COP30 tem novo protesto de lideranças indígenas e disputa entre países para atrair as atenções

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Os protestos de grupos indígenas prosseguem na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), em Belém. Nesta sexta-feira, 14, uma manifestação bloqueou o acesso principal à conferência.

Coube ao presidente da COP-30, embaixador André Corrêa do Lago, conversar com as lideranças indígenas e apaziguar os ânimos ao dizer serem "legítimas" as reivindicações do grupo. "Vamos conversar, vamos dialogar", afirmou à imprensa logo após ir até o protesto.

Já dentro dos pavilhões, a primeira semana da COP30 ficou marcada por uma disputa entre os países para ver quem atraía mais atenção. Os participantes recorreram à distribuição de brindes e adereços para quem assistisse às palestras no seu pavilhão e teve até quem promovesse danças e uma espécie de "karaokê climático".

Nova manifestação de indígenas contra projetos na Amazônia

Uma manifestação dos indígenas Mundurukus bloqueou o acesso principal da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), em Belém, no início da manhã desta sexta-feira, 14. Eles protestam contra o plano de hidrovias nos rios Tapajós, Madeira e Tocantins, além de projetos de créditos de carbono. A entrada para a conferência da ONU foi feita por uma entrada lateral.

A manifestação ocorreu um dia após o secretário para o Clima das Nações Unidas, Simon Stiell, cobrar do governo brasileiro melhorias no esquema de segurança e na infraestrutura para o evento ambiental, que teve 56 mil inscritos. O Ministério da Casa Civil afirma estar tomando providências.

Como é a guerra de 'soft power' com brindes e danças na COP30

A primeira semana da COP30 ficou marcada por uma guerra - nada bélica - entre os países para ver quem atraía mais atenção na zona azul, com a inauguração dos pavilhões nacionais. O soft power, conceito diplomático de exercer influência e poder de convencimento sem uso da força, entrou em cena como ferramenta de propaganda política.

Logo nos primeiros dias, alguns países saíram na frente com apresentação de elementos culturais associados à promoção de seus governos. A China, por exemplo, apostou na distribuição de brindes e adereços, como arcos com pandas, e pandinhas de pelúcia, assim como chá de jasmim, para quem assistisse às palestras no seu pavilhão. Cada vez mais procurada pela cultura pop, a Coreia do Sul apostou em experiências de cosplay.

Brasil é um dos principais países para atrair investimento 'verde', diz presidente do Citi

Em Belém para eventos relacionados à COP30, o presidente do Citi no Brasil, Marcelo Marangon, disse ver demanda no mercado financeiro para os títulos que serão emitidos pelo Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF).

"Tem um potencial enorme. (...) Vejo (demanda). O fundo tem um objetivo de preservação das florestas e tem uma rentabilidade. Ele é uma locação de capital produtiva, em que você vai ter uma governança muito sólida, um uso de recurso com destino específico e que vai ter a remuneração do capital", disse o executivo ao Estadão.

Nas palafitas de Belém, a chegada do saneamento vira 'marco zero' de mudanças

A Vila da Barca, comunidade centenária construída sobre palafitas, é o "marco zero" das operações da companhia de saneamento Aegea em Belém. Localizada na região central da cidade, abriga cerca de 5 mil moradores, que passaram a receber água tratada após a companhia antecipar as obras por causa da COP30. Embora a conferência tenha servido de impulso, o caminho ainda é longo: menos de 20% da população da capital paraense tem acesso à rede de esgoto.

Desde 1º de setembro, a Águas do Pará, controlada pela Aegea, opera o saneamento em Belém, Ananindeua e Marituba. A concessão foi antecipada em alguns meses para promover melhorias diante do aumento da demanda durante a COP-30. Enquanto isso, ainda é comum identificar vazamentos de esgoto pelas ruas da cidade, mesmo em regiões mais nobres.

Belém é a quarta pior colocada entre as 27 capitais brasileiras no Ranking do Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados. Apenas Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Porto Velho (RO) têm desempenho inferior. O resultado da capital paraense é impactado principalmente pelo esgoto, cuja cobertura é de 19,88%, segundo o edital de concessão. No abastecimento de água, porém, o índice é mais alto, chegando a cerca de 95%.

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O Altas Horas deste sábado, 15, traz como convidados Belo, Pablo do Arrocha, Raul Gazolla, Aguinaldo Silva, Déa Lúcia e a banda Os Pitais, projeto que conta com nomes como Andreas Kisser e João Gordo.

Belo, que agora trabalha como ator na novela das 9 da Globo, Três Graças, comenta o papel na história de Aguinaldo Silva: "O Misael bebe e eu nunca bebi na vida. Meu pai era alcoólatra. Quando minha mãe disse que eu estava a cara dele, percebi que tinha dado certo."

Entre as músicas cantadas no programa de hoje estão Quem Será, Mega Sena, Porque Homem Não Chora e Tomara, Whisky a Go-Go, Primeiros Erros, Tempo Perdido e Aluga-se.

O Altas Horas de hoje vai ao ar a partir das 22h25, na TV Globo, logo após a exibição da novela Três Graças.

O ator Tony Ramos falou sobre como faz para se comunicar com seu cachorro surdo, Zeca, durante entrevista ao É de Casa, da Globo, neste sábado, 15. Ele relembrou como surgiu o diagnóstico e revelou que busca fazer gestos para que o pet o compreenda. "Como falar com o Zeca? A gente percebeu que fazia [bate no próprio corpo gerando som para chamar atenção do animal]: 'Aí, não! Aí, não!' E ele, nem 'tchum'. Coisa esquisita."

A dica foi dada por um adestrador, que passou um fim de semana na casa e alertou-o de que o cão teria algum problema auditivo. Tony e sua mulher, Lidiane, levaram Zeca para fazer exames.

"Surdo de nascença. A Lidiane começou a buscar informações e comunicação com o cão. Ela foi conversando, tem esse dom. E eu fui aprendendo com ela. Quando eu volto do trabalho, por exemplo, ele chora na minha perna. Eu fico olhando aquilo, me comove. Aí falo com ele. Faço assim [Ramos gesticula como se levasse comida à boca]: 'Quer papar?'", prossegue.

Tony Ramos ainda afirmou ser "'cachorreiro' desde sempre", e lamentou também a perda de outra cadela, Mel, durante a pandemia, em 6 de setembro de 2020.

Segundo ele, o luto foi tamanho que não pretendia adotar novos cães, até que a enfermeira que cuidava de sua sogra lhe ofereceu dois filhos de uma ninhada, o já citado Zeca e a sua irmã, Eva.

A Associação de Músicos do Theatro Municipal (Amithem) acionou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra a Fundação Theatro Municipal por causa do contrato com a Sustenidos, organização social que administra o local. A Prefeitura de São Paulo também já havia pedido a rescisão do contrato.

O pedido dos músicos, segundo nota pública, foi feito no início de outubro, e pede intervenção do órgão "diante do risco de dano irreparável ao patrimônio material e imaterial" do teatro.

A provocação feita pela associação ao MP-SP afirma que o contrato de gestão entre a Sustenidos e a Prefeitura de São Paulo é irregular.

Uma das bases de sustentação é o fato de que, em 2023, o Tribunal de Contas do Município (TCM) solicitou um novo edital para escolher uma organização social para fazer a gestão do teatro, mas ele não foi realizado.

Em nota, a Sustenidos afirma que a orientação do TCM sobre abrir uma nova concorrência na ocasião foi por "falhas no procedimento feito pelo Poder Público", e não sobre supostas irregularidades da OS.

Ainda segundo a organização, uma auditoria feita em 2024 constatou que todas as prestações de contas foram feitas corretamente para a fundação, e que a maioria das metas foi atingida.

O Estadão entrou em contato com a Fundação Theatro Municipal, o Ministério Público de São Paulo e a Sustenidos Organização Social de Cultura, e aguarda retorno, deixando o espaço aberto para manifestação.

O contexto da denúncia

O desentendimento ocorre em meio a uma espécie de crise ideológica entre a Prefeitura e a Sustenidos. Em setembro, na esteira do assassinato do ativista conservador americano Charlie Kirk, Ricardo Nunes (MDB) pediu o cancelamento do contrato.

Isso ocorreu após um funcionário da OS compartilhar em seu Instagram uma publicação em que Kirk é chamado de nazista.

Na última semana, a situação se agravou com a suspensão do contrabaixista Brian Fountain, integrante da Orquestra Sinfônica Municipal e presidente da Amithem, após publicar críticas em suas redes sociais à atual montagem de Macbeth. O afastamento culminou em um protesto feito pelos artistas da casa no último dia 7 de novembro.

"Difamação é justamente o que temos sofrido pelas gestões assediosas e por omissão da Fundação Theatro Municipal nos últimos anos. Estamos em oposição à gestão da Sustenidos e à atual diretoria da Fundação Theatro Municipal", diz um representante dos músicos, em vídeo publicado nas redes sociais. "Suas intenções para esta casa ficaram claras na minuta de edital de chamamento, colocada em consulta pública e atualmente criticada por nós."

A minuta de edital e contrato de gestão, colocada em consulta pública pela Fundação, diz respeito a um novo edital para escolher uma organização social de cultura para gerir o teatro. O atual contrato com a Sustenidos se encerra em 2026.

Os músicos, no entanto, criticam o edital. O Sindicato dos Músicos Profissionais no Estado de São Paulo declara, em nota, que os diretores ou integrantes de corpos artísticos não foram consultados para a elaboração da minuta, o que seria "coerente e necessário".

Além disso, a entidade considera o documento inconsistente e inadequado ao futuro do teatro "Temos sofrido com indefinições e redução drástica dos efetivos nos últimos anos, resultando em inevitável perda de qualidade, incompatível com a importância do Theatro no cenário artístico", diz a nota.