Apesar da pandemia, 1.284 famílias de SP perdem bolsa-aluguel da Prefeitura

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Cerca de mil famílias da zona norte de São Paulo devem perder, até o mês que vem, o auxílio-aluguel que vinham recebendo da Prefeitura desde que foram alvo de uma ação de despejo, em 2019. Eles tentam prorrogar o pagamento do benefício, mas a gestão Bruno Covas (PSDB) vem sinalizando que não atenderá o pleito. Sem poder complementar a renda com bicos, como serviços de domésticas, garçons e pedreiros, em decorrência da pandemia, muitas das famílias relatam desespero e se veem na iminência de ir morar nas ruas. Entre os planos, está mandar filhos para serem alimentados por parentes em outras regiões do País.

Na última quinta-feira, 25, integrantes da Defensoria Pública do Estado discutiram que atitude tomar diante da possibilidade de o benefício de fato deixar de ser pago. Uma ação civil deve ser ajuizada para tratar disso nos próximos dias.

As famílias ocupavam, desde os anos 1990, uma área às margens do Córrego do Bispo, na zona norte da cidade, nas franjas do Parque Estadual da Cantareira, que era tida pelo Ministério Público Estadual como uma área de risco. Em 2019, com as obras do Trecho Norte do Rodoanel ao lado da área, a Prefeitura executou a remoção das famílias, mediante acordo costurado pela Defensoria Pública do Estado que garantiu pagamento de uma bolsa aluguel de R$ 400 por 12 meses, prorrogáveis por mais 12 meses. Parte das famílias já perdeu o benefício, mas a maioria, segundo as lideranças comunitárias do bairro, o perderá entre abril e maio.

"Uma parte das pessoas foi para outras ocupações, e assim não paga aluguel. Mas quem tinha emprego usava o auxílio para complementar a renda, e conseguia alugar casa. Você sabe que, com R$ 400, não dá para alugar nem um quarto de cortiço na cidade", disse a líder comunitária Cremildes Jesus da Silva, de 56 anos.

"Essas pessoas não estão conseguindo mais bicos por causa da pandemia. Não tem bico de garçom, não tem bico na limpeza de bares, não tem de pedreiro, porque está quase tudo parado. Eles batem aqui na porta pedindo ajuda, mas só dá para encaminhar para o CRAS (os abrigos para moradores de rua do Centro de Referência de Assistência Social). Mas no CRAS tem de tudo, né? O traficante, o usuário. É muito difícil", afirma.

A auxiliar de limpeza Sueli Alves do Nascimento viveu por 19 anos nas margens do Córrego do Bispo. Ela trabalha como auxiliar de limpeza em uma fábrica. Todo o dinheiro que recebeu no período, incluindo férias e décimo terceiro, se transformou em paredes e bens para o barraco que terminou derrubado há dois anos. "Não fui parar na rua porque a moça da casa que aluguei me ajudou e deixou eu entrar sem ter que pagar três meses adiantado, como todo mundo estava pedindo", conta. Com salário de R$ 1.090, uma filha de 20 anos recém-desempregada pela pandemia e dois filhos (de 15 e 6 anos), os R$ 400 da Prefeitura eram o complemento para não deixar atrasado aluguel, água, luz e gás e comprar comida. "Agora, prefiro ainda não pensar no que vou fazer", disse ela. "Mas só com meu salário não pago as contas e compro comida para mim e meus filhos. Não dá", conta.

As famílias tentam prorrogar o pagamento do auxílio por mais 12 meses, ou até que a pandemia termine, para tentar evitar que algumas delas sigam para a rua.

A defensora pública Taissa Pinheiro, que acompanha o caso, disse que a Prefeitura já tem diagnóstico de que as 1.284 famílias que viviam no Córrego do Bispo estão em vulnerabilidade social. Por isso, afirma discordar da avaliação da equipe de Bruno Covas de que a bolsa aluguel seria temporária. "A vulnerabilidade ainda está presente", disse a promotora. "No ano passado, foi possível fazer acordo administrativo para a prorrogação do pagamento", disse a defensora. Neste ano, como a Prefeitura se mostrou intransigente, a saída é uma ação judicial, que está em elaboração.

A gestão Covas ressalta que o despejo original das famílias, que deu origem ao benefício, foi requisitado pelo Ministério Público. "Embora a área não seja pública, para cumprimento da decisão judicial, o Município iniciou um plano de trabalho intersecretarial (Subprefeitura, Habitação, Assistência Social e Defesa Civil), para identificação e esclarecimento às famílias sobre o serviço da rede de acolhimento, o cadastro nos programas de habitação e a importância da desocupação voluntária da área já que a mesma apresentava risco", disse a Prefeitura.

"Entendemos", segue a nota, "que não há amparo legal para a continuidade da concessão de atendimento habitacional provisório para as famílias da Encosta do Córrego do Bispo em vulnerabilidade social".

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.

A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.