'Sorriso de Tarcísio Meira era irresistível', diz encenador Ulysses Cruz

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O encenador Ulysses Cruz dirigiu Tarcísio Meira em seu último trabalho no teatro, a peça O Camareiro, em 2015, em São Paulo. Tarcísio viveu Sir, um ator decadente que, mesmo durante os bombardeios sobre Londres durante a Segunda Guerra Mundial, insistia em interpretar Shakespeare.

Eterno galã da TV, ele não encenava um texto desde E Continua... Tudo Bem, que interpretou ao lado de Glória Menezes, em 1996. E retorna com estilo: cambaleante, seu personagem, identificado apenas como Sir, chega fugido do hospital a fim de não faltar à sessão de Rei Lear, de Shakespeare, daquela noite. "É uma peça muito exigente, pois represento um ator que, por sua vez, representa outro", comentou, na época, Tarcísio ao Estadão. "Há muito tempo eu não trabalhava em um espetáculo com tal carga de teatralidade."

Senil e com a saúde debilitada, Sir não se importa que a 2ª Guerra Mundial ameace destruir o mundo - em Londres, ele comanda sua companhia com rigor, mesmo que as baixas (atores recrutados para enfrentar o nazismo) coloquem em risco a existência do grupo. "Ele só pensa na arte, mesmo que seu teatro esteja parcialmente destruído e que o som do cruzar de aviões seja contínuo", comentou Tarcísio, que chegou ao projeto a convite de Kiko Mascarenhas, que, na peça, viveu Norman, o dedicado camareiro do velho ator - desdobrando-se para atender às exigências do patrão, cuidando de sua saúde e até lembrando as falas dos papéis shakespearianos que Sir leva ao palco, Norman é, acima de tudo, um servidor do teatro.

A pedido do Estadão, Cruz se recorda daquele momento:

"Tive o privilégio de trabalhar com o grande Tarcísio Meira, que fez história na TV, no teatro e no cinema. Fizemos juntos a peça O Camareiro, em 2015. Me lembro que, quando o ator Kiko Mascarenhas e eu fomos convidá-lo para viver o Sir, ele nos olhou perplexo e perguntou: 'Vocês acham mesmo que eu seria capaz de fazer um personagem como esse ?.

Tarcísio era assim - não sabia o poder que tinha como ator e nem o tamanho de seu talento. Eu me lembro que, nas primeiras leituras em seu apartamento no Rio de Janeiro, sentada discretamente, num lugar que não a víamos, estava Glória Menezes, a companheira de toda a vida, ouvindo nossas tentativas de dar vida ao lindo personagem por horas a fio.

Cúmplice. Sim, o amor. Quando ela viu o ensaio geral com a viga do cenário despencando sobre o palco, destruindo simbolicamente tudo o que aquele personagem representava, ela se pôs a chorar e não havia como fazê-la parar.

Tarcísio desceu para a plateia, pegou-a pelas mãos, levantando-a da cadeira e deu o mais lindo e longa abraço que já vi até que ela se acalmasse da emoção.

Ele disse: 'Somos atores, nós compreendemos o que é a paixão'. E riu.

Mesmo aos 80 anos, aquele sorriso eternizado pela TV estava intacto. Quando ele queria algo que sabia que seria uma batalha para eu concordar, sorria. Eu dizia: 'lá vem o sorriso do Capitão Rodrigo...' Não havia nada a fazer - como resistir? Era um homem gentil, generoso, amigo querido."

Em outra categoria

Preparando-se para o lançamento de F1, da Apple, Brad Pitt já tem um novo filme engatilhado. O ator foi confirmado como protagonista de The Riders, produção da A24 que adaptará o romance homônimo de 1994 escrito por Tim Winton. O longa será dirigido por Edward Berger, diretor de Conclave e indicado ao Oscar por Nada de Novo no Front.

A história acompanha um homem que se muda para a Irlanda e, ao lado da filha, embarca em uma longa busca por sua esposa, que desapareceu misteriosamente.

