Zelensky propõe novo encontro sobre cessar-fogo e troca de presos com Rússia

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Ucrânia propôs à Rússia uma nova rodada de conversas na próxima semana, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma tentativa de reiniciar as negociações de paz que estão paradas desde o início de junho.

"O secretário do Conselho Nacional de Segurança Nacional (Rustem Umerov) propôs uma nova reunião com a Rússia na próxima semana", disse Zelensky em registro no X. "Eles precisam parar de se esconder das decisões", afirmou.

"O cessar-fogo, trocas de prisioneiros, retorno de crianças e fim dos assassinatos. E uma reunião entre líderes é necessária para garantir verdadeiramente uma paz duradoura", disse o presidente ucraniano. "A Ucrânia está pronta".

As duas rodadas de negociações realizadas em Istambul entre Rússia e Ucrânia não conseguiram avançar para um cessar-fogo, mas pelo menos chegaram a um acordo para trocar prisioneiros e devolver os corpos de soldados mortos.

Em outra categoria

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os ministros que são ex-governadores para ouvir percepções em relação à pauta de segurança em tramitação no Congresso.

"Participamos de uma reunião com os ministros que já foram governadores, o ministro da Justiça, da Fazenda e a Secretaria de Relações Institucionais para discutirmos essa pauta da segurança que está no Congresso Nacional e a tramitação dos nossos projetos. O presidente queria ouvir um pouco a experiência dos governadores em relação a isso e a tramitação dessa pauta também", afirmou a ministra em entrevista coletiva à imprensa após a reunião.

Além de Gleisi, participaram da reunião:

- Geraldo Alckmin, vice-presidente, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e ex-governador de São Paulo;

- Rui Costa, ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia;

- Fernando Haddad, ministro da Fazenda;

- Camilo Santana, ministro da Educação e ex-governador do Ceará;

- Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social e ex-governador do Piauí;

- Renan Filho, ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas;

- Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça;

- Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional e ex-governador do Amapá.

Gleisi disse que Lula pediu aos ministros que se empenhem junto às bancadas na Câmara para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da segurança pública e o projeto de lei de combate às facções criminosas.

"O presidente queria ouvir sobre isso e pedir o empenho dos governadores também para sensibilizar o Congresso a gente aprovar isso para nos dar mais instrumentos de fazer esse enfrentamento conjunto com os Estados", declarou.

A ministra disse que o governo vai se empenhar desta quinta até segunda-feira, 17, para convencer o relator do projeto de lei antifacções, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), a fazer novas alterações no texto. Gleisi disse ser preciso se "adequar" à pauta definida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que decidiu que a proposta será votada na terça, 18.

"O governo se dedicou por seis meses para elaborar esse projeto. Esse projeto não nasceu em dois dias. Foi discutido com especialistas, com a universidade, com autoridades da área de segurança dos Estados. Então, nós estamos preparados para isso. Se o presidente (da Câmara) colocar, estar na pauta, realmente votar, nós temos condições de fazer esse debate", afirmou.

Gleisi disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou, durante a reunião, o projeto de lei do devedor contumaz como uma fundamental para "um combate mais focado ao crime organizado".

A ministra responsável pela articulação política do governo disse que o governo "gostaria muito" que a PEC da segurança fosse votada antes do projeto antifacção, mas que, chegando ao fim do ano, o ideal seria aprovar os dois concomitantemente.

"A gente gostaria muito (que a PEC fosse aprovada antes), tanto que ela foi antes para o Congresso Nacional. Ela está lá desde abril. Obviamente que agora, chegando ao final do ano, a gente tendo os enfrentamentos a fazer nessa situação às organizações criminosas, seria importante a gente conseguir a apreciação dos dois ao mesmo tempo", afirmou.

O relator da CPI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), anunciou na sessão do colegiado nesta quinta-feira, 13, que o pai do depoente foi preso pela Polícia Federal (PF) neste mesmo dia. O advogado Eric Fidelis presta depoimento à comissão que apura o esquema de desvio de aposentadorias. Ele é filho de André Fidelis, ex-diretor de benefícios do INSS.

"Eu quero lamentar e lhe informar que o seu pai acaba de ser preso", disse Gaspar nos primeiros minutos da inquirição, apelando para que Eric colaborasse com a CPI. "Você ainda tem a oportunidade de salvar o seu pai e esclarecer os fatos."

O Estadão mostrou que dados apontados em relatório de inteligência financeira produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entregues à CPI do INSS apontam que Eric movimentou R$ 12 milhões por meio de escritório de advocacia próprio antes mesmo de ser aberto. Das receitas registradas, pelo menos R$ 5,1 milhões seriam oriundas de entidades ligadas a fraudes a aposentados e pensionistas do INSS.

A Polícia Federal afirma que o escritório de Eric Fidelis foi usado para intermediar propina paga a André Fidelis pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS". Eric Fidelis optou por manter o silêncio a perguntas do relator por orientação da defesa. Ele recebeu habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) que o garante esse direito em caso de questionamentos que o possam autoincriminar.

O plenário do Senado aprovou na quarta-feira, 12, a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de 63 anos, para mais dois anos no comando da Procuradoria-Geral da República.

Gonet é jurista e professor universitário. Entre 1983 e 1987, foi assessor do então ministro do STF Francisco Rezek. Entre 1986 e 1987, passou em primeiro lugar em dois concursos da área jurídica. Entre as carreiras de promotor de Justiça do Distrito Federal e de procurador da República, optou por assumir o posto no Ministério Público Federal. Permanece na instituição desde então, e foi promovido, em 2012, subprocurador-geral da República.

Gonet é quem assina a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas por uma tentativa de golpe de Estado no País após as eleições de 2022. Em dezembro de 2023, foi nomeado para assumir a titularidade da PGR. A indicação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi aprovada no Senado por 65 votos a 11.

O nome dele para a PGR também foi cogitado por Bolsonaro em 2019. Gonet chegou se reunir com o ex-presidente à época, ocasião na qual Bolsonaro indicou que queria um PGR alinhado ao seu governo. A escolha foi pelo nome de Augusto Aras.

Maior rejeição para PGR no Senado desde 1989

Quando teve seu nome submetido ao crivo dos senadores, em 2023, para assumir o posto, Gonet teve 65 votos favoráveis e 11 contrários. Na quarta-feira, foram 45 votos a favor e 26 contra. O resultado representa a maior rejeição a um indicado para a PGR desde 1989, início da série histórica após a redemocratização. Na votação anterior, em 2023, Gonet havia recebido 65 votos favoráveis e 11 contrários.

Até então, o procurador-geral mais rejeitado pelo Senado havia sido Geraldo Brindeiro, indicado no governo Fernando Henrique Cardoso. Em sua recondução de 2001, Brindeiro recebeu 18 votos contrários e 55 favoráveis. Ele também registrou resistência em 1999, quando foi reconduzido com 61 votos favoráveis e 11 contrários.

Sabatinado na CCJ, Gonet afirmou na quarta-feira que a decisão de se aprovar anistia cabe ao Congresso, mas que há polêmicas do ponto de vista jurídico. Gonet não especificou quais seriam essas "polêmicas".

Gonet é considerado por seu pares como conservador, religioso, ponderado e conciliador. Gosta de caminhar e os amigos brincam que é um "glutão" - aprecia uma boa comida. É formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB), mestre em Direitos Humanos Internacionais pela Universidade de Essex, do Reino Unido, e doutor em Direito pela UnB.

O procurador é autor de diversos artigos e publicações sobre Direito Constitucional. Em 2008, recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro "Curso de Direito Constitucional", assinado em coautoria com Gilmar Mendes, ministro do STF e, hoje, decano da Corte. No MPE, Gonet esteve à frente de um parecer que embasou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. O ex-presidente acumula duas penas do gênero no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)e não pode concorrer a cargos eletivos até 2030.