Hospital da Federal de BH faz primeira fertilização in vitro com registro de duas mães

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Um bebê fruto de fertilização in vitro nasceu em Belo Horizonte com registro de dupla maternidade. O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) realizou a primeira fertilização in vitro (FIV) com apontamento de dupla maternidade em hospital público no País.

Desde o início do relacionamento, as mães, cujos nomes foram mantidos em sigilo, buscavam concretizar o sonho de formar uma família. O processo teve início em 2021, culminando na fertilização no final de 2023 e na confirmação da gestação em fevereiro de 2024. O procedimento utilizou óvulos de uma das mães e espermatozoides de um doador anônimo. Segundo a mãe que cedeu os óvulos, o tratamento seguiu uma rotina tranquila e não demandou novas intervenções após a fertilização inicial.

Para o registro civil do bebê, além da Declaração de Nascido Vivo (DNV) e dos documentos das mães, foi necessário um relatório detalhado sobre o procedimento de FIV, assinado pelos responsáveis técnicos.

Raquel Lara Furlan, chefe do Laboratório de Reprodução Humana do HC-UFMG, explicou que o relatório garante o registro legal da dupla maternidade, uma exigência para formalizar o vínculo no cartório.

A advogada especialista em direito sucessório, Samira Tanus, considera o caso um marco para a inclusão de famílias homoafetivas nos registros civis do Brasil.

"É possível acreditar que esse caso pode abrir precedentes importantes para outros casais homoafetivos que buscam o reconhecimento da dupla maternidade (ou até mesmo dupla paternidade) no registro civil e que, por alguma questão, escolheram uma forma diversa daquela prevista na lei," afirma Samira Tanus.

Ela acrescenta que a decisão do Superior Tribunal de Justiça de aplicar uma regra de forma análoga para permitir o registro de dupla maternidade "demonstra uma abertura para interpretações mais inclusivas do Código Civil, sinalizando um entendimento de que as normas jurídicas precisam se adaptar à realidade de novas configurações familiares."

Em relação aos direitos e proteções já garantidos pela legislação, Samira destaca que o País oferece uma base sólida para assegurar a parentalidade de casais homoafetivos. "A legislação brasileira já oferece garantias para a parentalidade de casais homoafetivos por meio de união estável e casamento, além de direito à adoção, registro civil, reprodução assistida, proteção constitucional, guarda e visitação", explica.

Ela ressalta que, apesar desses avanços, ainda há desafios para o registro de dupla maternidade ou paternidade em casos de reprodução assistida fora de clínicas autorizadas. "Pode-se afirmar então, que o precedente do STJ veio para superar essa lacuna," conclui.

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O ator Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira, 26, às 6h23, no Rio de Janeiro. A assessoria do ator confirmou a morte ao Estadão. Ney estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, da Gávea, zona sul do Rio, em decorrência de uma sepse pulmonar. O artista já lutava contra um câncer de próstata.

A doença foi diagnosticada em 2019. Na época, Ney foi operado, retirou a próstata e permaneceu curado. A doença voltou em agosto deste ano, já com metástase. Houve o tratamento inicial, porém sem sucesso.

Ney Latorraca foi um dos maiores atores da história da teledramaturgia brasileira, com papéis icônicos em Vamp e TV Pirata, entre outros.

Ney Latorraca deixa o marido, o ator Edi Botelho, com quem foi casado por 30 anos. O local, horário do velório e cremação do corpo ainda não estão definidos.

Relembre trajetória de Ney Latorraca

Antonio Ney Latorraca era natural de Santos, São Paulo. Aos seis anos de idade, fez uma participação em uma radionovela da Record. Durante a década de 1970, atuou em vários espetáculos, entre elas: Hair (1970), Jesus Cristo Superstar (1972), Bodas de Sangue (1973) e A Mandrágora (1975).

