Injeção semestral de antirretroviral é capaz de prevenir infecção por HIV

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Uma injeção do medicamento antirretroviral Lenacapavir a cada seis meses foi suficiente para prevenir com 100% de efetividade casos de infecção por HIV em mais de duas mil mulheres da África do Sul e de Uganda, anunciou a farmacêutica Gilead Sciences.

Nesse novo ensaio clínico, a droga mostrou-se mais eficaz do que outros dois remédios usados como profilaxia pré-exposição (PrEP) e ingeridos por via oral, que não ofereceram proteção total aos grupos analisados.

A ideia da profilaxia não é nova, mas os resultados do estudo são inovadores, segundo Tânia Vergara, infectologista e coordenadora de terapêutica do Comitê de Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). "Em nenhum estudo anterior o desfecho primário, que é proteger contra a infecção pelo HIV, foi 100%", diz.

Ela destaca também o fato de a medicação ser injetável e aplicada semestralmente como fatores que podem contribuir para a adesão ao método de prevenção ao vírus que pode causar a Aids.

Os dados do ensaio clínico foram apresentados na última terça-feira, 23, na 25ª Conferência Internacional sobre Aids, que acontece na Alemanha, e foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine nesta quarta, 24.

Em junho, a farmacêutica já havia divulgado uma prévia dos resultados da pesquisa. Na época, o Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) emitiu um comunicado afirmando que a inovação "oferece esperança de acelerar os esforços para acabar com a Aids como ameaça à saúde pública até 2030".

Segundo a entidade, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2023. Para 2025, a meta da Unaids é reduzir a quantidade de infecções para menos de 370 mil.

Mulheres em foco

O ensaio clínico foi realizado apenas com mulheres cisgênero. Segundo Vergara, uma das possíveis razões para a escolha do público-alvo está no perfil de infecção por HIV nos países da África onde o estudo foi realizado. Neles, as mulheres são tão afetadas pelo vírus quanto os homens - em alguns lugares, até mais.

Além disso, as mulheres estão envolvidas na cadeia de contaminação vertical do vírus, uma vez que são geradoras de outras vidas, e as drogas para PrEP ingeridas por via oral não estão resultando na proteção desejada para elas.

Ao mesmo tempo, as infecções na população feminina crescem em todo o mundo e os estudos anteriores tiveram uma baixa participação de mulheres em comparação com participantes homens.

"Isso é bem ruim porque, na hora de extrapolar (os resultados) para a mulher, nem sempre dá certo. As mulheres são diferentes na metabolização dos medicamentos", afirma a infectologista. Para ela, agora é necessário expandir os ensaios clínicos para homens e baratear o Lenacapavir.

Alto custo

O custo estimado do Lenacapavir é de US$ 42 mil (R$ 237 mil, aproximadamente) por pessoa anualmente, de acordo com outro estudo apresentado na conferência internacional. No entanto, essa pesquisa mostrou que o medicamento pode ser barateado com a produção genérica e em massa. Dessa forma, o custo por pessoa passaria para US$ 40 (R$ 226, aproximadamente) anualmente.

A informação fez com que a organização Médicos Sem Fronteiras se manifestasse, pedindo a quebra do monopólio da farmacêutica sobre o medicamento. "A MSF está ansiosa para começar a oferecer Lenacapavir às pessoas em nossos programas médicos, mas, para isso, precisamos que a Gilead licencie o medicamento para outros produtores por meio do Medicines Patent Pool para permitir a produção e o fornecimento de genéricos em todos os países de baixa e média renda", escreveu em comunicado.

Quando questionada pelo Estadão sobre a apresentação do pedido de análise do Lenacapavir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Gilead afirmou que a submissão no Brasil, assim como em outros mercados, está em fase de planejamento interno e por isso não é possível fornecer uma data estimada.

Se novos estudos confirmarem a eficácia do medicamento e seu uso como profilaxia pré-exposição para HIV for aprovado pelas agências reguladoras, ele provavelmente será destinado inicialmente aos públicos mais vulneráveis à infecção pelo vírus, que incluem homens que fazem sexo com homens, trabalhadores do sexo, pessoas transgênero e pessoas que usam drogas.

Atualmente, a Gilead conduz outro estudo que analisa o uso semestral do Lenacapavir para PrEP entre homens cisgênero que fazem sexo com homens, homens transgênero, mulheres transgênero e indivíduos de gênero não binário na Argentina, Brasil, México, Peru, África do Sul, Tailândia e Estados Unidos.

Até agora, o medicamento foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, pela Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA), do Reino Unido, pela Health Canada e pela European Medicines Agency (EMA), mas para tratar a infecção por HIV, não para preveni-la.

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A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

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Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

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"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

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A estrutura do evento está sob responsabilidade da Bonus Track, mesma produtora que assinou o histórico The Celebration Tour de Madonna no ano passado, também em Copacabana. Para efeito de comparação, o palco da Rainha do Pop tinha 24 metros de largura e 18 metros de altura, com três passarelas e um elevador. A expectativa é que o show de Gaga supere esses números em impacto visual e tecnológico.

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