'Descobri uma liberdade artística que nem imaginava', diz Helena Ranaldi fora da TV

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Faz 10 anos que a atriz Helena Ranaldi não trabalha em uma novela. A última foi Em Família, escrita por Manoel Carlos para a Rede Globo em 2014. Na sequência, suas participações no vídeo ficaram limitadas às séries As Canalhas, O Mecanismo, Carcereiros e O Doutrinador, mas tantas coisas boas e desafiadoras aconteceram que Helena, aos 58 anos, confessa nem sentir falta do veículo que a popularizou em tramas como Laços de Família (2000) e Mulheres Apaixonadas (2003). "Fui extremamente feliz na televisão e tive a sorte de ganhar ótimas personagens", reconhece. "Só que para topar um projeto tão longo, que me exigiria um ano de dedicação, teria que ser algo capaz de realmente me tirar do conforto."

A principal mudança - que redesenhou sua trajetória - foi voltar a São Paulo depois de 25 anos radicada no Rio de Janeiro. Em 2015, a atriz paulistana veio para a cidade ensaiar uma peça, A Fantástica Casa de Bonecas, e emendou um compromisso no outro, sempre nos palcos, que a levou a se fixar de vez dois anos depois. "Quando vi estava produzindo teatro, comecei a namorar o Daniel Alvim (ator e diretor), meu filho (o ator Pedro Waddington, de 26 anos) veio morar aqui e tudo foi acontecendo", conta. "Se me mudei para o Rio por causa do trabalho, o trabalho me trouxe de volta e descobri uma liberdade artística que nem imaginava, seja criando projetos ou recebendo propostas."

É como convidada que Helena aparece no espetáculo Por Trás das Flores, drama escrito por Samir Yazbek e dirigido por Marcelo Lazzaratto, em cartaz no Itaú Cultural até o dia 22, com entrada franca. "Foi ótimo ter me transformado em produtora porque, quando sou chamada, já chego ao teatro de outra forma", comenta. "Tenho o entendimento na prática de que nem tudo que o que um artista deseja é possível de ser atendido."

No palco, Helena contracena com a atriz Martha Meola em um enredo que trata de ancestralidade, comportamento e depressão. Sua personagem é a filha de uma libanesa (Martha) que imigrou para o Brasil logo depois do casamento e, agora, ela volta à terra dos pais para investigar as origens dos seus antepassados. Em uma profunda crise existencial, a personagem busca compreender o quanto daquele passado reflete em seu problemático presente.

"Desde que conheci o texto, ainda na pandemia, me emociono com a história", diz a intérprete, que participou de uma leitura virtual da peça, ainda com o título provisório de Que os Mortos Enterrem seus Mortos, junto da atriz Maria Fernanda Cândido, em 2021.

A dramaturgia de Yazbek propõe um acerto de contas entre essas duas mulheres que se desenrola na imaginação da filha. A mãe morreu com a idade que a filha tem hoje e sucumbiu diante de conflitos semelhantes aos que ela enfrenta. "A peça é um resgate de vida através desse encontro que pode transformar a vida da minha personagem e fazê-la desviar de um destino semelhante ao da mãe", explica Helena. "A depressão deve ser debatida porque é uma doença que afeta tanta gente e, às vezes, pode estar bem próxima e não enxergamos."

Experimentando no cinema

Em sua guinada pessoal e profissional, Helena, além de privilegiar o teatro, assumiu um papel que jamais havia ambicionado: o de produtora cinematográfica. Em 2019, ela e Alvim, já casados, produziram a peça Cordel do Amor Sem Fim, comédia de costumes de Cláudia Barral, ambientada em uma cidade na fronteira da Bahia com Minas Gerais. Lá vivem três irmãs (interpretadas por Helena, Patricia Gasppar e Márcia de Oliveira) e, no dia em que a caçula ficaria noiva, um forasteiro desperta novos sentimentos na moça.

A boa aceitação da montagem entusiasmou Helena e Alvim a adaptá-la para o cinema. "Ganhamos um edital e fomos em frente com um orçamento que parecia impossível de se realizar um filme, R$ 250 mil", revela. "Fizemos tudo de forma independente e tanto eu quanto o Daniel não tínhamos qualquer experiência como produtores de cinema."

Sob a direção de Alvim, Cordel do Amor Sem Fim foi rodado em 2022 em um sítio em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, durante 21 dias. O elenco é o mesmo da peça, que inclui ainda os atores Luciano Gatti, Rogério Romera e Marcelo Marothy. Helena arregaçou as mangas para fazer milagre com a verba tão enxuta. Pediu emprestado aos amigos objetos para o cenário, trabalhou como continuísta e assistente de figurino, além de atuar, claro. Nos intervalos, faxinava até o set. "Foi muito cansativo e só se tornou possível porque reunimos uma equipe parceira, mas ficou legal, honesto, dá o maior orgulho de ter feito."

