'Garota do Momento': próxima novela das 6 será 'muito mais sobre Little Richard do que Elvis'

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Garota do Momento, próxima novela das 6 da TV Globo, programada para estrear em novembro, será uma trama de época ambientada no Rio de Janeiro do fim da década de 1950 - mais especificamente em 1958.

Trata-se de uma época de efervescência, em que o sentimento de otimismo dominava o Brasil. A seleção brasileira foi campeã da Copa do Mundo pela primeira vez, com Pelé vestindo a camisa 10. No plano musical, as rádios ecoavam o sucesso do rock americano e o surgimento da bossa nova. A autora é Alessandra Poggi, conhecida por Além da Ilusão (2022).

A novela pretende ser uma "fábula de esperança", ainda que provoque reflexões mais profundas sobre a sociedade. "Era o ano em que tudo dava certo no Brasil. E a faixa das 18h fala disso, o povo quer sonhar junto. Estamos construindo um universo que o País está precisando", refletiu Natalia Grimberg, diretora artística, em coletiva de imprensa virtual realizada nesta terça-feira, 15.

A partir do teor musical que serve de plano de fundo do folhetim, com samba e rock, a trama ressalta que a construção da identidade cultural brasileira foi múltipla e teve grande contribuição dos artistas negros.

"É muito mais sobre Little Richard do que Elvis", afirmou a atriz Letícia Colin, sendo ecoada pelo diretor-geral Jeferson De - cineasta que venceu o Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro com M8 - Quando a morte socorre a vida, filme de 2019. Isso porque Tutti Frutti, clássico gravado por Little Richard nos anos 1950, será o tema de abertura da novela.

Mais quer dizer mais que isso: o lendário músico foi um dos expoentes mais expressivos do rock and roll, lançando algumas das bases desse estilo. Mas, sendo um homem negro no período de segregação racial nos Estados Unidos, ele não recebeu o devido reconhecimento na época, e, na história, acabou por vezes ofuscado pelo astro Elvis Presley, que ganharia o título de "rei" do gênero musical.

A trilha sonora da novela terá ainda regravações de músicas antigas e emblemáticas, nacionais ou internacionais, na voz de cantores e cantoras pretos de sucesso no Brasil atual. As faixas incluem uma versões interpretadas por Iza, Francisco Gil, Gloria Groove, Léo Santana, Gaby Amarantos e Péricles. Os nomes foram revelados na coletiva de imprensa desta terça. "É absolutamente emocionante", conta Jeferson De.

É a primeira vez que a TV Globo terá três novelas protagonizadas por mulheres negras simultaneamente, nas faixas das 18h, 19h e 21h. Nas tramas já no ar, Jéssica Ellen vive Madalena em Volta por Cima, enquanto Gabz interpreta Viola em Mania de Você. Em Garota do Momento, a atriz Duda Santos, que foi Maria Santa na primeira fase de Renascer, toma o centro da narrativa.

Conheça a trama de 'Garota do Momento'

A Garota do Momento é Beatriz (Duda Santos), jovem que se torna garota-propaganda de uma grande fábrica de sabonete, revolucionando a publicidade da época. Criada pela avó paterna em Petrópolis, ela decide embarcar para o Rio de Janeiro em busca de uma reconciliação com o passado, após se deparar com uma foto de sua mãe em uma revista.

Acontece que a mãe, Clarice (Carol Castro), não a abandonou propositalmente. Tendo viajado para a capital para participar de uma exposição de arte, ela sofreu um acidente e perdeu parte da memória. Ficou a lembrança de que tinha uma filha e, por isso, seu marido, o empresário Juliano (Fábio Assunção), entregou outra menina para ela criar, que recebeu o mesmo nome. Bia (Maisa Silva, em sua primeira novela na Globo) cresceu sendo mimada e será a antagonista de Beatriz.

