EUA: principal responsável por vacinas na FDA renuncia e faz críticas ao secretário de saúde

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O principal responsável por vacinas na agência regulatória de alimentos e remédios dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), o médico Peter Marks, renunciou ao cargo e fez críticas ao secretário de saúde, Robert F. Kennedy Jr., por promover "desinformação e mentiras" sobre a segurança das vacinas. Em carta enviada à Comissária Interina da FDA, Sara Brenner, ele disse que estava disposto a trabalhar para abordar as preocupações expressas por RFK Jr. sobre a segurança das vacinas, mas que concluiu que não era possível. "Ficou claro que a verdade e a transparência não são desejadas pelo secretário, mas sim que ele quer uma confirmação subserviente de sua desinformação e mentiras", escreveu.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA não respondeu a um pedido de comentário. Marks recebeu a opção de renunciar ou ser demitido por Kennedy, de acordo com um ex-funcionário da FDA familiarizado com as discussões, que falou sob condição de anonimato porque não tinha permissão para discutir o assunto publicamente. O médico supervisionou a rápida revisão e aprovação da agência de vacinas e tratamentos para a covid-19 durante a pandemia. Fonte: Associated Press.

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A Justiça Federal condenou o ex-prefeito de Marajá do Sena - município com cerca de 8 mil habitantes no interior do Maranhão, a 400 quilômetros de São Luís -, Manoel Edivan Oliveira da Costa (PDT), o Edivan Costa, a cinco anos e seis meses de reclusão pelo desvio de R$ 96.737,62 em verbas federais destinadas à construção de duas escolas.

Segundo a ação movida pelo Ministério Público Federal, apenas 25,06% da construção de uma das escolas foi feita. A outra escola teve só 0,13% da obra executada. Marajá do Sena tem o segundo pior IDH educacional maranhense.

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa. O espaço está aberto para manifestação de Manoel Edivan, que terá que devolver o valor do desvio, acrescido de correção monetária, para reparação do dano causado ao patrimônio público.

O ex-prefeito também está proibido de exercer funções públicas por cinco anos. Ainda cabe recurso da decisão.

A sentença acolheu acusação do Ministério Público Federal. As verbas foram repassadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio de convênio firmado com o município, em 2014, para a construção das escolas.

Quando foi eleito pela primeira vez, em 2008, seu plano de governo previa a construção, reforma e ampliação de escolas na zona rural da cidade.

A Justiça Federal concluiu que o MPF "demonstrou que as verbas não foram aplicadas no objeto do convênio, caracterizando o desvio de recursos públicos".

Parecer técnico da Diretoria de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do FNDE indica que apenas 25,06% da construção de uma das escolas foi realizada. A outra escola teve apenas 0,13% da obra executada.

De acordo com a sentença da 1.ª Vara Federal no Maranhão, as obras não foram concluídas dentro do prazo estabelecido, que era 30 de setembro de 2016, e a prestação de contas, obrigatória até 31 de agosto de 2018, não foi apresentada.

O MPF também aponta que, embora Manoel Edivan tenha deixado o cargo de prefeito em dezembro de 2016, antes do fim do prazo para a prestação de contas, seu sucessor não conseguiu apresentar as contas devido à falta de documentos e informações sobre o andamento das obras.

"Dessa forma, o sucessor adotou as providências legais necessárias visando o resguardo do patrimônio municipal, tal como o ajuizamento de ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-prefeito", destaca a Procuradoria.

Na sentença, a Justiça absolveu o ex-prefeito do crime de responsabilidade pela não prestação de contas, porque considerou que ele estava impossibilitado de fazê-lo, já que não estava mais no cargo ao final do prazo desta obrigação legal. Mas a decisão foi favorável aos pedidos do MPF no que se refere ao crime de responsabilidade pelo desvio dos recursos públicos, pelo qual Manoel Edivan foi condenado.

Para a Justiça Federal, ficaram provadas as irregularidades e inexecução parcial das obras.

A Justiça concluiu que "o modo escancarado como se deu o desvio dos recursos públicos impressionou, inclusive pela iniludível crença na impunidade, reforçada pelo pouco caso que fez o réu da investigação e, por que não dizer, da ação penal".

