UE: futura chefe da diplomacia defende vitória da Ucrânia e sanções para China

Internacional
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Nomeada como chefe da diplomacia da União Europeia (UE), a ex-primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, afirmou a prioridade da aliança com a vitória da Ucrânia e defendeu sanções econômicas para a China. O discurso ocorreu em uma audiência interna aos legisladores.

De acordo com a estoniana, a China atua como uma aliada oculta da Rússia no conflito bélico. "Sem o apoio da China à Rússia, a Rússia não seria capaz de continuar sua guerra com a mesma força. A China também precisa sentir o custo mais alto".

Para minimizar preocupações em torno de um segundo governo Trump nos EUA, Kallas defendeu o diálogo e disse que já esteve em contato com aliados do presidente americano eleito, incluindo o futuro vice-presidente, JD Vance. "Não somos nós que estamos elegendo o presidente para nossos parceiros. Então, precisamos trabalhar com todas as administrações".

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O Tribunal de Justiça de Goiás vai gastar R$ 43 mil em cápsulas de café para abastecer os gabinetes dos desembargadores. O dinheiro foi empenhado na véspera do Natal. Oficialmente, o Poder Judiciário estava de recesso.

O Estadão pediu um posicionamento do tribunal sobre a compra, mas não havia recebido uma reposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Como o valor não excede o limite previsto em lei para a abertura obrigatória de licitação, a compra pode ser feita direto com o fornecedor. As cápsulas devem durar cinco meses, segundo a estimativa da Corte. 78 desembargadores compõem o Tribunal de Goiás.

A Corte fez um estudo técnico preliminar antes da contratação. Essa é uma etapa obrigatória para a assinatura de contratos por qualquer órgão público. O estudo afirma que o tribunal comprou máquinas de café expresso para "promover um ambiente de trabalho mais confortável e acolhedor para os gabinetes dos desembargadores" e que, sem as cápsulas apropriadas, "as máquinas não poderão operar, tornando-se ineficazes".

"As cápsulas compatíveis com essas máquinas oferecem uma ampla variedade de opções, incluindo cafés, chocolates quentes e bebidas geladas, atendendo a diferentes gostos e preferências", diz o documento.

Em outro documento, que oficializou a demanda, a Divisão de Material e Patrimônio, setor subordinado à Diretoria Administrativa, afirma que as cafeteiras instaladas nos gabinetes trazem "praticidade", "evitando a necessidade de buscar café em outros locais".

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou neste domingo, 12, o regime da Venezuela e o ditador do país, Nicolás Maduro, que assumiu nesta sexta-feira, 10, um novo mandato presidencial mesmo diante de acusações de fraudes na eleição de 2024.

O governo brasileiro não reconheceu oficialmente a vitória do ditador no pleito, que é contestada por observadores internacionais, e pediu ao governo da Venezuela a divulgação das atas eleitorais que comprovassem o resultado. Maduro não só recusou a publicidade dos documentos como disparou ataques ao governo brasileiro.

Em publicação na rede social Threads, Marina afirmou que as democracias do mundo devem continuar exigindo do regime da Venezuela "o fim do desrespeito aos direitos humanos e às regras democráticas". "Democracia sempre! Ditaduras nunca mais", disse a ministra.

O governo brasileiro enviou a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira para a cerimônia, que foi esvaziada quanto à presença de chefes de Estado. A presença de autoridades de primeiro escalão ficou a cargo de ditadores aliados ao regime venezuelano, como Miguel Díaz-Canel, de Cuba, e Daniel Ortega, da Nicarágua.

Integrantes do PT compareceram à posse de Maduro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou comparecer à cerimônia de posse de Maduro e foi desaconselhado a enviar representantes do alto escalão ao evento.

O governo brasileiro avaliou que, ao enviar uma embaixadora à posse, poderia transmitir a ideia de que contesta o resultado eleitoral alegado pelas autoridades venezuelanas e de que manterá um laço diplomático frio com o regime. A presença de uma autoridade do Brasil na posse, contudo, também foi interpretada como um sinal de reconhecimento do poder "de fato" do ditador Nicolás Maduro.

