Putin diz que centros de decisão em Kiev podem ser atingidos por novo míssil da Rússia

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 28, que o novo míssil desenvolvido pelo país, o Oreshnik, tem capacidade de atingir alvos em Kiev que ainda não foram atingidos em três anos de guerra. "Esses alvos podem incluir instalações militares, empresas da indústria de defesa ou centros de tomada de decisão em Kiev", afirmou.

Testado no dia 21, o Oreshnik é um novo míssil hipersônico de médio alcance da Rússia, com capacidade de viajar em até dez vezes a velocidade do som e de carregar mais de uma ogiva. Ele foi testado no campo de guerra pela primeira vez em um ataque à fábrica de armas na cidade de Dnipro, no centro do país.

O Kremlin disse ter utilizado o míssil em resposta ao uso de armas fornecidas pelo Ocidente à Ucrânia em ataques contra o território russo. Nesta quinta, Putin afirmou que não descartaria utilizá-lo novamente em novas retaliações se a Ucrânia realizar novas ofensivas dentro da Rússia.

"Os ataques feitos por nós foram em resposta aos ataques em andamento em território russo com mísseis ATACMS dos EUA. Como eu disse repetidamente, nós sempre responderemos", disse Putin, que estava em Astana, no Cazaquistão, para participar da cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO).

Segundo o russo, o Ministério da Defesa e o Estado-Maior do Exército Russo estão selecionando os alvos desses ataques. Ele disse que é necessário ter a cautela para não "atingir um pardal com tiros de canhões".

"No final das contas, caberá a nós escolher os meios de destruição (para serem utilizados), considerando a natureza dos alvos selecionados e as ameaças representadas à Federação Russa", acrescentou Putin.

Ataques à infraestrutura energética

Apesar do Oreshnik estar na fase de testes, a Rússia intensificou os ataques aéreos na Ucrânia com armas utilizadas em outras fases da guerra. Nesta quinta-feira, o Kremlin alegou ter atingido 17 alvos num ataque com 100 drones e 90 mísseis.

A força aérea ucraniana alegou ter abatido 76 mísseis de cruzeiro e 3 outros tipos de mísseis, assim como 32 drones. O rastro de outros 62 drones russos foram perdidos, provavelmente por guerra eletrônica.

Tratou-se do 11.º ataque maciço da Rússia este ano contra a infraestrutura de energia ucraniana. Cerca de metade da infraestrutura energética da Ucrânia foi destruída em quase três anos de guerra, e apagões são comuns. Os aliados ocidentais de Kiev têm procurado ajudar a Ucrânia a proteger a geração de energia com sistemas de defesa aérea e fundos para reconstrução. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

Em outra categoria

O ministro Messod Azulay Neto, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), eclarou válidos os e-mails fornecidos pelo titular de uma banca de advocacia ao Ministério Público Federal (MPF) na investigação sobre supostas fraudes em investimentos do Fundo de Pensão dos Correios, o Postalis. O conteúdo das mensagens levou a Polícia Federal a deflagrar a Operação Amigo Germânico, em setembro de 2021.

A investigação ganhou o nome "Amigo Germânico" porque, na época, o presidente em exercício do Postalis era o alemão Christian Perillier Schneider. Os crimes investigados são corrupção ativa e passiva e gestão fraudulenta.

Procurado, o fundo informou que não comenta sobre processos que estão em tramitação na Justiça. "O Instituto reitera seu compromisso com a transparência e a governança, respeitando os trâmites legais e garantindo a devida condução dos assuntos institucionais pelos órgãos competentes."

O advogado Fábio Lopes Vilela Berbel, ex-sócio do escritório, que foi alvo da operação, tenta anular as provas alegando que houve quebra do sigilo profissional. O habeas corpus foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, e agora também pelo STJ. O Estadão busca contato com Berbel. O espaço está aberto.

Em sua decisão, o ministro Messod Azulay afirmou que o direito do advogado ao sigilo profissional só protege documentos e comunicações "relativas ao exercício da advocacia". "O que não parece ser a hipótese dos autos", escreveu o ministro. Para o magistrado, os e-mails não têm "qualquer relação com as atividades desempenhadas" como advogado.

"Os e-mails trocados entre F N F R (FIávio Nunes Ferreira Rietman) e F L V B (Fábio Lopes Vilela Berbel) evidenciam, em princípio, a existência de uma sociedade empresarial (Berbel & Rietmann Consultoria de Negócios), voltada para a prestação de consultoria de investimentos, tratando-se de atividade econômica profissional e organizada que nada tem a ver com o exercício da advocacia, especialmente a área de atuação do primeiro paciente na época dos fatos."

A decisão destaca que as mensagens foram extraídas do computador funcional do escritório: "Portanto, inexiste ilicitude em o escritório acessar o conteúdo existente em seus próprios equipamentos e entregá-los para as autoridades de persecução penal."

O ministro argumentou ainda que "bastaria um pedido" do Ministério Público Federal para a quebra de sigilo dos dados das conversas e que não seria "razoável descartar indícios de prova que seria inevitavelmente obtido por meio lícito".

