Justiça de GO vai gastar R$ 43 mil com cápsulas de café para servir desembargadores

Política
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O Tribunal de Justiça de Goiás vai gastar R$ 43 mil em cápsulas de café para abastecer os gabinetes dos desembargadores. O dinheiro foi empenhado na véspera do Natal. Oficialmente, o Poder Judiciário estava de recesso.

O Estadão pediu um posicionamento do tribunal sobre a compra, mas não havia recebido uma reposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Como o valor não excede o limite previsto em lei para a abertura obrigatória de licitação, a compra pode ser feita direto com o fornecedor. As cápsulas devem durar cinco meses, segundo a estimativa da Corte. 78 desembargadores compõem o Tribunal de Goiás.

A Corte fez um estudo técnico preliminar antes da contratação. Essa é uma etapa obrigatória para a assinatura de contratos por qualquer órgão público. O estudo afirma que o tribunal comprou máquinas de café expresso para "promover um ambiente de trabalho mais confortável e acolhedor para os gabinetes dos desembargadores" e que, sem as cápsulas apropriadas, "as máquinas não poderão operar, tornando-se ineficazes".

"As cápsulas compatíveis com essas máquinas oferecem uma ampla variedade de opções, incluindo cafés, chocolates quentes e bebidas geladas, atendendo a diferentes gostos e preferências", diz o documento.

Em outro documento, que oficializou a demanda, a Divisão de Material e Patrimônio, setor subordinado à Diretoria Administrativa, afirma que as cafeteiras instaladas nos gabinetes trazem "praticidade", "evitando a necessidade de buscar café em outros locais".

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O número de mortos nos incêndios da Califórnia subiu para 24 nesta segunda-feira, 13. Com mais de 100 mil pessoas sem casa, os moradores de Los Angeles começam a sentir o impacto no bolso. Os hotéis da cidade, que estariam lotados na temporada de premiação do cinema, viraram refúgio de desabrigados. E os aluguéis, segundo corretores imobiliários, dispararam.

Laura Kate Jones, corretora de imóveis, vem tentando encontrar uma casa para uma cliente que perdeu tudo em Palisades. A mulher e seus dois filhos ficaram só com as roupas do corpo. Na sexta-feira, ela notou que os aluguéis de pelo menos três propriedades aumentaram de 15% a 20%, da noite para o dia.

Agentes e proprietários, segundo ela, sabem que muitos moradores estão dispostos a pagar qualquer coisa para ter um teto. "As pessoas estão tão desesperadas que estão jogando dinheiro pela janela", disse Laura. "E muita gente está aproveitando. É horrível."

Uma análise dos anúncios na corretora Zillow mostra que os aluguéis de várias propriedades no oeste de Los Angeles aumentaram desde que os incêndios começaram. A alta é de cerca de 15% em uma casa de cinco quartos, mas pode chegar a impressionantes 64% no aluguel de um studio em Venice.

Samira Tapia, corretora de Los Angeles, também trabalha com famílias afetadas pelos incêndios. Entre seus clientes está um casal com um bebê de um ano, que visitou uma casa em North Hollywood, na quarta-feira. O aluguel, que era de US$ 4,9 mil, subiu para US$ 5,7 mil.

Hotéis

Sem conseguir uma casa, muitos buscam hotéis. O Shutters on the Beach, resort de luxo em Santa Mônica, se transformou em refúgio de famílias desabrigadas. Ontem, no meio de uma mesa no saguão, havia um aquário de plástico com um peixinho dourado. "É da minha filha", disse Kevin Fossee. Ele e sua mulher, Olivia Barth, foram para o hotel na semana passada, depois que o incêndio de Palisades se alastrou para Malibu.

Cenas similares ocorrem em outros hotéis. A IHG, que inclui as cadeias Intercontinental, Regent e Holiday Inn, disse que 19 de seus hotéis em Los Angeles e Pasadena estavam acomodando desabrigados.

No hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, já não há vagas no estacionamento desde a semana passada, e os hóspedes são obrigados a deixar o carro em um lote a um quilômetro de distância e pegar um ônibus de volta. "Você percebe que alguém é desabrigado se estiver usando moletom ou se estiver levando um cachorro", disse a fotógrafa Sasha Young.

Turistas

Os hotéis também estão ajudando turistas a voltarem para casa sem cobrar taxa de cancelamento. Segundo uma porta-voz do Shutters, restaram poucos no hotel. A piscina aquecida com vista para o mar está deserta em razão da péssima qualidade do ar.

Enquanto os bombeiros tentam controlar as chamas, agências federais e estaduais começaram a investigar as causas dos incêndios. Entre as hipóteses iniciais estão o uso de fogos de artifício da noite de ano-novo, a queda de fios da rede elétrica ou até mesmo uma ação criminosa.