Chegando no Rio, Beatriz encontra uma cidade pulsante, com bailes glamurosos, carnaval de rua e rodas de samba. Por outro lado, a reaproximação com a mãe não será fácil. A situação piora quando Beatriz e Bia se interessam pelo mesmo rapaz, Beto (Pedro Novaes).

Além dos citados, também integram o elenco Lilia Cabral, Maria Flor, Eduardo Sterblitch, Maria Eduarda de Carvalho, Klara Castanho, Paloma Duarte, Danton Mello, Ícaro Silva, Ana Flavia Cavalcanti, Mariana Sena, Carla Cristina Cardoso, Solange Couto, Bete Mendes, Mariah da Penha, Cridemar Aquino, Pablo Sanábio, Philipp Lavra, Tatiana Tiburcio, Flávia Reis, Arlinda Di Baio, Cauê Campos, João Vithor Oliveira, Pedro Goifman, Caio Cabral, Gabriel Milane, Sergio Kauffmann, Rebeca Carvalho, entre outros.

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, disse que terá uma reunião às 11h30 desta terça-feira (15) com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes. Na pauta está a fiscalização do regulador sobre o serviço da Enel Distribuição São Paulo.

A Aneel recebeu o pedido do para reunião presencial em São Paulo. O diretor-geral da Aneel reforçou que o regulador está disponível para prestar todas as informações "necessárias para os órgãos públicos e de controle" sobre o trabalho de fiscalização na concessão da Enel SP.

Por volta das 10h50, os diretores da Aneel estavam em reunião pública. Na segunda-feira, 14, o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a CGU faça uma "auditoria completa" no processo de fiscalização da Aneel em relação à concessionária Enel SP.

Ledo engano se você acredita que utilizar inteligência artificial (IA) em sala de aula se resume ao ChatGPT. As possibilidades que a inteligência artificial oferece estão em todos os níveis da educação, desde dar mais eficiência para os professores até auxiliar na compreensão dos alunos e ajudar no desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

Esse movimento já está em curso em instituições de todo o País. Uma pesquisa do Instituto Semesp, realizada com 444 professores da educação básica em março de 2024, mostra que 74,8% dos docentes enxergam a tecnologia e a IA como aliadas no ensino. No entanto, enquanto a tecnologia acelera o acesso à informação, os professores também percebem que ela traz diversos desafios como a dispersão dos alunos.

Curiosamente, apesar do reconhecimento de seus benefícios, apenas 39,2% dos professores afirmam utilizar essas ferramentas com regularidade em sala de aula. Esse dado evidencia que há uma distância entre o potencial da tecnologia e sua implementação cotidiana.

Carlota Boto, diretora da Faculdade de Educação da USP, acredita que essa lacuna se deve à complexidade do uso da IA, que vai além de ser uma simples ferramenta técnica. Para ela, a IA tem o poder de redefinir o modo como o conhecimento é acessado e compartilhado. "A inteligência artificial pode ser uma aliada valiosa no preparo das atividades em sala de aula, mas, para que isso ocorra de forma eficaz, é preciso que o professor tenha domínio tanto da ferramenta quanto do conteúdo a ser trabalhado."

Essa transformação, para ela, exige que os docentes reavaliem as práticas pedagógicas, desafiando tradições e abraçando a inovação. "A primeira questão a ser pensada é o repertório: o que estamos ensinando e como isso se conecta com o mundo em transformação? É importante respeitar as tradições pedagógicas, mas também integrar novos conteúdos que dialoguem com as demandas atuais."

E de agora em diante?

Na era da IA generativa, o impacto dessa tecnologia é notável na produção de conteúdo. Anderson Soares, coordenador do primeiro bacharelado em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG), observa que "a geração de conteúdo sempre foi algo muito artesanal, mas a IA generativa permite criar músicas, textos e materiais de forma automática". "Isso abre caminho para que os alunos atuem mais no campo criativo e menos nas tarefas manuais."

