Kamala diz que liberdade dos EUA não deve ser sacrificada por 'tirano mesquinho'

Internacional
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A uma semana do Dia da Eleição nos Estados Unidos, Kamala Harris apresentou suas "alegações finais" nesta terça-feira, 29, em um discurso para milhares de pessoas em Washington. Em uma escolha de local simbólica para criticar seu rival Donald Trump, a candidata democrata discursou no The Ellipse, o parque ao sul da Casa Branca, onde Trump fez um pronunciamento antes dos ataques de 6 de janeiro de 2021.

"Olhem, nós sabemos quem é Donald Trump. Ele é a pessoa que esteve exatamente neste mesmo lugar, quase quatro anos atrás, e enviou uma multidão armada ao Capitólio dos Estados Unidos para reverter a vontade do povo em uma eleição livre e justa", declarou Kamala no início do discurso, no qual argumentou por que os eleitores deveriam rejeitar Trump.

Todo o discurso da democrata foi direcionado para ressaltar o contraste que ela tentou traçar entre ela e seu rival republicano, e desenhar um cenário como seria um segundo mandato de Trump. "Este é alguém instável, obcecado por vingança, consumido por queixas e em busca de poder descontrolado", disse.

Kamala ainda chegou a dizer que liberdade conquistada há quase 250 anos não deveria ser sacrificada a um "tirano mesquinho". "(Aqueles que vieram antes de nós) não entregaram suas vidas apenas para nos ver ceder nossas liberdades fundamentais. Eles não entregaram suas vidas apenas para nos ver submeter à vontade de outro tirano mesquinho", declarou.

Em meio às duras críticas ao adversário, Kamala enfatizou sua própria visão de união nacional. "Diferente de Donald Trump, eu não acredito que pessoas que discordam de mim sejam inimigas. Ele quer colocá-las na prisão. Eu lhes darei um lugar à mesa", afirmou.

Kamala também atacou as propostas econômicas de Trump, apontando o impacto que um novo pacote de cortes de impostos para bilionários teria sobre a classe média americana. Ela descreveu a iniciativa como um "imposto sobre a classe média", alegando que o custo disso recairia diretamente sobre as famílias, que, segundo Kamala, veriam seus gastos anuais aumentarem em cerca de US$ 4 mil.

O discurso de Kamala atraiu uma grande multidão a Washington, com parte do público se espalhando até o Monumento a Washington, no National Mall. Sua campanha espera que o cenário ajude a captar a atenção dos eleitores dos estados decisivos, especialmente os indecisos.

Em uma aparente tentativa de se conectar com americanos insatisfeitos com o governo Biden, Kamala se posicionou como representante de uma "nova geração" de liderança. "Minha presidência será diferente porque os desafios que enfrentamos são diferentes. Nossa principal prioridade como nação há quatro anos era acabar com a pandemia e resgatar a economia. Agora, nosso maior desafio é reduzir os custos, custos que estavam subindo durante a pandemia e que ainda estão altos", disse.

Outro ponto crucial foi a promessa de Kamala de restaurar o direito ao aborto em todo o país, uma questão central para sua campanha. Criticando a Suprema Corte moldada por Trump, Kamala afirmou que o ex-presidente pretende não só banir o aborto nacionalmente, mas também restringir o acesso a métodos contraceptivos e monitorar a gravidez das mulheres. Ela classificou essa postura como "imoral" e garantiu que, se eleita, lutará para garantir a liberdade reprodutiva das americanas.

Kamala também enfatizou temas de segurança nacional e fortalecimento das alianças internacionais. Ela afirmou que Trump demonstra "desprezo pelos heróis da nação" e se rende facilmente a líderes autoritários como Vladimir Putin e Kim Jong-un. Kamala prometeu um compromisso firme com a segurança dos americanos e com a defesa da "liberdade ao redor do mundo", postura que, segundo ela, Trump é incapaz de sustentar. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou mais nomes do secretariado de seu novo mandato entre 2025 e 2028 em seu perfil no Instagram, nesta quinta-feira, 26. Um deles, Angela Gandra, é ex-secretária nacional da Família no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, liderado na época pela hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF), no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Além de advogada e professora na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Angela já representou a União dos Juristas Católicos de São Paulo ao classificar a descriminalização da interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de "aborto jurídico" em 2019. Ela será titular da Secretaria de Relações Internacionais, pasta que era de Marta Suplicy (PT), antes de abandonar a gestão Nunes para ser candidata a vice-prefeita na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), que foi derrotada.

O prefeito também anunciou o economista Celso Caldeira, que já esteve à frente da Coordenadoria de Transporte Coletivo (CTC) no primeiro mandato do emedebista e vai conduzir o reajuste para R$ 5 das tarifas de ônibus a partir de 6 de janeiro, conforme mostrou o Estadão/Broadcast.

