No Canadá, ex-dirigente do BoE considera concorrer para substituir Trudeau como premiê

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Ex-dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) e ex-presidente do Banco do Canadá (BoC, em inglês), Mark Carney disse nesta terça-feira, 6, que está considerando concorrer pela liderança do Partido Liberal, após o primeiro-ministro, Justin Trudeau, renunciar nesta semana. "Vou considerar essa decisão em conjunto com minha família nos próximos dias", afirmou ele, em declaração enviada ao Financial Times.

Os liberais precisam eleger um novo líder antes que o Parlamento do Canadá retome atividades em 24 de março, porque todos os três partidos da oposição dizem que derrubarão o governo liberal em um voto de desconfiança na primeira oportunidade, o que desencadearia uma eleição.

O novo líder liberal pode não ser primeiro-ministro por muito tempo e uma eleição na primavera do Hemisfério Norte muito provavelmente favoreceria o Partido Conservador opositor.

Mark Carney é visto como um dos favoritos, com popularidade comparável a estrelas do rock. O economista com experiência em Wall Street foi o primeiro estrangeiro a servir como dirigente do BoE desde a sua fundação, em 1694.

A nomeação do canadense recebeu elogios bipartidários no Reino Unido, depois que o Canadá se recuperou muito mais rápido do que outros países da crise financeira de 2008 e Carney ganhou reputação de "regulador severo". No Reino Unido, Carney também se tornou conhecido por administrar o Brexit.

Entre outros concorrentes, a vice-primeira-ministra do Canadá, Chrystia Freeland, também é uma das favoritas. As relações de Freeland com Trudeau decaíram, depois que o primeiro-ministro pediu que ela renunciasse ao cargo de ministra das Finanças. Um funcionário afirmou à Associated Press que ainda é cedo para fazer declarações, mas que Freeland falará com colegas esta semana para discutir os próximos passos.

Outro possível candidato é o novo ministro das Finanças, Dominic LeBlanc. Ex-ministro da segurança pública e amigo próximo de Trudeau, LeBlanc recentemente se juntou ao primeiro-ministro em um jantar com Trump em Mar-a-Lago. LeBlanc foi babá de Trudeau quando ele era criança.

*Com informações da Associated Press

Em outra categoria

O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) afirmou nesta quarta-feira, 8, que pretende disputar a Presidência da República nas eleições gerais de 2026. A informação é da assessoria do influenciador, que concorreu à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024.

Segundo Marçal, a candidatura será pelo PRTB, sigla a que está filiado, o que vai de encontro aos rumores de que o ex-coach estaria avaliando, nos bastidores, uma filiação ao União Brasil para disputar o Executivo federal.

Até o próximo pleito, porém, Marçal pode estar inelegível como consequência da divulgação, às vésperas da eleição paulistana, de um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL). O atestado médico foi forjado e imputava a Boulos uma internação por overdose de cocaína.

Durante a campanha à Prefeitura da capital paulista, Marçal insinuou, mais de uma vez, que o candidato do PSOL era usuário de drogas, mas não apresentou provas. Em novembro, o influenciador foi indiciado pela Polícia Federal pela publicação do documento em suas redes sociais.

Marçal foi candidato à Presidência nas eleições de 2022 pelo extinto Pros, mas teve a candidatura indeferida após sua sigla declarar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O empresário, então, candidatou-se a deputado federal e obteve 243.037 votos, suficientes para elegê-lo ao cargo.

O registro da candidatura à Câmara, porém, foi indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta quarta-feira, 8, uma série de eventos em memória aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que completam dois anos nesta data. O chefe do Executivo convidou os presidentes dos outros Poderes para aumentar o peso político dos eventos, mas Rodrigo Pacheco (Senado), Arthur Lira (Câmara) e Luís Roberto Barroso (Supremo Tribunal Federal) não comparecerão.

O evento para relembrar a invasão e depredação das sedes dos Poderes, em 2023, será dividido em quatro atos.

O primeiro será às 9h30 (de Brasília) na Sala de Audiências do Palácio do Planalto. A ideia será fazer a reintegração de obras de arte que foram depredadas nos ataques golpistas. Elas foram entregues na sede do governo depois de serem restauradas na segunda e na terça-feira, 6 e 7.

O acervo que será reapresentado inclui o relógio do século XVII de Balthazar Martinot e André Boulle, presente da Corte francesa a dom João VI em 1808. A peça foi restaurada na Suíça. Além do relógio, uma ânfora (tipo de vaso) portuguesa em cerâmica esmaltada.

O segundo ato está previsto para começar às 10h30. Será feito o descerramento da obra As Mulatas, de Di Cavalcanti. Além disso, alunos do Projeto de Educação Patrimonial entregarão ao presidente réplicas que produziram da ânfora e de As Mulatas.

O terceiro momento será uma cerimônia com a presença de autoridades no Salão Nobre do Palácio do Planalto às 11 horas.

Para o evento, o governo convidou os três chefes dos Poderes, porém, nenhum comparecerá. Com a ausência de Pacheco e Barroso, o Senado enviará o vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); já o STF, o vice-presidente Edson Fachin.

Este será o segundo ano consecutivo que Lira não participará das celebrações da data. Ano passado, o alagoano, que discursaria no evento, citou problemas de saúde na família, e ficou em Maceió (AL).

Mesmo com a ausência de Barroso, outros ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, devem participar. A gestão federal também convidou os 27 governadores para os atos. No entanto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está de férias e não comparecerá à cerimônia.

Após a cerimônia no Salão Nobre, Lula descerá a rampa do Planalto com as principais autoridades presentes em direção à Praça dos Três Poderes, onde será feito o quarto e último ato. Tal evento será denominado de "Abraço da Democracia".

Esse ato está sendo organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e movimentos sociais.

De acordo com integrantes do governo, a previsão é que até 1.000 pessoas participem do evento, que contará com a participação de 60 entidades representativas.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reapresentou na manhã desta quarta-feira, 8, o relógio do século XVII trazido ao Brasil por dom João VI e uma ânfora (espécie de vaso) esmaltada que haviam sido danificados nos ataques golpistas de 8 de Janeiro de 2023 feitos por extremistas de direita às sedes dos Poderes. Lula não discursou, mas posou para fotos perto dos objetos.

O relógio se tornou o item mais famoso danificado nos ataques. Foi enviado para a Suíça para ser restaurado. No caso da ânfora, a restauração foi responsabilidade da Universidade Federal de Pelotas.

A primeira-dama Janja Lula da Silva fez o primeiro discurso do dia. "O Palácio do Planalto, onde estamos hoje, foi vítima do ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos", declarou ela.

Janja disse que, poucos dias antes de 8 de Janeiro de 2023, "vibrávamos porque a esperança tinha vencido o ódio" - uma referência à eleição de Lula contra Jair Bolsonaro em 2022. Depois, de acordo com Janja, houve uma tentativa de "sufocar a esperança". A primeira dama continuou: "Estamos aqui não para lamentar, mas muito menos para esquecer".

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que estão sendo devolvidas à sociedade 20 obras, incluindo sete que foram vandalizadas no 8 de Janeiro. As restaurações e outras atividades correlatas, segundo ela, custaram R$ 2 milhões.

A reapresentação das obras é o primeiro ato de Lula neste 8 de Janeiro, dois anos depois dos ataques.

Ele ainda reapresentará a tela As Mulatas, de Di Cavalcanti. Também fará um evento com discursos político no principal salão do Palácio do Planalto e depois fará um "abraço simbólico" à Praça dos Três Poderes.