Françoise Hardy, lenda da música francesa e ícone pop, morre aos 80 anos

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Françoise Hardy, uma lenda da música francesa e ícone pop desde 1960, morreu na terça-feira, 11. Ela tinha 80 anos. Seu filho, o músico Thomas Dutronc, anunciou sua morte nas redes sociais, compartilhando uma foto comovente de si mesmo quando criança com sua mãe. Hardy, que lutava contra o câncer linfático desde 2004, enfrentou sua doença com notável franqueza.

Nascida em 17 de janeiro de 1944, em Paris, a carreira de Hardy começou em 1962, quando gravou seu primeiro single, Tous les garçons et les filles, aos 18 anos, marcando sua ascensão como figura chave no movimento yé-yé, uma resposta francesa ao rock 'n' roll.

Suas letras muitas vezes capturavam a angústia e a saudade da adolescência, ressoando profundamente no público jovem. Seu tom melancólico e introspectivo a diferenciava da música pop mais exuberante de seus pares.

A influência de Hardy estendeu-se muito além da França. Em 2023, ela foi a única artista francesa incluída na lista das 200 maiores cantoras de todos os tempos da revista Rolling Stone. Sua voz etérea e beleza distinta cativaram o público em todo o mundo, ganhando elogios de lendas da música como Mick Jagger, Bob Dylan e David Bowie.

"Eu estava perdidamente apaixonado por ela. Todos os homens do mundo, e várias mulheres, também o eram", disse Bowie certa vez.

Hardy teve uma abordagem única para compor músicas, enfatizando a importância da melodia em seu processo criativo. Falando à Associated Press, em 1996, sobre escrever canções, ela explicou: "Eu sempre coloco a letra na música. É sempre assim. Não escrevo antes e depois procuro música. Primeiro, pego a música e (depois) tento colocar palavras nela." Esse método contribuiu para a qualidade distintiva da sua música, misturando letras poéticas com melodias evocativas.

Hardy também foi celebrada como musa da moda. Com uma estrutura alta e esbelta, traços angulares e cabelos longos e lisos, sua aparência andrógina e elegância discreta fizeram dela uma das favoritas do mundo fashion. Esta estética alinha-se com a moda moderna da década de 1960, enfatizando a simplicidade e um certo charme juvenil. Ela costumava usar designs de André Courrèges, Paco Rabanne e Yves Saint Laurent, em estilos que definiram a época. Sua influência na moda se estendeu por décadas.

O relacionamento de Hardy com o colega músico Jacques Dutronc foi uma parte significativa de sua vida e obra. Eles se conheceram em meados da década de 1960 e tiveram um filho, Thomas, em 1973. Embora o relacionamento deles enfrentasse desafios, incluindo as infidelidades de Dutronc e sua eventual separação, influenciou profundamente sua música. Suas vidas - residindo em andares separados do mesmo prédio parisiense - espelhava sua parceria agridoce, que se refletia nas canções de Hardy.

Ela também tinha um grande interesse por astrologia, sendo autora de vários livros sobre o assunto e apresentando programas de rádio. Suas letras e personalidade pública muitas vezes refletiam sua natureza introspectiva e seu fascínio pelo celestial.

A batalha de Hardy contra o câncer foi longa. Ela passou por vários tratamentos, incluindo radioterapia, que a deixou surda de um ouvido. Apesar dos problemas de saúde, ela continuou a produzir música, com seu último álbum, "Personne d'autre", lançado em 2018. Este álbum, marcado por temas contemplativos e pela colaboração com a banda indie finlandesa Poets of the Fall, confrontou questões de mortalidade.

Homenagens chegaram de todo o mundo. A ministra da Cultura francesa, Rima Abdul Malak, saudou-a como "uma eterna lenda das canções francesas", enquanto outros músicos como Carla Bruni, Michel Polnareff e Étienne Daho expressaram a sua profunda tristeza e admiração. Artistas internacionais, incluindo Graham Coxon do Blur e Chuck D do Public Enemy, também prestaram homenagem.

Refletindo sobre seu amor pelas melodias ao longo da vida, Hardy disse uma vez: "Durante toda a minha vida, estive em busca de belas melodias. Ouvi-las me coloca no sétimo céu."

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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou nesta segunda-feira, 13, o primeiro caso humano de febre amarela de 2025. O paciente é um homem de 27 anos, morador da capital paulista, que esteve recentemente em uma área rural no município de Socorro, na região de Campinas. Ainda não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde do jovem.

Até então, os últimos casos no estado haviam sido registrados no primeiro semestre de 2024. Em março, um homem de 50 anos que morava em Águas de Lindóia e costumava se deslocar pela região de Monte Sião, em Minas Gerais, morreu em decorrência da doença. Pouco depois, um rapaz de 28 anos foi diagnosticado na zona rural de Serra Negra. Ele estava vacinado e se recuperou completamente.

Mortes de macacos

Quatro macacos bugio foram encontrados mortos na mata do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, na semana entre o Natal e o Ano Novo. Testes confirmaram que os animais foram vítimas de febre amarela. Além disso, exames realizados em um primata em Pinhalzinho, na região de Campinas, também testaram positivo para a doença.

Nesta segunda, a SES confirmou outros quatro casos em animais, sendo três registros em Ribeirão e um em Socorro.

Diante das confirmações, a SES ampliou ações de vacinação e busca ativa de pessoas não imunizadas, priorizando áreas de mata. "Estamos trabalhando junto com a Vigilância Epidemiológica tanto da região de Campinas quanto da região de Ribeirão Preto numa vacinação seletiva", informou em nota a coordenadora de Saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da SES-SP, Regiane de Paula. Segundo a pasta, foram encaminhadas 55 mil doses da vacina para Ribeirão Preto e 75 mil para a região de Campinas.

Como ocorre a transmissão?

Há dois diferentes ciclos de transmissão da febre amarela, o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, os macacos são os principais hospedeiros e os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao frequentar áreas de mata. Já no ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de mosquitos Aedes aegypti infectados.

A febre amarela pode ser transmitida por macacos?

Não. Apesar de os macacos serem hospedeiros da doença no seu ciclo silvestre, ela é transmitida apenas por mosquitos infectados.

Qual a melhor forma de se proteger?

A principal medida de proteção contra a febre amarela é a vacinação. Atualmente, o calendário vacinal prevê uma dose do imunizante aos 9 meses de idade e outra aos 4 anos. Em pessoas com mais de 5 anos não vacinadas previamente, utiliza-se o esquema de dose única. O imunizante é oferecido gratuitamente em postos de saúde de todo o País.

Quais os sintomas da febre amarela?

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas iniciais da doença são: febre de início súbito, calafrios, dores na cabeça, nas costas e no corpo em geral, além de enjoo, vômito e fraqueza.

Via de regra, as pessoas melhoram após esses sintomas, mas 15% ficam cerca de um dia sem sintomas e, depois, evoluem para quadros mais graves. Por isso, é importante ter um acompanhamento médico.

O argentino Gastón Burlon, ex-secretário de turismo de Bariloche, morreu nesta segunda-feira, 13, no Rio de Janeiro, um mês após ser baleado na capital fluminense, quando viajava de férias com a família. A informação foi confirmada pela Polícia Civil, via Delegacia de Especial de Apoio ao Turismo (Deat).

No dia 12 de dezembro do ano passado, o argentino e sua família estavam a passeio pelo Rio de Janeiro. Por conta de uma orientação dada pelo GPS do veículo em que usavam, Gaston acabou pegando, por engano, um caminho em direção ao Morro dos Prazeres, e foi alvejado por suspeitos na Rua Cândido Oliveira.

A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Gaston estava com a esposa e filhos, mas só ele foi atingido pelos disparos.

A Polícia Civil do Rio informou que uma equipe foi enviada às comunidades de Santa Teresa para localizar o autor do crime e disse que a diligências seguem para capturar o suspeito. O Consulado da Argentina foi procurado, mas não deu retorno até a publicação do texto.

Em nota, a Câmara de Turismo de Bariloche lamentou a morte de Burlon e destacou o papel que o ex-secretário teve no impulsionamento das atividades turísticas para a cidade, um dos principais destinos de visitação da Argentina. "Gastón foi um líder comprometido e visionário, cujo trabalho contribuiu significativamente para aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo e trabalhar ao seu lado".

Além de chefiar a pasta de turismo em Bariloche até o final de 2023, Gastón foi presidente da Associação de Agências de Turismo do município, dirigente do Clube Estudiantes Unidos e, mais recentemente, presidente da Câmara Argentina de Turismo Estudantil (CATE).

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o novo contrato de concessão da Companhia de Saneamento Básico no Estado de São Paulo (Sabesp) vai melhorar a cobertura da empresa no litoral paulista, onde houve surto de casos de norovírus durante o recesso de final de ano.

"Temos áreas não alcançadas na Baixada Santista pelo contrato anterior. Essa foi uma das razões pelas quais procuramos fazer a privatização", disse nesta segunda-feira, 13, em agenda no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

"Temos áreas informais consolidadas que não dispõem de saneamento, ligações clandestinas de esgoto nas galerias de águas pluviais, despejo de cidades litorâneas com drenagem voltada totalmente para o oceano", continuou o governador. "Tudo isso agora é objeto do novo contrato e talvez, de investimento. São quase R$ 3 bilhões que serão investidos nos próximos quatro anos na Baixada."

Questionado sobre a atuação do governo do Estado, Tarcísio reiterou que manterá as ações emergenciais e continuar na busca para encontrar as fontes de contaminação.

"O governo do Estado tem de trabalhar como está trabalhando, estruturando a rede de saúde para receber as pessoas, procurando atuar emergencialmente. Já houve uma estabilização, uma diminuição da quantidade de casos", declarou.

Como o Estadão mostrou, os turistas têm recorrido ao álcool em gel e levado marmita de casa para evitar a contaminação. A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado (Fhoresp) estima 19% de cancelamentos em hotéis do litoral paulista em decorrência da onda de virose e dos arrastões. A entidade encaminhou ofício ao governador pedindo providências.

Na quarta-feira, 8, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou a presença de norovírus em amostras de fezes humanas de pacientes atendidos na Baixada Santista, onde houve aumento de casos.

O patógeno, considerado altamente contagioso, é liberado nas fezes de pessoas contaminadas e pode infectar outras pelo contato com fragmentos dos excrementos.

Além disso, o patógeno é resistente às condições ambientais. Assim, ao contaminar objetos e ambientes, pode passar bastante tempo por ali, facilitando a exposição.

A principal via de transmissão é fecal-oral. Isso acontece quando fragmentos microscópicos de fezes contaminadas de uma pessoa infectada entram no corpo de outra.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, onde o norovírus é a principal causa de diarreia e vômito, também é comum a reinfecção, devido à diversidade de cepas. Na Baixada Santista, foram detectados os genogrupos 1 e 2 do vírus.