Outros nomes que já integravam o governo também foram anunciados, como Edson Aparecido (MDB), que continuará na Secretaria de Governo, Marcela Arruda, que continuará na Secretaria de Gestão, e Fabrício Cobra, que será realocado da Casa Civil para a Secretaria das Subprefeituras.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve as prisões preventivas dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes no inquérito do golpe.

Moraes considerou que permanecem válidos os elementos que fundamentaram as prisões. Na avaliação do ministro, não houve mudança de contexto para justificar a concessão de liberdade provisória aos generais.

"A defesa, portanto, não apresentou qualquer fato superveniente que pudesse afastar a necessidade de manutenção da custódia cautelar, ante a necessidade de resguardar ordem pública e a instrução processual penal conforme as circunstâncias concretas evidenciadas nos autos", escreveu Moraes.

Ao ser consultado sobre o pedido das defesas, que pleiteavam a revogação das prisões preventivas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou a favor da manutenção das prisões.

Mário Fernandes foi preso no dia 19 de novembro na Operação Contragolpe. Braga Netto foi preso quase um mês depois, no dia 14 de dezembro, por suspeita de obstrução da investigação.

Em nota, o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Braga Netto, informou que vai recorrer para que a situação do general seja analisada na Primeira Turma do STF.

"A decisão do ministro de manter a custódia do general era previsível, apesar de a defesa entender que não há absolutamente nenhuma prova que justifique a sua prisão. Vamos aguardar o julgamento do agravo pela Turma", afirma o criminalista.

Mário Fernandes e Braga Netto estão entre os 40 indiciados pela Polícia Federal por organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático.

A PF afirma que o general Mário Fernandes foi o autor do plano "Punhal Verde e Amarelo" para prender ou executar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

Já Braga Netto foi preso preventivamente por suspeita de tentar obstruir a investigação sobre o plano golpista. Segundo a Polícia Federal, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está avaliando o que precisa ser mudado na gestão de olho na segunda metade do mandato. Em sua avaliação, o debate sobre as possíveis mudanças devem levar em conta as entregas que foram feitas pelos ministros e o quadro político de 2026, de olho em aumentar a base no próximo pleito presidencial.

"O técnico está neste momento avaliando como foi o desempenho no primeiro tempo e temos noção, clareza de que vai começar o segundo tempo, de fato. É um momento que o presidente fala o tempo todo da colheita, tem que estar avaliando o que está colhendo mais, o que está colhendo menos, o que precisa mexer dentro do governo para colher mais e também se preparar para 2026", comentou Padilha em entrevista à TV Fórum nesta quinta-feira, 26.

Na fala, Padilha nega que Lula tenha falado sobre "reforma ministerial", mas admite que o chefe do Executivo comenta sobre "preparar o governo para os próximos dois anos" e para o cenário de 2026. Ele, então, defende que a gestão olhe para esse "segundo tempo" - em comparação a uma partida de futebol - a partir das entregas feitas pelo governo e o quadro político de 2026.

O ministro reforça que Lula é o candidato favorito para 2026 e diz que, se houver um aumento da base que o apoiará no próximo pleito em relação ao que aconteceu em 2022, "é um avanço". "Eventualmente, você tem que ter mexidas para compor isso."

Padilha afirmou que alguns partidos estão pleiteando mudanças dos espaços na Esplanada. O ministro cita, por exemplo, a bancada do PSD da Câmara. "Não é nem aumentar número de espaços, mas a reconfiguração dos espaços. Outras bancadas também fazem pleitos similares ou diferentes, querem discutir a participação dos ministros." Em sua visão, é natural que haja tais pleitos na metade do mandato.

Na entrevista, o ministro foi questionado sobre a possível saída do ministro da Defesa, José Múcio. "Eu ouço essa história desde o primeiro dia que o Múcio foi lá para o Ministério da Defesa", brincou Padilha. "Desde o primeiro dia, ele Múcio fala: Ah, um dia eu saio, um dia eu saio." "Ele Múcio sabe do desafio, Múcio está se dedicando", disse.

Padilha disse que não ouviu qualquer declaração nesse sentido vindo de Múcio no almoço de confraternização ministerial que aconteceu na semana passada. Segundo ele, o chefe da Defesa, inclusive, confirmou participação no evento que o governo prepara para o dia 8 de janeiro, data de aniversário de dois anos dos ataques golpistas em Brasília. Padilha disse que o ministro afirmou que os comandantes das Forças também estarão com ele na data.

Padilha também foi questionado sobre a possível saída de Paulo Pimenta, chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom). O ministro disse achar que não tem que "personificar" o debate, mas admitiu que a comunicação é um desafio do campo progressista. "Não tenho dúvida nenhuma de que é uma das questões que o presidente quer se dedicar muito aí nesse período do final do ano, se dedicar a pensar como dar uma chacoalhada nesse tema da comunicação não só do governo, mas do campo progressista como um todo."