A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quarta-feira, 19, o segundo e último suspeito de cometer latrocínio contra o ciclista Vitor Medrado em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, em 13 de fevereiro. O primeiro suspeito foi preso no último dia 8 em flagrante, cometendo um outro assalto, mas a informação não tinha sido divulgada para não atrapalhar as operações.
De acordo com a Polícia Civil, a identificação e a localização dos dois suspeitos foi possível a partir da prisão de Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, no dia 18 de fevereiro. Ela é uma "facilitadora de crimes por motocicletas" e é conhecida na região de Paraisópolis, onde vivia, como 'Mainha do Crime'.
De acordo com o delegado Ronaldo Sayeg, responsável pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a polícia fez uma análise minuciosa de câmeras de segurança na região do Parque do Povo para identificar os dois envolvidos no latrocínio. Como utilizavam capacete, não foi possível extrair as identidades, mas conseguiram rastrear o caminho percorrido por eles até Paraisópolis.
As investigações levaram até Suedna e apontam que ela atuou como fornecedora de materiais utilizados no crime. A mulher já respondia em regime aberto por receptação e comercialização ilegal de armas. Ela progrediu para regime aberto em 2024 por apresentar bom comportamento na cadeia.
Os matérias apreendidos na casa dela ajudaram os investigadores chegar nos nomes de Jeferson de Souza Jesus, de 28 anos, e Erick Benedito Veríssimo, 20, como autores do latrocínio próximo ao Parque do Povo em 13 de fevereiro.
Veríssimo, que até então não tinha passagem pela polícia, foi preso em flagrante cometendo outro assalto a mão armada no Brooklin, em 8 de março. Ele foi o responsável por abordar Medrado e efetuar o tiro que matou a vítima, conforme a polícia.
Localizado e preso nesta quarta, 19, Jesus, conhecido como 'Gordo da Paraisópolis', dirigia a motocicleta usada no dia. Ele confessou o crime e disse, em seu depoimento, que a arma apreendida com Veríssimo na sua prisão em flagrante, uma pistola calibre 38, foi a mesma utilizada para matar Medrado. A polícia ainda vai fazer prova balística para confirmar o fato.
Jesus, que já tem passagem por tráfico de drogas e receptação, afirmou, ainda, que Veríssimo cometeu, com um outro comparsa, um segundo assalto no Brooklin, bairro vizinho, poucas horas depois da morte de Medrado. Isso teria sido possível graças à troca de capacete e mochila de entrega pelo rapaz, o que dificultou a sua identificação.
A Polícia Civil afirma que câmeras de segurança registraram o segundo roubo supostamente cometido por Erick naquele dia, às 11 horas - o ciclista foi baleado às 6 horas -, no Brooklin. A motocicleta utilizada no crime foi a mesma da abordagem ao ciclista.
Na casa de Suedna, a polícia encontrou uma série de placas de motos. Todos os itens para a prática de crimes por motocicleta eram alugados aos assaltantes em troca de prioridade na compra dos itens roubados.
Baleado após ter o celular roubado
O ciclista estava na calçada da Rua Brigadeiro Haroldo, às 6h12 do dia 13 de fevereiro, quando foi abordado por dois rapazes em uma moto. Câmeras de segurança na região registram o crime (veja abaixo).
Os criminosos efetuaram os disparos, pegaram o celular da vítima e fugiram. Policiais militares viram Medrado caído com um ferimento causado por disparo de arma de fogo, na região do pescoço. Ele foi socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Como a dupla presa por matar ciclista no Parque do Povo conseguiu arma, mochila e capacete
Tipografia
- Pequenina Pequena Media Grande Gigante
- Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo de leitura