"Os dados não podem mais ser apagados e bastaria a autorização de quebra de sigilo telemático para que as autoridades de persecução criminal obtenham acesso ao conteúdo das mensagens. É justamente o que ocorreria nos autos caso o escritório não tivesse comunicado ao Ministério Público Federal que havia obtido os diálogos e que os mesmos se encontravam à disposição do órgão acusador", diz a decisão.

Segundo a investigação, os gestores do Postalis recebiam propinas como uma espécie de "comissão" em troca da indicação de empresas para gerir os ativos e atuar no aconselhamento técnico-jurídico da entidade.

Em evento de inauguração de uma barragem no Rio Grande do Norte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rezou junto ao arcebispo emérito de Natal Dom Jaime Vieira Rocha, em agradecimento à Deus pela obra construída. No mesmo evento, entretanto, o presidente atacou Jair Bolsonaro (PL) e disse que o ex-chefe do Executivo mentia ao falar que era religioso, porque "não se usa o nome de Deus em vão".

Lula acusou Bolsonaro de mentir sobre ser religioso, "porque quando a gente é religioso de verdade, a gente não usa o nome de Deus em vão", comentou.

Já no final do evento, o petista chamou o religioso católico para rezar em agradecimento pela obra de integração hídrica. "Pelo amor de Deus, eu vim aqui hoje em agradecimento a tudo que Deus nos deu, então queria que Dom Jaime pudesse puxar um 'Pai Nosso', que é uma reza de todas as religiões", disse Lula, após a cerimônia ser encerrada antes do convite ao sacerdote conduzir a oração.

"O 'Pai Nosso' é a oração mais universal de toda a humanidade. Respeitando a diversidade e o pluralismo religioso, nós estamos aqui para um momento de ação de graças", introduziu o bispo.

O gesto ocorre após bolsonaristas e governistas protagonizarem uma "batalha" na internet envolvendo Frei Gilson, líder católico conservador, que reúne milhares de seguidores nas redes.

Os ataques contra o frade partiram da militância digital de apoiadores do governo, que emitiu um "alerta" sobre o sacerdote supostamente querer que os fiéis cultuem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em vez de Cristo. Evangélicos e católicos se uniram para defender o frade, enquanto apoiadores do PT também criticaram a estratégia da militância, por supostamente contribuir com a baixa na popularidade do governo.

"Não basta ser rejeitado pelos evangélicos, vamos fazer uma cruzada contra os católicos também, aí a gente se elege só com o votos dos ateus em um país em que quase 80% da população é católica ou evangélica. Que tal?", escreveu o deputado federal André Janones (Avante-MG), em tom irônico.

Lula também tenta lutar contra a baixa na popularidade de seu governo, indicada pelas últimas pesquisas de opinião. O Nordeste, onde discursou nesta quarta-feira, considerado um reduto histórico de eleitores petistas, registrou uma queda de 16 pontos no índice de aprovação do governo lulista segundo o Datafolha divulgado no mês passado.

O presidente aproveitou a oportunidade para elogiar o povo nordestino, a quem qualificou como "inteligente", "capaz" e "trabalhador". "Nordestino não nasceu para ser pobre, para mendigar as coisas. Nordestino nasceu para ser tratado com muito respeito", exclamou, em meio a uma salva de palmas e gritos da plateia.

O Complexo Oiticica, no município de Jucurutu, faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco e começou a ser construída em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Até agora foram gastos R$ 765 milhões na obra.

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou nesta terça-feira, 18, um pedido para que o senador Jorge Seif (PL-SC) fosse investigado por apologia à violência policial nas redes sociais. A informação foi publicada pelo site Platô e confirmada pelo Estadão.

O senador foi alvo de um representação ao Ministério Público Federal (MPF) após afirmar nas redes sociais que os policiais militares que jogaram o entregador de aplicativo Marcelo Barbosa do Amaral, de 25 anos,do alto de uma ponte em dezembro do ano passado na região de Cidade Ademar, deveria ter jogado o homem de um penhasco.

"Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco. Porque, com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por criminoso é o fim do mundo. Tomar um banho no córrego é prêmio", escreveu o senador no X no dia 4 de dezembro.

"Minha solidariedade e apoio INCONDICIONAL aos PMs e ao Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. O "filósofo" Sivuca já dizia em 1986: 'bandido bom é bandido morto'. Tá com pena das vítimas da sociedade? Leva pra casa!", acrescentou.

O soldado da Polícia Militar Luan Felipe Alves Pereira foi preso preventivamente após pedido da Corregedoria da PM.

Horas depois, o senador catarinense apagou a publicação. Em discurso no plenário do Senado, no dia 9 de dezembro, que cometeu um erro ao fazer a declaração nas redes sociais.

"Eu fiz uma manifestação nas minhas redes sociais até dura, agressiva, e no final descobrimos que, na verdade, o rapaz era entregador de aplicativo, que ele se desesperou. Não foi uma luta, simplesmente foi uma ação deliberada", declarou o senador.

A representação contra Seif foi remetida ao Supremo Tribunal Federal em janeiro deste ano pela Justiça Federal de São Paulo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou pelo arquivamento do caso por entender que as declarações de Seif estão sob imunidade parlamentar.