Brasil e 117 países prometem triplicar produção de energia renovável até 2030

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Cento e dezoito países, entre eles o Brasil, se comprometeram neste sábado, 2, a triplicar a capacidade global de produção de energia renovável até 2030, segundo compromisso assumido na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28), que ocorre em Dubai. A medida foi anunciada em meio a iniciativas para descarbonizar o setor de energia, que responde por três quartos das emissões de gases do efeito estufa.

A informação sobre o acordo foi divulgada pela agência de notícias Reuters. O presidente da COP, Sultan al-Jaber, destacou que a iniciativa vai ajudar na transição energética e na redução de uso do carvão. Paralelamente, 22 países, entre eles os Estados Unidos, anunciaram a intenção de triplicar a capacidade de produção de energia nuclear até 2050, destacando que a fonte nuclear será vital para o corte de emissões nas próximas décadas.

A iniciativa da energia renovável foi liderada pela União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes. Entre os apoiadores, além do Brasil, estão Nigéria, Austrália, Japão, Canadá, Chile e Barbados. China e Índia indicaram apoio, mas não confirmaram o compromisso neste sábado.

Os idealizadores querem que o compromisso seja incluído no texto final da cúpula com objetivo de torná-lo global. Para isso, é necessário o consenso entre os mais de 200 países presentes.

Os defensores da energia nuclear, que fornece 18% da eletricidade nos Estados Unidos, dizem que é um complemento limpo, seguro e fiável à energia eólica e solar.

Mas um obstáculo significativo é o financiamento. No mês passado, um desenvolvedor de pequenos reatores nucleares em Idaho disse que estava cancelando um projeto que deveria fazer parte de uma nova onda de usinas de energia. O custo de construção dos reatores aumentou de US$ 5,3 bilhões para US$ 9,3 bilhões, devido ao aumento das taxas de juros e da inflação.

Grã-Bretanha, Canadá, França, Gana, Coreia do Sul, Suécia e Emirados Árabes Unidos estavam entre os 22 países que assinaram a declaração para triplicar a capacidade a partir dos níveis de 2020.

Triplicar a capacidade de energia nuclear até 2050, o que também ajudaria a Europa a reduzir a sua dependência do petróleo e do gás da Rússia, exigiria investimentos significativos. Nas economias avançadas, que detêm quase 70% da capacidade nuclear mundial, o investimento estagnou à medida que os custos de construção dispararam e os projetos ultrapassaram o orçamento e enfrentaram atrasos.

Além do custo, outro obstáculo à expansão da capacidade nuclear é que as centrais têm velocidade de construção mais lentas do que muitas outras formas de energia.

Petrolíferas

Os principais produtores de petróleo do mundo, inclusive aqueles dos Estados Unidos, anunciam novos planos em Dubai neste sábado, 2, para reduzir significativamente o metano de suas operações.

Os acordos incluem um pacto inédito de 50 das maiores empresas de petróleo do mundo, que inclui gigantes estatais, como a Saudi Aramco, juntamente com grandes corporações, a exemplo da ExxonMobil, comprometendo-se a praticamente eliminar as emissões de metano de suas atividades de perfuração e produção. Isso também inclui novas regulamentações do governo dos Estados Unidos e de outros países, além de esforços internacionais de monitoramento destinados a cobrar das empresas o cumprimento de suas promessas.

A indústria tem se concentrado no metano porque é um super poluente comumente emitido pelas operações industriais. Cientistas defendem que as emissões devem ser reduzidas rapidamente para alcançar a ambiciosa meta do acordo climático de Paris de 2015, que visa a evitar que o aquecimento ultrapasse 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Olivia Hussey, atriz que estrelou o papel da adolescente Julieta no filme Romeu e Julieta, de 1968, morreu. A informação foi divulgada pela família nas redes sociais neste sábado, 28. Ela tinha 73 anos.

Hussey morreu na sexta-feira, "pacificamente e em casa, cercada por seus entes queridos", disse uma declaração publicada em sua conta no Instagram.

Ela tinha 15 anos quando o diretor Franco Zeffirelli a escalou para sua adaptação da tragédia de William Shakespeare, depois de vê-la no palco na peça The Prime of Miss Jean Brodie, também estrelada por Vanessa Redgrave.

Romeu e Julieta ganhou dois Oscars e Hussey ganhou um Globo de Ouro de melhor atriz estreante por seu papel como Julieta, contracenando com o ator britânico Leonard Whiting, que tinha 16 anos na época.

Décadas depois, Hussey e Whiting abriram um processo contra a Paramount Pictures alegando abuso sexual, assédio sexual e fraude por causa de cenas de nudez no filme.

Eles alegaram que inicialmente lhes foi dito que usariam roupas íntimas da cor da pele em uma cena de sexo, mas, no dia da filmagem, Zeffirelli disse aos dois que usariam apenas maquiagem corporal e que a câmera seria posicionada de forma a não mostrar a nudez. Eles alegaram que foram filmados nus sem seu conhecimento.

O caso foi julgado improcedente por um juiz do condado de Los Angeles em 2023, que concluiu que a representação não poderia ser considerada pornografia infantil e que a dupla entrou com a ação tarde demais.

Whiting esteve entre os que prestaram homenagem a Hussey neste sábado. "Descanse agora, minha linda Julieta, nenhuma injustiça pode machucá-la agora. E o mundo se lembrará de sua beleza interior e exterior para sempre", escreveu ele.

Hussey nasceu em 17 de abril de 1951, em Buenos Aires, Argentina, e mudou-se para Londres ainda criança. Ela estudou na escola de teatro Italia Conti Academy. Ela também estrelou como Maria, a mãe de Jesus, na série de televisão de 1977 Jesus de Nazaré, bem como na adaptação de 1978 de Morte no Nilo, de Agatha Christie, e nos filmes de terror Noite do Terror e Psicose 4 - A Revelação. Ela deixa o marido, David Glen Eisley, três filhos e um neto.

Guilherme Arantes, 71, explicou sua internação aos fãs na manhã deste sábado, 28, em postagem em suas redes sociais. O cantor foi submetido a um cateterismo com angioplastia no dia 26 e precisará ficar de repouso absoluto por, pelo menos, 10 dias.

"Quero agradecer as palavras carinhosas, manifestações de apreço e energia positiva. O que aconteceu foi de natureza preventiva, mas urgente, um cateter para verificar a realidade mostrada nos exames de imagem. Constatou-se um entupimento de 'coronária descendente anterior da ordem de 80 a 90%'. Então o exame se transformou em angioplastia", contou o cantor, que agradeceu a equipe médica do Hospital Aliança. "Obrigado, de coração! (não poderia perder a oportunidade deste trocadinho)", finalizou Guilherme Arantes, sem perder o humor.

Shows cancelados

O cantor precisou cancelar suas próximas apresentações, incluindo um show de réveillon marcado para o dia 31 de dezembro, em Santos. Ele também não se apresentará no Navio do Roupa Nova, onde tinha show programado para o dia 3 de janeiro de 2025.

O maestro Isaac Karabtchevsky comemorou na noite desta sexta-feira, 27, 90 anos de idade em seu lugar preferido: à frente de uma orquestra, em praça pública. E o cenário não poderia ser melhor para a comemoração de uma data tão importante, a Cinelândia, no Centro do Rio, ladeada pelos prédios históricos do Teatro Municipal, do Museu Nacional de Belas Artes e da Câmara dos Vereadores.

O público enfrentou a chuva para reverenciar o maestro que popularizou a música clássica no Brasil, cantando Parabéns antes mesmo de o concerto começar. Logo depois, Karabtchevsky foi agraciado com a medalha Tiradentes, a maior honraria do estado do Rio.

A Orquestra Petrobras Sinfônica, sob o comando de Karabtchevsky, abriu a apresentação com a suíte VI de O pássaro de fogo, de Stravinsky, seguida da marcha Radetzky, de Strauss, e do clássico Bolero, de Ravel.

Estimulando a participação do público, o maestro pediu palmas e até mesmo um backing vocal improvisado. Na Valsa do Imperador, de Strauss, ele convocou a plateia para dançar em frente ao palco.

Uma composição de Heitor Villa-Lobos, claro, não poderia faltar no repertório do maestro que se tornou um verdadeiro embaixador da obra do brasileiro em suas apresentações no exterior.

Em 2018, à frente da Osesp, Karabitchevsky gravou as 11 sinfonias de Villa-Lobos, um trabalho que incluiu ainda a reconstituição das partituras daquele que é considerado o maior compositor brasileiro.

Sob muitos aplausos da multidão reunida na principal praça do Centro do Rio, a orquestra tocou O Trenzinho do Caipira, uma das composições mais conhecidas de Villa-Lobos. A Petrobras Sinfônica apresentou ainda, sob a regência do maestro, duas das composições mas conhecidas do natalino O quebra-nozes, de Tchaikovsky, e encerrou o espetáculo com Abertura 1812, também de Tchaikovsky.

"Eu vim aqui só para chorar e agradecer", afirmou, visivelmente emocionado, o médico Victor de Souza, de 54 anos, que foi à Cinelândia na noite de uma sexta-feira chuvosa para prestigiar os 90 anos de Karabtchevsky - 70 deles dedicados à música.

O maestro é diretor artístico da Petrobras Sinfônica desde 2004 - ela foi criada há 49 anos e conta com 74 músicos - e, desde 2011, também do Instituto Baccarelli, em São Paulo, um projeto social na comunidade de Heliópolis, que reúne 1.500 alunos, distribuídos entre cinco orquestras e 17 corais.

Por 26 anos, Karabtchevsky esteve à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, onde criou o Projeto Aquarius, para popularização da música clássica e formação de público. Os eventos gratuitos em áreas abertas chegaram a reunir 300 mil pessoas, desbancando o mito de que a música clássica é para poucos eruditos. Não por acaso, o maestro foi homenageado no carnaval de 2015 pela escola de samba Unidos de Vila Isabel, com o enredo O maestro brasileiro está na terra de Noel.

"Era um absurdo condicionar a música a um público limitado", afirmou o maestro em entrevista exclusiva ao Estado em meados de dezembro. "Nós tínhamos necessidade de expandir esse círculo a proporções antes totalmente inauditas."

Parte de sua carreira foi na Europa, como regente titular da tradicional Orquestra Tonkunstler (1988-1994), em Viena, e como diretor musical no Teatro La Fenice (1995-2001), em Veneza. Ele também comandou a Orquestra Nacional do Vale do Loire (2004-2009), nas cidades francesas de Angers e Nantes.

Isaac Karabtchevsky nasceu em São Paulo, em 27 de dezembro de 1934, filho de uma mezzo soprano ucraniana. Seu primeiro instrumento foi o oboé, mas já manifestava o desejo de reger desde os 12 anos. Para aprender esse ofício ele foi aluno do alemão radicado no Brasil Hans-Joachim Koellreutter.

"Era desse jeito que queria comemorar meu aniversário de 90 anos", disse. "Com um concerto ao ar livre para o meu público."