As conclusões, porém, devem demorar, segundo os investigadores. "É como jogar uma cena de crime em um forno", disse Michael Wara, ex-comissário de incêndios florestais da Califórnia, em entrevista ao Los Angeles Times. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O incêndio florestal que devasta Los Angeles há seis dias e que já deixou 24 pessoas mortas é um dos mais devastadores do sul da Califórnia em mais de quatro décadas. Os Estados Unidos se encontram em pleno inverno - uma época em que incêndios florestais não costumam ocorrer -, mas a combinação de ventos fortes e plantas secas resultou em dezenas de milhares de hectares consumidos pelas chamas.

Um levantamento divulgado pela agência Associated Press apontou que de 423 incêndios florestais na Califórnia que cresceram para pelo menos 39 quilômetros quadrados desde 1984, apenas quatro ocorreram durante o inverno. Cerca de dois terços desses incêndios maiores ocorreram em junho, julho ou agosto, verão no Hemisfério Norte.

Em menos de uma semana, quatro incêndios na segunda maior cidade dos Estados Unidos queimaram mais de 160 quilômetros quadrados, quase três vezes o tamanho de Manhattan. Veja abaixo por que incêndios tão severos estão acontecendo no inverno.

Ventos chicoteiam as chamas

Os primeiros culpados são os ventos de Santa Ana. Estes fortes ventos ocorrem quando o ar frio se acumula nos estados vizinhos de Nevada e Utah. À medida que esta massa de ar se desloca para o oeste e, depois, às montanhas da Califórnia, ela se aquece e seca.

Na semana passada, estes ventos atingiram uma intensidade não vista desde 2011, com rajadas de até 160 km/h, de acordo com meteorologistas. A velocidade do vento e a velocidade de propagação das chamas estão diretamente relacionadas.

Os incêndios de verão são geralmente maiores, mas não queimam tão rápido. Os incêndios de inverno "são muito mais destrutivos porque acontecem muito mais rápido", disse o cientista de incêndios do US Geological Survey, Jon Keeley, para a Associated Press.

Enquanto os bombeiros continuaram combatendo as chamas, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA previu um "comportamento extremo do fogo", ao ser exposto a ventos de até 110 quilômetros por hora em uma "situação particularmente perigosa (PDS, na sigla em inglês)" desde a manhã da última terça-feira, 7.

"O impacto aumenta exponencialmente conforme a velocidade do vento aumenta", disse o cientista de incêndio Mike Flannigan, da Universidade Thompson Rivers no Canadá, para a AP. Se os bombeiros conseguirem chegar às chamas em 10 minutos ou mais, sua propagação pode ser contida, mas "15 minutos, é tarde demais e já passou. O cavalo saiu do celeiro."

Região vive seca

Há um cenário de condições climáticas cada vez mais atípicas em todo o mundo, graças às mudanças climáticas. Nos últimos dois anos, a Califórnia viveu invernos rigorosos, com muitas chuvas no sul da Califórnia. A enorme quantidade de água na região fez com que muitas plantas crescessem, especialmente as do tipo gramíneas e arbustos, o chamado "combustível fino", conforme explicou o cientista climático da UCLA Daniel Swain em seu blog Weather West.

Os invernos foram seguidos de um calor recorde, entre verão e outono, e um período de seca no momento em que o Estado deveria receber chuva. Há uma ligação clara entre as mudanças climáticas e os outonos e invernos secos mais frequentes, que fornecem combustível para incêndios, dizem especialistas. Há cerca de oito meses, o sul do Estado, onde os incêndios estão sendo registrados, tem estado significativamente seco.

Segundo a emissora americana NBC News, a última vez que Los Angeles registrou mais de um décimo de polegada de chuva (2,54 MM) foi no começo de maio.

Como resultado, as gramíneas e arbustos secaram - "o que preparou o cenário para que a tempestade de vento extrema espalhasse incêndios que se iniciavam na interface urbana-selvagem ou próximo a ela, bem em bairros populosos (e até mesmo em áreas comerciais e centros urbanos) do subúrbio de Los Angeles", escreveu Swain.

Meteorologistas alertaram que as "condições críticas" de vento e seca, embora tenham diminuído, ainda não acabaram. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o acordo entre Israel e Hamas para um cessar-fogo em Gaza está prestes a se concretizar. Ao lado do secretário de Estado, Antony Blinken, o democrata também ressaltou que segue pressionando ambas as partes para que sejam concluídas, em breve, as negociações, que acontecem neste momento no Catar. Nesta segunda-feira, 13, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que um acordo pode ser firmado ainda nesta semana.

Biden ainda afirmou que o presidente russo Vladimir Putin falhou em duas de suas "metas": destruir a união dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e conquistar território ucraniano. Ele comemorou a relação "positiva" dos EUA com a China, e reforçou que as duas potências não chegaram a nenhum conflito em seu governo.

O presidente americano também destacou realizações de seu mandato, que se encerra na próxima semana. Ele celebrou a posição "fundamentalmente mais forte" do país do que há quatro anos, e ressaltou que a economia dos EUA segue em "rápido crescimento".