Pré COP-28: Brasil desembarca em Dubai como provedor de soluções climáticas pautado por ciência

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O Brasil desembarca em Dubai, na semana que vem, com a intenção de se apresentar na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28) como um provedor de soluções para o mundo. Além disso, vai defender a ciência como determinante nas decisões e políticas públicas a respeito do aquecimento global.

As afirmações são da secretária de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, e do secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador André Aranha Corrêa do Lago, que participaram nesta segunda, 20, do encontro sobre a COP-28 com jornalistas. "O Brasil vai defender de maneira firme o comprometimento com a meta global de aumento de até 1,5 grau Celsius da temperatura", disse Corrêa do Lago.

O governo brasileiro também chegará COP-28 defendendo o protagonismo de países com florestas tropicais na discussão de soluções para os problemas desses biomas. "Na COP, veremos a continuidade desse debate iniciado na Cúpula de Belém e propostas mais concretas", afirmou a secretária Ana Toni.

"Serão propostas ligadas a questões como remuneração dos serviços ecossistêmicos das florestas, manutenção da floresta em pé", disse Toni. A secretária adiantou que a delegação irá apresentar em Dubai projetos como o de recuperação de nascentes no Cerrado, cujo investimento estimado é de 25 bilhões de euros, e o Fundo Clima, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que apresentará um "projeto grande de reflorestamento." "No dia 23 em Brasília, vamos apresentar a avaliação dos programas na área ambiental. Vamos rebater ou seja, realizar evento semelhante na COP", disse Toni.

Corrêa do Lago lembrou que, na Cúpula de Belém, os países participantes declararam que o "problema número 1" a ser enfrentado na região da floresta amazônica é o crime organizado. "A declaração de Belém contempla a proposta de Manaus ter um centro do combate ao crime organizado", lembrou o embaixador. "Um dos outros temas tratados foi a inclusão do ponto de 'não retorno' que, no caso da Amazônia, é algo bastante sensível porque significa mexer no regime de chuvas do Brasil, o que é uma tragédia para a agricultura."

Ponte

"A atuação do Brasil numa conferência internacional como a COP tem várias dimensões. Uma delas é mostrar o que está fazendo. A outra é procurar o entendimento entre países que estão, digamos, bloqueados para tratar de certos assuntos", afirmou Corrêa do Lago, acrescentando que o presidente Lula tem demonstrado disposição ser uma "ponte" entre as nações nas discussões mais controversas. O embaixador observou que já há 138 chefes de Estado com presença confirmada na COP. O governo brasileiro planeja levar uma das maiores delegações.

Além do presidente Lula, já estão confirmados os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Meio Ambiente, Marina Silva. Cerca de 2.400 pessoas já enviaram sua inscrição ao MRE, sinalizando a intenção de participar da COP-28. "Há muitos empresários, acadêmicos, cientistas, representantes da sociedade civil. Essa é uma grande força do Brasil e um sinal de quanto o País está comprometido com a discussão sobre mudança climática", disse Corrêa do Lago.

Global Stocktake

Corrêa do lago afirmou que o objetivo principal da COP-28 é aprovar o Global Stocktake (GST), que será o "primeiro balanço global" sobre o cumprimento pelos países dos compromissos nacionalmente determinados (NDCs, na sigla em inglês) a partir do Acordo de Paris de 2015. O embaixador afirmou que o GST é fundamental para a COP-29, quando planeja-se chegar à criação de uma nova estrutura para financiar a ações climáticas, e para a COP-30, em Belém, onde os países deverão apresentar as suas novas NDCs.

Milei

Tanto Ana Toni quanto Corrêa do Lago avaliam que a vitória de Javier Milei na eleição presidencial da Argentina não deverá interferir na participação do país na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), que ocorre em Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

O agora presidente eleito do país que integra a ABU (Argentina-Brasil-Uruguai), braço de negociação brasileira na conferência internacional, declarou que não vai cumprir o Acordo de Paris durante a campanha eleitoral.

Apesar de Milei defender que a mudança climática não é resultado da ação humana, a delegação argentina na COP-28 ainda estará sob o comando do atual presidente. A posse do candidato ultraliberal será no dia 10 de dezembro.

No encontro com jornalistas, Toni e Corrêa do Lago afirmaram que ainda é muito cedo para discernir como o debate sobre tema do clima vai transcorrer com o novo governo. "A posse é no dia 10 de dezembro. Acredito que para essa COP o atual governo argentino vai estar atuando. Acho que não há nem tempo hábil de o governo argentino sob Milei se ausentar da COP porque a eleição acabou de acabar", disse Toni.

Corrêa do Lago afirmou que, como a Argentina está entre os principais parceiros do Brasil, o governo estará bastante atento e "dando muita importância às posições que a Argentina" venha a ter.

"Mas temos que lembrar que, quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi eleito, a circunstância era muito diferente e o negacionismo, mais acentuado. Hoje todo mundo, inclusive os países grandes produtores de petróleo, estão falando de mudança do clima. Portanto, assim que haja uma discussão mais aprofundada, acredito que haverá um ajuste no posicionamento do futuro governo argentino", afirmou o embaixador, acrescentando que espera que haja na Argentina assim como há nos Estados Unidos um movimento forte daqueles "que conhecem o fenômeno das mudanças do clima."

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Um vídeo de Zeca Camargo como DJ tomou conta da web nos últimos dias. Com bom humor, o jornalista foi visto comandando as pick-ups na Semana Criativa de Tiradentes, em Minas Gerais.

