Narco Bet: juíza vê risco de obstrução e fuga e mantém preso 'contador do PCC'

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Justiça Federal manteve a prisão preventiva do contador Rodrigo de Paula Morgado por suspeita de lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele foi preso na semana passada na Operação Narco Bet.

É a segunda vez que Rodrigo Morgado é preso. Ele já havia sido alvo da Operação Narco Vela, deflagrada em abril, que serviu de base para a nova ação da Polícia Federal. Na ocasião, foi colocado em liberdade por um habeas corpus concedido no plantão judicial.

O advogado Filipe Pires de Campos, que representa o contador, deu entrada em um novo pedido de liberdade alegando que ele é réu primário, tem endereço fixo e filhos menores de idade.

Campos também afirma que a primeira fase da investigação quase levou o contador à falência e causou a demissão de dezenas de funcionários, o que segundo o advogado torna ainda mais urgente a soltura para que ele possa cuidar dos negócios. Morgado nega envolvimento nos crimes e sustenta que sua atuação profissional é legítima.

Outro argumento do advogado é que, na Operação Narco Vela, que se debruçou sobre o tráfico de cocaína do PCC para a Europa, o contador conseguiu autorização para responder em liberdade. A defesa afirma que é "incongruente" decretar a prisão dele agora por suspeita de lavagem de dinheiro, crime considerado menos grave.

A juíza Raecler Baldresca, que despacha como convocada no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), a manutenção da prisão do contador é necessária para aprofundar as investigações sem o risco de interferências e de fuga.

A decisão destaca a "gravidade" dos crimes sob investigação e a "estrutura sofisticada e atuação interestadual" da organização criminosa da qual Morgado seria peça importante.

"A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de que se justifica a decretação de prisão de membros de grupo criminoso como forma de interromper suas atividades", escreveu Raecler ao negar o habeas corpus.

Raecler Baldresca também chamou atenção para o "elevado poder econômico dos investigados", que na avaliação da magistrada "proporciona a formação de uma rede de corrupção com inequívoco poder para embaraçar o aprofundamento das investigações, possibilitar a evasão do território nacional, comprometer futura possível ação penal a ser intentada, e eventual aplicação da lei penal".

"A imprescindibilidade da medida repousa no grande poder financeiro do grupo criminoso, cujos integrantes, em liberdade, poderiam criar embaraços às investigações", advertiu a juíza.

Para ela, primariedade, residência fixa e trabalho lícito não são suficientes nem mesmo para substituir a prisão por medidas cautelares mais "brandas", como uso de tornozeleira eletrônica.

"Os motivos ensejadores da segregação permanecem presentes, sendo suficiente a demonstração de que ainda persistem os requisitos da prisão cautelar, como a necessidade de interromper a atuação da organização criminosa e evitar a reiteração delitiva", justificou ainda a magistrada.

O pedido de liberdade também foi negado na primeira instância. O juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5.ª Vara Federal de Santos, considerou a prisão do contador "imprescindível" para resguardar o inquérito e, ao mesmo tempo, impedir a reiteração dos crimes.

"Não é possível desconsiderar o impressionante poderio financeiro do grupo, sem dúvida capaz de proporcionar a formação de uma poderosa rede de corrupção envolvendo agentes públicos e viabilizar a evasão de correligionários do território nacional", argumentou o magistrado.

Rodrigo de Paula Morgado é apontado como "operador logístico-financeiro" de um amplo esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas do PCC.

A Polícia Federal chegou ao contador depois de mapear os envolvidos na compra do veleiro Lobo IV, apreendido com três toneladas de cocaína pela Marinha dos EUA na costa africana, em 2023.

Os rendimentos declarados do contador passaram de R$ 295 mil em 2022 para R$ 7,9 milhões em 2023. A variação patrimonial é considerada atípica pelos investigadores. Além disso, ele estaria por trás de centenas de transações suspeitas envolvendo empresas de fachada e casas de apostas.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO FILIPE PIRES DE CAMPOS, QUE REPRESENTA O CONTADOR

O Sr. Rodrigo Morgado nega categoricamente todas as acusações que lhe foram imputadas. Ressalta-se que ele possui milhares de documentos fiscais, contábeis e outros registros que comprovam o exercício regular e lícito de suas atividades profissionais, sem qualquer vínculo com o tráfico internacional de drogas.

A defesa permanece confiante de que, com o avanço das investigações e a análise técnica do processo, a verdade será restabelecida e a inocência do Sr. Rodrigo Morgado reconhecida.

