Mark Zuckerberg visitou Casa Branca para discutir liderança tecnológica com Trump

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Mark Zuckerberg visitou a Casa Branca nesta quinta-feira, 6, para discutir como a Meta pode ajudar o governo dos Estados Unidos a defender e avançar a liderança tecnológica do país no exterior, segundo Andy Stone, porta-voz oficial da empresa dona do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads.

É a segunda vez que o CEO da Meta se encontra com o governo americano. A primeira foi quando marcou reuniões no resort de Donald Trump em Mar-a-Lago. Nessa ocasião, o bilionário reafirmou sua boa vontade com o republicano e confirmou a doação de US$ 1 milhão para o fundo de posse de 20 de janeiro.

Atitudes não faltaram para chamar a atenção de Trump. Em janeiro, Zuckerberg anunciou mudanças nas políticas de moderação de conteúdo das suas redes sociais, o que na prática acabou com o programa de checagem de informações falsas da gigante e afrouxou o que pode ser dito nas redes, mesmo que seja discurso de ódio ou preconceituoso.

Zuckerberg encontrou uma justificativa conveniente para tomar essas decisões: a liberdade de expressão. "É hora de voltarmos às nossas raízes", afirmou. A declaração foi repercutida com empolgação por uma colega de Vale do Silício, Linda Yaccarino, CEO do X, afirmou que o movimento de Zuckerberg era um acerto. "Meta, Mark, bem-vindos à festa", disse a executiva logo após o anúncio.

O que Yaccarino queria dizer, na verdade, era que Zuckerberg tinha copiado o modelo de fazer moderação de conteúdo por meio do recurso Notas da Comunidade que o X implementou quando Elon Musk comprou o então Twitter por US$ 44 bilhões e demitiu o time que fazia esse trabalho.

Parceria improvável

Em 2021, o republicano teve suas contas do Facebook e do Instagram suspensas após elogiar envolvidos na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro. No ápice da briga, Trump ameaçou prender Zuckerberg se ele interferisse nas eleições de 2024 e até chamou a Meta de "inimiga do povo" em março do ano passado.

Trump só moderou sua posição em outubro, quando disse que recebeu uma ligação surpresa de Zuckerberg após a tentativa de assassinato em Butler, na Pensilvânia. O atentado contra Trump fez Zuckerberg chamá-lo de "durão" por ter erguido o punho para a multidão após ter sido baleado.

Com a volta de Trump à Casa Branca confirmada, Zuckerberg iniciou de vez sua guinada à extrema direita. No começo do ano, houve uma dança das cadeiras na Meta. Joel Kaplan, um republicano conhecido por intermediar a relação da companhia com os conservadores substituiu Nick Clegg no cargo de presidente de assuntos globais da companhia.

Kaplan é um dos republicanos mais velhos da empresa, passou oito anos na Casa Branca de George W. Bush e apoiou a indicação de Brett M. Kavanaugh à Suprema Corte por Trump

Dana White, presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC) e outro aliado de longa data de Trump, ganhou espaço na big tech. Ele foi recrutado para integrar o conselho de administração da Meta. "Eu o admiro como empreendedor e por sua capacidade de construir uma marca tão querida", escreveu Zuckerberg em uma postagem no Facebook.

White foi um dos aliados mais vocais do presidente eleito em 2024. O discurso efusivo que fez durante a Convenção Nacional Republicana é considerado um marco na campanha eleitoral. Ele também leva o crédito de ter influenciado Trump a trabalhar com uma nova geração de influenciadores digitais para atrair votos de homens com menos de 30 anos - algo que analistas dizem que refletiu no aumento de apoio ao republicano entre os jovens.

Depois de tanto apoio, o que Zuckerberg já ganhou de volta? Além de ser convidado vip para a posse no Capitólio em 20 de janeiro, quando ficou ao lado dos colegas chefões do Vale do Silício, Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google), Elon Musk (X e Tesla) e Tim Cook (Apple). As redes da Meta se beneficiaram de ordens executivas assinadas logo no começo do segundo mandato de Trump.

Como a ação que tem a intenção de "parar imediatamente toda a censura governamental", o que na prática abafa os esforços de combate a proliferação de informação falsa online.

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De olho no governo do Ceará em 2026, o senador Cid Gomes começou a costurar a sucessão do PSB no Senado. A aposta é o deputado Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, o Júnior Mano, recém-filiado ao partido, após ter sido expulso do PL.

A pré-candidatura de Júnior Mano ao Senado foi mencionada publicamente pela primeira vez nesta sexta-feira, 7, em um evento de filiação do PSB, em Fortaleza, no Ceará. O vice-presidente Geraldo Alckmin estava presente.

"O meu candidato é o Júnior Mano a senador. Quero deixar isso aqui de pouco. E nós teremos outros candidatos a deputado federal", disse Cid Gomes.

O senador tem planos de disputar novamente o governo do Ceará, Estado que administrou de 2007 a 2014.

O deputado, no entanto, é pressionado por uma investigação da Polícia Federal sobre o desvio de emendas parlamentares. Ele é suspeito de envolvimento em uma esquema de venda de emendas a prefeituras do Ceará.

As suspeitas que recaem sobre Júnior Mano levaram a PF a pedir a transferência do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, os investigadores afirmam ter encontrado indícios de "envolvimento direto" do parlamentar nos desvios para "alimentar o esquema (de compra de votos) e consolidar sua base de apoio político".

Júnior Mano nega as acusações. Quando as suspeitas vieram a público, o deputado disse ser "vítima do uso indevido de seu nome".

Valendo-se da crise do Pix e com o mote do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) organizam uma manifestação para o dia 16 de março como tentativa de mobilizar o Congresso Nacional a colocar a anistia aos presos do 8 de Janeiro na pauta.