David Kajganich (Até os Ossos) assina o roteiro e produzirá o longa ao lado de Pitt e Ridley Scott. O início das filmagens está previsto para 2026, na Europa.

O último lançamento de Pitt foi Os Lobos (2024), em que atuou ao lado de George Clooney. A produção foi lançada no Apple TV+, mesmo streaming por trás da produção de F1.

Pedro Sampaio usou as redes sociais neste domingo, 27, para alertar seus seguidores sobre um golpe envolvendo seu nome e imagem. O cantor contou que foi vítima de uma montagem feita com tecnologia de deep fake, que simulou seu rosto e voz para divulgar um serviço de jogo de azar.

"Infelizmente fui vítima de um golpe de deep fake em que uma versão falsa do meu rosto e da minha voz são utilizados para divulgar um serviço de jogo de azar pelas redes sociais. Não cliquem ou acreditem nesse tipo de anúncio. Não sou eu. Tomem cuidado naquilo que vocês acessam na internet", escreveu o DJ no Instagram.

Pedro lamentou o uso indevido de sua imagem e reforçou a importância de checar a veracidade de conteúdos compartilhados na internet. Ele também demonstrou preocupação com o impacto que o golpe possa ter causado no público.

A prática do deep fake, que usa inteligência artificial para criar vídeos falsos com aparência realista, tem se tornado uma preocupação crescente, principalmente entre artistas e figuras públicas.

Estreia nesta segunda-feira, 28, o novo folhetim da faixa das 19h, Dona de Mim. Criada por Rosane Svartman, Dona de Mim substituirá Volta por Cima e conta com conta com Clara Moneke, Tony Ramos e Suely Franco no elenco.

Na trama principal, Clara Moneke fará a protagonista Leona, uma jovem que mora em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, junto da avó Yara, interpretada por Cyda Moreno. Ela é irmã de Stephany, personagem de Nikolly Fernandes.

Giovanna Lancellotti e Haonê Thinar viverão, respectivamente, Kami e Pam, amigas de Leona.

Leo sofre a perda de uma bebê que esperava do noivo Marlon (Humberto Morais). Após o fim do relacionamento, ele, que é lutador de kickboxing, fica dividido entre ir para os Estados Unidos por conta da profissão ou continuar em São Cristóvão e se tornar policial.

Ele namora Bárbara, personagem de Giovana Cordeiro, e é treinado por Alan (Hugo Resende).

Leo abandona a faculdade e começa a trabalhar com "bicos", como a revenda de lingeries Boaz, marca familiar e tradicional com fabricação na região de São Cristóvão. Ela também será babá da menina Sofia (Elis Cabral). Camilla Pitanga interpretará brevemente a mãe de Sofia, Ellen, que morre no início da trama.

A criança é entregue ao personagem de Tony Ramos, Abel, como filha do empresário, dono das lingeries Boaz, pelo pagamento de uma dívida que Ellen possuía com ele.

Armando Babaioff será o pai biológico de Sofia, Vanderson, criminoso odiado por Ellen. A mãe esconderá o passado para a filha.

Abel é filho de Rosa (Suely Franco), e pai de Ayla (Bel Lima), Davi (Rafael Vitti) e Samuel (Juan Paiva), além de Sofia. Ele também é casado com Filipa, personagem de Cláudia Abreu.

Filipa é mãe de Nina, interpretada por Flora Camolese, que a abandonou após o casamento com Abel e vive em Portugal. Já Ayla, filha do empresário, é casada com Gisele (Luana Tanaka) e cuida da fábrica junto do pai.

Rosa, mãe de Abel e Jaques (Marcello Novaes) também faz parte da empresa e começa a apresentar sintomas de confusão mental, que fará parte de sua história no folhetim.

Aline Borges interpreta a mulher de Jaques, Tânia. Ambos trabalham na fábrica. Outro aliado de Jaques é o advogado Ricardo (Marcos Pasquim), que o auxilia em um esquema de corrupção dentro da empresa.

Danilo (Felipe Simas) e Denise (Cris Larin) vivem o papel de funcionários da casa da família de Abel.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais.