Enquanto Los Angeles queima, hotéis viram abrigos e aluguéis disparam

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O número de mortos nos incêndios da Califórnia subiu para 24 nesta segunda-feira, 13. Com mais de 100 mil pessoas sem casa, os moradores de Los Angeles começam a sentir o impacto no bolso. Os hotéis da cidade, que estariam lotados na temporada de premiação do cinema, viraram refúgio de desabrigados. E os aluguéis, segundo corretores imobiliários, dispararam.

 

Laura Kate Jones, corretora de imóveis, vem tentando encontrar uma casa para uma cliente que perdeu tudo em Palisades. A mulher e seus dois filhos ficaram só com as roupas do corpo. Na sexta-feira, ela notou que os aluguéis de pelo menos três propriedades aumentaram de 15% a 20%, da noite para o dia.

 

Agentes e proprietários, segundo ela, sabem que muitos moradores estão dispostos a pagar qualquer coisa para ter um teto. "As pessoas estão tão desesperadas que estão jogando dinheiro pela janela", disse Laura. "E muita gente está aproveitando. É horrível."

 

Uma análise dos anúncios na corretora Zillow mostra que os aluguéis de várias propriedades no oeste de Los Angeles aumentaram desde que os incêndios começaram. A alta é de cerca de 15% em uma casa de cinco quartos, mas pode chegar a impressionantes 64% no aluguel de um studio em Venice.

 

Samira Tapia, corretora de Los Angeles, também trabalha com famílias afetadas pelos incêndios. Entre seus clientes está um casal com um bebê de um ano, que visitou uma casa em North Hollywood, na quarta-feira. O aluguel, que era de US$ 4,9 mil, subiu para US$ 5,7 mil.

 

Hotéis

 

Sem conseguir uma casa, muitos buscam hotéis. O Shutters on the Beach, resort de luxo em Santa Mônica, se transformou em refúgio de famílias desabrigadas. Ontem, no meio de uma mesa no saguão, havia um aquário de plástico com um peixinho dourado. "É da minha filha", disse Kevin Fossee. Ele e sua mulher, Olivia Barth, foram para o hotel na semana passada, depois que o incêndio de Palisades se alastrou para Malibu.

 

Cenas similares ocorrem em outros hotéis. A IHG, que inclui as cadeias Intercontinental, Regent e Holiday Inn, disse que 19 de seus hotéis em Los Angeles e Pasadena estavam acomodando desabrigados.

 

No hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, já não há vagas no estacionamento desde a semana passada, e os hóspedes são obrigados a deixar o carro em um lote a um quilômetro de distância e pegar um ônibus de volta. "Você percebe que alguém é desabrigado se estiver usando moletom ou se estiver levando um cachorro", disse a fotógrafa Sasha Young.

 

Turistas

 

Os hotéis também estão ajudando turistas a voltarem para casa sem cobrar taxa de cancelamento. Segundo uma porta-voz do Shutters, restaram poucos no hotel. A piscina aquecida com vista para o mar está deserta em razão da péssima qualidade do ar.

 

Enquanto os bombeiros tentam controlar as chamas, agências federais e estaduais começaram a investigar as causas dos incêndios. Entre as hipóteses iniciais estão o uso de fogos de artifício da noite de ano-novo, a queda de fios da rede elétrica ou até mesmo uma ação criminosa.

 

As conclusões, porém, devem demorar, segundo os investigadores. "É como jogar uma cena de crime em um forno", disse Michael Wara, ex-comissário de incêndios florestais da Califórnia, em entrevista ao Los Angeles Times. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, afirmou que o governo federal deve fazer uma reunião com as empresas de checagem após as recentes alterações nas políticas da Meta, dona do Facebook e do Instagram. "Não podemos confundir liberdade de expressão com liberdade de agressão e divulgação do ódio", declarou em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, 14.

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Nesta terça-feira, 14, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) as informações apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o convite para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A PGR analisará o caso e emitirá parecer, e a decisão final caberá ao ministro.

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