Museu do Louvre terá 100 novas câmeras após roubo de joias

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A chefe do Museu do Louvre disse na quarta-feira, 19, que novas câmeras de vigilância e sistemas anti-intrusão serão instalados em breve após o roubo das joias da coroa no mês passado.

Segundo Laurence des Cars, as 100 câmeras estarão operacionais até o final de 2026 enquanto os sistemas anti-intrusão começarão a ser instalados em duas semanas.

Ela descreveu os sistemas como equipamentos que impedirão intrusos de se aproximarem dos edifícios do museu, mas não ofereceu detalhes específicos. As novas câmeras de vigilância tentarão garantir "proteção completa dos arredores do museu", disse des Cars.

"Após o choque, após a emoção, após a avaliação, é hora de agir", afirmou ao Comitê de Assuntos Culturais da Assembleia Nacional.

Ela disse que as instalações fazem parte de mais de 20 medidas emergenciais que serão implementadas. Também será criado o cargo de "coordenador de segurança" no museu, vaga que foi anunciada este mês.

No dia do roubo, ladrões levaram menos de 8 minutos para forçar a entrada através de uma janela na Galeria Apollo com a ajuda de um elevador de carga e roubar o tesouro de 88 milhões de euros.

Difícil para os ladrões?

Des Cars revelou alguns novos detalhes sobre a violação de segurança que permitiu o roubo de 19 de outubro, dizendo que as ferramentas elétricas usadas pelos ladrões para cortar as vitrines eram cortadores de disco destinados ao concreto.

"É um método que não havia sido imaginado de forma alguma" quando as vitrines na Galeria Apollo foram substituídas em 2019, disse ela. Na época, elas haviam sido projetadas principalmente para combater um ataque de dentro do museu com armas, acrescentou.

As imagens das câmeras do museu mostram que durante o roubo, as vitrines "se mantiveram notavelmente bem e não se despedaçaram", disse ela. "Os vídeos mostram o quanto foi difícil para os ladrões."

Des Cars enfatizou que a melhoria da segurança é uma prioridade do plano decenal "Louvre Nova Renascença", lançado no início deste ano, com um custo estimado de até 800 milhões de euros, para modernizar a infraestrutura, aliviar a superlotação e dar ao quadro da Mona Lisa uma galeria dedicada até 2031.

Com o Louvre sucumbindo sob o peso do turismo de massa, des Cars limitou o número diário de visitantes a 30.000 nos últimos anos.

A famosa pirâmide de vidro inaugurada em 1989 foi planejada para receber cerca de 4 milhões de visitantes por ano, ela lembrou. Este ano, mais de 8 milhões de pessoas visitaram o Louvre.

"A extensa modernização pela qual o Louvre passou na década de 1980 está agora tecnicamente obsoleta, com equipamentos que têm sido super utilizados por 40 anos", disse des Cars.

Na segunda-feira, o Louvre anunciou que estava fechando temporariamente alguns escritórios de funcionários e uma galeria pública porque eram estruturalmente frágeis.

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A CPI do Crime Organizado no Senado começará a ouvir governadores e secretários de Segurança Pública na primeira semana de dezembro, conforme anunciou o presidente do colegiado, senador Fabiano Contarato (PT-ES), nesta quarta-feira, 19. Ao todo, 22 autoridades de 11 unidades da Federação foram convidadas, com requerimentos aprovados por unanimidade no início dos trabalhos. A ordem das oitivas ainda será definida por Contarato e pelo relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que pretendem aprofundar o diagnóstico sobre o avanço das facções criminosas e a atuação dos estados no enfrentamento à violência.

O tema da segurança pública ganhou novo fôlego após a megaoperação realizada no final de outubro nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes e reacendeu o debate nacional sobre combate ao crime organizado. A instalação da CPI ocorreu justamente na esteira das críticas à condução da operação e da pressão por respostas estruturais. Na terça-feira, 18, os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Ronaldo Caiado (União-GO) estiveram em Brasília para acompanhar na Câmara a tramitação do chamado "PL Antifacção".