"Tal postura, na mesma medida que viola princípios básicos da administração pública, a desacreditar as instituições, humilha o cidadão e contribuinte, a merecer resposta penal proporcional", diz a sentença.

Marajá do Sena possui o segundo pior IDH educacional do estado do Maranhão, de apenas 2,99. Segundo a decisão, "ainda assim, o réu subtraiu às famílias desse município a possibilidade de ver seus filhos contarem com duas escolas básicas".

O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu cassar o posto e a patente de César de Medeiros Garcia, major do Exército, após o trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso) de ação penal que o condenou por falsificação de atestado médico.

O oficial recebeu uma pena de dois anos e seis meses de reclusão pelo crime de falsificação de documento público, previsto no artigo 311 do Código Penal Militar. A perda do posto e da patente está prevista no regimento interno do STM e na Constituição Federal para oficiais condenados a penas superiores a dois anos de reclusão.

A representação pela declaração de indignidade e incompatibilidade para o oficialato foi proposta pelo procurador-geral da Justiça Militar, que argumentou que a ação revelou uma postura egoísta e desprovida da moralidade necessária a um oficial.

Em janeiro de 2015, César adulterou um atestado para tentar alterar o resultado de sua inspeção de saúde em que havia sido considerado apto para o serviço militar, com restrição por 180 dias. A falsificação foi confirmada por perícia.

Segundo o procurador-geral, o major teria se valido da boa-fé de um colega militar hierarquicamente inferior, que acatou as ordens recebidas sem questioná-las. "O oficial se aproveitou de seu posto e da estrutura organizacional do setor administrativo de saúde para se valer de documento falso com a finalidade de realizar nova inspeção, mesmo sem indicação para tal", escreveu.

A perda da farda foi determinada em sessão plenária do STM, presidida pela ministra Maria Elizabeth Rocha. A Corte decidiu acolher a representação do procurador-geral da Justiça Militar por maioria de votos, seguindo o entendimento do relator, ministro Artur Vidigal de Oliveira, e do revisor, ministro Carlos Vuyk de Aquino.

O relator destacou que falsificar documento público configura crime de "elevada gravidade" por atentar contra a moralidade administrativa e comprometer valores como honestidade e lealdade às instituições e ao País.

"A conduta do oficial representou um rompimento da confiança nele depositada e um abalo à credibilidade do Exército Brasileiro", afirmou o ministro Artur Vidigal de Oliveira.

O único voto divergente foi do ministro José Coêlho Ferreira, que se posicionou contra a perda da patente e argumentou que o major ainda teria condições de permanecer no oficialato.

O governo federal promove nesta quinta-feira, 3, um evento para apresentar as ações dos dois primeiros anos da gestão. A agenda terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros de Estado, parlamentares, representantes da sociedade civil e outras autoridades.

A solenidade terá início às 10h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O mote "O Brasil Dando a Volta Por Cima" foi apresentado neste mês pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, que assumiu o cargo em janeiro com a missão de melhorar a popularidade de Lula.

Na ocasião, o ministro deu orientações para que os ministros incluíssem a frase em seus discursos e apresentem os números positivos do governo em relação à gestão anterior. A ideia é passar a imagem de que o País se recupera dos efeitos do governo Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Lula vive o pior momento de seus três mandatos no quesito aprovação entre os eleitores. O evento na quinta-feira deve dar destaque a programas como o Pé-de-Meia, Farmácia Popular, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e o Minha Casa Minha Vida.

Sob Sidônio, a Secom intensificou os gastos em campanhas publicitárias, principalmente em propagandas na televisão. As peças focam em programas e resultados da gestão. Entre 1º de janeiro e 17 de março, foram 1.211 campanhas veiculadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em rádio, televisão, internet, mídia digital (como televisões de elevador) e revista.

Ainda fazem parte da cruzada pelo aumento da popularidade viagens nacionais e internacionais do presidente Lula, frequentemente acompanhado de ministros de Estado, para divulgação de resultados e inaugurações.

Segundo pesquisa Futura Inteligência divulgada na última quarta-feira, 26, 52,1% dos brasileiros avaliaram o governo como ruim ou péssimo, enquanto 23,4% o consideram ótimo ou bom, e 23,9% como regular.

O levantamento ouviu mil pessoas por entrevista telefônica entre os dias 19 e 22 de março. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou para menos.