Acendem as esperanças desse grupo, especialmente na Câmara dos Deputados, a declaração do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) que disse que a invasão à sede dos Três Poderes daquele dia foi "grave", mas "não um golpe".

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) crê que os atos em março podem ajudar a trazer o apoio de parlamentares ligados ao Centrão à anistia e fazer a proposição voltar a tramitar. A expectativa, segundo ele, é de ter atos em todas as capitais do Brasil. "Na próxima semana vou falar com os presidentes estaduais do PL e organizar", diz.

Nesta sexta-feira, 7, Motta voltou a falar, como disse no ano passado, que há penas muito severas para algumas das pessoas julgadas pelo envolvimento no 8 de Janeiro e acendeu a esperança em bolsonaristas na Câmara ao negar a possibilidade do golpe.

"O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas. E não teve isso", afirmou Motta.

Líder da oposição na Casa, Zucco (PL-RS) é um dos empolgados com a declaração do presidente da Câmara. "A questão da anistia, já nas declarações a gente vê que há o entendimento de se avançar na Câmara com Hugo Motta", afirma.

Para petistas, o 8 de Janeiro foi uma tentativa de golpe. Lindbergh Farias (RJ), líder do partido na Câmara, argumenta que o ataque aos Três Poderes naquele dia fazia parte de um último esforço após o plano que envolvia matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, revelado pela Polícia Federal

"O 8 de Janeiro foi a última tentativa", diz Lindbergh. "O que eles queriam no 8 de Janeiro foi organizado e planejado. Eles queriam que Lula decretasse uma GLO."

No ano passado, a anistia chegou a entrar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, então comandada pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC). O texto era visto por especialistas como muito amplo e com brechas que poderiam favorecer Bolsonaro.

A proposta acabou freada após o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) decretar a criação de uma comissão especial para tratar do tema, levando a tramitação a uma fase ainda anterior. A comissão sequer iniciou os trabalhos.

"O sistema de Justiça parece estar mais preocupado em dar um recado político do que em aplicar penas justas. O presidente da Câmara está certo ao questionar isso", diz Rodrigo Valadares (União-SE), que foi relator da anistia na CCJ. "Não podemos permitir que brasileiros sejam perseguidos e punidos de forma desproporcional por meras conveniências ideológicas."

Outros bolsonaristas como Silvia Waiãpi (PL-AP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Sanderson (União-SE) veem espaço para anistia após as declarações de Motta.

Atos vão pedir de impeachment de Lula a anistia a bolsonaristas

Sobre os atos do dia 16 de março, a data foi escolhida em razão do aniversário de seis anos da abertura do inquérito dos atos antidemocráticos pelo STF (ocorrido precisamente no dia 14/3), dia que também foi lembrado em 2024. No ano passado, a anistia ainda não foi um tema mencionado por Bolsonaro em seu discurso.

O pedido de impeachment de Lula, catalisador da manifestação, se embasa neste momento o bloqueio imposto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao programa Pé-de-Meia, que estava operando à margem das regras fiscais.

Motta, porém, já negou possibilidade de pautar o impeachment de Lula. "Não está no horizonte trazer instabilidade", disse.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) fretou um jatinho para levar três desembargadores e um juiz a Brasília. Os magistrados viajaram no avião privado para uma reunião com o ministro Mauro Campbell Marques, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e voltaram no mesmo dia.

O desembargador José Zuquim Nogueira, presidente do Tribunal de Justiça, estava no voo. Foi ele quem autorizou a despesa.

Em nota, o Tribunal de Mato Grosso afirmou que o fretamento foi necessário para "conciliar a agenda com os compromissos institucionais" do presidente.

"O Poder Judiciário de Mato Grosso informa que a utilização de aeronave fretada decorre da extensa dimensão territorial do Estado de MT e, também, quando a oferta de voo comercial comprometer o regular desempenho das atividades da Administração", diz a nota.

Também participaram da viagem os desembargadores Rodrigo Roberto Curvo e José Luiz Lindote e o juiz Túlio Dualibi Alves Souza. Os magistrados ainda receberam meia-diária no valor de R$ 686,78.

O fretamento da aeronave foi divulgado pelo UOL e confirmado pelo Estadão.

O Tribunal de Mato Grosso entrou na mira do Conselho Nacional de Justiça em dezembro, depois de autorizar o pagamento de R$ 10 mil de auxílio-alimentação - o penduricalho "vale-peru" - aos magistrados e servidores do Estado.

O CNJ, órgão que tem a missão de fiscalizar o Poder Judiciário, mandou suspender o pagamento por considerar o valor exorbitante. Quando o Tribunal de Mato Grosso foi intimado da decisão, os valores já estavam no banco para pagamento, o que teria impossibilitado o cumprimento da ordem do CNJ. A solução encontrada foi pedir a devolução do dinheiro.

Servidores acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para não devolver o auxílio-alimentação turbinado. O relator é o ministro Cristiano Zanin.

O vale-peru de R$ 10 mil não foi a única despesa recente inusitada no TJ de Mato Grosso. A Corte também contratou um músico profissional para cuidar da preparação vocal dos servidores do coral e um artista plástico para pintar o busto da ex-presidente do tribunal.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MATO GROSSO

O Poder Judiciário de Mato Grosso informa que a utilização de aeronave fretada decorre da extensa dimensão territorial do Estado de MT e, também, quando a oferta de voo comercial comprometer o regular desempenho das atividades da Administração.

Na ocasião, tratou-se de agenda com o Ministro Corregedor Nacional para resolução de assuntos referentes à administração do Poder Judiciário, sendo necessário o deslocamento por fretamento para conciliar com os compromissos institucionais da Presidência do TJMT.

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