Nas primeiras sessões, o colegiado já ouviu o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que defendeu que o crime organizado não seja equiparado ao terrorismo, e o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glautter de Azevedo Morais. Em seus depoimentos, foram abordados temas como o déficit carcerário e a falta de padronização entre os sistemas prisionais estaduais. Contarato classificou como "inadmissível" a existência de uma "justiça paralela" operada por facções dentro das penitenciárias, já que ordens criminosas muitas vezes circulam com mais rapidez que informações oficiais.

Entre os convidados para as próximas audiências estão os governadores Clécio Luís (AP), Jerônimo Rodrigues (BA), Raquel Lyra (PE), Elmano de Freitas (CE), Paulo Dantas (AL), Jorginho Melo (SC), Ratinho Júnior (PR), Eduardo Leite (RS), Ibaneis Rocha (DF), Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP), além de seus respectivos secretários de Segurança Pública. Segundo Contarato, a fragmentação entre Estados, cada um com métodos e estruturas distintas, favorece a articulação nacional das facções. A CPI seguirá ouvindo autoridades nas próximas semanas, com expectativa de consolidar propostas para fortalecer a coordenação entre os entes federativos e enfrentar a expansão do crime organizado no País.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o texto do projeto de lei de combate às facções criminosas aprovado pela Câmara "enfraquece" o enfrentamento ao crime organizado e "gera insegurança jurídica".

Essa foi a primeira manifestação do presidente após a Câmara ter aprovado, por 370 votos a 110, o projeto de lei enviado pelo próprio governo ao Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo no governo de Tarcísio de Freitas.

Derrite fez uma série de mudanças no texto e desagradou ao governo, que cobrou, desde a semana passada, alterações no texto. Todos os deputados do PT presentes votaram contra o texto.

"Precisamos de leis firmes e seguras para combater o crime organizado. O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou. Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei", disse o presidente em sua conta no X.

Lula pediu ao Senado que tenha "o diálogo e a responsabilidade na análise do projeto", indicando que um caminho para o governo seja alterar o texto na Casa Alta do Congresso. O relator será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), conforme anunciado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

"O compromisso do Governo do Brasil é com uma agenda legislativa que fortaleça as ações da Polícia Federal, garanta maior integração entre as forças de segurança e amplie o trabalho de inteligência para enfrentar as facções nos territórios onde elas tentam se impor, mas especialmente para atingir as estruturas de comando que sustentam e financiam seus crimes", declarou.

O presidente disse que o governo está "do lado do povo brasileiro" e que não abrirá mão de "combater de verdade toda a cadeia do crime organizado".

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) confirmou nesta quarta-feira, 19, a intenção de recusar o pedido para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, tal como quer o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Pacheco mirava a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal, mas foi informado na segunda-feira, 17, que Lula deve indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias.

"O presidente disse que tinha tomado uma decisão que seria anunciada em breve e desejava a minha candidatura ao governo do Estado. A conversa dele foi nesse sentido, a minha conversa também nessa que já foi reportada, uma conversa de pessoas civilizadas que se respeitam muito e que se gostam", declarou Pacheco a jornalistas.

O senador reafirmou a intenção de deixar a vida política após o fim de seu mandato como senador, em 2026: "Já havia esse encaminhamento para o qual eu estava me programando, o encerramento da vida pública. É sempre um ciclo. E nós temos uma data de entrada, eu sempre tive uma previsão de data de saída, e essa data está próxima."

Segundo ele, porém, a decisão só será concretizada depois de conversar com lideranças de Minas Gerais, o que está previsto para ocorrer até o fim do ano. "A decisão definitiva disso, até por respeito e deferência, tem que ser tomada com alguns companheiros meus que sempre estiveram ao meu lado, que são deputados federais, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, que a gente precisa conversar para poder ter esse alinhamento para que fique tudo bastante esclarecido, sem nenhum tipo de aresta", disse.

Perguntado se articulará pela indicação de Messias no Senado, Pacheco respondeu: "Vamos aguardar a indicação. A partir da indicação, a gente faz essa avaliação".

O indicado ao STF precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado. Tanto o presidente da Casa como a maioria dos senadores defendem a escolha do nome de Pacheco. Dado o cenário, senadores veem a possibilidade de que a votação fique para 2026, a fim de dar tempo de o governo coletar os votos.

Na terça, 18, Alcolumbre mostrou descontentamento com a provável escolha de Messias: "Tem que esperar a indicação, fazer o quê? Se eu pudesse, eu faria a indicação", afirmou.