Trump confirma Musk no governo; bilionário promete acabar com 'gastos insanamente idiotas'

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O bilionário Elon Musk, que atuou como um dos principais apoiadores públicos e financiadores da campanha de Donald Trump, será o chefe do chamado "Departamento de Eficiência Governamental", anunciou o presidente eleito na noite da terça-feira, 12. O CEO da Tesla e da SpaceX ocupará o cargo ao lado do empresário norte-americano Vivek Ramaswamy.

 

"Juntos, esses dois americanos extraordinários abrirão o caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, elimine regulamentações excessivas, corte gastos desnecessários e reestruture agências federais - essenciais para o Movimento 'Salvar a América'", declarou Trump em um comunicado.

 

Não existe um departamento federal; os dois trabalharão de fora do governo para fornecer "conselhos e orientações", disse Trump em uma publicação nas redes sociais.

 

Ele afirmou que trabalharão com autoridades da Casa Branca para "impulsionar uma reforma estrutural em larga escala".

 

Ele acrescentou que o trabalho do departamento terá de ser concluído até 4 de julho de 2026.

 

O Departamento de Eficiência Governamental leva abreviatura de "DOGE", uma aparente referência ao gosto de Musk pela criptomoeda Dogecoin, cujo mascote é um Shiba Inu.

 

Musk, o CEO de tecnologia e homem mais rico do mundo, havia discutido a ideia anteriormente ao propor cortes massivos nos gastos. Em publicação no X, antigo Twitter, Musk se manifestou e fez promessas diante do anúncio realizado pelo presidente eleito.

 

"Todas as ações do Departamento de Eficiência Governamental serão publicadas on-line para máxima transparência", disse o empresário.

 

O bilionário acrescentou ainda que sugestões sobre a necessidade de cortes ou contenção de gastos poderão ser sinalizadas. "Também teremos uma tabela de classificação para os gastos mais insanamente idiotas do seu dinheiro de impostos. Isso será extremamente trágico e extremamente divertido", finalizou a postagem.

 

Durante uma live em agosto, Trump acolheu a ideia de Musk se juntar a um segundo mandato republicano para ajudar a cortar desperdícios do governo. Musk se ofereceu para participar de uma possível "comissão de eficiência governamental", quando sugeriu a Trump que Washington tem gastos em excesso.

 

Na época, Trump pareceu gostar da ideia, chamando o bilionário de "o maior cortador", em uma aparente referência a demissões em massa que Musk já fez em suas empresas.

 

Não está claro, porém, como tal esforço seria financiado ou executado, já que as decisões de gastos governamentais cabem ao Congresso e ao presidente, não a grupos externos.

 

Vivek Ramaswamy foi pré-candidato

 

Multimilionário, empreendedor do setor de tecnologia e abertamente fã de Trump, Ramaswamy foi pré-candidato pelo Partido Republicano e passou a apoiar o ex-presidente na corrida presidencial após suspender sua campanha em janeiro por conta de um resultado ruim nos caucus de Iowa.

 

Durante a campanha, ele criticou seus oponentes, mas elogiou Trump como "o melhor presidente do século 2021".

 

Ele ficou conhecido por ter ideias consideradas radicais, incluindo dentro do partido. Ele defendeu teorias da conspiração exigindo a revelação da "verdade" sobre assuntos como a invasão ao Capitólio e os ataques terroristas às Torres Gêmeas. Também defendeu a ivermectina para tratamento de covid-19, apesar da ciência confirmar a ineficácia do medicamento para este caso.

 

Em 2014, ele fundou e atuou como CEO da Roivant Sciences, uma empresa farmacêutica que tinha o objetivo de criar um remédio para o Alzheimer.

 

A companhia faliu nos seus esforços de levar o remédio ao mercado em 2021, mas o empreendedor fez centenas de milhões de dólares com a venda das suas ações, e viu decolar então sua carreira entre os titãs do Vale do Silício. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Em outra categoria

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou nos últimos dias uma operação para tentar convencer o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a aceitar se tornar ministro, apurou o Estadão/Broadcast. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), é um dos encarregados dessa missão.

Além de Wagner, outros líderes e ministros também procuraram o agora ex-presidente do Senado e seus aliados. Pacheco ainda não se decidiu sobre os pedidos. Ele quer tirar alguns dias de folga e viajar ao exterior. Os interlocutores do governo querem tirar de Pacheco um indicativo claro de que ele aceitaria ser ministro antes dessa viagem.

Wagner marcou uma conversa com o senador mineiro nesta semana. Outros articuladores do governo já vêm atuando nos bastidores para persuadi-lo. Alguns chegaram a dizer que Pacheco poderia assumir a pasta que desejasse. Outros foram mais comedidos e só expressaram ao ex-presidente do Senado a importância que ele teria na gestão. Recentemente, Lula disse que gostaria de ver Pacheco eleito governador de Minas Gerais em 2026.

