Zelensky diz em Conferência de Munique que chegou a hora de criar as 'forças armadas da Europa'

Internacional
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado, 15, durante a Conferência de Segurança de Munique, que chegou a hora da criação de "forças armadas da Europa" e que a luta de seu país contra a Rússia provou que já existe uma base para isto. O líder ucraniano afirmou que o continente europeu não pode descartar a possibilidade de que "os americanos possam dizer não à Europa em questões que a ameaçam", e observou que muitos líderes já falam sobre como a Europa precisa de suas próprias forças armadas. "Eu realmente acredito que chegou a hora. As forças armadas da Europa devem ser criadas", disse em painel.

Zelensky também fez alusão a uma conversa telefônica entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, após a qual Trump disse que os dois líderes provavelmente se encontrariam em breve para negociar um acordo de paz sobre a Ucrânia.

Trump mais tarde garantiu a Zelensky que ele também teria um assento à mesa para acabar com a guerra que foi desencadeada pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022. "A Ucrânia nunca aceitará acordos feitos pelas nossas costas sem o nosso envolvimento, e a mesma regra deve se aplicar a toda a Europa", afirmou. "Alguns dias atrás, o presidente Trump me contou sobre sua conversa com Putin. Ele não mencionou nenhuma vez que a América precisa da Europa na mesa. Isso diz muito. Os velhos tempos acabaram, quando a América apoiava a Europa só porque sempre apoiou." Fonte: Associated Press.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será tema de um filme de ficção intitulado "Dark Horse", dirigido pelo cineasta norte-americano Cyrus Nowrasteh. A produção iniciou nesta segunda-feira, 20, e está prevista para ser lançada em 2026. A trama gira em torno da facada contra o ex-chefe do Executivo

O roteiro é baseado em um texto do deputado federal Mario Frias (PL-SP), intitulado "Capitão do Povo", e pretende retratar Bolsonaro como um "improvável vencedor" das eleições presidenciais de 2018, com foco na facada que Bolsonaro sofreu durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG).

O filme adota uma narrativa heroica, incluindo flashbacks fictícios em que Bolsonaro, ainda como militar do Exército nos anos 1980, combate o tráfico de drogas e se torna alvo de conspirações da esquerda e do crime organizado.

O roteiro também inclui outras tentativas de assassinato ordenadas pelos "mandantes" do atentado, enquanto Bolsonaro estava internado após a facada.

Na trama fictícia, o principal vilão é um traficante rico e influente, que Bolsonaro teria mandado prender nos tempos de atuação no Exército. O autor da tentativa de homicídio, em referência a Adélio Bispo, no filme será chamado de Aurélio Barba.

A família Bolsonaro também estará representada, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) será vivido pelo ator brasileiro Sérgio Barreto; Eduardo Bolsonaro (PL-SP) será representado pelo americano Eddie Finlay e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por Marcus Ornellas. Além disso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e a filha caçula do casal, Laura Bolsonaro, também aparecerão na história.

O ministro Luiz Fux pediu nesta terça-feira, 21, para deixar a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O colegiado é responsável por julgar os processos da trama golpista.

A decisão cabe ao ministro Edson Fachin, presidente da Corte, que recebeu o ofício, mas ainda não analisou o requerimento.

Fux pediu para ser transferido para a Segunda Turma na vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. A possibilidade está prevista no regimento do STF.

Se a transferência for imediata, Fux corre o risco de não participar dos julgamentos dos demais núcleos da trama golpista. O ministro ficou isolado ao antagonizar com Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre o plano de golpe.

Nesta hipótese, o futuro ministro que ainda será indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) substituiria Fux na Primeira Turma e nos julgamentos da trama golpista.

Há, porém, a possibilidade de Fux retornar excepcionalmente ao colegiado para votar esses processos, solução que pode ser costurada com o ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma, como mostrou a colunista Carolina Brígido.

O ministro não justificou os motivos que o levaram a pedir para deixar o colegiado. No ofício, ele afirma apenas que tem interesse em compor a Segunda Turma.

A mudança de colegiado não vai blindá-lo totalmente dos desafetos no tribunal. Na Segunda Turma está o decano Gilmar Mendes, com quem Fux teve uma briga acalorada na semana passada no intervalo de uma sessão plenária.

Mesmo com o pedido para trocar a Primeira pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux poderá participar dos próximos julgamentos sobre a trama golpista. Existe a possibilidade de Fux combinar com o presidente da Primeira Turma, ministro Flávio Dino, a mudança de colegiado, mas com retornos excepcionais para votar nesse tema.

A solução evitaria que o julgamento de outros réus fosse prejudicado por um colegiado desfalcado. Se a negociação não seguir adiante, a troca de cadeiras nas turmas pode adiar o cronograma de julgamentos. Isso porque, das cinco cadeiras da Primeira Turma, uma ficaria vazia até a posse do próximo ministro do STF.

Fux pediu a mudança ao presidente do STF, Edson Fachin. Segundo o Regimento Interno do STF, o ministro de uma turma pode pedir transferência para a outra, se houver vaga. A cadeira ficou vazia na Segunda Turma com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

Se Fachin aceitar o pedido, o que deve acontecer, a vaga de Fux na Primeira Turma será ocupada pelo próximo integrante do tribunal. Embora ainda não tenha sido nomeado oficialmente, o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser Jorge Messias, atual titular da Advocacia-Geral da União (AGU).

Antes de tomar posse, ele precisa ser submetido a sabatina da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome submetido a votação no plenário da Casa. Somente depois desse procedimento, o novato estaria apto a participar de julgamentos.

A intenção de ministros do STF é liquidar os julgamentos da trama golpista até dezembro. Portanto, Messias só participaria das próximas votações se a posse ocorresse antes disso.

Fux é o único integrantes da Primeira Turma que apresentou votos contrários aos do relator do processo, Alexandre de Moraes. Os outros quatro ministros votam de forma alinhada a Moraes.

Na Segunda Turma, outros dois ministros costumam concordar com Fux, ao menos nos processos da trama golpista: André Mendonça e Kassio Nunes Marques.

Além deles, também integram o colegiado Dias Toffoli e Gilmar Mendes, com quem Fux teve uma discussão áspera na semana passada. Mendes disse que o colega era uma "figura lamentável" por ter votado pela absolvição de Jair Bolsonaro e por supostamente ter dificuldade de se desapegar da Lava Jato.