O evento ocorreu no sábado, 19, e Zeca viralizou, não apenas pelo carisma, mas também pela eclética setlist. Entre os hits que embalaram o público estavam o álbum Brat, de Charli XCX, Bole Rebole, da Banda Los Bregas, Conga, Conga, Conga, de Gretchen, e o clássico Hey Ya!, do Outkast.

Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), o momento gerou grande repercussão: "Zeca Camargo simplesmente ligou o f... e está fazendo o que quer. Virou DJ e tá arrasando nas festas!", comentou um usuário. "Ícone, tá?" postou outro. "Acabei de ver o Zeca Camargo tocando Brat e me pergunto por que nunca chamamos ele para tocar nas festas da atlética", brincou mais um.

Novo capítulo profissional

Longe da TV, Zeca Camargo tem se dedicado à sua carreira como DJ, paralelamente aos preparativos para seu novo programa de viagens na CBNC Brasil, emissora que chega ao Brasil em novembro. O apresentador está afastado da televisão desde junho de 2024, após seu desligamento do Grupo Bandeirantes.

Na época, ele se despediu em um post no Instagram: "Acabo de saber que não sigo mais no programa. Quero agradecer à equipe incrível, à Bandeirantes, à Glenda [Kozlowski], que é uma parceira maravilhosa, e a você, que sempre me acompanhou. Agora é seguir novos caminhos. Muito obrigado, Band. Muito obrigado, Melhor da Noite. Muito obrigado, Glendinha".

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Alerta de gatilho: Este texto aborda temas sensíveis como abuso sexual e violência.

Anitta revelou que foi vítima de abuso sexual aos 14 anos de idade. A declaração foi feita durante a participação da cantora no documentário de J Balvin, A Great Day with J Balvin.

A brasileira revelou que foi abusada por uma pessoa que conhecia, o que fez com que ela se culpasse. "Para mim, foi uma mistura de sentimentos. Não sabia como reagir, não contei para a minha família, para ninguém... só vivi com aquilo por muitos anos", começou.

A cantora ainda disse que se sentia suja, miserável e culpada. Ela também refletiu sobre o pensamento de que as mulheres sentem que tudo é culpa delas. "Eu tinha em mente uma foto de um sonho sobre como eu queria que as coisas fossem."

Em 2020, Anitta lançou seu documentário, Anitta Made in Honório, no qual falou sobre o ocorrido pela primeira vez. Aos prantos, ela falou sobre o abuso. "Eu sempre me coloquei em umas relações meio abusivas e, quando eu tinha de 14 para 15 anos, eu conheci uma pessoa. Eu tinha medo dele. Ele era autoritário comigo, falava de forma autoritária. Eu não sei, eu era diferente quando eu era adolescente, eu não era do jeito que sou hoje em dia."

Novos processos estão sendo movidos contra o rapper e produtor americano Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, incluindo uma alegação de que ele teria drogado e estuprado uma menina de 13 anos, acompanhado de duas celebridades não identificadas.

O escritório de advocacia Buzbee Law Firm, de Tony Buzbee, que representa as vítimas, entrou com cinco novos processos na noite de domingo, 20, em Nova York. Outros dois processos foram abertos em Las Vegas e em Los Angeles.

Em um dos processos, obtido pela Variety, o crime relatado pela mulher teria acontecido em 7 de setembro de 2000, quando ela tentava conseguir um ingresso para assistir ao Video Music Awards (VMA), premiação da MTV. Sem sucesso, ela abordou vários motoristas de limusine após o evento, na tentativa de conseguir um convite para alguma festa. Um dos motoristas, que supostamente trabalhava para Combs, levou a jovem para uma festa, onde ela assinou um acordo de confidencialidade e aceitou uma bebida.

Depois de ingerir o drink, ela relata que "começou a se sentir tonta" e foi até um quarto vazio para se deitar. Pouco depois, Combs teria entrado no quarto, acompanhado de "uma celebridade masculina e uma feminina" não identificados. Ela alega que foi estuprada pela celebridade masculina enquanto a celebridade feminina assistia; e, depois, foi abusada por Combs enquanto os outros dois assistiam.

O processo alega que, após o crime, a vítima "caiu em uma depressão profunda que continua a afetar todas as facetas de sua vida".

O magnata da música foi preso em 16 de setembro, acusado de tráfico sexual e extorsão, dentre outros crimes. Combs se declarou inocente, e segue negando todas as alegações. O rapper aguarda julgamento, marcado para 5 de maio de 2025, em um centro de detenção em Nova York. A fiança foi negada.

Desde o momento em que foi preso, novas ondas de processos contra Combs vêm surgindo. No começo do mês, foi divulgado que Diddy teria de lidar com processos de mais de 120 acusadores. Tony Buzbee, o advogado das vítimas, disse à imprensa que homens e mulheres acusam o músico de crimes sexuais desde 1991; alguns envolvem menores de idade.

Pouco tempo depois, no último dia 14, seis novas acusações de abusos que datam do meio dos anos 1990 vieram à tona, incluindo a de um suposto abuso sexual de um garoto que tinha 16 anos na época.

Buzbee ainda disse que diversas empresas e outros grandes nomes da indústria do entretenimento norte-americano sabiam dos crimes do rapper, mas que lucravam ao não dizerem nada. Isso também aparece nos laudos do processo.

Nos anos 2000, Diddy era conhecido por organizar festas frequentadas por celebridades e figuras poderosas da indústria. Entre esses eventos estavam as chamadas 'freak-offs', regadas a álcool e drogas, que duravam dias em hotéis de luxo. O governo americano descreveu tais festas como "maratonas sexuais".