EUA anunciam mais sanções à rede que vende petróleo do Irã à China e financia ataques

Internacional
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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira, 23, novas sanções contra uma rede internacional acusada de facilitar o transporte de "milhões de barris de petróleo iraniano, no valor de bilhões de dólares, para a China" em nome das Forças Armadas do Irã (AFGS) e de sua empresa de fachada, a Sepehr Energy Jahan Nama Pars.

De acordo com comunicado do Departamento de Estado, os recursos obtidos com essas vendas são usados para financiar "o desenvolvimento de mísseis balísticos e veículos aéreos não tripulados (VANTs), a proliferação nuclear e os grupos terroristas apoiados pelo Irã", incluindo os ataques dos houthis no Mar Vermelho contra a Marinha dos EUA e Israel.

A medida está em linha com o memorando que orienta a pressão máxima sobre Teerã, a fim de "negar-lhe acesso a recursos que sustentam suas atividades desestabilizadoras".

O comunicado ressalta que, enquanto o Irã continuar a destinar "receitas ilícitas para financiar ataques contra os EUA e nossos aliados, apoiar o terrorismo global e promover ações desestabilizadoras", Washington seguirá empregando "todas as ferramentas disponíveis para responsabilizar o regime".

As sanções buscam cortar o fluxo de recursos que alimenta tanto as forças militares iranianas quanto seus aliados na região, reforçando o esforço contínuo dos EUA para conter o financiamento de atividades consideradas uma ameaça à segurança global.

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A Advocacia Geral da União (AGU) informou ao Estadão nesta terça-feira 13, que está trabalhando no combate às fake news acusando a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, de ter embarcado para a Rússia com 200 malas repletas de dinheiro vivo oriundo do esquema de fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

As postagens criam conteúdo falso, em tom de teoria da conspiração, a partir das informações de que Janja viajou à Rússia, antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de que três países não deram autorização para uso de espaço aéreo, o que fez o avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que levava a primeira-dama, mudar a rota para chegar à Rússia.

As informações estão sendo compartilhadas por perfis bolsonaristas nas redes sociais. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) republicou em seu perfil no X (twitter) uma publicação do deputado estadual Bruno Engler (PL) que diz "O escândalo das malas: Janja leva bagagem descomunal em viagem à Rússia".

No entanto, conforme apurado pelo Estadão Verifica não há qualquer registro oficial na imprensa brasileira ou do exterior de que Janja teria embarcado com 200 malas ou de um "escândalo internacional" com uma interceptação por autoridades russas de bagagens cheias de dinheiro em posse da primeira-dama.

A AGU informou também que está buscando a melhor estratégia para atuar no combate à desinformação sobre a viagem da primeira-dama.

A publicação de Bruno Engler feita na manhã desta terça-feira, 13, no X já conta com mais de 286 mil visualizações e 5 mil compartilhamentos.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) exibiu nesta terça-feira, 13, o novo "mapa-múndi invertido" do IBGE num evento na China. Desde o lançamento, o mapa gera polêmica nas redes sociais por conta da inversão dos pontos cardeais. Diferente das reproduções tradicionais, a versão do IBGE mostra o Sul na parte superior e o Brasil no centro.

À frente do Banco dos Brics desde 2023, Dilma exibiu o "mapa-múndi invertido" acompanhado do presidente do IBGE, Marcio Pochmann. A reprodução cartográfica chegou a ser apresentada ao primeiro-ministro da China, Li Qiang, num encontro diplomático entre o gigante asiático e o Brasil.

Pochmann afirmou, no X, que "o novo mapa-múndi do IBGE tanto expõe outra representação do planeta Terra como mobiliza lideranças do Sul Global". Antes disso, ele já havia dito que a versão "alcançou êxito instantâneo". Parte da esquerda defende a inversão, argumentando que o mapa prioriza os países emergentes.

O lançamento de um "mapa de ponta-cabeça" acendeu uma nova crise no IBGE. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a nova versão foi alvo de críticas de técnicos do instituto. Em janeiro deste ano, servidores do IBGE divulgaram um manifesto contra a gestão Marcio Pochmann, acusando o economista de prejudicar o trabalho do órgão.

O homem acusado de ameaçar de estupro e morte as deputadas estaduais de Minas Gerais Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) foi condenado em primeira instância a 12 anos e nove meses de prisão pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Além das ameaças às parlamentares, o réu também foi denunciado por coagir adolescentes a se automutilarem e a enviarem fotos nuas.

A ação faz parte da Operação Di@na, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que monitorou diversos fóruns e grupos na internet, de onde se originaram as ameaças. Os "Chans", como são chamados, são espaços online anônimos em que somente homens são permitidos.

Segundo a investigação, nesses ambientes virtuais foram identificados casos de exposição indevida de dados sigilosos de autoridades, veiculação de símbolos nazistas e incitação à violência, à pedofilia e à necrofilia. Também foram encontradas postagens com imagens de estupros, assassinatos, mutilações e conteúdo de abuso e exploração sexual infantil.

Conforme apurado, o réu utilizava pseudônimos, como "Leon" e "Grow", para ocultar suas ações nesses ambientes virtuais. Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências do suspeito, onde foram apreendidos celulares, computadores, HDs, pen drives e anotações, além de munições e equipamentos para fabricação de armas caseiras.

Em 7 de maio de 2024 o homem foi preso em Olinda (PE), na terceira fase da Operação Di@na e prestou mais de cinco horas de depoimento. O Estadão tentou entrar em contato com a defesa do réu, mas, como o processo está sob sigilo judicial, seu nome não foi divulgado. A investigação continuará com a análise dos dados obtidos para identificar outros envolvidos nos crimes.

Relembre o caso

Em agosto de 2023, a deputada Lohanna França recebeu em seu e-mail institucional da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ameaças de morte e estupro. Na mensagem estava descrito que a parlamentar "promove a degeneração e a irresponsabilidade feminina" e que ela seria estuprada e morta. O infrator também mencionou que conhecia o local onde França e sua família moram.

Após o recebimento da ameaça, a deputada reuniu os servidores que identificaram a mensagem e denunciou o caso à Polícia Legislativa. Bella Gonçalves também recebeu ameaças em seu e-mail institucional. A deputada relata em sua conta no X (antigo Twitter) o que enfrentou: "Nesses últimos meses vivi sob escolta policial, tive que mudar de casa, de rotina, enquanto recebia uma ameaça aterrorizante por semana. Só por ser mulher na política."

Em agosto de 2023, Cristiano Caporezzo (PL), colega das parlamentares na ALMG, divulgou um vídeo em que Bella Gonçalves aparece com escolta policial e questionando o motivo da escolta. Após o feito, novos ataques foram realizados contra as deputadas.

Outras parlamentares de Minas Gerais receberam ameaças de estupro e morte. Porém, a investigação aponta ligação do acusado apenas com os casos de Lohanna França, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira.