Minas investiga suspeita de overdose por drogas K que pode ter matado 13 detentos

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A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) investiga as mortes de 13 detentos em dois presídios de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A suspeita é de que tenham sido causadas por overdose, após o consumo de drogas sintéticas, conhecidas como drogas K.

Ao Estadão, a Sejusp disse que as causas das mortes supostamente por overdose de substância entorpecente denominada K estão sob investigação, mas destacou que é preciso aguardar os laudos da perícia técnica.

Segundo a pasta, sem os laudos, não é possível relacionar as mortes ao uso de substâncias entorpecentes. "Todos os procedimentos necessários nos casos de óbitos foram realizados pelas unidades prisionais, que aguardam os laudos da perícia técnica. Nesse caso, as causas das mortes, supostamente por overdose de substância entorpecente denominada K, ainda estão sob investigação do Depen-MG (Departamento Penitenciário) e pela Polícia Civil", disse, em nota.

- Nos últimos dez dias, foram registradas as mortes de sete detentos que cumpriam pena no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, com capacidade para 1.047 presos.

- Já entre os meses de dezembro de 2023 e março de 2024 houve outras seis mortes no Presídio Antonio Dutra Ladeira, que tem 878 vagas.

A pasta disse que, por razões de segurança, não informa a lotação de unidades específicas. "Em nenhuma das ocorrências os presos apresentavam lesões aparentes. As causas das mortes estão sob apuração pela unidade prisional e também pela Polícia Civil", reforçou a Sejusp.

O fato de os exames preliminares não encontrarem lesões aparentes nos detentos levou à suspeita de overdose.

- As drogas K, substâncias sintéticas conhecidas como K2, K4, K9 e Spice, são substâncias químicas sintetizadas em laboratório com alto potencial de danos ao organismo do usuário.

- Elas têm efeito muito rápido e podem causar desde convulsões e alucinações até paradas cardíacas que podem ser fatais.

Ainda segundo a Sejusp, faz parte da rotina das unidades a revista rigorosa nas celas e nos visitantes para evitar o ingresso de substâncias ilícitas.

"Especificamente, o Depen-MG está em tratativas para uma grande campanha interna sobre os malefícios do consumo de álcool e drogas, em parceria com a Subsecretaria de Políticas sobre Drogas, da Sejusp", acrescentou.

Também em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que a investigação segue em andamento, "visando a apurar as causas e as circunstâncias das mortes registradas nas unidades prisionais em Ribeirão das Neves". Disse ainda que aguarda a finalização dos laudos que irão subsidiar a apuração.

O advogado criminalista Gregório Andrade, que foi procurado pelas famílias de alguns detentos que morreram, disse que a suspeita é muito preocupante. "As drogas K são de difícil detecção, elas podem ser transportadas em uma folha de papel, como o sulfite A4, e são de altíssimo poder destrutivo. As pessoas viram zumbis humanos e o poder de toxicidade é absurdo", disse.

Segundo ele, preocupa também a falta de informações advindas do Estado, conforme as famílias relataram ao advogado. "Algumas famílias só foram avisadas depois que o corpo estava no IML (Instituto Médico Legal). É responsabilidade direta do Estado. Como as pessoas morrem de overdose em unidades de segurança máxima, onde não deveria ter droga?", questionou.

Conforme já mostrou reportagem do Estadão, as drogas K foram introduzidas inicialmente nos presídios de São Paulo, espalhando-se depois pelas ruas do Estado.

Desde 2021, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem detectando canabinoides sintéticos, conhecidos como drogas K, em amostras de detentos do sistema prisional com hepatites graves e outras doenças.

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Ele explicou também que a situação de Preta é complexa, e que ela tem a previsão de ir para o quarto em alguns dias.

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Entenda o caso de Preta Gil

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De acordo com o último comunicado liberado pela equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, na quinta-feira, 26, a cantora já se encontrava estável e havia iniciado a alimentação por via oral.

Claudia Leitte comentou pela primeira vez as acusações de racismo religioso. Denunciada no Ministério Público da Bahia após retirar o nome da Orixá Iemanjá da canção Caranguejo, a cantora afirmou em coletiva de imprensa antes de seu show no Festival Virada Salvador que "esse assunto [racismo] é um assunto muito sério". Segundo o G1, a artista afirmou na entrevista que de seu "lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de forma tão superficial".

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