Exército de Israel demitirá reservistas da Força Aérea que condenaram guerra em Gaza

Internacional
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O exército de Israel disse que vai demitir reservistas da força aérea que assinaram uma carta aberta que condena a guerra em Gaza por servir principalmente a interesses políticos e não trazer os reféns para casa.

Em uma declaração à Associated Press, um oficial do exército disse que não havia espaço para nenhum indivíduo, incluindo reservistas em serviço ativo, "explorar seu status militar enquanto participava simultaneamente dos combates", chamando a carta de uma quebra de confiança entre comandantes e subordinados.

O Exército afirmou ter decidido que qualquer reservista ativo que assinasse a carta não poderá continuar servindo. Não especificou quantas pessoas estavam incluídas ou se os disparos já haviam começado.

Quase mil reservistas e aposentados da Força Aérea Israelense assinaram a carta, publicada na mídia israelense na quinta-feira, 10, exigindo o retorno imediato dos reféns, mesmo que isso implique no fim dos combates.

A carta chega no momento em que Israel intensifica sua ofensiva em Gaza, buscando aumentar a pressão sobre o Hamas para que devolva os 59 reféns que ainda estão presos.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o hospital Rio Grande, em Natal, no início da noite deste sábado, 12, e embarcou para Brasília, onde passará por uma cirurgia. A previsão é que de ele chegue na capital federal por volta das 22h e passe por uma operação no intestino entre madrugada e a manhã deste domingo, 13.

Ele foi internado na sexta, 11, por causa de fortes dores intestinais. Segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), Bolsonaro está bem, mas precisa retirar obstruções intestinais.

O ex-presidente vai desembarcar no Aeroporto de Brasília e será levado de ambulância para o Hospital DFStar, que fica na Asa Sul. O percurso leva 10 minutos de carro.

Pelas redes sociais, Bolsonaro confirmou que fará a cirurgia e disse que seu médico pessoal , Cláudio Birolini, considerou que este é o pior quadro clínico desde o atentado sofrido por ele em Juiz de Fora (MG), na campanha eleitoral de 2022.

Na manhã deste sábado, Birolini disse que uma "intervenção cirúrgica de urgência e emergência" estaria descartada naquele momento. O médico afirmou ainda que as obstruções do intestino permaneciam e que uma operação dependeria da evolução clínica da saúde do presidente "nos próximos dias".

Segundo o médico, o quadro de suboclusão intestinal é comum em pacientes que passaram por várias cirurgias, como é o caso de Bolsonaro. Porém, a internação do ex-presidente revelou um quadro "um pouco mais exuberante que os anteriores". Desde que foi esfaqueado, Bolsonaro já realizou cinco cirurgias abdominais.

Na manhã de ontem, 11, Bolsonaro cumpria agendas em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, quando passou mal e teve de ser internado. O ex-presidente foi levado até um heliponto em ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de onde foi conduzido, em um helicóptero cedido pelo governo do Estado, ao Hospital Rio Grande, em Natal.

Os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), visitaram o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) no Congresso neste sábado, 12. Em protesto ao seu pedido de cassação na Casa, Glauber está em greve de fome há mais de 96 horas.

Ao sair da Câmara, os representantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disseram que foram prestar solidariedade a Glauber, ao PSOL e à esposa do parlamentar, a também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Eles também criticaram o processo de cassação, o qual classificaram como "injusto e desproporcional".

"Ele está bem, forte e disposto a continuar até conseguir o objetivo dele, que é continuar um deputado atuante que sempre lutou e representou as causas populares", afirmou Sidônio.

Segundo a ministra das Relações Institucionais, o governo está preocupado com a saúde do deputado do PSOL. Gleisi disse ainda que o Planalto espera que a Câmara reveja a decisão de perda do mandato do parlamentar.

"Esperamos que a Câmara reveja essa decisão, tem ainda recursos a serem feitos e eles vão impetrar esses recursos. Glauber está bem, obviamente a gente tem preocupação com a saúde dele até pelo período prolongado que pode se dar essa greve de fome", afirmou.

Os ministros e o líder do PT na Câmara manifestaram preocupação pelos próximos dias. Em virtude da Páscoa, o Congresso estará esvaziado na próxima semana e, na visão deles, isso pode comprometer a saúde de Glauber.

Lindbergh afirmou que está em contato com lideranças parlamentares no intuito de encontrar uma "saída negociada" para o que chamou de "crise". Ele e Gleisi, porém, não conseguiram falar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que está em viagem com a família dele.

"A gente quer achar uma saída para isso. Isso aqui é uma crise, tem um deputado em greve de fome nas dependências da Casa. A gente quer chamar atenção de que uma saída negociada tem que acontecer", afirmou o líder do PT na Câmara.

Ele tem dormido no chão do plenário 5 da Câmara, o mesmo onde teve o parecer da cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Casa nesta quarta-feira, 9. Glauber diz já ter perdido dois quilos.

O deputado do PSOL chegou a fazer exames de sangue e de urina, e tem consumido soro fisiológico a pedido da equipe médica, que visita o parlamentar duas vezes por dia. Segundo a assessoria do parlamentar, as coletas de sangue apontam que ele está bem de saúde, e o resultado do exame de urina será divulgado na próxima semana.

O médico Bernardo Ramos, responsável pelo atendimento do deputado, afirmou que Braga "está em bom estado, apesar de algum abatimento, o que certamente se explica pelo seu jejum". O parlamentar tem ingerido líquidos intercalando entre água, solução isotônica e água de coco.

A equipe de Glauber também disse que o deputado tem dormido quatro horas por noite e que, durante a última madrugada, assistiu uma série e conversou com servidores da Câmara. Além dos ministros e do líder do PT da Câmara, o sábado foi "dedicado à família", segundo a assessoria dele.

O Conselho de Ética decidiu, por 13 votos a 5, que Glauber deve perder o mandato por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar do PSOL vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para tentar barrar o processo antes que ele chegue ao plenário.

O processo se dá por conta de um episódio de violência na Câmara ocorrido em abril do ano passado, quando Glauber expulsou aos chutes Gabriel Costenaro, militante do Movimento Brasil Livre (MBL).

Durante a apreciação do parecer pela cassação, o relator Paulo Magalhães (PSD-BA) defendeu a cassação de Glauber e afirmou que a agressão do parlamentar do PSOL foi "totalmente desproporcional" às ofensas feitas pelo militante do MBL. Costenaro fez insinuações sobre a mãe do deputado do PSOL, a ex-prefeita de Nova Friburgo Saudade Braga, que estava doente e morreu 22 dias depois.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o projeto de anistia aos condenados pelos Atos Golpistas de 8 de Janeiro. Para ele, é "inaceitável" deixar impunes crimes dessa gravidade.

Ao participar de um painel ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na 11ª edição da Brazil Conference neste sábado, 12, Andrei Rodrigues fez questão de ressaltar a gravidade dos fatos. "Havia um plano de assassinato do presidente da República, do vice-presidente da República e do presidente da nossa Corte Eleitoral. Isso, por si só, deveria chocar e espantar todos", disse ele, que continuou:

"Nós não estamos falando aqui da maquiagem de uma estátua. Nós estamos falando de planos de assassinato, ruptura da nossa democracia, vandalismo, depredação de patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições do Estado do Brasil que trariam consequências inimagináveis."

O diretor-geral da PF também reforçou a necessidade de responsabilizar os envolvidos na proporção da gravidade dos crimes

"Tenho o maior respeito e apreço pelo Congresso, que é o foro de debates e de proposituras legislativas, mas também tenho minha opinião muito consolidada", disse Andrei, mencionando a "primorosa denúncia" da Procuradoria-Geral da República à Suprema Corte. "Acho inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura."

Durante o painel, Andrei Rodrigues foi questionado sobre como sua proximidade com o governo poderia afetar a autonomia da Polícia Federal. Ele respondeu achar "engraçado" as suposições sobre sua relação pessoal com o presidente Lula, afirmando que a ligação é exclusivamente institucional.

"Esse é um cargo de confiança. E a confiança no trabalho das pessoas. Eu fico pensando se o presidente nomearia alguém que não confia nessa função, então precisa ter a confiança", afirmou ele, destacando sua trajetória dentro da instituição. "Está na lei que é o presidente da República que nomeia. Eu acho que a gente tem que terminar de vez com isso, de que há essa relação pessoal, que eu não tenho. Minha relação com o presidente é institucional, é possível entre um servidor diretor de uma agência e o presidente da República."

Andrei destacou que a PF realiza seu trabalho com independência, sem levar em conta estatura política ou econômica. Ele acrescentou que, sob sua gestão, não há mais "espetáculos de operação" e fez diversas menções indiretas ao período da Lava-Jato.

"Vocês não vão ver presos algemados, sendo conduzidos, expostos à mídia. Não tem imprensa na porta de pessoa que está sendo investigada pela polícia. Não tem prisões espetaculosas na rua, no trânsito, expondo indevidamente as pessoas. Não há entrevista coletiva, powerpoint. Me digam vocês o nome de um delegado de Polícia Federal hoje. O "japonês da Federal", o "hipster da Federal"? Não tem. Porque nós recuperamos essa instabilidade, essa institucionalidade."