Pfizer vai testar segurança e eficácia da vacina em gestantes brasileiras

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A Pfizer anunciou nesta terça-feira, 25, o início de testes clínicos no Brasil para medir a eficácia e segurança da sua vacina contra a covid-19 em gestantes. O estudo será realizado com 200 grávidas acima dos 18 anos e saudáveis, distribuídas em quatro centros de pesquisa pelo País.

O objetivo do estudo é medir a segurança nas mães e nos bebês, a tolerabilidade e a imunogenicidade da vacina desenvolvida em parceria com a BioNTech, após intervalo de 21 dias entre a aplicação das duas doses. O levantamento também vai investigar a possível transferência de anticorpos para o feto e monitorar os recém-nascidos por aproximadamente seis meses.

As gestantes brasileiras participarão das fases 2 e 3 do estudo mundial, que envolve um total de 4 mil mulheres entre a 24ª e a 34ª semanas de gestação. Os centros escolhidos para liderar o levantamento no País são o Centro Multidisciplinar de Estudos Clínicos, em São Bernardo do Campo; o CMPC Pesquisa Clínica, em Sorocaba; o Hospital de Clínicas de Porto Alegre; e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

"As mulheres grávidas têm um risco aumentado de complicações e de desenvolver a forma grave da doença. É muito importante reunirmos evidências sobre segurança e eficácia da vacina para este grupo, pensando no binômio mamãe e bebê", comentou a diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine.

A vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid foi a primeira a receber no Brasil o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A empresa firmou um contrato com o Ministério da Saúde para fornecimento de 100 milhões de doses até o final deste ano.

Há duas semanas, o ministério suspendeu a aplicação da vacina produzida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca em gestantes e puérperas como medida de precaução, após a morte de uma grávida do Rio de Janeiro que havia sido vacinada. O evento adverso também impulsionou a Anvisa a orientar a interrupção do imunizante nesse grupo.

A orientação mais recente indica que a vacinação em gestantes e puérperas com comorbidades que ainda não receberam a vacina deve ser feita com aquelas que não contenham vetor viral, como a Coronavac ou a da Pfizer. Já para as grávidas sem comorbidades pertencentes a outros grupos, como profissionais da saúde ou de outros serviços essenciais, a imunização fica condicionada à prescrição médica, após avaliação de benefício.

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O cantor Ed Motta usou as redes sociais para expressar sua insatisfação com o que considera um tratamento desigual por parte da mídia e do público diante de reclamações feitas por artistas no palco. O desabafo veio após Marina Lima protestar contra o volume de sua guitarra durante sua apresentação no Lollapalooza 2025, no último sábado, 29.

No festival, Marina interrompeu a apresentação para pedir ajustes no som e reclamou: "Bando de homem lerdo, aumenta essa p... Isso aqui é um festival." A fala repercutiu amplamente, mas, segundo Ed Motta, a cantora recebeu apoio e elogios, enquanto ele já foi duramente criticado por atitudes semelhantes.

O cantor reforçou que a situação é normal, já que o artista fica responsável por receber as críticas positivas e negativas de uma apresentação, mas destacou que apenas ele é alvo quando passa por uma situação similar.

"Mais um capítulo das aventuras dois pesos, duas medidas. Mais uma cantora famosa, da música brasileira enguiçou no palco, fez um comentário agressivo. Isso é uma coisa que acontece, gente. Não que isso seja normal (....) É natural esse tipo de reação. O que não é natural e é desonesto num nível fora do comum, é mais uma vez o que eu passo quando acontece alguma coisa relativa ao meu nome com a imprensa brasileira", disse o cantor.

Em novembro de 2024, no festival Rock The Mountain, Motta repreendeu um técnico de som no palco por problemas técnicos. Na ocasião, ele afirmou que o profissional estava "fora" da equipe e, mais tarde, reconheceu ter agido de forma impulsiva, atribuindo o episódio a uma falta de "inteligência emocional".

Além de Marina Lima, Ed Motta mencionou também a reação do público ao caso de Maria Bethânia, que, durante um show na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, parou de cantar para reclamar do som e exigiu respeito da equipe técnica. A plateia aplaudiu a cantora.

Em seu desabafo, Ed Motta disse se sentir perseguido e injustiçado pela mídia brasileira. Ele afirmou que seu episódio no palco gerou críticas desproporcionais e que, enquanto artistas consagrados são exaltados por protestos semelhantes, ele continua sendo cobrado pelo erro. O cantor também mencionou sua frustração com o reconhecimento no Brasil, destacando que tem público internacional, mas deseja continuar vivendo no País.

Em fevereiro de 1976, o colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) e o peruano Mario Vargas Llosa encontraram-se na estreia do filme Os Sobreviventes dos Andes, de René Cardona, no Palacio de Bellas Artes, na Cidade do México. Ao se aproximar para abraçar o então amigo, com um sorriso no rosto, Gabo foi surpreendido com um soco. O resultado foi um olho roxo e um acordo mútuo de silêncio - que até hoje atiça especulações no mundo literário.

