Rubio volta a defender transferência de palestinos e classifica plano de 'ousado'

Internacional
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O secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, classificou o plano do presidente dos EUA, Donald Trump, de transferir a população palestina para fora de Gaza e reconstruí-la sob o controle dos Estados Unidos de "ousado". E voltou a defender a estratégia do presidente americano. "Pode ter chocado e surpreendido muitos, mas o que não pode continuar é o mesmo ciclo em que repetimos várias vezes e acabamos exatamente no mesmo lugar", disse Rubio durante sua primeira visita ao Oriente Médio como principal diplomata americano. Ele também defendeu que o Hamas deve ser "destruído".

 

Antes da declaração de Rubio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país e os EUA estão amplamente alinhados em sua visão para o Oriente Médio, mencionando uma estratégia comum. Isso inclui agir para conter a influência do Irã e interromper suas ambições nucleares, bem como executar a proposta contenciosa de Trump para que os EUA assumam o controle de Gaza.

 

O gabinete do primeiro-ministro israelense disse que Netanyahu também falou neste domingo com o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, informando-o de que ele convocaria seu gabinete de segurança na segunda-feira para discutir as negociações da fase dois do cessar-fogo em Gaza.

 

Em coordenação com Witkoff, Netanyahu instruiu sua equipe de negociação a viajar para o Cairo na segunda-feira para discutir a implementação contínua da primeira fase da trégua, informou seu gabinete. Após a reunião do gabinete de segurança, a equipe receberá instruções sobre as negociações da fase dois.

 

Trump pediu ao Egito e à Jordânia que acolhessem refugiados palestinos enquanto a região é reconstruída, o que pode levar mais de uma década. A proposta foi bem recebida por autoridades israelenses, mas rapidamente rejeitada pelos governos árabes, que temem que o deslocamento em massa de palestinos possa resultar em seu exílio permanente.

 

O Egito está liderando um esforço de estados árabes para tentar formar uma alternativa, mas não está claro se isso apaziguaria Trump. O plano provisório, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, é manter os palestinos no lugar e formar um comitê de tecnocratas para administrar a região. Palestinos treinados por forças árabes forneceriam segurança. Autoridades egípcias agora buscam fontes de financiamento públicas e privadas em toda a região e esperam realizar uma conferência de doadores para garantir compromissos. Fonte: Dow Jones Newswires

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Após o comentário machista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a escolha da nova ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), para o cargo, bolsonaristas usaram as redes sociais para criticar a declaração, mas também para debochar da aparência da deputada federal licenciada.

Lula disse que colocou uma "mulher bonita" na articulação política para ter uma boa relação com o Congresso Nacional, nesta quarta-feira, 12, durante um evento no Palácio do Planalto.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) escreveu em seu perfil no X (antigo Twitter) que vai "faltar pano" para as feministas, se referindo à expressão usada para quem justifica ou minimiza feitos negativos quando eles vêm de amigos ou aliados.

O também deputado Gustavo Gayer (PL-GO) publicou uma foto casual de Gleisi, com os cabelos naturais e vestindo camiseta, cuja legenda indica que o deputado debocha da aparência da ministra. "Lula acaba de declarar guerra contra o Congresso", escreveu, seguido de uma linha de risadas.

O deputado ainda provocou o namorado da petista, o também deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), questionando se ele aceitaria que o chefe "oferecesse" Gleisi "como um cafetão oferece uma garota de programa" - fala duramente criticada por petistas, inclusive por Lindbergh.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) também fez um "chamado" para "as feministas". "Lula ataca sua própria ministra com uma fala misógina, dias após o Dia Internacional da Mulher. Qual o espanto? Ele sempre fez isso", questionou a deputada, acusando Gleisi de ser "hipócrita" e afirmando que, como a declaração veio de "seu mestre", ela não se ofenderia.