Para Soares, essa nova realidade oferece oportunidades que promovem ações cooperativas e colaborativas, essenciais para o desenvolvimento das competências do futuro. No entanto, o avanço tecnológico também traz um desafio significativo: como trabalhar as habilidades socioemocionais em um ambiente altamente tecnológico?

Para Guilherme Cintra, diretor de inovação e tecnologia da Fundação Lemann, a resposta está na criatividade e na capacidade do professor de criar um ambiente de troca real entre os alunos. "A nossa capacidade de criar e manter relações verdadeiras será o que nos distinguirá das máquinas", afirma, destacando que o professor precisa ser mais do que um transmissor de conhecimento, atuando como facilitador de interações humanas e reflexões profundas.

Além disso, o sistema educacional como um todo precisa se adaptar para apoiar os professores nessa transformação. "Não podemos esperar que os professores assumam sozinhos a responsabilidade de toda essa mudança", diz Cintra. Repensar a formação dos docentes, o currículo e a gestão escolar é essencial para que a tecnologia seja usada de forma eficaz, sem sobrecarregar os educadores.

Para o especialista Anderson Soares, embora a tecnologia possa otimizar o aprendizado e personalizar o ensino, o desenvolvimento de habilidades humanas fundamentais como empatia, trabalho em equipe e criatividade ainda depende da capacidade do educador de criar relações significativas. "A educação tem um papel essencial para nos mostrar como tecnologia não vai resolver nenhum problema por nós, mas que a resolução ainda compete ao ser humano, ainda compete a nossas habilidades socioemocionais."

Integração

Lucas Chao, especialista em IA e educador no Colégio Santa Cruz, demonstra como a tecnologia pode ser uma poderosa aliada no processo de ensino. Ele ministra uma eletiva de inteligência artificial no ensino médio da escola em São Paulo, que aborda desde a história até as aplicações mais avançadas da tecnologia, incluindo programação em Python e criação de conteúdo com IA generativa. "O curso vai além do ensino técnico; ele desafia os alunos a refletir criticamente sobre as implicações éticas da IA."

Paralelamente, no ensino fundamental 2, Chao lidera uma oficina chamada CodingLab, focada em letramento digital e desenvolvimento de jogos, onde introduz conceitos de IA de maneira prática e crítica. Ele enfatiza a importância de "pensar sobre" a IA, questionando os resultados e visões gerados por ferramentas como ChatGPT e Gemini. Lucas investiga se as representações produzidas por essas ferramentas carregam preconceitos ou vieses.

Uso de IA só funciona no contexto de troca entre aluno e mestre

Mas, afinal, a IA pode substituir o papel do professor? Segundo Guilherme Cintra, diretor de inovação e tecnologia da Fundação Lemann, a interação humana continua sendo fundamental para um aprendizado eficaz. "Usar uma ferramenta por si só, sem um contexto de troca com humanos, em que exista uma relação no centro do processo, não basta", afirma.

Existem diversas ferramentas de IA que podem potencializar o papel dos professores em suas atividades. A PeerTeach, por exemplo, conecta alunos para colaboração, personalizando o aprendizado. Já a Letrus corrige redações, liberando tempo para que os professores se dediquem a atividades mais estratégicas, como identificar as necessidades individuais de cada aluno. "A inteligência artificial, quando bem usada, centraliza o processo na relação humana e permite a adaptação para diferentes contextos. Isso é não substituir o professor", diz ele.

A distribuidora Enel São Paulo informou nesta terça-feira, 15, que 220 mil imóveis da Grande São Paulo continuam sem energia elétrica desde a tempestade de sexta-feira, dia 11. A concessionária afirma que suas equipes "seguem atuando no restabelecimento da energia a clientes que ingressaram chamados ao longo dos últimos dias", declarou em nota enviada às 12h12 desta terça. Do total, 147 mil unidades consumidoras sem luz estão na capital paulista, 6,5 mil ficam em Diadema e outras 5 mil em São Bernardo do Campo.