Acervo de Renato Russo vai inspirar mostras itinerantes e site

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Entre as joias do acervo de Renato Russo está a coleção de mais de 200 fitas cassete, nas quais o músico gravou ideias para projetos futuros, mas principalmente registrou acordes musicais de seu processo de criação. "E pensar que esse material estava dentro de caixas de sapato", comenta a produtora Bianca De Felippes.

De fato, todo o acervo ficou anos guardado no apartamento onde Renato morou, em Ipanema, no Rio - mesmo depois de sua morte. Herdeiro de valioso material, seu filho, Giuliano Manfredini, percebeu a necessidade de recuperar, catalogar e, principalmente, tornar públicas preciosidades que encantariam qualquer fã.

Assim, em 2014, ele entrou em contato com o Museu da Imagem e do Som, o MIS, de São Paulo com a proposta de se fazer uma ampla exposição sobre Renato Russo. O material estava guardado no apartamento do número 378 da Rua Nascimento Silva, no Rio, para onde se dirigiu uma equipe do Centro de Memória e Informação do MIS. Lá, capitaneados pela documentalista Fabiana da Silva Ribeiro, os pesquisadores ficaram maravilhados com a quantidade de detalhes e documentos - e também com o hercúleo trabalho pela frente.

Afinal, as fitas cassete precisavam ser recuperadas do bolor que já ameaçava sua audição, enquanto os diários, com inúmeras páginas soltas e dispersas, necessitaram ter a ordem restabelecida, muitas vezes a partir de pequenas pistas entre uma folha e outra. "A tarefa de recuperação do acervo começou aí", constata Renata Tsuchiya.

Depois de uma intensa pesquisa, cerca de mil peças foram selecionadas para a exposição, a maior já montada no MIS, e que estreou em setembro de 2017, ficando em cartaz até o janeiro seguinte. Assim, quem visitou a mostra teve contato com apenas um sexto do acervo todo que, depois de finalizado o trabalho de catalogação, será preparado para exposições itinerantes em pelo menos cinco capitais, a partir de 2022. "Queremos ainda montar um site rico de conteúdo, a exemplo do grupo americano Grateful Dead, que é espetacular", observa Adriano Maia, da VMB Jurídica, que assessora Giuliano Manfredini.

O filho de Renato Russo deu carta-branca para Bianca De Felippes pesquisar o material necessário para seu documentário, ainda sem título e na fase inicial do processo criativo. "Algumas coisas já estão definidas, como a ausência de entrevistas, pois o próprio Renato é quem vai conduzir o filme, revelando seu processo criativo, seus humores e amores, tudo a partir do material do acervo", conta ela que, além do documentário de 70 minutos, planeja ainda uma minissérie de quatro episódios, com 40 minutos cada um, em que vai se fixar em detalhes do material, como o trabalho de conservação ou o rico conteúdo fornecido pelas fitas cassete. "Quero mostrar aspectos pouco conhecidos desse ídolo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

A revelação foi feita durante entrevista ao podcast WOW. Hoje com 62 anos, Xuxa comentou que lembrou da situação durante os bastidores do documentário Pra Sempre Paquitas, lançada em 2024 na Globoplay, mas que isso acabou não aparecendo no filme.

"Revisitando meu passado no documentário das paquitas, eles não colocaram uma coisa que me mandaram para eu ver em que me coloco para baixo, em que vejo uma foto minha nas cartinhas, em que eu falo 'olha como estou gorda, feia'", explicou Xuxa.

A apresentadora continuou: "Uma coisa que era me colocada na época [era] que se eu passasse dos 60 kg [estaria gorda]. Na época, 54 kg foi o normal que eu ficava. Na Globo, meu normal era 54 kg, 55 kg. Se eu fosse para 58 kg, já apertavam as minhas roupas."

Ela explicou que hoje tem boa relação com o próprio corpo, mas que, na época, a ideia de estar gorda caso seu peso aumentasse "era o que ouvia o tempo todo".

"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.

A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.