A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo irá "encarar" o debate envolvendo o projeto de lei da Anistia no Congresso. Em sua avaliação, porém, a defesa sobre o tema se enfraqueceu, especialmente depois da baixa adesão registrada à manifestação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro no domingo, 16.
"Somos contra a anistia, esse debate nós vamos encarar e não pode ter, porque o que aconteceu no País foi muito sério", afirmou a ministra em entrevista à TV Fórum nesta sexta-feira, 21.
E completou: "A tentativa de golpe deles foi muito séria, não foi uma brincadeira não, culminou no 8 de Janeiro."
Na avaliação de Gleisi, não há maioria para votar o projeto. "Especialmente depois da manifestação que Bolsonaro chamou no Rio de Janeiro, acho que enfraqueceu bastante essa posição no Congresso Nacional", citou. "Mas é óbvio que vão tentar votar, fazer obstrução [de pauta]. Não conseguem fazer obstrução sozinhos, só o PL, teria que ter apoio de outros partidos, mas é a tentativa que vão fazer."
O projeto de lei 2.858/2022, de autoria do deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO), fala sobre a anistia aos participantes do 8 de Janeiro e reuniu outros semelhantes que foram apresentados na Câmara dos Deputados. É o texto mais avançado no Legislativo hoje. O projeto também pode beneficiar Bolsonaro, já que diz que as pessoas que participaram de eventos antes ou depois de 8 de janeiro de 2023 que tenham conexão com os atos daquele dia também são alvos da anistia.
O PL, partido de Bolsonaro, avalia que já tem os votos necessários para aprovar a proposta. Por ser um projeto de lei, é necessário ter a aprovação da maioria da Casa, que tem 513 deputados.