Panamá: conversa entre o presidente Mulino e Donald Trump é adiada

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A ligação telefônica entre o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e o presidente dos EUA, Donald Trump, foi adiada devido à mudanças de última hora na agenda do presidente americano, disse o governo panamenho através de uma postagem na rede social X hoje.

Uma nova data será coordenada entre os dois países. A conversa estava prevista para acontecer nesta sexta-feira de tarde.

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Valendo-se da crise do Pix e com o mote do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) organizam uma manifestação para o dia 16 de março como tentativa de mobilizar o Congresso Nacional a colocar a anistia aos presos do 8 de Janeiro na pauta.

Acendem as esperanças desse grupo, especialmente na Câmara dos Deputados, a declaração do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) que disse que a invasão à sede dos Três Poderes daquele dia foi "grave", mas "não um golpe".

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) crê que os atos em março podem ajudar a trazer o apoio de parlamentares ligados ao Centrão à anistia e fazer a proposição voltar a tramitar. A expectativa, segundo ele, é de ter atos em todas as capitais do Brasil. "Na próxima semana vou falar com os presidentes estaduais do PL e organizar", diz.

Nesta sexta-feira, 7, Motta voltou a falar, como disse no ano passado, que há penas muito severas para algumas das pessoas julgadas pelo envolvimento no 8 de Janeiro e acendeu a esperança em bolsonaristas na Câmara ao negar a possibilidade do golpe.

"O que aconteceu não pode ser admitido novamente, foi uma agressão às instituições. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, tem que ter apoio de outras instituições interessadas. E não teve isso", afirmou Motta.

Líder da oposição na Casa, Zucco (PL-RS) é um dos empolgados com a declaração do presidente da Câmara. "A questão da anistia, já nas declarações a gente vê que há o entendimento de se avançar na Câmara com Hugo Motta", afirma.

Para petistas, o 8 de Janeiro foi uma tentativa de golpe. Lindbergh Farias (RJ), líder do partido na Câmara, argumenta que o ataque aos Três Poderes naquele dia fazia parte de um último esforço após o plano que envolvia matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, revelado pela Polícia Federal

"O 8 de Janeiro foi a última tentativa", diz Lindbergh. "O que eles queriam no 8 de Janeiro foi organizado e planejado. Eles queriam que Lula decretasse uma GLO."

No ano passado, a anistia chegou a entrar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, então comandada pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC). O texto era visto por especialistas como muito amplo e com brechas que poderiam favorecer Bolsonaro.

A proposta acabou freada após o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) decretar a criação de uma comissão especial para tratar do tema, levando a tramitação a uma fase ainda anterior. A comissão sequer iniciou os trabalhos.

"O sistema de Justiça parece estar mais preocupado em dar um recado político do que em aplicar penas justas. O presidente da Câmara está certo ao questionar isso", diz Rodrigo Valadares (União-SE), que foi relator da anistia na CCJ. "Não podemos permitir que brasileiros sejam perseguidos e punidos de forma desproporcional por meras conveniências ideológicas."

Outros bolsonaristas como Silvia Waiãpi (PL-AP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Sanderson (União-SE) veem espaço para anistia após as declarações de Motta.

Atos vão pedir de impeachment de Lula a anistia a bolsonaristas

Sobre os atos do dia 16 de março, a data foi escolhida em razão do aniversário de seis anos da abertura do inquérito dos atos antidemocráticos pelo STF (ocorrido precisamente no dia 14/3), dia que também foi lembrado em 2024. No ano passado, a anistia ainda não foi um tema mencionado por Bolsonaro em seu discurso.

O pedido de impeachment de Lula, catalisador da manifestação, se embasa neste momento o bloqueio imposto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ao programa Pé-de-Meia, que estava operando à margem das regras fiscais.

Motta, porém, já negou possibilidade de pautar o impeachment de Lula. "Não está no horizonte trazer instabilidade", disse.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) fretou um jatinho para levar três desembargadores e um juiz a Brasília. Os magistrados viajaram no avião privado para uma reunião com o ministro Mauro Campbell Marques, corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e voltaram no mesmo dia.

O desembargador José Zuquim Nogueira, presidente do Tribunal de Justiça, estava no voo. Foi ele quem autorizou a despesa.

Em nota, o Tribunal de Mato Grosso afirmou que o fretamento foi necessário para "conciliar a agenda com os compromissos institucionais" do presidente.