Com o filme na lata, Helena e Alvim têm percorrido o circuito de festivais. O longa passou por mostras nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Rondônia e Teresópolis. Do 28º Cine PE, realizado no Recife em junho, voltou com os prêmios de melhor atriz (dividido entre Márcia, Helena e Patricia) e direção de arte (André Cortez). Como produtora independente, Helena tem consciência de que será difícil chegar às salas comerciais. A meta é, diante da repercussão nos festivais, negociar a exibição em plataformas de streaming.

Enquanto Cordel do Amor Sem Fim caminha pelo mundo, a cabeça de Helena já planeja uma nova história. Ela tem em mãos um texto para quatro personagens - uma avó, um pai, uma mãe e um filho -, inicialmente pensado para o teatro, mas que, com a experiência adquirida, deve virar um filme. "Quero trabalhar com o Pedro, meu filho, e acho que esse pode ser o nosso projeto", antecipa.

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Supostos criminosos montaram um bloqueio em um trecho da Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, para simular uma blitz e assaltar viajantes. O trecho foi bloqueado com cones para que os veículos reduzissem a velocidade, facilitando a abordagem.

O motorista de um carro de aplicativo que passava pelo local relatou ter visto o suspeito empunhando uma arma, mas conseguiu escapar. A câmera instalada no carro filmou a abordagem.

O caso aconteceu na madrugada desta quarta-feira, 30, no trecho conhecido como Pedra Cortada, da pista sentido Baixada, logo após a saída de um túnel.

O motorista reduziu a velocidade ao se aproximar dos cones, mas viu que alguns homens saíam do acostamento, um deles com a arma. Como não havia sinalização, ele percebeu que seria assaltado e acelerou.

Vídeo

As imagens de um vídeo que circula em redes sociais mostram o motorista trafegando pela Imigrantes e se aproximando da blitz. Ele estranha ao ver os cones. "Está fechado aqui?". Em seguida, ele desvia o carro para a outra pista, acelera e avisa a passageira. "Abaixe, assalto."

Logo depois, desabafa: "Escapamos". A passageira pergunta o que foi. "Você não viu o monte de gente? É doido, os caras fecharam a pista para roubar. Liga pra polícia. Está com o celular? Avisa aí."

A Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, disse em nota que lamenta o ocorrido e reforça que presta apoio à Polícia Militar Rodoviária nas ocorrências de segurança pública, oferecendo suporte às autoridades para a preservação da segurança viária.

No caso da falsa blitz, segundo a empresa, a parceria entre Ecovias e Polícia Rodoviária foi decisiva para a conclusão da ocorrência sem sucesso por parte dos bandidos. "A movimentação suspeita foi identificada por um policial de plantão no CCO (Centro de Controle Operacional) da concessionária, por meio de câmera instalada na rodovia. Ele imediatamente acionou a equipe da Tática Ostensiva Rodoviária (TOR), que foi até o local, mas os indivíduos envolvidos fugiram ao avistar a chegada da polícia."

A Ecovias diz ainda que tem investido em tecnologias de monitoramento e inteligência operacional e, em 2024, foram instaladas novas câmeras, totalizando mais de 300 equipamentos em operação. A estrutura permite o acompanhamento em tempo real das rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes, a partir do CCO. Nesse local, os profissionais da concessionária atuam de forma integrada com policiais militares, com acesso simultâneo às imagens.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), no entanto, informou que não localizou o registro dessa ocorrência. A Polícia Civil analisa as imagens divulgadas em redes sociais para a identificação dos suspeitos.

A pasta disse que as forças de segurança intensificaram o policiamento na região e, desde a última quarta-feira, a Polícia Militar Rodoviária iniciou a Operação Feriado, que vai até este domingo, 4, com objetivo de prevenir e combater práticas criminosas, especialmente em áreas litorâneas e de grande fluxo turístico.

As ações contam com reforço do efetivo, ampliação do policiamento nas praças de pedágio, aumento da circulação de viaturas e uso de tecnologias de fiscalização, afirma.

O período para pedir isenção da taxa de inscrição para a Fuvest 2026, vestibular da Universidade de São Paulo (USP), acontece de 12 de maio até 11 de julho, com início e fim às 12 horas de cada dia. O valor da taxa de inscrição será o mesmo do ano passado: R$ 211.