Fama e sucesso vieram com a novela Escalada, na TV Globo, em 1975. Na novela de Lauro César Muniz, a primeira de Latorraca, ele interpretou Felipe, que era mudo. "Ele só balançava a cabeça. E o que aconteceu? Um mês depois que a novela estreou, o personagem fazia tanto sucesso que todo mundo queria saber quem era aquela pessoa jogada pelos cantos, muda. Eu nunca apresentei aquele padrão imposto de galã, que precisava ter uma virilidade explícita. Pelo contrário. Mas Felipe fez sucesso, principalmente com o público feminino. Na época, havia um concurso em nível nacional para eleger o rei da televisão. Em seis semanas, eu já estava concorrendo com Tarcísio Meira e Roberto Carlos", relembrou o ator ao projeto Memória Globo.

Aquele contrato de três meses virou mais de 50 anos de casa.

Estabeleceu parceria importante com o diretor Walter Avancini, com quem realizou projetos de literatura adaptada como Anarquistas, Graças a Deus, Memórias de um Gigolô, Rabo de Saia, Grande Sertão: Veredas.

Vamp, TV Pirata e O Mistério de Irma Vap

Após diversas novelas, como Vamp, na qual interpretou o inesquecível Vlad, minisséries e também filmes no cinema, experimentou um exercício diferente com TV Pirata, em que encarnava Barbosa. Sobre o personagem, Ney Latorraca chegou a dizer: "Era um velho tarado, de cabeça branca, com um pouco de bico. Mas eu comecei a aumentar o bico, tanto que, meses depois, só dava Barbosa e todo mundo imitava. Foi um baita sucesso. Até hoje me pedem na rua para fazer o Barbosa".

Em 1986 estreou, com o ator Marco Nanini o maior sucesso do teatro brasileiro, O Mistério de Irma Vap, que permaneceu em cartaz por mais de 11 anos. Foi o seu maior sucesso e lhe trouxe a almejada estabilidade financeira. "Comprei minha cobertura, passei a viajar de primeira classe e pude dar todo o conforto para a minha mãe, que se foi em 1994, até o fim da vida dela", contou ele, em entrevista ao Estadão em julho passado.

Na Globo, Ney Latorraca fez 17 novelas e seis minisséries, além de seriados e especiais.

"Ator já nasce ator. Aprendi desde pequeno que precisava representar para sobreviver. Sempre fui uma criança diferente das outras: às vezes, eu tinha que dormir cedo porque não havia o que comer em casa. Então, até hoje, para mim, estou no lucro", disse o ator em depoimento ao Memória Globo.

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O câncer foi diagnosticado em 2019, na época Ney foi operado, retirou a próstata e permaneceu curado. A doença voltou em agosto deste ano, já com metástase. Houve o tratamento inicial, porém sem sucesso.

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Na véspera do Natal, Anitta mobilizou as suas redes sociais em busca de Charlie, seu cachorro que sumiu. A boa notícia é que ele foi encontrado.

"Achamos o Charlie, gente", disse a cantora nas redes sociais. Anitta contou que estava com ele na cama antes de tomar um banho. Quando voltou, o cão não estava mais lá, o que deixou todos preocupados.

A cantora disse que dormiu muito pouco naquela noite e acordou às 7h da manhã desta quarta-feira para procurar pelo cão, mobilizando parte dos seus vizinhos, incluindo Tatá Werneck, que mora no mesmo condomínio que a cantora.

Ela chegou a mobilizar uma "junta espiritual", incluindo a amiga Larissa Rios, que se comunica com os animais para ajudar na busca. Depois disso tudo, um primo a avisou que estava ouvindo latidos próximos, que suspeitava serem de Charlie.

"Meu cachorro cavou um buraco e se enfiou debaixo da casa, provavelmente com medo dos fogos, e não conseguiu sair", disse a cantora em um story postado na tarde desta quarta-feira, 25.

Após ser resgatado pelos bombeiros, o cachorro foi levado para uma consulta veterinária para garantir que estava bem.