MEC diz que manifestação política em universidade é 'imoralidade administrativa'

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O Ministério da Educação (MEC) encaminhou ofício às universidades federais de todo o País alertando que manifestações políticas nas instituições podem configurar 'imoralidade administrativa' e serem alvo de punições disciplinares. O documento encaminha às instituições uma representação assinada pelo procurador Ailton Benedito, do Ministério Público Federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Na peça, é dito que o compartilhamento atendeu solicitação da Corregedoria da pasta.

Nesta semana, a Controladoria-Geral da União (CGU) publicou os extratos de dois Termos de Ajustamento de Conduta assinados por professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), incluindo o ex-reitor da instituição, que foram alvo de processos preliminares abertos a partir de uma denúncia do deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS).

Especialistas ouvidos pelo Estadão alertam sobre tentativas de intimidação contra reitores e professores de federais, que possuem autonomia ao governo federal.

O ofício enviado pelo MEC por meio da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior ressalta que as recomendações feitas pelo procurador visam a 'tomada de providências para prevenir e punir atos político-partidários nas instituições públicas federais de ensino'.

"A utilização de dependências físicas, o uso de bens móveis, materiais ou imateriais, para a promoção de eventos, protestos, manifestações, etc de natureza político-partidária, contrários e favoráveis ao governo, caracteriza imoralidade administrativa", apontou ofício, citando a manifestação assinada por Ailton Benedito.

Apoiador do governo Bolsonaro, o procurador Ailton Benedito cobrou no ano passado informações ao Twitter após a rede social alertar que publicações sobre 'tratamento precoce' eram enganosos. Não há tratamento precoce para a covid-19.

A manifestação sobre manifestações político-partidárias foi assinada por Benedito no ano passado, mas só foi compartilhada pelo MEC com os reitores em fevereiro. O envio do documento atendeu solicitação da Corregedoria do MEC que, 'em face do recebimento de denúncias relativas à matéria, entendeu pela necessidade de envio do documento do MPF às IFES (Instituições de Ensino Superior)'.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Educação sobre o caso e aguarda resposta.

Ex-reitor em Pelotas assinou TAC com CGU após criticar Bolsonaro nas redes

Paralelo ao envio do ofício do MEC, dois professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) assinaram Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) após criticarem o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, em janeiro deste ano. O ex-reitor da instituição Pedro Hallal e o pró-reitor de Extensão e Cultura Eraldo dos Santos Pinheiro foram alvos de processos preliminares abertos na Controladoria-Geral da União (CGU) após denúncia do deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS).

As críticas foram feitas durante uma live sobre o encerramento do mandato de Hallal à frente da UFpel.

"Quem tentou dar um golpe na nossa comunidade foi o presidente da República, e eu digo presidente com 'p' minúsculo. Nada disso estaria acontecendo se a população brasileira não tivesse votado num defensor de torturador, em alguém que diz que mulher não merecia ser estuprada ou no único chefe de Estado do mundo que não defende vacinação", declarou Hallal.

O pró-reitor Eraldo dos Santos Pinheiro classificou Bolsonaro como 'genocida' que 'vem minando, destruindo as estruturas já precárias de nossas instituições'.

O TAC foi assinado após a CGU concluir que as críticas dos professores não caracterizariam infração grave a ponto de uma punição disciplinar. O órgão, porém, apontou que as declarações poderiam ser enquadradas como violações ao Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, que proíbe funcionários públicos de promoverem 'manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição'.

Ao Estadão, Hallal avalia que o processo foi resultado de uma 'tempestade perfeita ao contrário'. Crítico da condução do governo na pandemia do novo coronavírus, o professor também comandava a UFPel, que driblou Bolsonaro ao montar um gabinete de reitoria com dois reitores após a indicada por Bolsonaro - terceira colocada na lista tríplice - convidar o mais votado a dividir a gestão da instituição.

"Acabei ficando no meio de uma tempestade perfeita ao contrário: eu era o reitor de uma universidade que deu o maior contra-ataque que o governo jamais esperava nas intervenções nas universidades e, ao mesmo tempo, eu era pesquisador muito ativo na pauta do coronavírus", disse. "Acabei virando o alvo dos segmentos irracionais da extrema-direita brasileira".

O TAC assinado por Hallal arquiva o processo preliminar e sem reconhecimento de culpa. Os termos preveem apenas que o professor não deve descumprir o Regime Jurídico do Servidor Público novamente.

Especialistas alertam para 'intimidação' a reitores e professores das universidades

Especialistas ouvidos pelo Estadão classificaram que o envio do ofício do MEC às universidades e os processos abertos contra os professores da UFPel podem ser tentativas de 'intimidação' contra servidores das instituições.

O reitor da Universidade Federal do Paraná e professor de Direito Ricardo Marcelo Fonseca relembra que o Supremo Tribunal Federal já decidiu pela inconstitucionalidade de atos que atentem contra a liberdade de expressão de alunos e professores dentro das universidades.

"Em vista desta interpretação, me parece que a recomendação desta unidade do Ministério Público Federal de Goiás não se mantém em pé", afirmou. "O exercício da pluralidade de posições deve ser altamente respeitado e vejo com muita preocupação que haja movimentos no sentido de restringi-lo porque isso significa despotencializar as universidades, que neste momento de pandemia são as entidades fundamentais para a produção do conhecimento, para nossa civilidade e inclusive para salvar vidas".

