Secretário do Rio cita 'Estado de Guerra'; 'é 'impossível' combater crime organizado sozinho'

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, disse nesta terça-feira, 28, em entrevista à TV Globo, que o Estado não tem condições de enfrentar sozinho o crime organizado. Ele ainda afirmou que o governo solicitou ajuda federal em uma operação anterior contra o Comando Vermelho (CV), mas teve o pedido negado.

A polícia do Rio realiza uma megaoperação contra a facção. Segundo o governo, o CV lançou bombas por meio de drones em retaliação. Vídeos divulgados pela Polícia Civil mostram o momento das explosões. Ao menos dois policiais e 18 criminosos foram mortos. 81 foram presos.

"São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que é impossível fazer o patrulhamento. Isso causa risco maior à população e obviamente aos policiais. Esses criminosos dominaram essa região. Hoje, por exemplo, utilizaram drones lançando artefatos explosivos contra os policiais e a população. Essa é a realidade, esse Estado de Guerra que a gente vive no Rio de Janeiro", disse Victor Santos.

"Sozinho ninguém consegue fazer nada. São quase 1900 favelas no Rio de Janeiro. Nós somos o quarto menor Estado, mas o terceiro mais populoso. 600 fuzis apreendidos na mão de criminosos. É um diagnóstico muito ruim do Rio de Janeiro. E o Estado vem fazendo esse papel de combate sozinho há anos. É importante, sim, que o Estado, a prefeitura e a União sentem à mesa, sem ideologia", completou o secretário.

Governador lamenta falta de auxílio

Em entrevista coletiva no início da tarde, o governador Cláudio Castro também lamentou a falta de apoio de outras esferas de poder.

"As nossas polícias estão sozinhas. É uma operação maior do que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa. A gente sozinho nessa luta. Estamos fazendo a maior operação da história do Rio de Janeiro", afirmou Castro.

Questionado se o governo estadual pediu ajuda ao governo federal para a operação desta terça-feira, Castro disse que não foi solicitado nenhum apoio "desta vez" porque já houve três negativas de ajuda ao Estado.

"Não foram pedidas dessa vez, porque nós já tivemos três negativas. Nós já entendemos que a política é de não é ceder. Falam que tem que ter GLO (Garantia da Lei da Ordem), que tem que ter isso, que tem que ter aquilo, que podiam emprestar o blindado e depois não podiam mais emprestar porque o servidor que opera o blindado é um servidor federal. O presidente já falou que ele é contra GLO. A gente entendeu que a realidade é essa e a gente não vai ficar chorando pelos cantos", afirmou.

Ao todo, o Ministério Público do RJ denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura, dentre eles, Edgar, conhecido como Doca, apontado como operador e responsável pela expansão da facção.

A ação, que também conta com o apoio de promotores do Ministério Público Estadual, foi deflagrada a partir de mais de um ano de investigação e mandados de busca e apreensão e de prisão obtidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

"A Operação Contenção visa capturar lideranças criminosas do Rio e de outros Estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho. Os dois complexos abrigam 26 comunidades", disse a Polícia Civil do Rio.

Policiais militares do Comando de Operações Especiais e das unidades operacionais da PM da capital e região metropolitana participam das ações.

Já a Polícia Civil mobilizou agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, da CORE, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.

A Operação Contenção é reforçada com tecnologia avançada, incluindo drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres, 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e ambulâncias para resgate.

Em outra categoria

A polícia americana trata o cantor D4vd como suspeito da morte de Celeste Rivas, adolescente que foi encontrada em decomposição no porta-malas do carro do rapper. A informação é do portal TMZ.

O caso é tratado como um homicídio, embora o médico legista ainda não tenha determinado a causa da morte da vítima, uma vez que os investigadores ainda estão aguardando os resultados toxicológicos.

A descoberta do corpo

No dia 8 de setembro, o Departamento de Polícia de Los Angeles atendeu um chamado sobre um "odor desagradável" vindo de um veículo apreendido em um pátio de reboque. No porta-malas do carro estava o corpo de Celeste Rivas, uma garota de 15 anos.

O veículo, um modelo da marca Tesla, está registrado no nome de David Anthony Burke, a identidade verdadeira de D4vd. Segundo a emissora norte-americana ABC, o veículo estava no local há alguns dias e o corpo foi deixado no porta-malas dianteiro. A polícia revelou que o carro não estava registrado como roubado.

D4vd nega qualquer envolvimento com a morte de Celeste. Algumas evidências, no entanto, mostram que o cantor e a jovem provavelmente se conheciam e mantinham algum tipo de relacionamento amoroso.

Na internet, uma canção vazada de D4vd em 2023 foi recuperada por usuários da plataforma SoundCloud. Na música, D4vd canta sobre estar apaixonado por uma garota chamada Celeste. O título do arquivo vazado da canção, inclusive, era "Celeste_Demo unfin".

O cantor seria atração do Lollapalooza Brasil 2026, mas teve o show cancelado.

Um dos criadores do especial infantil Plunct Plact Zum, exibido pela TV Globo em 1983, Daltony Nóbrega morreu nesta segunda-feira, 17. A morte foi confirmada na página do compositor no Facebook. De acordo com a postagem, o músico de 77 anos lutava contra o câncer.

Mineiro de Juiz de Fora, Daltony era violonista, arranjador, redator e tradutor, além de compositor. Começou a sua carreira nos anos 1960, usando alguns codinomes como Daltõ e Dal-Tom.

Integrou o Grupo Mineiro, conjunto vocal que representou o Brasil no Festival de Viña Del Mar, no Chile; interpretou composições de nomes como Taiguara, Ivan Lins e Arthur Verocai e se apresentou com Beth Carvalho e Marlene.

Já nos anos 1970, já fora do Grupo Mineiro, compôs sucessos que ficaram eternizados nas vozes de Eliana Pittman, Evinha, Cláudia e Trio Mocotó.

Em 1980, o compositor participou do Festival MPB Shell (Rede Globo), o que lhe valeu convite de Augusto César Vannucci para ser diretor musical da linha de shows da Rede Globo, cargo que exerceu por vários anos.

Foi da parceria com Vannucci que surgiu o especial Plunct Plact Zum, que teve a participação de nomes como Raul Seixas, Maria Bethânia, Eduardo Dusek e Zé Rodrix. Ele é compositor também da música Turma do Pererê, que se desdobrou no livro homônimo de Ziraldo.

Daltony foi velado no Cemitério São Pedro, em São Paulo, e depois o corpo foi levado para o Crematório Vila Alpina, onde foi cremado.

A União Brasileira de Compositores (UBC) lançou nesta segunda-feira, 18, uma campanha pelo uso ético da inteligência artificial (IA) na música e nas artes. A campanha, criada em colaboração com a Pró-Música, recebeu o título de Toda criação tem dono. Quem usa, paga, e visa remuneração justa para autores. Artistas como Caetano Veloso, Marisa Monte e Marina Sena já se aliaram ao movimento e declararam apoio.

Segundo o texto do projeto, uma das propostas é pressionar autoridades por um marco regulatório que proteja a criação humana em ambientes digitais, por meio de um abaixo-assinado.

"As grandes empresas de tecnologia estão usando criações artísticas para treinar modelos de inteligência artificial sem autorização, sem transparência e sem remuneração aos autores, e demais titulares de direitos autorais e conexos", afirma uma publicação no site oficial da campanha, que também apresenta declarações dos artistas citados. "Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas", afirma Monte.

Um segundo pilar, no entanto, reforça que o grande problema não é a IA, e sim um "ponto de tensão" que surge quando empresas utilizam criações humanas para treinar a tecnologia sem autorização ou compensação financeira.

A campanha quer que titulares de direitos autorais e conexos possam autorizar ou proibir o uso de suas obras em treinamentos de IA, e que a tecnologia "não se sobreponha" a quem cria.