Além da embaixadora brasileira, uma comitiva de integrantes do PT compareceu à cerimônia. Estiveram presentes o historiador Valter Pomar, a psicóloga Monica Valente, a ex-secretária de Movimentos Populares da sigla Vera Lúcia Barbosa e a ex-coordenadora do Ministério da Educação Camila Moreno, que atuou na pasta durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Dois conselheiros aposentados do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE-RR), condenados por desvio de dinheiro público, receberam R$ 1,1 milhão da Corte em outubro do ano passado. Marcus Rafael de Hollanda Farias e Henrique Manoel Fernandes Machado receberam, respectivamente, R$ 721 mil e R$ 381 mil, em valores referentes a vendas de folgas. A informação foi revelada pelo portal UOL e confirmada pelo Estadão.

Marcus Hollanda está afastado do TCE desde dezembro de 2018 e Henrique Machado desde 2016. Os dois conselheiros foram condenados por peculato pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2018. Por decisão do tribunal, Hollanda e Machado perderam os cargos no TCE-RR. Procurados pelo Estadão, o Tribunal e as defesas dos conselheiros não se manifestaram.

Os conselheiros foram alvos da Operação Praga do Egito, coordenadas pelo Ministério Público Federal de Roraima (MPF-RR) e pela Polícia Federal (PF), que apontou uma máfia que desviava recursos públicos federais e estaduais entre os anos de 1998 e 2002 para deputados estaduais, federais e conselheiros do TCE-RR.

O esquema do grupo consistia em incluir servidores fantasmas nas folhas de pagamento do Estado. O caso ficou conhecido como "Escândalo dos Gafanhotos". Segundo o MPF, o ex-governador de Roraima Neudo Ribeiro Campos foi o líder do esquema de corrupção. O ex-chefe do Executivo, segundo o MP, trocava apoio político por cotas de servidores fantasmas na estrutura do governo com deputados e conselheiros do TCE.

Em habeas corpus apresentado ao STF, a defesa do ex-governador sustentou que "o caso do paciente não revela gravidade concreta e excepcional - afora a histeria geral provocada pela imprensa e algumas autoridades públicas, inclusive juízes, que não deveriam 'combater' e sim julgar imparcialmente, no alegado combate à corrupção".

Neudo cumpre prisão domiciliar desde 2016. De acordo com a defesa, foram apresentados os recursos cabíveis aos Tribunais Superiores - "recurso especial e recurso extraordinário, com a apresentação de relevantes matérias jurídicas, que podem conduzir desde a nulidade ab initio do processo, por variadas razões até a absolvição ou à sensível diminuição de pena e respectiva alteração de regime prisional".

Em 2023, os ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça condenaram Henrique Machado, em um segundo processo, à pena de cinco anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, pelo crime de peculato. Ficou definido que o conselheiro deveria ressarcir aos cofres públicos o valor aproximado de R$ 297 mil, montante que, segundo a ação penal, foi recebido indevidamente por ele a título de auxílio-transporte.

De acordo com o Ministério Público Federal, em 2015, no exercício do cargo de presidente do Tribunal de Contas, Henrique Machado teria recebido, a título de auxílio-transporte, os valores relativos ao período em que ficou afastado cautelarmente do cargo de conselheiro (entre novembro de 2011 e julho de 2014).

Condenados foram beneficiados por penduricalho

Os conselheiros foram beneficiados pela criação de um penduricalho pelo TCE de Roraima em dezembro de 2022. Em outubro de 2023, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a conversão dos dias de folga da chamada licença-compensatória em dinheiro depositado na conta dos beneficiários.

À época, o CNJ disse que "apenas reconheceu o que a Constituição Federal já prevê". "Os direitos e deveres validamente atribuídos aos membros da magistratura ou do Ministério Público aplicam-se aos integrantes de ambas as carreiras, no que couber."

A licença-compensatória é fruto de outro penduricalho, a "gratificação por exercício cumulativo". Esse benefício prevê o pagamento adicional de um terço do salário para os magistrados que acumulem funções de colegas por mais de 30 dias. Foram aprovadas quatro leis para disciplinar o pagamento desses valores pelo Judiciário e pelo Ministério Público da União e, em todos os casos, foi estabelecido que a gratificação "terá natureza remuneratória", ou seja estará sujeita ao teto do funcionalismo público, atualmente de R$ 44 mil.

Porém, em janeiro de 2023, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) editou uma resolução que converteu as legislações relativas ao exercício cumulativo em licença-compensatória, que garante o direito de um dia folga para cada três trabalhados. O mesmo texto previa a possibilidade de conversão do descanso em pagamento.