"O Poder Judiciário de Mato Grosso informa que a utilização de aeronave fretada decorre da extensa dimensão territorial do Estado de MT e, também, quando a oferta de voo comercial comprometer o regular desempenho das atividades da Administração", diz a nota.

Também participaram da viagem os desembargadores Rodrigo Roberto Curvo e José Luiz Lindote e o juiz Túlio Dualibi Alves Souza. Os magistrados ainda receberam meia-diária no valor de R$ 686,78.

O fretamento da aeronave foi divulgado pelo UOL e confirmado pelo Estadão.

O Tribunal de Mato Grosso entrou na mira do Conselho Nacional de Justiça em dezembro, depois de autorizar o pagamento de R$ 10 mil de auxílio-alimentação - o penduricalho "vale-peru" - aos magistrados e servidores do Estado.

O CNJ, órgão que tem a missão de fiscalizar o Poder Judiciário, mandou suspender o pagamento por considerar o valor exorbitante. Quando o Tribunal de Mato Grosso foi intimado da decisão, os valores já estavam no banco para pagamento, o que teria impossibilitado o cumprimento da ordem do CNJ. A solução encontrada foi pedir a devolução do dinheiro.

Servidores acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para não devolver o auxílio-alimentação turbinado. O relator é o ministro Cristiano Zanin.

O vale-peru de R$ 10 mil não foi a única despesa recente inusitada no TJ de Mato Grosso. A Corte também contratou um músico profissional para cuidar da preparação vocal dos servidores do coral e um artista plástico para pintar o busto da ex-presidente do tribunal.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MATO GROSSO

O Poder Judiciário de Mato Grosso informa que a utilização de aeronave fretada decorre da extensa dimensão territorial do Estado de MT e, também, quando a oferta de voo comercial comprometer o regular desempenho das atividades da Administração.

Na ocasião, tratou-se de agenda com o Ministro Corregedor Nacional para resolução de assuntos referentes à administração do Poder Judiciário, sendo necessário o deslocamento por fretamento para conciliar com os compromissos institucionais da Presidência do TJMT.

Primando pela publicidade, todas as despesas são disponibilizadas no Portal Transparência e publicadas na Imprensa Oficial.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou na sexta-feira, 7, o desbloqueio das contas em redes sociais do influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark. A decisão ocorre após avanços nas investigações que levaram à restrição de seus perfis no ano passado.

Monark havia sido alvo de bloqueios em plataformas como Facebook, Instagram, YouTube, Spotify e Discord desde junho de 2023, quando foi apontado pela Polícia Federal como disseminador de desinformação e discursos de ódio contra instituições democráticas. Apesar da liberação dos perfis, as postagens consideradas ilícitas devem permanecer excluídas.

"No atual momento da investigação, entretanto, não há necessidade da manutenção dos bloqueios determinados nas redes sociais, devendo, somente, ser excluída as postagens ilícitas que deram causa a decisão judicial", escreveu Moraes em sua decisão.

O ministro também estabeleceu uma multa de R$ 20 mil para cada reincidência em conteúdos que promovam desinformação e discursos de ódio. Caso Monark volte a publicar materiais que atentem contra as instituições, poderá enfrentar novas penalidades.

O influenciador teve suas contas bloqueadas no contexto das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Em abril daquele ano, Moraes já havia proibido Monark de espalhar fake news sobre o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além das restrições, o ministro aplicou uma multa de R$ 300 mil ao influenciador em agosto de 2023 por descumprir a determinação judicial e determinou a abertura de um inquérito para apurar sua conduta. Segundo a Polícia Federal, Monark criou novos perfis para continuar divulgando desinformação e ainda tentou lucrar com o material.

As investigações também indicam que o influenciador descumpriu decisões judiciais ao insistir na divulgação de conteúdos já proibidos. O Código Penal prevê pena de três meses a dois anos de detenção, além de multa, para quem exerce atividade da qual foi suspenso por decisão judicial.

Monark ganhou notoriedade em 2022 ao defender, durante uma transmissão do Flow Podcast, a criação de um partido nazista no Brasil. Após forte repercussão negativa, foi demitido do programa e justificou a declaração afirmando que estava bêbado no momento.

O bloqueio de seus perfis foi parte de uma série de medidas adotadas pelo STF para conter a disseminação de fake news e ataques às instituições democráticas. Moraes tem sido um dos principais responsáveis por decisões que visam coibir discursos considerados antidemocráticos nas redes sociais.