Pagodeiro? Vocalista do Raça Negra explica o gênero musical do grupo

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Criado no início dos anos 1980, o grupo Raça Negra surgiu na Zona Leste de São Paulo e revolucionou o samba e o pagode. Este ano, a banda completa 40 anos de trajetória e vai ser homenageada no programa Som Brasil, da Rede Globo.

"Eu acho que é um som próprio. Eu não sei o que é Raça Negra, só sei que pegamos a música e tocamos do nosso jeito, no nosso ritmo", disse Luiz Carlos, vocalista e fundador da banda. A entrevista vai ao ar na quarta-feira, 5.

Em 1995, o grupo musical se apresentou no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. O show reuniu mais de um milhão e meio de pessoas. No mesmo ano, Raça Negra entrou no Guinness Book após a canção Tarde Demais ser tocada 600 vezes nas rádios em um único dia.

Em conversa com Pedro Bial, Luiz Carlos também aborda as parcerias que a banda realizou, citando Roberto Carlos e Cazuza, encontros importantes com Jorge Ben Jor, Tim Maia e Pelé, além de falar sobre a história de composição de Cheia de Manias.

"Para a escolha do nome, depois do futebol a nossa resenha era num bar. Estávamos lá e falei 'escrevam no papel um nome para a banda, e alguém escreveu 'Raça Negra'", disse sobre o nome do grupo musical.

Além da homenagem, a próxima edição de Som Brasil conta com a participação de Neguinho da Beija-Flor e Xande de Pilares.

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A Justiça Federal no Amazonas aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e abriu uma ação penal contra sete homens que teriam ajudado a destruir e ocultar os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

A decisão torna réus Amarildo da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, apontados como assassinos, e outros cinco suspeitos. Eles vão responder por ocultação de cadáver e por terem convencido um menor de idade a ajudar a esconder os corpos.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Amarildo da Costa e Jefferson da Silva, que ainda não se manifestou, e busca contato com os advogados dos demais réus.

A denúncia foi oferecida em abril, após os interrogatórios dos réus e de testemunhas.

O juiz Lincoln Rossi da Silva Viguini, da Vara Federal de Tabatinga, no Amazonas, considerou que há elementos suficientes para a abertura do processo criminal.

"Reputo demonstrada a plausibilidade das alegações contidas na denúncia em face da circunstanciada exposição dos fatos e descrições das condutas de cada denunciado", escreveu o magistrado em despacho no último dia 10.

Veja quem são os denunciados e os crimes imputados:

- Amarildo da Costa Oliveira, o"Pelado" - corrupção de menores;

- Jefferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha" - corrupção de menores;

- Francisco Conceição de Freitas, o "Seu Chico" - ocultação de cadáver;

- Eliclei Costa de Oliveira, o "Sirinha" - ocultação de cadáver e corrupção de menores;

- Amarílio de Freitas Oliveira, o "Dedei" - ocultação de cadáver e corrupção de menores;

- Otávio da Costa de Oliveira, o "Guerão" - ocultação de cadáver e corrupção de menores;

- Edivaldo da Costa de Oliveira - ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Bruno e Dom desapareceram no dia 5 de junho de 2022, durante uma viagem na Amazônia. Os restos mortais só foram encontrados dez dias depois. A perícia concluiu que eles foram mortos a tiros, esquartejados, queimados e enterrados na região do Vale do Javari.

Três pescadores foram presos na fase inicial da investigação. Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que confessou o crime e indicou o local onde os corpos foram enterrados; o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos; e Jeferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha. Todos teriam participado diretamente do crime e serão levados a júri popular.

Além dos três acusados, no fim de janeiro de 2023, a Polícia Federal apontou Rubem Dario da Silva Villar, o Colômbia, como o mandante dos assassinatos. Ele está preso e é investigado por pesca ilegal, contrabando e tráfico de drogas. O crime teria sido encomendado porque o trabalho de Bruno Pereira, que treinava indígenas para fiscalização e vigilância do território, e de Dom Phillips, que documentava a região, estava causando prejuízo financeiro ao esquema de pesca clandestina.