A misteriosa desavença, que resultou em rompimento, foi recuperada na internet por uma usuária do X (antigo Twitter), deleitando os fãs da literatura latino-americana com a fofoca. Quase 50 anos se passaram sem que nenhum deles revelasse o motivo da briga. Gabo morreu em 2014, e Vargas Llosa, com 89 anos recém-completos, garantiu que vai levar para o túmulo. "É um pacto entre García Márquez e eu. Ele respeitou isso até a sua morte e vou fazer o mesmo", afirmou.

O que garantiram, nas raras ocasiões em que mencionaram algo sobre o imbróglio, é que o estranhamento se deu por razões pessoais, e não por divergências políticas, como muito já se especulou. García Márquez foi militante de esquerda até o fim de sua vida, enquanto Vargas Llosa abandonou as ideias socialistas em uma forte guinada à direita liberal, chegando a disputar a presidência do Peru como candidato da direita nos anos 1990.

Há também quem tenha cogitado questões de rivalidade profissional. Dois grandes nomes da literatura latino-americana, escreveram os romances mais importantes em língua espanhola e ambos receberam o Prêmio Nobel de Literatura: Gabo em 1982 e Vargas Llosa em 2010.

Qual o motivo da briga entre García Márquez e Vargas Llosa?

García Márquez e Vargas Llosa se conheceram em 1967 e acabaram se tornando amigos próximos. Apreciavam o trabalho um do outro e tinham experimentado uma trajetória de dificuldades antes de alcançar o sucesso. Era tanta a admiração do peruano que ele chegou a estudar a obra do amigo, obtendo um doutorado em Filosofia e Letras na Universidade Complutense de Madri com uma tese sobre a literatura de Gabo.

Apesar do juramento de levar a briga para o túmulo, a versão mais popular da história, corroborada por várias testemunhas, é a de que o soco foi uma reação do peruano a um conselho dado à sua então esposa, Patricia, por Gabo.

Vargas Llosa sempre teve fama de "mulherengo". Na época, era casado com Patricia quando conheceu uma sueca durante uma viagem e decidiu abandonar a esposa.

Patricia buscou acolhimento com o amigo do marido, Gabo, e a esposa dele, Mercedes, que aconselharam que ela pedisse o divórcio. No entanto, Vargas Llosa voltou para casa e reatou com a esposa, que teria atiçado o ciúme dando a entender que Gabo flertou com ela. Outras versões são mais maliciosas, embora tenham pouco respaldo, e apontam traição.

Ao ficar sabendo do tal conselho, Vargas Llosa esperou o reencontro para desferir o golpe no amigo. "Como você se atreve a me abraçar depois do que fez com Patricia em Barcelona?", teria questionado o peruano, enquanto o rosto do colombiano sangrava. Não há consenso entre as testemunhas: Mario justificou o soco dizendo que era pelo que Gabo havia dito para sua mulher? Ou pelo que havia feito à ela? Arranjaram um bife congelado na tentativa de evitar um hematoma no olho de Gabo.

No dia seguinte, o colombiano de olho roxo foi clicado pelo fotógrafo de confiança Rodrigo Moya, mas as imagens só foram publicadas em 2007, trinta anos depois da briga. Em 2021, Moya contou ao Estadão sobre o incidente. Naquela manhã, Gabo chegou ao estúdio acompanhado por Mercedes, pedindo para que ele tirasse algumas fotos. "Perguntei: 'O que aconteceu?'. Ele fez uma piada, como 'Eu estava lutando boxe e perdi'. Quem explicou foi Mercedes", que teria chamado Mario de "um idiota ciumento", relembrou Moya.

Foi ideia dela registrar que Gabo, apesar do olho roxo, estava bem. "Gabriel não gostava de ser fotografado e, naquele dia, estava também deprimido", diz Moya, que precisou de várias tentativas até conseguiu capturar um sorriso do colombiano.

Livros registram a briga entre os dois escritores

Diversos livros sobre a trajetória literária dos autores (exploradas com enfoque individual ou paralelamente) e a amizade deles já foram publicados. Ambos pertencentes à geração de escritores do chamado boom latino-americano na literatura. O incidente cabeludo acaba aparecendo na maioria dessas narrativas.

Dasso Saldivar, autor de uma biografia de Gabo intitulada Viagem à Semente (Editora Record), explorou o motivo em seu livro. Na obra De Gabo a Mario, os acadêmicos Ángel Esteban e Ana Gallego também versam sobre a briga ao se debruçarem sobre o boom e a grandeza dos dois autores.

Entre críticos literários, há quem aponte que o soco, inclusive, não só acabou com a amizade como também simbolizou o fim desse importante momento da literatura local.

Há ainda Duas Solidões: Um Diálogo Sobre o Romance na América Latina (Editora Record) e Las Cartas del Boom, que reproduz a correspondência entre Gabo, Vargas Llosa, Julio Cortázar e Carlos Fuentes - os principais romancistas desse movimento. Enquanto isso, Jaime Bayly ficcionalizou a amizade e o rompimento no romance Los Genios, sendo duramente criticado por Vargas Llosa.

Em 2021, outra biografia de Gabo - Solidão e Companhia (Editora Crítica), da colombiana Silvana Paternostro - dedicou um capítulo ao incidente, reunindo versões da história e novos detalhes.

Segundo contou Plinio Apuleyo Mendoza, romancista e diplomata colombiano, após a traição de Mario, Gabo e Mercedes fizeram companhia à Patricia. Quando ela precisou voltar a Santiago, Gabo a levou até o aeroporto, e, como estavam atrasados, o colombiano disse: "Se o avião decolar sem você, faremos uma festa". "Gabo é caribenho, e foi nesse espírito que ele disse isso, e ela entendeu mal", apontou Mendoza.

O fotógrafo colombiano Guillermo Angulo, amigo próximo de García Márquez, contou que Patricia teria dito a Mario algo como: 'Não pense que não sou atraente. Amigos seus como o Gabo estavam atrás de mim'." O resto é história.

García Márquez e Vargas Llosa se reconciliaram?

Não há registros de que os dois autores tenham feito as pazes. Consta que várias tentativas de reconciliação foram empreendidas por amigos em comum depois do episódio agressivo. Em 2007, quando o autor de Cem Anos de Solidão fez 80 anos, voltaram a bater nessa tecla, mas Mercedes, que sempre incentivou o rancor do marido, teria dito: "Vivemos tão felizes esses 30 anos que não os necessitamos [Mario e sua mulher] para nada".

García Márquez morreu em 2014. Na ocasião, o ex-amigo enviou condolências à família do colombiano em uma rápida entrevista televisiva. "Morreu um grande escritor, cujas obras deram ampla publicidade e prestígio à literatura de nossa língua", disse. Mercedes morreu em 2020. Vargas Llosa separou-se de Patricia em 2015, e viveu um relacionamento com a filipina Isabel Preysler, ex-esposa de Julio Iglesias.

A atriz Leticia Sabatella voltou a falar sobre a polêmica envolvendo a doação de seus dois cães de estimação, Bebê e Bertoldo, em entrevista exibida neste domingo, 30, pelo programa Domingo Espetacular. Ela afirma que os animais foram entregues para adoção sem o seu consentimento, enquanto estavam sob os cuidados de uma veterinária amiga da família. O caso, que envolve acusações de maus-tratos e apropriação indébita, está sendo investigado pela polícia.

Leticia e o marido, o ator Daniel Dantas, acolheram os dois cães após a morte da mãe deles, atropelada em uma estrada. Os filhotes cresceram com o casal no sítio da família em Cachoeiras de Macacu (RJ), e, segundo a atriz, eram tratados com cuidado e afeto. "Eles eram como filhos. Sempre que vínhamos ao sítio, era uma alegria vê-los correndo em nossa direção. Era uma festa", disse.

A atriz contou que precisou se afastar temporariamente do sítio para cuidar da mãe em Curitiba, enquanto Daniel realizava tratamento médico no Rio. Por isso, os cães ficaram sob a responsabilidade da veterinária Adriene Firmo, que chegou a hospedar-se na propriedade e usá-la como abrigo para outros animais. "Foi uma necessidade que a gente acatou. Ela era a referência como veterinária. Em nenhum momento houve negligência da nossa parte."

Leticia afirma que nunca foi comunicada sobre a intenção de doar os animais. "Não houve nenhuma conversa. Quando ela mencionou a possibilidade, eu disse: 'vamos pensar nisso'. Dias depois, ela já tinha dado para adoção. Fiquei em choque."

A atriz também rebateu as acusações de maus-tratos feitas pela ONG que realizou a feira de adoção. A entidade afirma que os cães apresentavam feridas, inclusive uma bicheira. "Eu não fui causadora de maus-tratos. Não merecia passar pelo que estou passando, e muito menos eles. Foi uma ruptura muito dolorosa."

Segundo ela, o ambiente natural do sítio explicaria os machucados. "Sim, em um sítio, um cachorro peludo pode ter carrapatos ou feridas. Mas não viviam em abandono. Tinham acompanhamento, carinho, ração de qualidade. Eu mesma fazia comida para eles: arroz com frango orgânico."

Leticia também negou que tivesse determinado restrições alimentares, como alegou a veterinária. "Soube que funcionários disseram que eu mandei racionar comida. Eu duvido que você acreditasse nisso, Adriene. Você me viu batendo comida pra eles."

O caso foi registrado como apropriação indébita em uma delegacia do Rio. Leticia e Daniel dizem não saber quem são as famílias que adotaram Bebê e Bertoldo, e alegam que só conseguiram contato com um dos tutores. "Ele foi gentil no início, mas depois parou de responder. Disse que a filha estava apegada ao cachorro. Eu entendo. Só que essa adoção não foi combinada. A história toda foi construída em cima de mentiras."

Emocionada, Leticia fez um apelo público. "Espero que essa situação seja resolvida com delicadeza. Quero que os cães estejam bem, mas quero vê-los. Não é justo o que aconteceu. Eles foram tirados de mim de uma forma que ainda não consigo acreditar."

A ONG responsável pela feira de adoção afirma que apenas cedeu o espaço para os animais, a pedido de terceiros, e nega envolvimento direto com a denúncia de apropriação indébita.