O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também usou o termo "misoginia", que significa "ódio contra as mulheres", ao criticar o presidente. "Só falta as feministas se pronunciarem!", escreveu.

O líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), disse ser "curioso notar que, em um cenário onde se espera que líderes promovam igualdade de gênero e valorizem a competência profissional, nosso presidente opta por reduzir uma mulher a sua aparência física", em discurso no plenário da Casa.

A declaração de Lula ocorreu poucos dias depois de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acumula declarações machistas ao longo da trajetória política, ter sido gravado dizendo a apoiadores que considera mulheres que apoiam o Partido dos Trabalhadores (PT) "feias" e "incomíveis". Muitos petistas têm justificado que, quando "elogiou" Gleisi, Lula estaria rebatendo Bolsonaro.

Gleisi saiu em defesa de Lula nesta quinta-feira, 13, criticando os bolsonaristas pelos ataques ao presidente e relembrando episódios em que Bolsonaro foi machista nos últimos anos. O caso mais famoso foi quando o então deputado federal disse que "não estupraria" a deputada Maria do Rosário (PT-RS) "porque ela não merece".

Bolsonaro foi condenado na esfera cível a indenizar a colega em R$ 10 mil, já as ações criminais foram arquivadas porque o crime prescreveu. O episódio, no entanto, colocou os holofotes no então "apagado" deputado, aglutinando pessoas e pautas conservadoras em torno de uma figura central.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que as novas regras para as emendas parlamentares, firmadas em acordo entre Executivo e Legislativo que foi homologado pela Corte, ainda está "muito longe do ideal, mas passos concretos foram dados nesses oito meses". Ele falou em audiência realizada no Supremo na manhã desta quinta-feira, 13, sobre processo que trata do combate às queimadas na Amazônia e Pantanal.

Dino é relator de ações que questionam o chamado "orçamento secreto" e as "emendas Pix". No âmbito dessa ação, o ministro vem exigindo mais critérios de transparência na execução dos repasses. O Congresso ainda vai votar um projeto de lei que deve contemplar as novas regras aprovadas pelo Supremo, mas a execução das emendas já foi liberada.

"Já houve a emissão de muitas decisões judiciais e às vezes me perguntam, quando vai acabar? Vai acabar quando o processo orçamentário estiver adequado plenamente ao devido processo constitucional", disse o ministro. "Nesse caso do orçamento secreto, o papel do Supremo foi, inclusive, de promotor de diálogo entre os Poderes."

A ministra Gleisi Hoffmann, que assumiu a Secretaria de Relações Institucionais nesta semana, defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vem sendo criticado por ter afirmado que escolheu uma "mulher bonita" para fazer a articulação política do governo e diminuir a distância de governo e Congresso. Ela reiterou o histórico do presidente de incentivar que mulheres ocupem posições de poder.

"Gestos valem mais que palavras. E o presidente Lula tem um histórico que o credencia junto na luta das mulheres por espaços de comando e poder. Foi o presidente que incentivou uma mulher a ser presidente da República, o presidente que incentivou uma mulher a ser presidenta do seu partido, que nomeou presidenta da Caixa, do Banco do Brasil, STM (Superior Tribunal Militar), que mais nomeou ministras. Esse histórico do presidente diz tudo", afirmou a ministra em breve conversa com jornalistas após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira, 14.

A fala da ministra repete boa parte dos argumentos que ela usou em uma publicação no X nesta quinta-feira, 13. Gleisi disse estar indignada com a postura da extrema-direita de bolsonaristas. "Eles se utilizam disso para fazer um jogo baixo, sujo, sórdido, quando, na realidade, eles, sim, eles e Bolsonaro, sempre foram contra as mulheres. Sempre foram discriminatórios, sempre foram misóginos e machistas. Isso a gente não pode aceitar. Isso vai ter resposta", afirmou.

A declaração de Lula foi dada na quinta-feira, 12, e motivou uma série de ataques de opositores que o acusam de ter sido machista.