Um segurança particular do traficante foi preso em dezembro de 2023. E Jânio Freitas de Souza, seu principal comparsa, detido pela Polícia Federal em janeiro.

Autoridades também vinham sendo investigadas, em um inquérito apartado, por suspeita de omissão na fiscalização e segurança dos indígenas no Vale do Javari. A Polícia Federal chegou a indiciar o ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Marcelo Xavier, que comandou o órgão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem entrou em contato com a defesa de Amarildo da Costa e Jefferson da Silva, que ainda não se manifestou, e busca contato com os advogados dos demais citados. O espaço está aberto para manifestação.

A Direção-Geral da Polícia Federal suspendeu temporariamente o pagamento de sobreaviso a seus agentes em razão de "severas restrições orçamentárias impostas pela área econômica do governo federal". O adicional corresponde à indenização que policiais federais recebem quando estão de folga, mas à disposição para serem convocados ao trabalho.

A PF projeta que, neste ano, seriam gastos R$ 77.335.409,57 com o pagamento do sobreaviso. No entanto, segundo a chefia da instituição, a verba total prevista na Lei Orçamentária Anual para o pagamento do adicional é de R$ 52.398.362,00. O corte chega a R$ 13.099.591,00.

A expectativa da corporação é que este montante só garanta o pagamento de escalas previstas até agosto, mês em que começa a campanha eleitoral.

O comando da PF classificou a suspensão como uma "medida de responsabilidade fiscal e orçamentária para adequar as despesas do orçamento aos limites da determinados na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024". A informação foi divulgada no boletim de serviço interno da corporação nesta quarta, 26.

O texto informa aos policiais que a suspensão dos pagamentos não significa a interrupção das escalas de sobreaviso. As horas efetivamente trabalhadas serão compensadas com descanso, diz a PF. Segundo a direção-geral, a medida vai durar até que haja a recomposição orçamentária, "neste ou nos próximos exercícios financeiros"

A PF diz que o cronograma de pagamento da Indenização pela Disponibilização Voluntária durante o Repouso Remunerado foi diretamente afetado por ajustes feitos pelo governo federal no orçamento, após corte do Congresso Nacional.

Os delegados de Polícia Federal reclamam de tais mudanças desde a publicação de uma portaria do Ministério do Planejamento e Orçamento, em abril. A Associação Nacional dos Delegados da PF vê "falta de orçamento" da corporação.

Segundo a entidade, o corte promovido pelo governo federal gerou uma redução de R$ 133 milhões do valor destinado à PF. A Associação de delegados diz que, para garantir a entrega de todas as atribuições da instituição até dezembro, é necessária uma suplementação de R$ 527 milhões.

LEIA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DA DIREÇÃO-GERAL DA PF

A Direção-Geral da Polícia Federal (PF) informa que, em razão das severas restrições orçamentárias impostas pela área econômica do governo federal à instituição, será necessário se proceder à suspensão temporária do pagamento em pecúnia da indenização por disponibilidade do servidor (sobreaviso).

Trata-se de medida de responsabilidade fiscal e orçamentária para adequar as despesas do orçamento aos limites da determinados na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, especialmente após cortes orçamentários trazidos com a Portaria GM/MPO nº 63, de 8 de março de 2024, que afetou a ação programática da Indenização pela Disponibilização Voluntária durante o Repouso Remunerado, cortando-a em R$ 13.099.591,00.

As projeções das despesas com o pagamento da indenização por disponibilidade do servidor (sobreaviso) indicam gastos na ordem de R$ 77.335.409,57, tendo sido disponibilizados na LOA 2024, após o corte, apenas R$ 52.398.362,00, que cobrirão os pagamentos da indenização das escalas previstas somente até o mês de agosto.