Opções

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o senador tem duas pastas na sua lista de prioridades: Justiça e Segurança Pública e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Lula não deu indicativos, até o momento, de que pretenda trocar o titular da Justiça, Ricardo Lewandowski. No caso do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin acumula o cargo com a Vice-Presidência; eventual troca não o deixaria sem função. Pacheco não deseja que sua indicação seja incluída na cota do PSD e aguarda um convite formal de Lula.

Além disso, o Ministério de Minas e Energia, por exemplo, é um dos que o ex-presidente do Senado sinalizou a aliados que não pretenderia ocupar. O principal motivo é que ele não gostaria de transmitir a mensagem de que estaria "passando para trás" Alexandre Silveira, o atual titular da pasta e ex-senador indicado ao cargo pelo próprio Pacheco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concederá, nesta quarta-feira, 5, entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais. O compromisso será às 7h30.

Às 10h, Lula fará reunião com bancos públicos no Palácio do Planalto. Participarão o vice-presidente, Geraldo Alckmin; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra da Gestão, Esther Dweck; a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante; o presidente da Caixa, Carlos Vieira; o presidente do Banco da Amazônia, Luiz Claudio Moreira Lessa; e o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara.

À tarde, às 14h40, Lula tem agenda com o Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Em seguida, às 15h30, o presidente se reúne o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha: o secretário-Executivo da SRI/PR, Olavo Noleto; a Secretária-Executiva Adjunta da SRI/PR, Juliana Carneiro; o Secretário Especial do Programa de Aceleração do Crescimento da Casa Civil, Maurício Muniz; e o Secretário Especial de Assuntos Federativos da SRI/PR, André Ceciliano.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que muitas das críticas aos gastos do Judiciário são "injustas". Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira, 3, o ministro argumentou que parte dos adicionais salariais recebidos por magistrados tem respaldo legal e se justifica pelo volume de processos.

Segundo Barroso, juízes brasileiros lidam com uma carga processual acima da média global, o que torna necessária a concessão de indenizações. Acréscimos são legítimos, por exemplo, quando magistrados acumulam processos de colegas ou têm férias pagas no mês. E ressaltou: "Há penduricalhos que são inaceitáveis e devem ser questionados judicialmente. Mas há situações legítimas".

Transparência

O ministro também respondeu a questionamentos sobre a transparência nos gastos do Supremo. "Não há nenhum dinheiro público gasto pelo Supremo que não esteja no Portal da Transparência", declarou.

O pagamento de benefícios adicionais a magistrados tem provocado despesas expressivas. Conforme relatório da Transparência Brasil, a conversão de licença compensatória em dinheiro, autorizada pelo Conselho Nacional de Justiça em outubro de 2022, aumentou, em média, R$ 12.400 os contracheques de 8.736 magistrados, resultando em um gasto total de R$ 819 milhões em 16 meses.

Durante esse período, 870 juízes receberam vencimentos acima de R$ 100 mil, e pelo menos 4.200 magistrados ultrapassaram essa quantia devido ao benefício. O maior valor registrado foi o de um desembargador de Pernambuco, que recebeu R$ 313,2 mil adicionais.

Gratificação

O benefício surgiu a partir da gratificação por exercício cumulativo, que acrescentava 1/3 do salário para juízes que acumulassem funções por mais de 30 dias. Antes, esse valor era considerado remuneratório e estava sujeito ao teto constitucional, mas a nova regulamentação permitiu sua conversão em pagamento extra, elevando os montantes recebidos sem descontos.

Na cerimônia de abertura do Ano Judiciário, Barroso já havia discursado em tom de defesa do Poder. "Nós somos contra todo o tipo de abuso, e a Corregedoria Nacional de Justiça está atenta", afirmou. "Mas é preciso não supervalorizar críticas que muitas vezes são injustas ou fruto da incompreensão do trabalho dos juízes."

O presidente do STF apresentou números do orçamento do Judiciário e relatou projetos em andamento. Segundo ele, desde 2017, o orçamento da instituição se mantém com reajuste apenas pela inflação. Destacou ainda que, em 2024, foram devolvidos R$ 406 milhões ao Tesouro Nacional.

De acordo com Barroso, os gastos do Judiciário vêm diminuindo proporcionalmente ao orçamento público e representam hoje (incluindo Ministério Público e Defensoria Pública) 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

As declarações ocorrem em meio a debates sobre o acúmulo de penduricalhos nos salários de juízes, procuradores e promotores (como a chamada "dezembrada" revelada pelo Estadão em série de reportagens) e os altos salários no funcionalismo público em geral. Em dezembro, a proposta do governo de estabelecer regras mais rígidas para pagamentos acima do teto constitucional provocou reações no Judiciário. Desde o dia 1.º de fevereiro, o teto salarial do funcionalismo subiu para R$ 46.366,19, valor equivalente a mais de 30 vezes o salário mínimo nacional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.