O Guia de Inclusão e Pertencimento, com mais detalhes sobre o passo a passo para pedidos de redução e isenção de taxa da inscrição, uso de nome social no vestibular e ações afirmativas, deve ser publicado na próxima segunda-feira, 5 de maio, conforme a assessoria de imprensa do vestibular.

As inscrições para o vestibular acontecerão entre 18 de agosto e 7 de outubro e a prova da primeira fase, em 23 de novembro. Quem passar nesta primeira etapa será convocado para a segunda fase, nos dias 14 e 15 de dezembro.

Caso a carreira escolhida pelo candidato demande provas de competências específicas, elas serão aplicadas entre 9 de dezembro e 12 de dezembro - é o caso de Arquitetura e Artes Cênicas.

"Os locais variam entre cidades da Região Metropolitana de São Paulo, do interior e do litoral paulista. A lista de aprovados na 1ª Chamada será divulgada em 23 de janeiro de 2026. As orientações para os aprovados na segunda fase estarão disponíveis na Área do Candidato", informa a Fuvest.

Além da Fuvest, a USP também disponibiliza uma quantidade de vagas, menor, via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e pelo Provão Paulista.

Quem pode pedir redução ou isenção da taxa de inscrição da Fuvest?

Podem pedir isenção ou redução de 50% da taxa de inscrição da Fuvest os candidatos que comprovarem renda familiar per capita ou individual de até R$ 2.118 ou R$ 4.236, respectivamente. Além disso, eles devem comprovar que:

- Cursaram ou concluíram o ensino médio em escolas públicas ou tiveram bolsa de estudos em escolas particulares;

- Concluíram o ensino médio através de exames nacionais de certificação, como o ENEM e o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul identificou 127 crianças e adolescentes que seriam vítimas de um homem de 36 anos preso preventivamente em janeiro de 2025 por suspeita de cometer crimes sexuais contra menores. O número pode ser ainda maior, ultrapassando 700 vítimas, após todas as provas coletadas contra ele serem analisadas. O Estadão tenta contato com a defesa dele.

De acordo com o delegado Valeriano Garcia Neto, titular da Delegacia de Polícia de Taquara, que investiga o caso, o homem é suspeito de estuprar adolescentes, coletar e armazenar arquivos de pornografia infantil e cometer ameaças contra vítimas entre 9 e 13 anos de ao menos cinco Estados do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre e Mato Grosso.

O suspeito foi preso em flagrante em janeiro deste ano em Taquara, cidade gaúcha há cerca de 80 quilômetros de Porto Alegre, por armazenar mais de 750 pastas de material de pornografia infantil em seu computador. Também foram encontradas supostas provas de que ele próprio coletava essas imagens persuadindo e ameaçando as vítimas.

O conteúdo vem sendo analisado desde então. "Recentemente, com o retorno do laudo, foram identificadas 127 vítimas (no ECA e código penal) com provas materiais", diz o delegado.

No começo de abril, um outro mandado de prisão preventiva por estupro de vulnerável foi cumprido contra o homem e, na última terça-feira, 29, um terceiro pedido foi emitido e cumprido após uma condenação da 1ª Vara de Garantias de Porto Alegre por estupro de vulnerável.

A vítima deste último caso era uma adolescente de 13 anos, então colega do homem em aulas de Muay Thai na cidade de Taquara. Esta mesma menina afirma que, durante anos, o abusador a exigiu conteúdo pornográfico infantil, e que ela enviava o material sob ameaça.

"É um caso nunca visto pela polícia e pelos peritos do IGP pela tamanha organização e materialidade de crimes dessa natureza. Na época dos crimes, todas as vítimas eram menores. Ele faz isso há pelo menos 16 anos", afirma Garcia Neto.

As vítimas já identificadas serão chamadas para prestar depoimento, "visando o andamento dos inquéritos policiais e a devida responsabilização do abusador", conforme a Polícia Civil. "A identidade das vítimas é preservada e o processo corre em sigilo."

Criminoso usava perfis falsos nas redes sociais

Conforme a Polícia Civil do RS, a forma de atuação do criminoso era através de perfis falsos nas redes sociais. Geralmente, ele se passava por meninas, que se aproximavam de outras meninas da mesma idade.

"Através de uma engenharia social, o criminoso criava uma amizade digital e induzia as vítimas a enviarem, inicialmente, uma foto nua. Em posse da foto, o homem pedia mais imagens. Caso recebesse negativas, ameaçava as vítimas que acabavam enviando mais material", diz a Polícia Civil.

Conforme os documentos coletados do suspeito, ele chegava a orientar posições do corpo e da câmera de como as meninas deveriam se fotografar ou se filmar.