Em outra categoria

A polícia americana trata o cantor D4vd como suspeito da morte de Celeste Rivas, adolescente que foi encontrada em decomposição no porta-malas do carro do rapper. A informação é do portal TMZ.

O caso é tratado como um homicídio, embora o médico legista ainda não tenha determinado a causa da morte da vítima, uma vez que os investigadores ainda estão aguardando os resultados toxicológicos.

A descoberta do corpo

No dia 8 de setembro, o Departamento de Polícia de Los Angeles atendeu um chamado sobre um "odor desagradável" vindo de um veículo apreendido em um pátio de reboque. No porta-malas do carro estava o corpo de Celeste Rivas, uma garota de 15 anos.

O veículo, um modelo da marca Tesla, está registrado no nome de David Anthony Burke, a identidade verdadeira de D4vd. Segundo a emissora norte-americana ABC, o veículo estava no local há alguns dias e o corpo foi deixado no porta-malas dianteiro. A polícia revelou que o carro não estava registrado como roubado.

D4vd nega qualquer envolvimento com a morte de Celeste. Algumas evidências, no entanto, mostram que o cantor e a jovem provavelmente se conheciam e mantinham algum tipo de relacionamento amoroso.

Na internet, uma canção vazada de D4vd em 2023 foi recuperada por usuários da plataforma SoundCloud. Na música, D4vd canta sobre estar apaixonado por uma garota chamada Celeste. O título do arquivo vazado da canção, inclusive, era "Celeste_Demo unfin".

O cantor seria atração do Lollapalooza Brasil 2026, mas teve o show cancelado.

Um dos criadores do especial infantil Plunct Plact Zum, exibido pela TV Globo em 1983, Daltony Nóbrega morreu nesta segunda-feira, 17. A morte foi confirmada na página do compositor no Facebook. De acordo com a postagem, o músico de 77 anos lutava contra o câncer.

Mineiro de Juiz de Fora, Daltony era violonista, arranjador, redator e tradutor, além de compositor. Começou a sua carreira nos anos 1960, usando alguns codinomes como Daltõ e Dal-Tom.

Integrou o Grupo Mineiro, conjunto vocal que representou o Brasil no Festival de Viña Del Mar, no Chile; interpretou composições de nomes como Taiguara, Ivan Lins e Arthur Verocai e se apresentou com Beth Carvalho e Marlene.

Já nos anos 1970, já fora do Grupo Mineiro, compôs sucessos que ficaram eternizados nas vozes de Eliana Pittman, Evinha, Cláudia e Trio Mocotó.

Em 1980, o compositor participou do Festival MPB Shell (Rede Globo), o que lhe valeu convite de Augusto César Vannucci para ser diretor musical da linha de shows da Rede Globo, cargo que exerceu por vários anos.

Foi da parceria com Vannucci que surgiu o especial Plunct Plact Zum, que teve a participação de nomes como Raul Seixas, Maria Bethânia, Eduardo Dusek e Zé Rodrix. Ele é compositor também da música Turma do Pererê, que se desdobrou no livro homônimo de Ziraldo.

Daltony foi velado no Cemitério São Pedro, em São Paulo, e depois o corpo foi levado para o Crematório Vila Alpina, onde foi cremado.

A União Brasileira de Compositores (UBC) lançou nesta segunda-feira, 18, uma campanha pelo uso ético da inteligência artificial (IA) na música e nas artes. A campanha, criada em colaboração com a Pró-Música, recebeu o título de Toda criação tem dono. Quem usa, paga, e visa remuneração justa para autores. Artistas como Caetano Veloso, Marisa Monte e Marina Sena já se aliaram ao movimento e declararam apoio.

Segundo o texto do projeto, uma das propostas é pressionar autoridades por um marco regulatório que proteja a criação humana em ambientes digitais, por meio de um abaixo-assinado.

"As grandes empresas de tecnologia estão usando criações artísticas para treinar modelos de inteligência artificial sem autorização, sem transparência e sem remuneração aos autores, e demais titulares de direitos autorais e conexos", afirma uma publicação no site oficial da campanha, que também apresenta declarações dos artistas citados. "Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas", afirma Monte.

Um segundo pilar, no entanto, reforça que o grande problema não é a IA, e sim um "ponto de tensão" que surge quando empresas utilizam criações humanas para treinar a tecnologia sem autorização ou compensação financeira.

A campanha quer que titulares de direitos autorais e conexos possam autorizar ou proibir o uso de suas obras em treinamentos de IA, e que a tecnologia "não se sobreponha" a quem cria.