskem "se tornar proprietária e explorar economicamente a região por ela devastada". Isso porque há cláusulas que preveem que a mineradora compre dos moradores imóveis nas áreas afetadas como forma de ressarcimento.

Bairros de Maceió sofrem desde 2018 com o afundamento do solo causado pela extração de sal-gema, usado na indústria química. Alguns deles precisaram ser totalmente desocupados.

Os acordos questionados foram firmados com o Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Alagoas, Defensoria Pública de Alagoas, Defensoria Pública da União e Prefeitura de Maceió.

Em manifestação no processo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu que, em sua avaliação, mesmo que assuma a propriedade dos imóveis em bairros devastados, a mineradora não está autorizada a explorar economicamente essas regiões.