Segundo o professor Claudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas, o TAC assinado por Hallal para encerrar o processo 'é uma vitória para o governo'.

"Consequentemente, firmar um TAC com alguém, dizer que essa pessoa não pode repetir a atitude, não pode exercer um direito seu, de fazer a crítica ao governo, ainda mais no ambiente acadêmico, isso é inacreditável. Isso é completamente inaceitável", apontou. "Forma de intimidação por via de low fear. De usar os mecanismos judiciais como instrumento de intimidação politica."

Para o professor Floriano de Azevedo Marques Neto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), os casos promovem um 'cerceamento da liberdade de cátedra'. Segundo ele, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos proíbe o funcionário de demonstrar desapreço em reparticipação, mas isso não poderia ser usado para tolher a opinião do servidor. "Quando você esta diante da atividade docente, você tem como condição inerente a liberdade de cátedra", frisou.

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José de Abreu, de 78 anos, revelou nesta segunda-feira, 24, que está enfrentando um quadro de sinusite recorrente, que evoluiu para uma leve pneumonia. O ator, que interpreta Rodolfo na novela Volta por Cima, usou as redes sociais para tranquilizar os fãs e garantir que seguirá com os trabalhos na reta final da trama da TV Globo.

"As três últimas semanas de gravação de Volta por Cima serão na recuperação de uma sinusite recorrente que complicou e levou a uma leve pneumonia. Bem cuidadas, daremos conta do recado", escreveu o artista em publicação no Instagram. Ele também agradeceu o apoio da equipe da novela, incluindo o diretor André Câmara e a produtora Andrea Kelly.

Nas redes sociais, os fãs enviaram mensagens de apoio ao ator veterano, desejando-lhe uma rápida recuperação.

Após Volta por Cima, José de Abreu poderá ser visto novamente em Guerreiros do Sol, nova produção do Globoplay assinada por George Moura e Sergio Goldenberg. Na trama, ele interpretará um dos antagonistas, o temido coronel Elói, casado com Rosa, personagem de Isadora Cruz. A novela tem previsão de estreia para logo após o fim do Big Brother Brasil 25.

A cadela Pitaya, pet de Ana Maria Braga, foi a grande protagonista do Mais Você desta segunda-feira, 24. Durante o programa, a mascote demonstrou toda a sua agitação e acabou "roubando" o brinco de Tati Machado, setorista de famosos e entretenimento.

O episódio começou quando Ana Maria convidou Tati para se sentar à mesa com ela e Alessandro Jodar. No entanto, antes de assumir seu lugar, a jornalista precisou correr atrás de Pitaya, que havia pegado algo que não deveria. "Ela está comendo seu ponto eletrônico!", brincou Louro Mané, arrancando risadas no estúdio.

A cena divertida continuou após o intervalo comercial, quando Tati Machado caiu na risada. Curiosa com a reação da repórter, Ana Maria questionou o motivo da crise de riso. Foi então que Tati revelou que seu brinco havia caído no chão e, antes que pudesse pegá-lo, Pitaya se adiantou e levou o acessório. "Eu deixei cair meu brinco, e a Pitaya levou!", contou, ainda rindo da situação.

As câmeras logo captaram a mascote roendo o brinco tranquilamente. Sem entender, Ana Maria questionou: "Mas por que foi tirar o brinco?". A jornalista esclareceu que não retirou o acessório de propósito, mas que ele simplesmente caiu, e Pitaya foi mais rápida. "Eu amo TV ao vivo!", comentou Louro Mané, diante do momento inusitado. A cena espontânea rendeu boas risadas entre os convidados e viralizou nas redes sociais.

Confira aqui

Fernando Almeida fez história ao ser um dos dois atores negros no elenco original de Vale Tudo, em 1988. Ele interpretou Gildo, um menino em situação de rua, acolhido por Raquel, protagonista da trama, após roubá-la.

Na primeira versão da novela, a personagem foi interpretada por Regina Duarte. No remake, o papel ficou com Taís Araújo.

Como no remake de Renascer, o gênero de um personagem será alterado. Agora, Letícia Vieira será Gilda, menina acolhida pela protagonista.

Quem foi Fernando Almeida

Vindo de uma família humilde, o ator morreu aos 29 anos após levar dois tiros na nuca em um ponto de ônibus na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, na altura de Realengo.

Ele foi casado com Antonia Fontenelle, com quem teve um filho, Samuel, com sete anos de idade na época de sua morte.

A atriz chegou a relembrar a morte do ex-marido em 2022. "Nós nos separamos quando nosso filho tinha alguns meses, mas continuamos amigos. No dia do assassinato, Fernando tinha ido a um churrasco com o filho da atual mulher do pai dele. De lá, eles foram para um baile funk em Padre Miguel. Ele teria se engraçado com a mulher de um traficante. Esperaram ele ir embora e depois o executaram", disse no podcast Papagaio Falante.

O enterro de Fernando Almeida aconteceu no Cemitério do Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, reuniu amigos, familiares e celebridades, como André Gonçalves e Milton Gonçalves.

Além de atuar em Vale Tudo, ele também participou de outras novelas como Livre Para Voar, Sinhá Moça, O Outro, Lua Cheia de Amor, Sex Appeal, O Campeão e Malhação.

Seu último papel na TV foi em A Padroeira, de 2001, quando interpretou Gil.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais