Sidebar

16
Qua, Abr
224 Noticias Novas

Irã se reúne com representantes de Trump para discutir acordo nuclear

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Irã se reuniu pela primeira vez com representantes do presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir um novo acordo nuclear. O encontro, realizado em Omã, tinha como objetivo ressuscitar o espírito do tratado internacional de 2015, que limitava a capacidade dos iranianos de fabricar uma bomba atômica.

O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, disse no Telegram que se reuniu com a delegação americana, chefiada por Steve Witkoff, enviado de Trump ao Oriente Médio, em negociações indiretas mediadas pelo governo de Omã, mas não deu detalhes sobre o resultado do diálogo.

"Após mais de duas horas e meia de conversas indiretas, os chefes das delegações iraniana e americana conversaram por alguns minutos na presença do ministro das Relações Exteriores de Omã", disse Araqchi. "Ambos os lados concordaram em continuar as negociações na próxima semana." Os EUA não comentaram o encontro.

Antes da reunião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, havia revelado que cada delegação teria sua própria sala e trocaria mensagens por meio do chanceler de Omã, uma demonstração do abismo que separa a diplomacia dos dois países.

"O foco das negociações é o alívio das tensões regionais, a troca de prisioneiros e acordos limitados para aliviar as sanções contra o Irã, em troca do controle do programa nuclear iraniano", afirmou ontem uma fonte de Omã à agência Reuters.

O governo de Omã é um velho intermediário entre as potências ocidentais e o Irã, conhecido por rabalhar em silêncio nos bastidores da diplomacia. No passado, o país mediou a libertação de vários presos ocidentais detidos pelos iranianos.

O regime de Teerã expressou cautela com as negociações, cético quanto à possibilidade de um acordo e desconfiado de Trump, que ameaçou repetidamente bombardear o país caso um acordo não seja alcançado.

Em 2015, no apagar das luzes da presidência de Barack Obama, EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha aceitaram suspender as sanções ao programa nuclear iraniano em troca de seu desmantelamento.

O acordo permite que o Irã prossiga no desenvolvimento de seu programa nuclear para fins comerciais, médicos e industriais, em linha com os padrões internacionais de não proliferação atômica. Em 2018, no entanto, Trump retirou os EUA do acordo, que acabou naufragando.

Agora, embora Trump ainda possa oferecer um alívio das sanções para a economia do Irã, ainda não está claro o quanto o Irã estiraria disposto a ceder. Pelo acordo nuclear de 2015, os iranianos só poderiam manter um pequeno estoque de urânio enriquecido a 3,67%.

Atualmente, porém, o estoque de Teerã permite a construção de várias armas nucleares, se os aiatolás quiserem, e possui material enriquecido a 60%, um passo curto e técnico para chegar a níveis capazes de armar uma bomba. Especialistas acreditam que o Irã, provavelmente, exigirá permissão para enriquecer urânio até pelo menos 20%.

Em outra categoria

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) afirmou que o cargo de vice-presidente da República é honroso "em qualquer chapa" presidencial. Lira foi evasivo ao ser questionado se ocuparia o cargo ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2026, em entrevista.

Bolsonaro está inelegível até 2030, portanto impedido pela Justiça Eleitoral de disputar novo mandato no próximo pleito.

"São dois cargos que honrariam qualquer brasileiro: ser vice-presidente da República em qualquer chapa e ocupar uma vaga no Senado Federal, a Casa dos Estados. São dois cargos muito honrosos", afirmou Lira em entrevista ao comunicador alagoano Ildo Rafael, no domingo, 13.

Segundo o deputado, 2026 "ainda está longe" e, por isso, o momento é de trabalho e definições para o desenvolvimento de Alagoas. "O importante é que todas as forças políticas que detêm prestígio em Brasília se unam para que o Estado se desenvolva, sem muitas fofocas, sem muitas especulações", disse.

Arthur Lira presidiu a Câmara até fevereiro de 2025, e apoiou Bolsonaro durante a campanha de 2022. Em julho daquele ano, esteve na primeira fileira da convenção do PL que oficializou Bolsonaro como candidato, vestindo uma blusa com o nome do ex-presidente.

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, o presidente da Câmara foi o primeiro chefe de Poder a parabenizar o presidente recém-eleito.

Depois de sair da presidência da Câmara, Lira foi escolhido relator do projeto do governo federal, que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem tem renda mensal de até R$ 5 mil, que tramita no Congresso Nacional. A proposta é uma das principais apostas de Lula para alavancar sua popularidade, que está em queda, segundo pesquisas de opinião mais recentes.

A defesa do general Walter Braga Netto foi a primeira a apresentar recurso contra a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou réus os integrantes do "núcleo crucial" do plano de golpe.

Os advogados deram entrada em um recurso chamado embargo de declaração - usado para questionar eventuais omissões, contradições ou "obscuridades" no acórdão. Os embargos não têm o poder de alterar a essência da decisão, o mérito, e servem apenas para sanar pontos que não ficaram claros ou não foram abordados no julgamento.

Um dos questionamentos é sobre os vídeos do 8 de Janeiro de 2023 e do atentado a bomba em Brasília, em dezembro de 2022, exibidos no plenário a pedido do ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados José Luís Oliveira Lima, Rodrigo Dall'Acqua, Rogério Costa, Millena Galdiano e Bruno Dallari Oliveira Lima afirmam que os episódios extrapolam os limites da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e colocam a defesa em uma posição desfavorável.

"Há que se respeitar estritamente os limites da acusação, senão a atuação jurisdicional deixa de ser equidistante e favorece a acusação. É exatamente o que ocorreu ao se trazer aos autos os episódios não narrados na denúncia, em um verdadeiro reforço à materialidade por meio de vídeos desses episódios alheios ao objeto da denúncia", diz o recurso.

A defesa pede que as referências sejam suprimidas do acórdão.

Os advogados também alegam que a Primeira Turma não analisou o argumento de que a delação do tenente-coronel Mauro Cid deve ser anulada por interferência indevida do ministro Alexandre de Moraes. "O acórdão ora embargado deixou de enfrentar tal tese devidamente, incorrendo em omissão, com o devido respeito."

A defesa reitera que não teve acesso a todas as provas obtidas pela Polícia Federal.

Ao receber a denúncia, a Primeira Turma do STF iniciou um processo criminal contra Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras seis pessoas. A íntegra do acórdão foi disponibilizada no dia 11 de abril. Com a publicação, as defesas podem apresentar seus recursos.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) recebeu uma carta de apoio assinada por 32 personalidades cristãs, entre elas o escritor Frei Betto e o teólogo Leonardo Boff. Segundo a mensagem, elas se reúnem em um coletivo denominado Emaús e assessoram pastorais sociais de igrejas e movimentos populares.

O grupo diz ter acompanhado a trajetória de Glauber e afirma que o que o deputado defende "corresponde ao que buscamos todas e todos nós: um mundo mais humano, mais respeitoso, mais igualitário e mais justo".

O texto também compara a situação do parlamentar, que está em greve de fome há uma semana, enquanto aguarda definição sobre a cassação de seu mandato, à de figuras como Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Martin Luther King e o próprio Jesus de Nazaré.

"O seu ato de enfrentar seus algozes, suas mentiras e hipocrisias, é valoroso. Sabemos que é preciso uma força extraordinária para nos manter de pé diante dos absurdos", diz a manifestação do grupo cristão.

Ao desejar força a Glauber, os remetentes fizeram referência ao versículo 33 do capítulo 16 do Evangelho de João, na Bíblia: "Pedimos para você a energia do Cristo Ressuscitado que, na noite em que iria ser preso e condenado à morte, afirmou aos discípulos e discípulas: 'Filhinhos, no mundo, vocês sempre enfrentarão aflições. Tenham coragem. Eu venci o mundo!'".

A greve de fome, estratégia usada por políticos e ativistas para chamar atenção para uma causa, denunciar injustiças ou exigir mudanças, é um recurso antigo que já foi usado por Gandhi, Lula e outras figuras, inclusive deputados brasileiros.

O parlamentar psolista está sem se alimentar desde a última quarta-feira, 9, e tem dormido no chão do plenário 5, onde ocorreu a sessão do Conselho de Ética que foi favorável à retirada dele do cargo. O objetivo é reverter o caso no plenário da Câmara dos Deputados, que dará a palavra final no processo.

Desde então, ele recebeu visitas dos ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Cida Gonçalves (Mulheres), Paulo Teixeira (Agricultura), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos). Também o visitaram no Congresso o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), colegas da bancada do Psol e o ator Marco Nanini.

Segundo a equipe do deputado, a pedido médico, ele tem ingerido soro fisiológico, isotônico e água para não desidratar completamente. Na manhã da terça-feira, ele relatou ter começado a sentir dores na cabeça e na barriga, mas disse que não desistirá do jejum.

O processo contra Glauber Braga foi aberto em 2024 e se deve a um episódio em que Glauber expulsou da Câmara o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), aos chutes. Costenaro havia feito insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), Saudade Braga, mãe de Glauber, que estava doente e faleceu 22 dias após o ocorrido.

De acordo com a representação que pede a cassação, apresentada pelo partido Novo, o comportamento de Braga "viola frontalmente os regramentos que ditam a postura dos representantes do povo".

Durante toda a tramitação do processo, Glauber disse que o relatório, exercido por Paulo Magalhães (PSD-BA), foi "comprado" pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que exercia o cargo no ano passado, como forma de perseguição retaliação por denúncias sobre o orçamento secreto. Glauber chamou Lira em diferentes oportunidades de "bandido".