A suspensão do pagamento em pecúnia da indenização por disponibilidade do servidor (sobreaviso) não interfere na manutenção das escalas de sobreaviso, cujas horas de sobreaviso efetivamente trabalhadas serão compensadas com horas de descanso, conforme determinam a Portaria MJSP nº 186, de 2022, e a Instrução Normativa DG/PF nº 241, de 2022.

Por fim, ressalta-se que a suspensão no pagamento em pecúnia do sobreaviso é temporária, até que haja recomposição orçamentária neste ou nos próximos exercícios financeiros.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em segunda e definitiva votação a proibição da realização de corridas de animais com apostas ou em jogos de azar na tarde desta quarta-feira, 26. O projeto de lei deve impactar diretamente na permanência e nas atividades do Jockey Club, cuja transformação em parque municipal foi incluída na nova lei do Plano Diretor, que entrou em vigor no ano passado.

A votação foi unânime e não nominal (isto é, quando os vereadores favoráveis precisam apenas "permanecer como estão"). O projeto de lei é de autoria do vereador Xexéu Tripoli (União Brasil), que chamou a decisão de "um momento histórico para o Brasil".

Após a aprovação, o vereador disse que teria apoio do prefeito Ricardo Nunes (MDB), para o qual o projeto será remetido para sanção nos próximos dias. "Para que os animais que correm para que os humanos tenham entretenimento e ganhem dinheiro, isso não exista mais", declarou.

"Que aquele local (Jockey Club) se torne um lugar aberto para toda a população da cidade de São Paulo, que se torne um lugar para a cultura, o entretenimento", disse.

Segundo o projeto, estabelecimentos desse setor terão um prazo de 180 dias para cessar as atividades, contados a partir da publicação da lei. Em caso de descumprimento, é determinada uma advertência inicial.

No caso de primeira reincidência, é prevista uma multa de R$ 100 multiplicados pela capacidade de frequentadores do espaço. Além disso, se ocorrer demora superior a 30 dias para a regularização, determina-se a suspensão do alvará de funcionamento.

De 2022, o projeto havia sido aprovado em primeira (e preliminar) votação no ano passado. "Ficam proibidas atividades desportivas que utilizem animais, como corridas, disputas ou qualquer outra prova, com a respectiva emissão de pouleis de apostas, ainda que por meio digital ou virtual", diz o texto.

O Jockey Club fica localizado na Cidade Jardim, na zona sul paulistana. Na nova lei do Plano Diretor, o parque proposto para o local aparece com o nome de João Carlos Di Genio, empresário fundador do grupo educacional Unip/Objetivo, que morreu em 2022.

Outra revisão recente na legislação paulistana permitiu a construção de prédios no entorno do espaço, em quadras antes restritas a casas e comércios baixos, de Zona Exclusivamente Residencial (ZER) e Zona Corredor (ZCOR).

Atualmente, o Jockey Club costuma abrir ao público e receber corridas principalmente aos sábados. Nesta semana, contudo, também estão previstos páreos na sexta-feira, 28. O hipódromo envolve tanto apostas presenciais quanto online, ambas vetadas pelo projeto recém-aprovado.

Um dos aspectos mais citados por aqueles que defendem a transformação em parque municipal é a dívida de IPTU do Jockey Club com a cidade. Segundo a plataforma de Dívida Ativa da Prefeitura, o montante é de ao menos R$ 532,6 milhões, acumulados há mais de uma década.

Em audiência pública na Câmara sobre a transformação do espaço em parque, no fim de 2022, representantes do Jockey Club afirmaram que o funcionamento já tem essa característica e que, ainda, a mudança não teria interesse público. Também questionaram o cálculo da dívida com a Prefeitura, o qual é tema de uma disputa judicial há anos.

São Paulo tem um caso recente de espaço do Jockey Club transformado em parque. Trata-se do Parque Chácara do Jóquei, inaugurado na Vila Sônia, na zona oeste, em 2016. Historicamente, o espaço era utilizado para treinamentos e outras atividades com cavalos.

O Estadão procurou o Jockey Club, mas não obteve retorno até o momento.